Discurso durante a 32ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários ao pronunciamento do Senador Alvaro Dias, que pede o indiciamento do Presidente da República no âmbito das conclusões da CPMI dos Correios.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Comentários ao pronunciamento do Senador Alvaro Dias, que pede o indiciamento do Presidente da República no âmbito das conclusões da CPMI dos Correios.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2006 - Página 10617
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • COMENTARIO, DISCURSO, AUTORIA, ALVARO DIAS, SENADOR, ANALISE, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, NATUREZA POLITICA, PAIS, SOLICITAÇÃO, INDICIAMENTO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AMBITO, CONCLUSÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Alvaro Dias, que preside esta sessão de 31 de março, sexta-feira, Senadores e Senadoras presentes na Casa, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, Senador Edison Lobão, V. Exª já assistiu a muita história política nesta Pátria, mas essa de hoje é a mais vergonhosa.

Atentai bem, Senador Alvaro Dias, V. Exª usou aquela tribuna por 30 minutos. Sua voz foi ouvida na rádio AM, na rádio FM, na televisão do Senado, o que disse foi divulgado no Jornal do Senado. Nesses 182 anos, talvez o pronunciamento do Senador Alvaro Dias seja a peça mais dura de Oposição. O Senador Alvaro Dias pede o indiciamento do Presidente da República. E olhem a vergonha: não há ninguém do PT aqui para defender o Lula. É o indefensável. Correram todos.

Depois do Relatório da CPI dos Bingos, é notório que surgiriam várias interpretações, mas a mais dura, a mais consistente é a do Senador Alvaro Dias, que pediu o indiciamento do Presidente da República. Enfim, é o início de um processo de impeachment, que, ontem, o rapazinho que aprendeu a falar a verdade, lá no Piauí, com a sua avó e a sua mãe, suscitou aos representantes da OAB de São Paulo o início desse processo.

E Alvaro Dias fez uma peça, que expôs em meia hora, com a argumentação jurídica dos fatos. E olhem o perigo. Hoje é 31 de março. O que lembra a vocês? Em 31 de março, os canhões tomavam as ruas, os canhões tiravam a democracia, os canhões afastavam do povo o Presidente João Belchior Goulart. E Sua Excelência, para manter a paz, foi-se embora. Os canhões assumiram isso aqui.

Feliz do povo que tem o seu Parlamento. E o Senador Alvaro Dias mostrou a gravidade do momento que vivemos. Esta Casa é para isso. Atentai bem, esta é ainda a instituição que salvaguarda a democracia.

Rui Barbosa disse que só tem um caminho, uma salvação: a Lei e a Justiça. A democracia é complicada, é difícil, mas Winston Churchill disse que não conhece outro regime melhor. E ela foi construída pelo povo, que é o dono da democracia. O filósofo Aristóteles disse que o homem é um animal político e, como animal político, buscou formas de governo; a que predominou foi a dos reis na história do mundo. Os reis seriam Deus na terra e Deus seria um rei no céu. Isso os fortaleceu, mas o povo, desprezado e insatisfeito, foi à rua e gritou: liberdade, igualdade e fraternidade. Caíram todos os reis. Cem anos para cair aqui.

Aquela frase de Dom João VI - atentai bem, Alvaro Dias: “Filho, coloque essa coroa antes que uma aventureiro a coloque. O aventureiro era Simon Bolívar, que já estava proclamando a independência em todos os países da América Latina, e ela chegou a nós, à República, ao governo do povo, pelo povo e para o povo. É difícil.

Rui Barbosa foi o primeiro a se sacrificar. Aí ele está. Numa bandidagem em que os primeiros militares queriam se suceder, depois de Deodoro, Floriano, havia outros, Rui Barbosa viu que não era isso a República. Assim, deram-lhe o Ministério da Fazenda, a chave do cofre - essa que encantou o Palocci e a quadrilha do PT. Foram tentá-lo com o cofre, e ele disse: “Eu não troco as minhas convicções por um ministério” e aí está.

