Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de acusações dirigidas contra a honra de S.Exa. por revista semanal de circulação nacional.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • Defesa de acusações dirigidas contra a honra de S.Exa. por revista semanal de circulação nacional.
Aparteantes
Almeida Lima, Alvaro Dias, Arthur Virgílio, Augusto Botelho, Cristovam Buarque, César Borges, Eduardo Azeredo, Flexa Ribeiro, Flávio Arns, Garibaldi Alves Filho, Geraldo Mesquita Júnior, Gilberto Mestrinho, Heráclito Fortes, José Agripino, José Jorge, João Tenório, Juvêncio da Fonseca, Leonel Pavan, Lúcia Vânia, Ney Suassuna, Paulo Paim, Rodolpho Tourinho, Romero Jucá, Romeu Tuma, Sibá Machado, Tasso Jereissati, Tião Viana.
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/2006 - Página 16743
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • PROTESTO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), INEXATIDÃO, ACUSAÇÃO, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, CONTRABANDO, URANIO, ESTADO DO AMAPA (AP), CITAÇÃO PESSOAL, SENADOR, ESCUTA TELEFONICA.
  • NEGAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CONTRABANDO, URANIO, ESTADO DO AMAPA (AP), ESCLARECIMENTOS, PEDIDO, FAVORECIMENTO, LICENÇA, SERVIDOR, DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL (DNPM).
  • CRITICA, IMPRENSA, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, SOLICITAÇÃO, RETRATAÇÃO, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • AGRADECIMENTO, SENADOR, SOLIDARIEDADE, ORADOR.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antecedendo as minhas palavras, quero fazer um agradecimento especial ao Senador Antonio Carlos Magalhães pelas palavras de apoio dirigidas a mim.

            Sr. Presidente, todos sabemos da importância dos meios de comunicação social como suporte do Estado Democrático de Direito e por que não dizer da democracia. Contudo, cabe que se façam algumas considerações, tais como: a verdade é a base, o fundamento de toda e qualquer informação levada ao conhecimento da sociedade. Informar a verdade implica um trabalho minucioso e criterioso e de perspicácia, trabalho este que, muitas vezes, determinados jornalistas negligenciam e, por conseguinte, prestam um desserviço à sociedade - e o que é pior - causam prejuízo à imagem de pessoas.

     Sr. Presidente, o tema imagem de pessoas deve ser um tema reflexivo para todos nós que somos homens públicos. O maior patrimônio de um homem público é justamente a sua própria imagem.

     Por isso, cabe aos meios de comunicação e aos seus agentes serem bastante responsáveis quando se referirem à determinada conduta ou procedimento de agentes públicos.

     Não se pode acusar por acusar e muito menos denegrir, de forma gratuita, como muitas vezes, lamentavelmente, ouvimos, lemos ou assistimos.

     Sr. Presidente, a revista IstoÉ desta semana, que traz como capa O Roubo do Urânio Brasileiro, é a de nº 1908, de 17 de maio, traz uma matéria que faz referência maldosa, injuriosa, caluniosa ao meu nome. Aqui vou relatar, porque, logicamente o meu nome não apareceria aqui se o jornalista não tivesse lido em algum lugar a citação do meu nome.

            Em outubro de 2004, recebi um abaixo-assinado dos funcionários do DNPM do Amapá, solicitando que eu intercedesse - eu, então, era do PMDB, Sr. Presidente - junto ao Diretor do DNPM para que houvesse a manutenção do superintendente, Dr. José Guimarães Cavalcanti, no Amapá. Claro que não fiz qualquer gestão junto ao DNPM quanto à manutenção dele como superintendente.

            O Sr. José Cavalcanti, logo depois de substituído, solicitou uma licença-prêmio, que lhe foi concedida. Quando estava terminando, ele solicitou uma licença sem vencimentos para que pudesse se afastar da função de servidor público por dois anos e viesse a servir em uma empresa mineradora. Passaram-se quatro meses e o irmão do José Guimarães Cavalcanti, que é o Dr. Edison Guimarães Cavalcanti, um veterinário muito amigo, que me tem com uma imagem de homem público exemplar, pediu que eu intercedesse junto ao DNPM para solicitar que a licença do Dr. José Guimarães Cavalcanti fosse concedida, ou seja, a licença sem vencimentos.

            Telefonei para o Dr. Miguel Nery, que não conheço pessoalmente - e ainda há pouco acabei de falar pela segunda vez com ele - e solicitei ao Dr. Miguel Nery a possibilidade de liberar um direito do cidadão, do servidor público. E o Dr. Miguel me retornou, alguns minutos depois, informando-me de que esse processo não estava aqui em Brasília, estava ainda no DNPM de Amapá. Mas pediria ao Superintendente que remetesse para cá.

