Discurso durante a 58ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração da abolição da Escravatura, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração da abolição da Escravatura, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888.
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2006 - Página 16291
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, ABOLIÇÃO, ESCRAVATURA, PERIODO, IMPERIO, COMENTARIO, DIVERSIDADE, FATO, HISTORIA, BRASIL, CRITICA, DEMORA, LIBERAÇÃO, ESCRAVO, PAIS, ANALISE, EVOLUÇÃO, LEGISLAÇÃO, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO RACIAL, NECESSIDADE, EMANCIPAÇÃO, POPULAÇÃO, SITUAÇÃO, POBREZA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Cristovam Buarque, professor que preside a sessão, magnífico reitor; Senador Paulo Paim, que tão bem representa todas as cores do Brasil, da bandeira; Srªs e Srs. Senadores; brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

            Professor Cristovam Buarque, para onde vamos levamos a nossa formação profissional. Nós médicos, cirurgiões, damos muito valor à causa, à origem das coisas, o que chamamos de etiologia. Professor Cristovam Buarque, um dos sábios, que eram chamados filósofos, disse que o homem é um animal político, e ninguém contestou essa verdade. O homem é um animal sociável, um animal político, e esse animal buscou formas de Governo. E o Brasil dependeu desses fatos.

Atentai bem! Professor Cristovam Buarque, nós fomos descobertos pelo povo português, de méritos imensuráveis na navegação. Houve até um acordo desses que se fazem, denominado Tratado de Tordesilhas, determinando que a metade do mundo era da Espanha e a outra metade era de Portugal. Mas a cultura deles é essa! E vou recordar um quadro que vale por dez mil palavras. Os portugueses vieram e tinham que ter uma forma de Governo aqui. A que o mundo aceitava era a dos reis, o absolutismo. O rei era Deus na terra; Deus seria um rei. Mas o rei não queria colocar outro. Então, ele resolveu dividir esta terra grande em quinze capitanias hereditárias.

Professor Cristovam, acho que a capitania hereditária foi a primeira privatização deste País. “Brasilzão”, Portugal... Gastar para quê? Vamos ficar com a Coroa, com a Corte. Essa era a filosofia do L’État c’est moi. Era bom para quem estava no Palácio. Para que investir neste quintal gigante? Não, vamos privatizar.

Lotearam em quinze quintais e quem tivesse dinheiro que viesse. Não buscaram virtudes, não. Veio gente boa, mas veio muita gente ruim! Nobres, ricos - condenados até - vieram para o Brasil e trouxeram sua riqueza. Assim, nós surgimos.

E eles não vieram da Corte, Paim, para suar, para plantar cana, para criar pecuária, para entrar nos buracos das minas em busca de ouro e prata, não. Eles vieram para ficar no bem-bom mesmo!

Um fato traduz isso - um quadro vale por dez mil palavras. Os dois maiores brasileiros do século XIX, sem dúvida, foram o político Pedro II e o extraordinário homem Mauá. Pedro II, 49 anos, teve muitos méritos e estudo. E Mauá é do Rio Grande do Sul, Paim - uma homenagem a esse bravo povo que V. Exª representa com muita grandeza.

Pedro Simon, Pedro Simon, V. Exª é o meu líder do PMDB. Mas, se o Paim estivesse no PMDB, eu ficaria balançando, em dúvida sobre qual eu iria seguir porque o Paim é um gaúcho de bem, do trabalho. Fico, graças a Deus, com os dois.

Mauá era gaúcho. Com nove anos, órfão, a mãe arrumou um noivo que queria ficar só com ela, não queria os filhos. Ele arrumou uma tia lá e foi trabalhar no Rio de Janeiro com nove anos. Mas Mauá era um empreendedor e fez tudo. Atentai bem! Ô, Cristovam, hoje há a moleza da Internet, do telefone, coisas que o sujeito nem sabe. Mas, naquele tempo, ele tinha empresa em Manaus, no Rio Grande do Sul, no Uruguai, na Inglaterra. Como administrar isso? Só o gênio dos homens do Rio Grande do Sul. Mas Mauá o era. Isto tudo foi Mauá: esse negócio de banco, esse negócio de ferrovia. E ele saiu do comércio para entrar no ciclo industrial, inspirado pela Inglaterra. Professor Cristovam Buarque, ele fez a primeira estrada de ferro. Essa cena reflete.

Ele era um idealista, como todos os gaúchos aqui. Que representação! Do gaúcho é essa a imagem que temos. Na década de 60 estudei com muitos gaúchos. Aliás, meus maiores colegas de estudo de Medicina eram o Jaime Pieta, que está em Porto Alegre, e Léo Gomes, do Rio Grande do Sul.

