O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão e Vice-Presidente da Mesa Diretora, Senador Tião Viana; Srªs e Srs. Senadores presentes na Casa; brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

Senador Heráclito Fortes, estivemos no nosso Piauí. Vou dar uma notícia boa; outra ruim. A boa, Senador Efraim Morais, não tem nada a ver com o Governo.

Temos aqui um Senador maçom, o Senador Mozarildo Cavalcanti. Na minha cidade de Parnaíba, festejaram os 100 anos da primeira loja maçônica lá instalada, a Fraternidade Parnaibana. Realmente, Senador Tião Viana, como estudiosos da evolução do mundo, temos que meditar que uma instituição que persiste tem muito valor. Se lá em minha cidade a instituição tem 100 anos, no mundo tem muitos 100 anos.

A Revolução Francesa tinha por trás os líderes maçônicos. Aqui, nos grandes movimentos da Pátria, foi Gonçalves Ledo, um líder maçônico, que infundiu no Brasil a inspiração da independência. Quero aplaudir essa instituição que, em minha cidade, possui quatro lojas. Falo com muita emoção porque o nome de uma delas é Francisco Correia, que foi meu tio, irmão de meu avô. Ele foi jurista, político e líder maçônico. E o líder dessa festividade também tem laços de família comigo, o Professor Israel Correia.

Então, quero cumprimentar a beleza de festa. Lá, outorgaram comendas, e eu fui agraciado por uma comenda da loja maçônica. Ao longo dos anos, tenho visto aquela instituição que acho que devia proliferar, porque vejo que eles sempre falam lá aquilo que é mais sagrado. Senador Efraim, eles cultivam o amor à família, à pátria e à humanidade. São os valores fundamentais.

Nossos aplausos para aqueles que há 100 anos fizeram nascer, na minha cidade Parnaíba, no Piauí, essa instituição. Quero, então, nomear os que lá lideram: a loja centenária tem hoje como dirigente Israel Correia, Venerável Mestre; Ribamar Prado, 1º Vigilante; Clauder Ciarlini, 2º Vigilante; Aurélio Freitas, Orador; José Medeiros, Secretário; Roger Jacob, Tesoureiro; Clodoaldo Medeiros, Chanceler; Carlos da Silva, Mestre-de-Cerimônias; João Batista Tomaz, Hospitaleiro; Airton Loiola, 1º Diácono; Higino Aguiar, 2º Diácono; Espedito Cândido, Porta-Bandeira; Bosco da Silva, Porta-Estandarte; Sebastião Fortunato, Mestre da Harmonia.

Mas, agora, com tristeza, Senador Tião Viana, lamento dizer que o Brasil vai muito mal - V. Exª está bem nesta Presidência.

Talvez, se houvesse uma oxigenação no cérebro de Lula - o que é raro... Não se ilustrando nos estudos, porque ele diz e repete que negócio de ler não dá futuro, não. Ele diz que ler uma página de livro, Arthur Virgílio - atentai bem! - é pior do que fazer uma hora de esteira. Aí ele sai da esteira, Antonio Carlos Magalhães, a dizer besteira Brasil afora.

Lá na minha Parnaíba, chegou a essa festa amazônica, um Coronel reformado, o Coronel Campelo, da gloriosa Polícia Militar, no Atalaia Hotel. E digo, Heráclito, que, graças a Deus, esse Arthur Virgílio, esse louro, é lá do Amazonas, porque, se ele fosse do Piauí, nós já éramos!

Mas o Coronel Campelo me disse: “Senador Mão Santa, eu não quero...”. Eu disse: “Eu sei que você não quer. Eu não quero é que você me prenda, pois você é Coronel. Eu conheço”. Ele disse: “É, mas estou aposentado”. Ele está na praia, Heráclito Fortes, o Campelo. Ele disse: “Olha, eu assisto à TV Senado, você e o Heráclito defendendo o Piauí, mas bom mesmo é aquele do Amazonas. Eu queria votar nele para Presidente da República”.

Meu amigo, bote-me ao menos de vice nessa chapa. Eu sei que você tem um fã-clube feminino enorme, mas agora, Arthur, tem este aqui: um coronel reformado, o Campelo. E anotei o telefone dele. Ele disse: “Eu queria dizer isso para ele, para lhe dar coragem”. Eu disse: “Coragem você não vai dar, não. Quem deu foi o pai dele”.

Isso é só para mostrar a independência do povo do Piauí.

Então, está aí. É Campelo! Ô Senador Arthur Virgílio, é 8633231529. Então, V. Exª está maior do que o Amazonas; está do tamanho do Brasil.

Está vendo, Heráclito Fortes? Vamos prender o título dele lá, porque, se ele for para o Piauí, perdemos nossos eleitores. Aliás, nós o apoiamos.