     Uma semana depois, o Dr. Miguel me ligou e disse: Senador Papaléo Paes, tenha a certeza de que vamos atender ao pedido que V. Exª nos solicitou. E me disse verbalmente que teria liberado o servidor.

     Acontece que está havendo uma investigação da Polícia Federal sobre essa questão de exploração de urânio, de contrabando de urânio, no Estado do Amapá, na Região Norte. Nesta condição, fizeram gravações de telefonemas - e quero logo antecipar que não tenho nenhum telefonema gravado, pois não teria por que ter alguma ligação com qualquer pessoa sobre esse assunto. Porém, há um telefonema do Sr. José Guimarães Cavalcanti, pessoa por quem me responsabilizei para pedir a licença, com um que a revista chama de Edison, que é o irmão dele, Edson Guimarães Cavalcanti, falando que a licença tinha sido dada verbalmente, mas que faltava publicar o ato da licença - mas aí não diz o ato da licença. Logo em seguida, o próprio cidadão que me requereu o procedimento diz assim para o irmão: “Mas fica tranqüilo, o caminho do Dr. Papaléo foi exatamente os orixás que abriram para solucionar o meu problema [ou seja, o problema dele da licença], porque o José Nílton quer que eu trabalhe diretamente com ele.”

            Então, ele iria ter uma licença para trabalhar numa empresa de mineração que eu não sabia qual era. O que é que a revista interpreta? Ela diz assim: “Surge o diálogo telefônico do Procurador José Cardoso, que interceptou conversa entre José Guimarães e Edson, que são irmãos, funcionários de carreira do DNPM. Eles citam o Senador Papaléo Paes, PSDB, Amapá, para resolver questões burocráticas das empresas da quadrilha em Brasília.”

            Então, realmente isso é o cúmulo. Como digo sempre para os meus amigos, estou tranqüilo porque não tenho nada a ver com isso. Porém, estou indignado por ver que essa onda de denuncismo torna a imprensa, muitas vezes, responsável por acabar, deteriorar a imagem do cidadão, às vezes, de maneira irrecuperável.

            Telefonei para o repórter que assina Rodrigo Rangel e questionei a reportagem, contando o que era e o que ele interpretava como processo. E esse processo, que ele interpretou como de liberação de terras para exploração mineral, não era esse, e sim o processo de liberação de um cidadão que pleiteava dois anos de licença sem vencimentos.

Ele realmente tentou se justificar, dizendo que eu escrevesse uma carta à revista, pois eles iriam se retratar.

Eu não conheço esse cidadão Rodrigo Rangel. Não quero fazer juízo de valor a respeito dele; não conheço o seu caráter, a sua personalidade e as suas origens. Por isso, não vou fazer qualquer juízo de valor. Mas quero dizer à revista Veja que ela publicou uma reportagem na qual o repórter Rodrigo Rangel demonstrou falta de seriedade e de responsabilidade, descompromisso com a opinião pública, e merece, com isso tudo, cair no descrédito. Realmente, ele assina uma reportagem que não diz nada com a realidade referentemente a mim e também a outras situações que não vêm ao caso aqui citar, pois se trata de outras pessoas.

Esses dois cidadãos, tanto o Edson Cavalcanti quanto o José Cavalcanti, são membros de uma família tradicional no Estado do Amapá, do Município de Calçoene. E não temos conhecimento de qualquer fato que desabone a conduta deles. E se houver algo, eu não iria, primeiro, ter que investigar a vida de qualquer um para pedir uma licença sem vencimento, porque acredito que qualquer um dos nossos colegas aqui já fez algum tipo de pleito.

            Sr. Presidente, estou indignado e já tomei algumas providências. Há pouco, o Senador Tião Viana disse-me que posso tê-lo como testemunha, pois ouviu a conversa que tive com o diretor do DNPM, Dr. Miguel Nery, na qual ele me disse: “Isso é lamentável. A única situação que V. Exª conversou comigo - nem nos conhecemos pessoalmente - foi a respeito da liberação da licença não remunerada do nosso servidor, e isso é lamentável. Vou responder imediatamente às perguntas que V. Exª me fez.”

            No sábado, liguei para tentar falar com o diretor da Polícia Federal, Dr. Paulo Lacerda. Fui muito bem atendido por um delegado de plantão, que, depois de algum tempo, me respondeu o seguinte: “Senador, estou ouvindo o seu desabafo, mas não consta nada, absolutamente nada, contra o senhor neste processo. Tem a citação do seu nome, de um cidadão para o outro, que faz parte do processo, mas quero dizer que a interpretação que a revista deu é de responsabilidade da própria revista.”

            Há pouco, conversei com o Dr. Paulo Lacerda, a quem fiz uma petição, solicitando algumas informações, e ele também me respondeu com muita gentileza e atenção, dizendo que vai responder os meus pedidos o mais breve possível.

