Discurso durante a 18ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao governo Lula e ao mandado de segurança impetrado junto ao Supremo Tribunal Federal, para suspensão do depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa na CPI dos Bingos. Realização de prévias do PMDB, no próximo dia 19 de março, relativas à candidatura para a próxima eleição presidencial.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Críticas ao governo Lula e ao mandado de segurança impetrado junto ao Supremo Tribunal Federal, para suspensão do depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa na CPI dos Bingos. Realização de prévias do PMDB, no próximo dia 19 de março, relativas à candidatura para a próxima eleição presidencial.
Publicação
Publicação no DSF de 17/03/2006 - Página 8592
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, FAVORECIMENTO, BANCOS, PROTESTO, EXCESSO, CARGA, TRIBUTOS, BRASIL.
  • CRITICA, INICIATIVA, SENADOR, REQUERIMENTO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), LIMINAR, SUSPENSÃO, DEPOIMENTO, EMPREGADO DOMESTICO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BINGO.
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, ELEIÇÕES, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ESCOLHA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Leonel Pavan, que preside esta sessão de 16 de março, Srªs e Srs. Senadores aqui presentes, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado. Senador Wellington Salgado de Oliveira, a admiração é grande, maior do que o seu tamanho, maior do que Minas, que tem 800 cidades. V. Exª e Heráclito Fortes aqui nos antecederam, cada um com uma biografia e um destino grandioso. V. Exª, de chofre, disse que está no Senado, e Heráclito mostrou longo e sinuoso caminho para chegar aqui. Mas, Wellington Salgado, a história é bonita para os dois. Fernando Henrique Cardoso foi assim também: de repente, era Senador da República. Era um educador, como V. Exª o é no Brasil.

Mas, Senador Heráclito Fortes, que traduz a história de luta de nosso Piauí, quero dizer, Professor Wellington Salgado, Senador, que sou professor de Biologia. V. Exª disse que o Lula está maduro. Franklin Delano Roosevelt disse que com cada um que ele via ele aprendia naquele particular: “cada pessoa que vejo é superior a mim em determinado assunto e procuro aprender nisso”. Muito tenho aprendido com Heráclito a cada dia e tenho aprendido com Wellington Salgado, mas sou professor de Biologia, e desse assunto de maduro entendo mais. Não, Lula passou - existe isso -, de verde, imaturo, inexperiente para outro estado. Sei que o normal seria a maturidade, e depois a fruta apodrece. Mas o Lula não amadureceu; ele passou esse estado, e a biologia indica.

O Heráclito é muito privilegiado, pois conviveu muito com Ulysses, com Tancredo, Renato Archer e com o Luís Eduardo. O Heráclito sabe tudo sobre Ulysses, com quem teve uma convivência mais intensa. Ulysses disse: “O cupim da democracia é a corrupção”. E deu cupim no Lula, no Lula verde, despreparado. Ele não passou pela maturidade; ele entrou na podridão.

Shakespeare, Professor Salgado, em Hamlet escreveu: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Senador Heráclito, ele disse que seria melhor ser um mendigo em Nápoles. Eu não conheço Nápoles. Quando V. Exª for, me leve que eu quero conhecer. Vamos tomar aquele vinho, como em Genebra. Mas Shakespeare disse: “É melhor ser um mendigo em Nápoles do que ser rei no reino da Dinamarca” - pela podridão.

Ele disse: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. E eu, lá do Piauí, digo: Há tudo de podre na república do PT. Não é algo não, é tudo. Lá, no Executivo, Lula é rodeado por podridão de todos os lados.

Aqui entrou mensalão, corrupção. É o cupim da democracia. E o Judiciário? Está tudo podre. Somos instrumentos da democracia.

O povo está puro, trabalha, é honrado, é honesto. Nunca foi tão explorado. Vamos acabar com esse negócio de poder, porque nós não temos poder, não. Nós estamos podres. O Executivo, aqui e o Judiciário. Nós vemos e sabemos. Somos instrumentos da democracia. Poder? Poder é o povo que trabalha, que paga a conta.