Olha, Heráclito, verdade não se tira. Padre Antonio Vieira disse que todo bem nunca vem só, é acompanhado de outro bem. Mas, por analogia, toda desgraça é acompanhada de outra desgraça: Presidente do PT e Governador do PT! Esse é o caso do nosso Piauí

Heráclito Fortes, V. Exª tem ciência de que a carcinicultura do Piauí caiu de US$ 20 milhões de exportação para US$3 milhões. Quer dizer, é um Governo... Se tivesse caído para US$ 18 milhões ou para US$17 milhões, seria compreensível, mas para US$ 3 milhões? São uns descerebrados!

Carcinicultura é o cultivo do camarão. O Piauí exportava... De toda exportação, do cultivo de camarão, nós éramos 19,6%. Baixou para 2,6%.

É. A ignorância e a incompetência do PT. Não sei qual é a maior se a corrupção ou a incompetência. Aí, é páreo duro.

Fábrica de Castanha. Senador Heráclito Fortes, Deus me permitiu governar o Piauí, onde instalei 27 fábricas de castanha. A maior, uma multinacional: Europa. Senador Heráclito, foram demitidos 300 funcionários. Esse é o Governo do PT. Quem trabalha está perseguido. Agora a mentira...Não é? O Duda Mendonça “Goebbels” - É do Hitler.

Fechada a Europa. Heráclito, que orgulho nós tínhamos na Europa, nos Estados Unidos, uma fábrica de castanha do Piauí. O nosso companheiro Gil Borges... A fábrica está se... Essa é a realidade.

O mel está embargado. A apicultura. O mel. O doce mel - e esse Governo é de fel. Embarga aí. Eles não sabem nada. É uma ignorância! Embarga, embarga. Em vez de colocar os técnicos para tirar o problema, não tem mais o nosso doce mel na Europa.

Heráclito, seu sogro, que está lá perto de Londres, não vai mais comprar o mel do Piauí que está embargado.

A soja! A soja. Estão aqui os depoimentos. A soja. Eu vou dar só um aqui. Está aqui o jornal: “Dólar fraco reduz a expansão de soja no Piauí e no Maranhão”. Uma reportagem diz que reduziu... a soja.

O Piauí tem onze milhões de hectares de cerrado. É a última fronteira agrícola. Três milhões banhados pelo Rio Parnaíba, com água muita.

Senador Heráclito, V. Exª sabe que nós trouxemos muitos gaúchos. Santa Catarina, povo de cultura, de agricultura; europeus, cujos netos não tinham mais terra e foram para o Piauí; só num dia entraram 300 famílias para plantar soja. Só num dia. E diminuiu.

Senador Tião Viana, lamento dizer o seguinte. Pela estimativa de Valério - é um criador - o rendimento deve cair para 40 a 45 sacas de soja, contra 65. Quer dizer, no ano anterior quatro hectares era 65 sacas, agora só dá 40.

Outro gaúcho, de Cruz Alta, já reduziu sua área de soja em 400 hectares, para 1.100 hectares.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Me permite um aparte, Senador?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Quer dizer, outro gaúcho que foi lá... Só a conta de Rosa que entrou no meu Governo eram 300 famílias. Ele diminuiu - está aqui o gaúcho dizendo. Mas vai já.

Ele podia... Bortolozzo, amigo do Heráclito - o Bortolozo, eu o apelidava de ministro da soja, pioneiro da soja, é lá, paulista, Uruçuí, plantou 2.500 hectares. Bortolozzo diz que a sua intenção é crescer 500 hectares por ano, mas reconhece que o ritmo do avanço na região deve sofrer uma “brecada”.

Quer dizer, todos produtores. É tudo mentira o que estão dizendo. Agora, atentai bem, Arthur Virgílio, essa aqui é boa. É um depoimento do PT, um depoimento do PT: “O descontentamento com o Governo Lula está estampado nos pára-brisas dos carros nas regiões de produção do Piauí e do Maranhão, onde se pode ver adesivos com inscrições como “Lula, a pior praga da agricultura” ou “Lula, a nova praga da agricultura”.

Um desses adesivos, Senador Heráclito Fortes, está na caminhonete do produtor de Nova Santa Rosa, na região de Uruçuí, o gaúcho José Elói Schaefer. Trata-se de um caso emblemático, já que Schaefer foi secretário de agricultura de uma gestão petista na cidade de Santo Cristo, Rio Grande do Sul, entre 1993 e 1999, ano em que o produtor migrou para o Piauí.

É o seguinte: Enquanto dirige por uma estrada de terra no meio do cerrado piauiense, que leva de Nova Santa Rosa a Uruçuí, o pedetista - brizolista - acusa o Governo da “falta de capacidade administrativa” e não poupa nada do Governo. Diz: “Não está fazendo nada”.