O PT tinha a sua meta, e o seu comandante maior era o Zé Dirceu. Fui eu, lá do Piauí, que bati aqui e chamei o José Dirceu, quando era difícil, de José Maligno. Há três coisas que a gente só faz uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT. E ele surgiu numa riqueza da democracia que é a alternância do poder. Democracia não é do PT. O PT queria implantar neste País um regime como Cuba, que já tem 50 anos de Fidel. Conheço Cuba.

Senador Alvaro Dias, sei que V. Exª conhece. Sei que V. Exª é encantado pelo Chile, pelo vinho do Chile, pelas mulheres do Chile, pela beleza do Chile, pela neve do Chile, mas Cuba eu conheço. São 50 anos de ditadura mesmo! É melhor conversar com um cubano fora de Cuba, e conversamos muito. Eles tentaram e corromperam tudo, tudo, tudo, tudo. Até essa campanha do desarmamento era para o povo se desarmar e eles tomarem. Tudo planejado.

Brasileiras e brasileiros, isto aqui nunca funcionou às sextas-feiras e nunca funcionou às segundas-feiras. No início, contamos com a aquiescência deste bravo homem do PT - há gente boa no PT: Paulo Paim, que era o vice-Presidente, abria a sessão. Éramos apenas quatro a resistir. A corrupção, nunca dantes vista, inundou a Câmara dos Deputados, o Poder Judiciário - que, envergonhado, está até ausente pelo mal que fez -, o Planalto e instituições, como a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, a Polícia Federal. Resistimos aqui no começo. Por isso, falei no Chile. Parece-me que Alvaro Dias, herói e batalhador, estava de férias ou tirou licença depois de ter combatido o bom combate no Paraná. S. Exª estava ausente. Éramos poucos aqui: Arthur Virgílio, Antero Paes de Barros, Efraim Morais e Mão Santa. Buscai nos arquivos. Quase sempre presidi as sessões porque o Regimento diz que presidirá o que tiver mais idade. Os demais são um pouco mais novos. Parece-me que Alvaro Dias estava no Chile nos primeiros meses. O suplente de S. Exª é uma figura extraordinária. Nós estávamos querendo resistir e desistir porque a tromba de corrupção era grande e de pressão.

A mídia: lembro que Almeida Lima fez um pronunciamento de advertência. Ele sofreu mais do que Tiradentes. Enforcaram e esquartejaram Tiradentes quando estava morto; a mídia destroçou o Senador. Então, chegou o Senador Alvaro Dias. Ficamos mais fortes e resistimos. Esta Casa resistiu.

A Senadora Heloísa Helena estava numa fogueira. Estavam tocando fogo na Senadora Heloísa Helena, como fizeram com Joana Darc. Nós aqui, com o Senador Alvaro Dias, tiramos essa extraordinária mulher de lá. Hoje ela é candidata à Presidência da República. E lutamos. Eles já haviam corrompido tudo, tudo, tudo. Os primeiros embates ocorreram aqui. Hoje o Senador Alvaro Dias dá um passo pela moralidade. Minha gente, atentai bem!

Eu dizia ao Lula: fui Prefeitinho, Governei o Piauí. Cito, Senador Alvaro Dias, aquele livro que dizem ser o mais lido depois da Bíblia: Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes, que relata o sonho de Dom Quixote, suas aventuras em defesa do fraco. Ele tinha um companheiro: Sancho Pança. Ele resolve premiar o Sancho Pança, depois de tanta luta, de tanto sonho em defesa dos oprimidos, resolveu lhe dar uma ilha para governar.

Ó Lula, já que você não gosta de ler, Lula! Ele diz que é mais difícil, é mais cansativo, é mais chato ler uma página de um livro do que fazer uma hora de esteira. É besteira, muito. Mas, então, ouça?! Deus lhe deu dois ouvidos, Lula, e uma boca. Você fala, fala, fala, fala. Sai da esteira para dizer besteira.

Sancho Pança atende ao chamamento de Dom Quixote: vou lhe dar uma ilha de prêmio para governar - Bravataria. E o humilde Sancho Pança diz: “Não, eu não tenho saber, não estudei, não sei”. Aí, Dom Quixote - atentai bem, Senador Eurípedes - diz: “Não, V. Exª, eu tenho observado, é temente a Deus! Isso é sabedoria. Tendo sabedoria, as coisas se resolvem”.