Eu, quando governei meu Estado, Senador Wellington Salgado... Tem muita história o Piauí. É de suas Minas Gerais Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que foi contra a derrama. Ele quis libertar este País.

Senador Leonel Pavan, ele quis libertar o Brasil. Por quê? Porque os portugueses cobravam um quinto do ouro. Agora, o Lulinha, travesso, traquino, a podridão do Executivo, cobra a metade. É uma banda da riqueza. É!

Oh, Senador Salgado, professor, de cada ano, cinco meses, 40% são impostos. Quarenta por cento. São 76 impostos!

Oh, Minas Gerais, vamos buscar um novo Tiradentes. Que seja V. Exª. E vamos afastar os Silvérios dos Reis, os Calabares que Minas, de muita história, também teve. Então, atentai bem, Professor Wellington Salgado, era um quinto.

À Belíssima, novela da Globo, vamos já assistir, mas quem não se lembra do quinto dos infernos? Um quinto era um imposto, 20%. Senador Heráclito Fortes, agora é quase meio. Quarenta por cento dos impostos arrecadados em 12 meses. São cinco meses de cada brasileiro e brasileira que trabalha. De 12 meses, cinco são para a podridão do Governo do PT! E os impostos? O PT dizia que o Lula era o pai dos banqueiros. O Lula é a mãe dos banqueiros. Nunca ganharam tanto, Senador Wellington. Foram oito anos de Fernando Henrique Cardoso e, em três anos, Lula tornou-se a mãe dos banqueiros. Que amadurecimento! É a podridão da imaturidade, da inocência ligada à ignorância. Não viu o que Rui Barbosa disse? Ele está aí para isto: ensinar. Há primazia do trabalho e do trabalhador. Ele veio antes. O trabalho e o trabalhador é que fazem as riquezas. E Cristo disse: “Não se pode servir a dois senhores”. E ele o está fazendo. Não pode servir ao povo, ao trabalhador, porque ele está servindo aos banqueiros, aos ricos, às fortunas. E isso não é amadurecimento, mas podridão, até religiosa, em que se ajoelha, serve e tira do nosso para servir aos deuses banqueiros.

Ó, Heráclito, Adalgizinha é filha de bancário. Eles eram felizes. Tenho pena, agora, dos bancários. Quanto o PT explorou os bancários! São os banqueiros... Olhai a lista dos mais ricos do mundo: dos quatro maiores bancos que tiveram lucro, três são do Brasil. Lula é a mãe dos banqueiros.

Senador Leonel Pavan, o Partido de V. Exª, o PSDB, é um filhote do meu. Está na hora de o PT, o Senador Paim ou Senador Tião Viana, a quem o Senador Heráclito comparou com Lima... Senador Heráclito, o Tião Viana é assim como o Zico; para mim, é o cara mais educado, o melhor futebolista, simpático. Mas o Zico perdeu aquele pênalti. Hoje, o Senador Tião Viana perdeu o pênalti. S. Exª perdeu o pênalti com aquele mandado de segurança, calando um homem do Piauí - Piauí cristão de verdade -, calando a verdade.

Cala-se um humilde piauiense por quê, Senador Wellington? Porque ele estava a mostrar a podridão. E dizem que não tem esse negócio de vida privada e vida pública. Não sejamos hipócritas! Tem a ver, sim. A minha vida privada é pública.

Padre Antônio Vieira, que saía a pé do Ceará, percorria São Luís e passava na minha Parnaíba, dizia que palavras sem exemplo é um tiro sem bala; que o exemplo arrasta. Que exemplo, Heráclito Fortes, um Ministro que mente!!!

Não sei do pai de V. Exªs, mas do meu, que está no céu, e a quem agradeço, Leonel Pavan, apanhei muito de cinturão. Quem apanhou mais foi o Paulo; Antonio José, menos, não sei por quê. Mas meu pai rodava o cinturão e repetia que quem mente rouba.

Um Ministro mentiroso, segundo o meu pai, que está no céu, e segundo o que acredito, o Ministro é o pai da roubalheira e da corrupção.

