Discurso durante a 55ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Pesar pelo falecimento do Professor Marcilio Flávio Rangel de Farias, no Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Pesar pelo falecimento do Professor Marcilio Flávio Rangel de Farias, no Estado do Piauí.
Aparteantes
Marco Maciel.
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2006 - Página 15880
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, PROFESSOR, DIRETOR, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ESTADO DO PIAUI (PI), ELOGIO, VIDA PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, EDUCAÇÃO, MENOR ABANDONADO.
  • CRITICA, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), FAVORECIMENTO, BANCOS, COMENTARIO, DADOS, LUCRO, BANCO PARTICULAR, TRIMESTRE.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Senador João Alberto Souza, que preside esta sessão, Senadoras e Senadores, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo Sistema de Comunicação do Senado Federal, minhas primeiras palavras são de pesar. Apresentei um requerimento ao Senado Federal pedindo voto de pesar pelo falecimento do professor Marcílio Flávio Rangel de Farias, apresentando condolências à família.

Senadoras e Senadores, o Piauí hoje chora.

Senador João Alberto Souza, atentai bem: senador, banqueiro, empresário, artista, fazendeiro, astronauta... Só um profissional conseguiu, Senador Marco Maciel, V. Exª que foi Presidente, só uma profissão, ser chamada de “mestre”, igual a Cristo: a de professor. E se a humanidade comparou os professores com Cristo, este para quem pedimos voto de pesar foi um dos que enriqueceu a classe de professores.

Senador João Alberto, desde as 2 horas da madrugada, Teresina vive um momento de tristeza ímpar. Foram poucos os piauienses que causaram tanto choro e tanto pesar com a sua morte, como este professor; um educador.

Senador Marco Maciel, Marcílio Flávio Rangel era paraibano, mas radicou-se no Piauí. Atentai bem, João Alberto: o melhor estabelecimento educacional de Teresina é o que ele dirigiu. O Instituto Dom Barreto, sem dúvida nenhuma, é o ícone da educação no Piauí.

Às 2 horas da manhã de hoje, o Piauí perdeu a maior expressão no campo educacional; não só o meu Estado, mas o Brasil: Professor Marcílio Flávio Rangel Farias, que, repito, foi diretor do Instituto Dom Barreto. Primeiro lugar em todos os concursos educacionais do nosso Estado com referência a educação, o Instituto Dom Barreto tem mandado para fora do Estado seus competentes alunos, que logram aprovação nas mais importantes universidades do País, sempre com distinção. Isso graças ao nível de orientação educacional implantado no Instituto Dom Barreto pelo nobre e saudoso professor.

O Piauí perde a sua maior referência em educação. O professor, recentemente, tinha sofrido intervenções cirúrgicas no coração, além de outras enfermidades, mas, do seu gabinete, comandava a mais importante instituição de ensino do Piauí, o Instituto Dom Barreto.

A perda do professor Marcílio será sentida profundamente por professores e alunos daquela importante instituição de ensino. O fato de o Instituo sempre ter se destacado nos concursos do Enem gerou uma marca de respeito, reconhecimento e tradição.

O importante, João Alberto, é saber por que estamos aqui: porque ele é um exemplo. O Piauí colocou Evandro Lins e Silva ao lado do Rui Barbosa, exemplos na área do Direito; João Paulo Reis Velloso, Professor Cristovam Buarque, fez o I e o II PNDs (Plano Nacional de Desenvolvimento). Por 20 anos, foi a luz e o farol do período revolucionário sem nenhuma imoralidade, sem nenhuma corrupção, caráter de homem do Piauí. Carlos Castello Branco, o jornalista, símbolo deste País, foi o porta-voz dos anseios de liberdade no período da ditadura.

Por que, Cristovam Buarque, o diretor do Instituto Dom Barreto pode ser chamado mestre? Porque, além da instituição privada, particular, ele tinha algumas filantrópicas, onde acolhia os meninos de rua; daí o choro, o clamor, de Teresina. Ele dirigia a maior instituição educacional, que era modelo para o Brasil e para Teresina, onde estudavam os ricos, para ganhar dinheiro, e, paralelamente, recrutava os meninos de rua, os meninos que não tinham futuro, e os educava.

Professor Cristovam Buarque, quis Deus que estivesse aqui V. Exª, que é o símbolo da educação, a esperança deste País. Professor Marcílio, um ícone da Educação, comandou a sua instituição privada, exemplar, moderna, rica; paralelamente, manteve, ao longo dos anos, na zona norte de Teresina, uma instituição filantrópica, com o mesmo carinho, com a mesma dedicação, com o mesmo índice de aproveitamento, voltada para o atendimento de menores carentes de 0 a 17 anos. Fundou também a Escola Popular Madre Maria Villac e a Escolinha Popular São Francisco de Assis, dedicada à alfabetização e à pós-alfabetização de crianças e adultos carentes da zona leste de Teresina.