Temente a Deus, Lula! Temente a Deus! Por isso é que um bispo disse que ele não era católico, era caótico. Não fui eu, foi um bispo. Ó, Senado!

Aí Dom Quixote resolve educar Sancho Pança: “Coma pouco, não beba muito, arrume uma mulherzinha decente, correta, seja honesto, trabalhador, dê exemplo, seja justo”. Vai-se embora, volta e diz: “Sancho, não se esqueça de uma coisa: só não tem jeito para a morte”. Depois ele voltou e governou bem, humilde, temente a Deus, com sabedoria, diz o relato. E Dom Quixote pergunta depois: Sancho, como é o governo? Ele disse: é um golfo de confusões. E aí está. Nós sabemos que há confusões. Mas nunca dantes este Brasil apresentou isso. Atentai bem: por que Ulysses é grande? Porque ele disse: ouça a voz rouca das ruas, o povo. O PMDB nasceu com esse compromisso. Ulysses disse: A corrupção é o cupim da democracia. Ninguém viu tanto cupim, na História do Brasil, desde Pero Vaz de Caminha aos dias de hoje. É! Hoje, quarenta anos depois da ditadura. Tivemos uma civil, e apesar de o ditador ser um santo, um homem bom, trabalhador e honesto, ditadura não é boa.

Há um livro, Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. A recente, Elio Gaspari escreveu e nós conhecemos. O melhor é esta democracia. A democracia oferece alternância do poder, e é hora de fazer uma alternância política.

Mas a minha vida aqui, Senador Alvaro Dias, é o entendimento que eu tenho. Olha, não tem democracia sem partidos. Não tem. Não é democracia. A de Cuba eu conheço. Ô Alvaro Dias, estive no Parlamento, lá são trezentos. Na última eleição foram trezentos votos para Fidel Castro e trezentos para o irmão dele. Agora, não é aberto assim, não: são convocados e votam, os trezentos. Só há um Partido. Foi trezentos a zero, eu vi. Isso queriam fazer aqui - o Zé Dirceu!

Ô Alvaro Dias, vamos fazer essa comemoração - aqueles quatro -, homenagear o Paim, depois a Heloísa Helena, V. Exª, que chegou e nos reforçou.

Mas aqui estamos num momento difícil. Atentai bem: o Partido de maior história contemporânea neste País é o meu, o PMDB, e está difícil, está complicado. Eles não meditam no que Rui Barbosa disse: “Não troco a trouxa das minhas convicções por um Ministério”. Estão trocando por tudo. Estão vendendo o PMDB, estão negociando o PMDB. Recebi proposta para receber, mas eu sou um homem do Piauí, igual àquele que trouxe a verdade, um caseiro, cristão. Lemos a Bíblia, e ela diz: “Em verdade, em verdade vos digo”. É essa a diferença.

Vem a convenção, consultam-se as bases. Confusão. A Justiça vergonhosamente se intromete. Mais de catorze mil filiados no Piauí estiveram presentes, vencendo Justiça, corrupção, militares. E muitos foram. Dois extraordinários homens públicos, Rigotto e Garotinho. O Garotinho venceu, de acordo com a legislação. 

Atentai bem, Alvaro Dias: estamos voltando às Capitanias Hereditárias. É! Às Capitanias Hereditárias. Os portugueses descobriram o Brasil, dividiram-no e mandaram para cá muitos portugueses, muitos degredados e degradados. Às vezes, já eram punidos, criminosos, mas se tinham dinheiro vinham para o Brasil. Cada um mandava ali e pronto.

Então, querem trazer o PMDB. Nós, que passamos as Capitanias Hereditárias, passamos os governos gerais, a República Velha e a República Nova, e hoje querem partir. Que coisa! Não existe isso. A Federação é um pacto. Isso é uma enganação.