E mais, não é só a soja... A Ipecea... Chegou o Senador Alberto Silva.... A Ipecea, no Governo de V. Exª se sucedeu. Problema sempre houve. Eu governei. Muitos governaram. Nunca fechou. Fechou em Luiz Correia, lá onde o Lula sujou a praia.

Fechou. Aquilo é uma ignomínia. O maior empregador era a Prefeitura, o segundo era essa. Passou por... e preso. Problema da energia... Sem sensibilidade e incapaz de negociar. Bastava diminuir uns mensalões que tem por aí e negociar. Paul Matei, um francês, a instalou.

Então, esse é o retrato.

Com o aparte o Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Para agradecer a V. Exª e pedir-lhe que transmita a esse ilustre coronel da Polícia Militar meus agradecimentos sinceros pela opinião positiva que faz a respeito da minha vida pública. E agradecer a lealdade, a generosidade que V. Exª sempre dirige a este seu companheiro de Oposição e a este seu admirador aqui do Senado Federal. Muito obrigado.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Não, não... eu transmiti e vou lhe entregar o cartão do Coronel Campelo, aposentado... Disse que o maior prazer era votar em Arthur Virgílio para Presidente

            Essa é a realidade. No mais, tudo é mentira. O aeroporto é a maior - que registrem as taquígrafas - mentira e canalhice da história do Brasil. As taquigrafas, botem o nome: CA-NA-LHI-CE. Olha, eu era menino: é preciso entender a história! Lá na minha cidade, Senador Efraim Morais, atentai bem - e olhe ali tudo aplaudindo, são piauienses -, Efraim Morais, nos anos da década de 40 houve a seca no Ceará - e a nossa região tem muitos rios. O rio Parnaíba, antes de se lançar no mar, não é como o seu Amazonas, Senador Arthur Virgílio, uno e único. Ele se abre, lembrando a letra grega “delta”. Ele é mais ou menos, ô Senador Efraim Morais... Ele se abre em cinco rios, lembrando uma mão - nós não sabemos grego, delta, letra. É uma “mão”, e com certeza santa porque forma 78 ilhas.

Então, em 1940, com a seca, alguns cearenses foram para Parnaíba. Atentai bem para este fato histórico. Aí, dois jovens estavam acompanhando a estrada de ferro para ver o mar - nunca tinham visto - passaram pelo aeroporto. Naquele instante, pousava, em 1940, um avião - e o Lula disse que foi inaugurar. Aqueles jovens ficaram extasiados, ô Senador Efraim Morais, pois nunca tinham visto um pássaro de ferro pousando. E vinha um trem que seguia para a cidade praiana de Parnaíba. O maquinista diminuiu a velocidade para 20 quilômetros, dez quilômetros, apitando. Ele diminuiu até cinco quilômetros, entendendo que aqueles pedestres jovens iriam sair. Não! Foram esmagados. Hoje, há um mito de que eles fazem milagre. É o Cemitério de Dois Irmãos. Então, os túmulos têm essas prendas religiosas. Isso foi em 1940.

No ano de 1974, o Ministro João Paulo Reis Velloso levou aquele aeroporto, como dezenas há, é igual ao de Teresina, igual a dezenas que a revolução fez. Eu, estudando no Rio - não sei se o Senador Heráclito Fortes pegou-o - mas peguei muito avião para o Rio de Janeiro. Aí conheci as capitais. Em Fortaleza, a gente saltava, tomava um cafezinho e dizia que conhecia a cidade. Havia Natal, João Pessoa, Recife, Aracaju e Salvador, que era a última. E chegávamos no Rio de Janeiro. De Salvador eram quatro horas no Avião Douglas. Havia a Cruzeiro, a Pan Air, ouvia-se até uma Paraense Transporte Aéreo - PTA, que diziam ser a sigla de “Prepara Tua Alma”, porque, de vez em quando, caía.

Mas existia avião. Agora, é a mentira, o descaramento. A única vez na vida em que não há um vôo, uma linha nacional, é neste governo parado, mentiroso e desgraçado do PT!

Aprendi com o maior líder do meu Piauí, de Petrônio Portella, Senador Heráclito Fortes, e passo a V. Exª, que merece, ele sempre trazia muitos ensinamentos. A frase que Petrônio Portella mais dizia, Senador Arthur Virgílio, era: “Não agrida os fatos”. O fato, atentai bem, Senador Antonio Carlos Magalhães, é que ele chegou, havia canhões, a ditadura, e ele, então, repetia sua frase. Hoje, o fato é que o Brasil está dividido: de um lado, o que quer o PT, o que quer o Lula, e, do outro lado, nós, que não queremos.

Eu me orgulho de ser o piauiense que aqui disse: há três coisas que a gente só faz uma vez na vida: nascer, morrer e votar no PT. Salve a democracia, que é do povo e que oferece a alternância do poder pelo Brasil.

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