Atentai bem para a inovação: para a primeira construção da estrada de ferro de Petrópolis, pelo governante Pedro II, ele confeccionou um carro-de-mão. Hoje temos a mania de lançar pedra fundamental. Aliás, nem existe pedra mais; é só mentira o que passam por aí, palavras mentirosas e não pedra fundamental. Naquele tempo havia essa tradição. Quando foram lançar a estrada, ele fez um carro de mão da melhor madeira. D. Pedro II estava no palanque, na Corte. E o gaúcho convida - Senador Pedro Simon, todos são grandes, V. Exª e Pedro II - o Imperador a iniciar a obra carregando o carro de mão. Olha, aquilo foi uma ofensa. Um português, um imperador trabalhar? E a rixa dos dois é longa; daria outra solenidade. Um, com um grande valor na política, nas instituições, manteve a unidade do Brasil; o outro teve seu valor no desenvolvimento industrial, comercial, etc.

Pedro II julgou aquilo uma ofensa. Um português, filho de português... Negócio de carregar, trabalhar, suor?

Então, foram esses que vieram.

Quanto aos índios - aí havia uma dependência cristã - um Papa disse lá - Pedro Simon é que sabe tudo da Igreja - que o índio não é nenhum animal selvagem; é gente e não pode ser escravo.

Com aqueles jesuítas a preservar os índios - e os portugueses até concordaram, porque eles gostavam mesmo era das indiazinhas - o caminho era buscar, eles que dominavam o mundo da navegação, na África, na Ilha dos Açores, Cabo Verde e tal. Já plantavam cana, e a mão-de-obra barata era o negro. Lá na África, onde eles dominavam, na costa, eles já faziam isso, então, de lá já traziam. E trouxeram. E é uma vergonha. Este País tem muitas vergonhas. Nós é que estamos anestesiados com a maior vergonha que vivemos: a corrupção, a falta de vergonha.

Atentai bem, Senador Pedro Simon! Eu gosto muito do Livro de Deus, porque eu acho que é a mais importante Constituição. Senador Pedro Simon, quando vejo dizerem 167... É um absurdo! Isso é epidemia em Medicina; epidemia de corrupção, epidemia de ladroeira, epidemia de sem-vergonhice. Isso em Medicina é epidemia. Mas vamos botar 10%. Aí eu me lembro do Livro de Deus, Senador Cristovam Buarque, que diz: “A quem muito é dado muito é cobrado”. Então, uns pilantras desses, uns picaretas do Congresso... Temos que cobrar muito deles.

Mas aí está nossa História. E foi vergonhoso isso. Foi vergonhoso, porque todos os países libertaram seus escravos antes. E vamos a um fato: todo mundo vai ali a Pernambuco, a Porto de Galinhas. Senador Pedro Simon, V. Exª sabe o que significa Porto de Galinhas? É a nossa História... V. Exª já foi lá? Sabe por que esse nome? Porque ali os ingleses se industrializaram, viram que a recompensa do trabalho é o salário - mesmo explorando - e foram os primeiros a deflagrar a vergonha do navio negreiro, tão bem descrito por Castro Alves. Eles se agigantaram - a rainha do mar era a Inglaterra, dizem os professores de História - e bloquearam, mas vinham.

Se estão fazendo contrabando de ambulância aqui no Congresso!... Então, sabem o que era Porto de Galinhas? Houve tratados internacionais feitos pela Inglaterra, proibindo o tráfico, que os países colonizados pela Espanha também assinaram. Mas, Senador Pedro Simon, continuava no Brasil. Foi aprovada uma lei no Senado, em 1950, impedindo o tráfico, mas havia o contrabando. Então, não se podia dizer que vinham negros, mas eles vinham, para os donatários, os latifundiários, os exploradores, os corruptos, os avós desses que estão aqui no Congresso traficando ambulâncias. Como eles não podiam dizer a realidade, diziam que vinham galinhas, um navio com galinhas. Mas não era galinha, eram escravos, na noite, camuflados, de contrabando.

            Quando Dom João VI viu o negócio, ele disse: Filho, antes que algum aventureiro coloque a coroa na cabeça, coloque-a logo. Já havia um aventureiro, Senador Pedro Simon, que era Simon Bolívar, que estava na Espanha, libertando todo mundo e querendo tirar os reis do poder. Devemos esse ideal ao Rio Grande Sul; não houve gesto mais bonito.