Ontem, a mulher de Garotinho escreveu a mais bela página. Ele é evangélico, eu sou é católico mesmo. Francisco é o meu nome, nada de Mão Santa. Sei que não sou mão santa. Tenho mãos iguais às dos trabalhadores, humanas. Mas o povo do Piauí sabe que são generosas, trabalhadoras, honradas e que fazem o bem.

A mulher do candidato escreveu uma bela página ontem. Se os dois quisessem, saíam candidatos. E eram dois mandatos: um aqui, no tapete azul, e outro no verde. Mas não trocaram pelas convicções. Vão à convenção. É muito difícil. Dizem: “Garotinho é garotinho”. Menino, esse é partido de velho. Entrou agora. Não é assim, não.

            Ô Alvaro Dias, a minha Constituição primeira é a Bíblia, depois é essa. O momento mais difícil do povo de Deus era quando tinha o monstro. Aliás, o monstro era mais manso do que esse monstro que ataca o Brasil, que é a corrupção, a falta de vergonha, a falta de moral. Era Golias, atacando. Todo mundo perplexo, vem um enviado de Deus - parece que Jessé. Ele tinha um bocado de filho gente boa. Aí chega lá - parece que Samuel -, a quem é apresentado o filho mais velho de Jessé. E Samuel diz: não é este. Aí vem outro, mais outro... E Samuel: não estou sentindo aqui a voz de Deus para ungir o guia do seu povo. Jessé, você não tem outro não? Porque me mandaram aqui, recebi uma mensagem divina. Aí Jessé disse: tem um no campo, é o mais novo, um menino.

É! Atentai bem, velhos hipócritas do PMDB! Cristo usava muito esta palavra: hipócritas. Pois foram buscar o mais novinho, um garotinho, o Davi. E Davi foi ungido e administrou bem, deu Salomão, e nós e estamos falando aqui. Então, essa não é uma desculpa.

Eu perguntaria se cada um está fortalecendo o seu Estado. Estão lançando candidatos do PMDB. Partido é para dar este sentido de participar, chegar ao poder, não o poder pelo poder, mas o poder para servir, como disse Cristo: eu vim ao mundo não para ser servido, como os que estão se locupletando, e sim para servir.

Então, eu queria aqui neste instante, nesta luta, que não sei se eles levaram, eu sei que eles são poderosos... No Piauí, eu acho até interessante, tem gente que eu ajudei tanto. Uns já estavam mortos politicamente. Eu não vou dizer como Cristo: levanta-te, Lázaro! E todos, atraídos pelo bezerro de ouro do PT, que é essa orgia, essa malversação, estão aí.

Eu queria aqui dar meus aplausos a essa mulher e a esse político extraordinário.

Ô, Alvaro Dias, eu fui à sua cidade, e a Boca Maldita é um dos símbolos mais importantes deste País. Ela surgiu na ditadura. Na ditadura ninguém podia falar. E paranaenses, no bar, no café, falavam sobre a esperança da liberdade e de repente veio um capitão e mandou fechar a roda. E eles resistiram. E desde aí eles formaram um clube de liberdade na ditadura.

Alvaro Dias, e naquela viagem eu andei muito. Como Ulysses disse: ouça a voz rouca das ruas. Eu quero dizer que V. Exª e o seu irmão são pessoas muito estimadas e respeitadas pelo povo paranaense. Não se separem. Está no Livro de Deus: a casa dividida será facilmente derrubada. Abraham Lincoln disse, no momento mais democrático: “este país não pode ser metade livre e metade escravo.”

Mas eu quero lhe dizer, então - e V. Exª sabe o que é a luta política - que esse Garotinho... Sabe qual é o apelido dele? Garotinho, menino com quinze, dezesseis anos... Eu não sei onde estava o Lula. Mas aí, Garotinho é porque ele era locutor e mandavam-no acompanhar as corridas de cavalo, podendo pegar coice. Vai lá, garotinho, vai lá no jockey. Depois, foi locutor de futebol, foi vereador, foi prefeito, foi deputado, foi governador. Sai do governo, entrega para o PT, elege a mulher.