É esse o motivo do pranto. Sem dúvida nenhuma, ele será embalsamado e não será enterrado hoje, porque muitos são os seus ex-alunos, principalmente os pobres, que querem prestar-lhe a última homenagem.

Essa, João Alberto, é a homenagem do Senado a um dos nordestinos - paraibano - que plantou a semente do saber, a semente da igualdade, a semente da fraternidade e é, hoje, o exemplo maior da educação neste País.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE. Com revisão do orador.) - Nobre Senador Mão Santa, desejo, em breve intervenção, cumprimentar V. Exª por trazer o debate da educação ao Senado mais uma vez e, por outro lado, homenagear figura tão expressiva da vida política, social e, sobretudo, cultural do seu Estado. Solidarizo-me, portanto, com a manifestação que V. Exª faz a respeito do pranteado mestre, Professor Marcílio Rangel de Farias, Diretor-Geral do Instituto Dom Barreto, que acaba de falecer.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Incorporo as palavras do Senador Marco Maciel, que tão bem representa a cultura brasileira e o espírito cristão.

Que as minhas últimas palavras cheguem aos céus e a Deus, para receber aquele que, sem dúvida nenhuma, nos dias em que viveu no Piauí, foi digno de ser chamado de mestre, igual a Cristo.

Agora eu pediria um tempo, pois nosso distinto foi para o céu.

Senador Cristovam Buarque, e o Brasil? V. Exª saiu do PT, Partido dos Trabalhadores, ungido e inspirado por Deus.

Senador João Alberto Souza, eu já disse que na nova legislação vamos propor um dispositivo sobre nome de partido. Acho que o PT é o partido dos banqueiros. Quem trabalha neste País é humilhado, é perseguido. As brasileiras e os brasileiros pagam 76 impostos. Dos salários recebidos nos doze meses de cada ano, cinco são sugados pelo Governo do PT e um vai para pagar juros.

Esse é o Presidente Lula, cujo Deus - o livro de Deus diz que não se pode servir a dois senhores, a Deus e ao diabo - é o dinheiro, são os banqueiros. Os bancos continuam a bater recorde de lucros.

Atentai bem, Senador João Alberto Souza! Mais uma vez venho à tribuna para anunciar novos recordes. Gostaria de anunciar recordes da safra agrícola, recorde da redução do custo de vida, recorde do poder de compra da classe trabalhadora; recorde do crescimento econômico; recorde da diminuição da mortalidade infantil, da longevidade. Infelizmente, só existe recorde do lucro dos bancos, João Alberto, o que seria absolutamente impensável num Governo de trabalhadores. Quem lucra é o banco. Professor Cristovam Buarque, desta vez é o Bradesco, Bradesco! Seu lucro no primeiro trimestre... Atentai bem, um quadro vale por dez mil palavras. E o Lula: “Eu não sei, eu não sei...” Pois saiba ao menos isso, Lula. Estou trazendo destrinchado. Sei que Vossa Excelência não gosta de ler, não gosta de estudar. Mas estou trazendo um dado: seu lucro do primeiro trimestre de 2006 alcançou a extraordinária cifra de 1,53 bilhões. Esse é o maior lucro obtido no trimestre por um banco brasileiro na história do sistema financeiro. Então isso é partido dos banqueiros. São 500 bilhões de lucro por mês, Jefferson Péres, 500 milhões! O partido dos banqueiros. Para efeito de comparação, Jefferson, atentai bem: é bom lembrar que o Brasil investiu no ano passado, em saneamento básico - saneamento básico: água e esgoto -, menos de 250 milhões. Em resumo: o Governo Federal - Ô Lula, é simples! Pelo menos, ouça; se não quer ler, não quer estudar, dança, saia da esteira, faça menos besteira, e atentai bem para este quadro! Só um quadro vale por dez mil palavras: o Governo Federal está gastando em saneamento básico, por ano, o que o Bradesco lucra em duas semanas. Isso é falta de vergonha, é descaramento! É um convite ao povo brasileiro para invadir esses bancos ou então dizer: “Lula, te manca!” Atentai bem! O Bradesco, em duas semanas - porque temos sábado e domingo, que as separam -, em 15 dias, lucra o que o País, o Governo da União, que cobra seis meses do trabalho do brasileiro, investe em saneamento em 5.560 cidades. Senador João Alberto, está claro? Duas semanas do lucro do Bradesco foi o que o Lulinha gastou em saneamento. Ele não sabe de nada! Ô Jefferson, gastou isso em um ano de saneamento, em 5.566 Municípios, 180 milhões de habitantes. E dizer que estamos no Governo dos trabalhadores!? Imagino como seria se fosse no Governo dos capitalistas!

João Alberto, a democracia foi o povo fugindo dos reis, que eram muito melhores do que este reinado do PT, de corrupção; decepcionado, o povo foi às ruas e gritou: “Liberdade, igualdade, fraternidade!” E nasceu o governo do povo, pelo povo e para o povo: a democracia. O que ela nos oferece? Alternância no poder, para modificar esta situação pecaminosa.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2006 - Página 15880