Por que calar um piauiense? Porque iria mostrar a podridão, a devassidão. Tem a ver, sim. Ele tem de dar o exemplo. Estamos aqui, a nossa vida é vasculhada. Temos de dar o exemplo; se não dermos, Wellington Salgado, qual será a razão desta Casa? Deus disse a Moisés, que foi ungido por Ele: “Vá libertar o meu povo”. E ele saiu como nós saímos, para lutar pelo Piauí, Heráclito. E Moisés não quis saber se tinha faraó, se faraó tinha exército, se tinha Mar Vermelho, se tinha seca, se tinha deserto, se tinha falta de água. E foram 40 anos. E, quando ele quis desistir, Deus colocou as tábuas da lei em suas mãos, enquanto o povo ia atrás do bezerro de ouro. A malandragem, a traquinagem, a safadeza, o bezerro de ouro. Esta Casa foi entregue por um piauiense. Que vergonha! Temos de dar e de ser exemplo! O exemplo arrasta.

Além da corrupção, a devassidão. Aquela Casa é o bezerro de ouro dos dias de hoje. A traquinagem, a imoralidade, a indignidade; e o piauiense foi calado por essa Justiça. Ó, jovens da Justiça! Justiça, Wellington Salgado, é uma inspiração divina. Leonel Pavan, Deus fez Camboriú uma das mais encantadoras naturezas do mundo. V. Exª foi prefeito daquela cidade e tornou-a uma das maiores potencialidades turísticas.

Então, justiça é uma inspiração divina. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.” As leis que Deus entregou são coisa de Deus. Essa é do homem. Errare humanun est. O Tião Viana errou, a Justiça errou. É humano. Temos de melhorar, mas teve essa complicação. Mas acabem com o pecado da vaidade. Poder. Poder de quê? Instrumentos da democracia. Poder é o povo que trabalha, poder é o povo que paga a conta, poder é a virtude daquele caseiro piauiense, Francenildo, que, como ele, Wellington Salgado - em verdade, em verdade, eu vos digo, a maior colônia que fez Brasília é a de mineiros, depois, somos nós, são trezentos mil, que a construíram com grandeza - há muitos outros. Hoje foi amordaçada a verdade, porque ele mostrava a podridão.

Mas sou otimista, Wellington Salgado, como Juscelino Kubitscheck. É melhor ser otimista. O otimista pode errar, mas o pessimista já nasce errado e continua errando. Então, queremos alternância do poder, fruto da democracia, que é construção nossa, do meu Partido, ao qual Heráclito pertenceu e a quem faço o convite - ninguém se perde no caminho de volta -, para que volte ao PMDB.

E, atentai bem, Ulysses enfrentou o canhão contra a ditadura; o PMDB tinha candidato em 1972. Leonel Pavan, não sei, talvez V. Exª nem tivesse nascido, é tão jovem, mas tomávamos da ditadura a prefeitura da minha cidade. Hoje, o PT impede o PMDB de ter candidatos. O PMDB reagiu e, hoje, na mais bela reunião, liderada pelo nosso Líder maior, Michel Temer, unidade de comando e de direção, todos garantimos a prévia.

Então, convido a todos os brasileiros do PMDB, que é um patrimônio da democracia, do povo, para, no dia 19 de março, participarem da nossa prévia. Por quê, Leonel Pavan? Ô, Carreiro, símbolo da dignidade, do trabalho e da honradez, estou aqui porque o PMDB é grande. Wellington Salgado, você está aí porque o PMDB é grande. Então, quero que ele continue a existir para que outros venham representar os nossos Estados, venham participar do banquete da democracia.

Lula tenta fazer o maior estupro da democracia. Estupro é quando se leva uma mulher para a cama sem ela querer. E o Lula verde, imaturo e podre quer, pela corrupção, levar o PMDB para o banquete das eleições democráticas. E nós ressurgiremos no dia 19 de março, Dia de São José, Patrono do Trabalho. O PMDB vem com uma mensagem de Getúlio - trabalho e trabalhador - e de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek.

São essas as nossas palavras. E aplausos a esse Partido que pertence à Pátria, à democracia e ao povo.

Vamos às nossas prévias como uma contribuição à democracia brasileira.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/03/2006 - Página 8592