A inveja e a mágoa corrompem os corações. E o que é que ele tem? É um homem de Deus. Evangélico; eu sou católico. Não vejo mal. Uma esposa - eu vou dizer aqui -... empata com Adalgisa, é, minha mulher. Não vou dizer que ela vai ganhar da Adalgisa, mas que empata... Vejo no Rio. E ela deu uma grande demonstração. Garotinho está que nem Cristo, e os homens querem servir ao Herodes - o Herodes de hoje é o Lula - acabando com o PMDB, corrompendo. E a Rosinha faz como a mulher de Pilatos, resiste; como Verônica; como as três Marias, como as três mulheres verdadeiras que foram no sepulcro de Cristo e disseram: o homem não está mais. Ressuscitou.

Se fôssemos nós, homens, que tivéssemos dito isso, ninguém acreditaria em Cristo. Iriam dizer que estávamos bêbados, que era mentira, porque homem é mais fraco. Ela ficou. É momento de uma reflexão com dignidade. Companheira. Os dois estariam eleitos aqui: um no tapete azul; outro no tapete verde. E isso é bom. Teve um Senador, Alvaro Dias, Dinarte Mariz, que disse que isso aqui é melhor que o céu, porque para o céu a gente tem que morrer para ir lá. E não sei se a gente pode ficar com a mulherzinha da gente lá, então vamos ficando por aqui.

Mas quero, neste momento, num momento difícil - e adversidade é uma bênção disfarçada - dizer quem é o grande Líder do PMDB. Só tem um. Só tem um. Nunca o PMDB teve um presidente como nós temos. Até Ulysses, atentai bem, se candidatou contra os canhões, contra Geisel.

No dia da eleição, que era no Congresso: Geisel, 400 votos; Ulysses, 76; 17 contra - os autênticos, porque não queriam que ele tivesse vindo no dia da eleição para não dar a festa à ditadura. Petrônio Portella falou, e falou bonito -, orgulho dos piauienses - defendendo a candidatura Geisel.

Então, ele teve 17 contra, porque não queriam; por para aquilo os revolucionários fizeram uma festa mundial porque houve eleição. Mas nem todos votaram em Ulysses: 17 contra; 76 a favor; 400, Geisel. Mas ele enfrentou os canhões, porque o PMDB é da Pátria, é do povo, é da democracia.

E agora nós não enfrentamos. Décadas e décadas depois, não temos mais alguém de coragem e de valor. Então, o nosso Presidente fez a prévia, o nosso Presidente vai convocar a convenção. Acho que o PMDB tem de oferecer a decisão ao povo, que é soberano; ao povo, que decide; ao povo, que trabalha; ao povo, que paga a conta. É isso o PMDB. Nós não podemos ser rabo do PT.

Aqui o que nos encanta? Getúlio saiu da vida porque disseram que tinha um mar de lama. Isto não é mar de lama, não. O mar é pequeno - e eu sou do delta, entendo de mar. Isto é oceano de corrupção.

Então, essas são as nossas palavras. E quero dizer a V. Exª, quero aplaudir o Partido de V. Exª, porque está dando essa contribuição à democracia. Um candidato, médico, pobre. Foi pobre - conheço o Geraldo Alckmin, nós nos encontramos no passado: sou médico cirurgião, ele médico anestesista. Foi pobre, mas acreditou em Deus, no estudo e no trabalho. Ah! Eu não. Meu avô foi o homem mais rico do Piauí, teve navio. Digo isso porque é a verdade, mas eu tive determinado mérito, porque eu podia ser um rabo de burro, um irresponsável, mas aproveitei isso para buscar ciência e consciência e servir ao Piauí e ao Brasil. Mas está aí o outro.

            Heloísa Helena se oferece ao povo. A democracia é do povo. Castrar o PMDB...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...de ser oferecido ao povo. O povo é que é soberano, não tem negócio de Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Isso é vaidade. Instrumentos da democracia. Poder? É o povo brasileiro que paga a mais alta conta. É nas mãos do povo brasileiro, nas suas mãos santas e trabalhadoras, que está o poder de decidir o futuro da nossa democracia.

Agradeço a distinção do tempo concedido pelo Senador Alvaro Dias.


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