            Este é o país da vergonha. A história são os poderosos que fazem. Veja os livros de história feitos pela ditadura, feito pelo DIP de Vargas. Mas depois vem a verdade. Vejam hoje a história de todos os jornais, de toda mídia: corrupção é normal. É como o oxigênio, tem que ter. Mas, Pedro Simon, vem a história verdadeira, e aí a mais bonita é a do Rio Grande do Sul. Os gaúchos, durante dez anos, mantiveram um ideal para fazer a República atender àquele grito de liberdade, igualdade e fraternidade bradado pelo povo, insatisfeito, nas ruas. Todos os reis caíram, o que só aconteceu aqui cem anos depois.

Estou triste, Pedro Simon. Lula, os mandamentos da lei de Deus foram dados a Moisés, estão no Velho Testamento e são de antes de Cristo. Um deles é “não roubarás”. Lula são dez os mandamentos, mas obedeça pelo menos a esse. Então este será um grande País.

            Pedro Simon e vocês fizeram aquela guerra, mas era pela República e para libertar os negros. Pela causa lutou bravamente Bento Gonçalves. Diz a história, que é o governo que escreve, que Duque de Caxias, que foi Senador, enganou o povo gaúcho. Os lanceiros negros, que mantiveram aquela luta e que deram o maior exemplo de dignidade e grandeza neste País, foram trucidados pelo exército de Caxias e do Imperador. Mas eles não abandonaram seu ideal. Devemos isso a eles.

Na seqüência, veio a Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários... Pedro Simon, o Piauí tinha que estar aí, porque a Lei dos Sexagenários é conhecida como Lei Saraiva. Saraiva é baiano, mas criou Teresina, a primeira capital planejada deste País, que eu represento. Nosso povo, como o povo gaúcho, teve coragem e, em uma batalha sangrenta, expulsou os portugueses, em Campo Maior, em 13 de março. A história é assim.

Esta sessão de hoje para mim é a mais importante, Paim. Um homem com convicção vale por dez, por cem, e quero dizer que há uma admiração, neste País, atrasada, pois os homens da raça negra é que fazem a nossa grandeza.

Paim, se houvesse um concurso aqui para eleger os Senadores de maiores virtudes, V. Exª ganharia o primeiro lugar.

Tenho admiração pelos que fazem o Brasil. Está aí o nosso suplente, Eurípedes Camargo. Eu já vi muito suplente aqui. O Eurípedes passou uns meses aqui, e aí aquele diabo do telefone - é por isso que eu não uso - soou, e Cristovam Buarque deixou o Ministério da Educação. Padre Antonio Vieira: “um bem nunca vem só”. É isso: uma desgraça não vem só. Cristovam saiu do Ministério da Educação - isso foi uma hecatombe, um tsunami para o Brasil -, e perdemos o Eurípedes. Eu já vi muito suplente passar aqui, mas todos nós choramos no jantar de despedida desse suplente. Eu digo isso...

Eu tenho um amigo moreno, o Senador Alberto Silva o conhece, foi ferroviário. Seu nome é Paulo Evangelista, Presidente do PL. Na semana passada, eu fui, doente, ao seu aniversário de 80 anos. É o meu maior amigo. Eu o fiz vereador, presidente da Câmara. Dele guardo um ensinamento: amigo não bota outro em dificuldades. Eu conheço muita gente, mas nunca me afastei desse ensinamento.

E mais, numa das mais belas festas a que já fui, essa dos seus 80 anos, vi uma família linda. Eu estava doente e fui à festa. Aí a filha dele disse: o meu pai nos ensinou o valor do trabalho, a força da dignidade e a riqueza da honestidade.

Senador Paim, eu me formei em 1966. Conheci muitos médicos. Conheci Christian Barnard, que poucos conhecem. Eu tive o privilégio. Deus foi bom para mim. Conheci Zerbini, Jatene, Mariano de Andrade. Estive, no Rio, com Christian Barnard, que fez o primeiro transplante de coração, na África do Sul, em 1967. Conheci muitos médicos, mas quero lhe dizer que o melhor médico que eu conheci foi um moreno da minha cidade: Mariano Lucas de Sousa. Foi o melhor de todos que eu conheci em virtudes. Tomava conta de um leprosário naquele tempo, quando se temia a lepra. Até a Bíblia nos atemoriza quando trata da lepra.

Temos de aqui lamentar esses três séculos que este País... Mas eu acho que hoje todos nós reconhecemos.

Professor Cristovam Buarque, V. Exª é um grande professor, e tive muitos. Eu tive muitos cursos, a minha família podia, e eu tive o mérito de aproveitar a oportunidade. Foram muitos professores. Sou cirurgião especializado, muitos cursos, muitos professores. Aprendi o “abc” no colo de minha mãe, mas o melhor professor era moreno, parecia o Paim: professor José Rodrigues e Silva.

Simon, atentai bem, conheço essa República muito. Foi longo e sinuoso o caminho para chegar até aqui, como todos, acreditando em Deus, no estudo, no trabalho e no amor.

Vou contar um quadro. No Piauí, há a melhor gente deste Brasil, medalha de ouro; aos gaúchos dou a de prata. Atentai bem: Ministro João Paulo dos Reis Velloso, parnaibano. Ele era como Mauá, de origem humilde, filho de carteiro e costureira, Ministro.

Brasil, aprenda. PT, aprenda com o Piauí. Quinze, vinte anos, o Pedro Simon o conhece. João Paulo Reis Veloso foi a luz, o farol que iluminou o progresso da revolução. Fez o primeiro PND, Plano Nacional de Desenvolvimento; o segundo PND. Agora, ninguém tem plano de nada, ninguém sabe o que vem amanhã. Não temos planejamento.

Mas deu exemplo, Pedro Simon. Está aí. Iguala-se a V. Exª, Pedro Simon: 20 anos de mando, nenhuma indignidade, nenhuma imoralidade, nenhuma corrupção. Mas ele chegou, e a cidade o recebia. Tanta gente só quando Nossa Senhora de Fátima chegou, Paulo Paim. Eu era Deputado Estadual; Governador, o ex-Senador Lucídio Portela, homem austero, irmão de Petrônio. Ele é da minha cidade e abriu a fábrica de meu avô, com nove anos de idade, como Mauá. Eu, do meu jeito; o Lucídio. O horóscopo não ia bem com João Paulo dos Reis Velloso, negócio de Partido. Eu, ali, daquele meu jeito, amenizando, e a cidade toda buscando esse Ministro. De repente, para ver a ponte que nos une ao Maranhão, Carreiro, do Jandira.

Às 10h - penso que pediram carros emprestados do Maranhão e Ceará, pois nunca vi tantos -, de repente, ele disse: “Mão Santa, pára, pára, pára”. O cortejo, a ponte, a obra da inauguração. “Pára, pára, pára”. Ele reconheceu a casa do Professor José Rodrigues, que foi meu e que parecia com Paulo Paim. Eu, Prefeito, coloquei um centro educacional, uma praça, com a mulher dele e tudo. Então, o Ministro, o maior Ministro da história do planejamento parou, aí eu saltei, e ficou aquele cortejo de carros... Ele saltou, entrou, já velhinho. Era a casa do Professor José Rodrigues. Era o mestre, o mestre. Não se chama de mestre Senador, empresário, rico, Presidente, mas professor. E ele foi conversar, sol a pino, recordar e agradecer. Então, nós reconhecemos.

Mas eu não podia, eu tenho de aprender com o Cristovam que, com essa escravatura, já eram superados os homens, os valores e a justiça, mas temos uma de hoje, Pedro, e essa é vergonhosa. O professor deu a dica, ele deu a luz.

Provei que o Bradesco, em 15 dias, ganha R$250 milhões. Foi o que o Governo gastou em 5.600 Municípios, para 180 milhões de brasileiros em saneamento básico. Quinze dias de lucro do Bradesco é o que se gasta em água e esgoto. Então, há uma escravatura.

Flores para esses que estão fazendo o Brasil grande, como o Paim. Flores merecem. Mas há uns em quem temos que jogar ovo, são os que apóiam os banqueiros. É a escravatura da dívida.

Pedro Simon, não há escravatura pior, camuflada, indecente, imoral, que toma conta da mídia - eu sei.

Você compra uma casa - pois este Governo ignominioso, mentiroso, passa o poder para a Caixa Econômica - com uma moeda, com o juro. Você compra por 8 mil, paga 15 anos e continua devendo 200 mil. Isso é que é escravatura, essa é a invisível corrente. É por isso que temos de gritar.

É isto, Simon, que temos que fazer; é isto, Paim, que temos que fazer: vamos libertar o povo brasileiro dessas amarras, dessa corrente, dessa miserável cadeia de lucro bancário, principalmente enganados que fomos por um partido de trabalhador, que esqueceu o que Rui Barbosa disse, a primazia é do trabalho e do trabalhador. Ele vem antes e faz a riqueza, e este Governo se ajoelha, se entrega aos banqueiros. Não se pode servir a dois senhores: a Deus e ao diabo, e eles estão servindo ao dinheiro.

Vamos libertar - para merecermos flores como a Princesa Isabel - o povo da escravidão, dos juros altos e das dívidas. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2006 - Página 16291