     Quero registrar aqui este verdadeiro crime. Quem vai reparar as acusações que essa revista fez a mim? No Amapá, graças a Deus, as pessoas me conhecem. Elas têm uma avaliação da minha conduta. Vou concorrer ao Governo do Estado, se Deus quiser, pelo PSDB, e recebi solidariedade do meu adversário, ex-Senador Capiberibe, que concorrerá ao mesmo pleito, recebi solidariedade do atual Governador, Waldez Góes, que é meu concorrente de pleito, recebi solidariedade do outro candidato, que é do PTB, Lucas Barreto, recebi solidariedade, ontem, desta tribuna, do Senador José Sarney - e quero agradecer as referências que S. Exª fez a mim. Enfim, no meu Estado, não tenho problema nenhum porque as pessoas me conhecem. Mas, e aqueles que não me conheciam e que passaram a me conhecer por meio de uma reportagem como essa, altamente danosa a qualquer cidadão, principalmente a um cidadão de bem, que é como me considero?

            V. Exªs, meus Pares aqui, me conhecem há três anos e meio e podem fazer uma avaliação da minha conduta no Senado, pelas informações que têm. Mas quero deixar bem claro que sou um cidadão comum como qualquer outro, tenho uma profissão - sou médico -, ingressei na vida política até por um acaso, em 1990; em 1992 fui eleito Prefeito de Macapá por um partido que, na época, estava ainda em crescimento, com a maior votação de primeiro turno que já houve em meu Estado. Queria abandonar a política para continuar me dedicando a vida médica, como sempre me dediquei, mas, em 2002, fui candidato a Senador da República, quando poderia até ter sido candidato a Governador. Mas fui candidato a Senador porque minha mãe estava muito doente, precisava da minha assistência como filho e como médico, e eu não poderia assumir a candidatura a Governador. Mesmo estando afastado da vida pública por seis anos, fui o Senador mais votado em meu Estado, exatamente pelo crédito que as pessoas me dão.

            Indigna-me e entristece-me que tenha agido assim um cidadão que não conheço, mas que, espero, seja de boa índole e que tenha cometido apenas um grave erro. Espero que esse cidadão tenha consciência de novo quando for falar em nome de alguém cuja imagem possa denegrir.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Concedo o aparte ao Senador Arthur Virgílio.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Papaléo Paes, se, no macro, no atacado, sinto imensa honra de, pelo quarto ano consecutivo, ter sido escolhido Líder da Bancada de Senadores do PSDB, no específico, sinto honra igualmente superlativa por contar com V. Exª na Bancada. Ontem, V. Exª já foi aqui, de maneira muito efetiva, defendido pelo Presidente Sarney e, modestamente, por mim. V. Exª procede exatamente como devem proceder os homens de bem. Tantos devem tanto e fogem das explicações. V. Exª não deve nada, nada lhe aponta a consciência de delituoso, e vem com tranqüilidade, com altaneria, mas com firmeza, apresentar suas justificativas e, pura e simplesmente, pulverizar as acusações que não aconteceram. A rigor, no concreto, V. Exª não foi acusado de nada. Portanto, continua a merecer todo o respeito da Casa a que pertence e todo o acatamento da Bancada do seu Partido, o PSDB. V. Exª é um homem público de espírito público - e sou tautológico - que, no dia-a-dia da Casa, no quotidiano das Comissões, nas lutas do plenário, mostra desinteresse pelos assuntos escusos, mostra repulsa por assuntos desonestos e evidencia-se, ao mesmo tempo, um Senador afiado nas disputas que interessam ao povo brasileiro. V. Exª é um grande Senador. O Amapá tem todas as razões para orgulhecer-se da representação que V. Exª faz de seu valoroso povo.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Arthur Virgílio.

            Concedo um aparte ao Senador Eduardo Azeredo.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Papaléo Paes, pude ir ao Amapá para sua filiação ao PSDB - na época eu era Presidente do Partido - e o fiz com muita honra por saber de sua história política como prefeito da capital. V. Exª vem desempenhando o seu mandato com muito mérito e é, agora, o nosso candidato a Governador do Amapá. Ouço suas palavras e entendo perfeitamente o seu sentimento. Quero solidarizar-me com V. Exª na questão de que, lamentavelmente, essa precipitação da imprensa, essa irresponsabilidade, tem-se repetido. Hoje é com V. Exª, ontem foi comigo, amanhã poderá ser com qualquer um de nós. É importante que realmente haja esse posicionamento das pessoas de bem, no sentido de não permitir que o direito da livre imprensa, que é democrático, seja confundido com a má imprensa, que é essa da denúncia irresponsável, que vem tentar manchar nomes da vida pública, como é o de V. Exª. Receba o nosso aplauso e os nossos cumprimentos de solidariedade.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Obrigado, Senador Eduardo Azeredo.

Concedo um aparte ao Senador César Borges.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Senador Papaléo Paes, já tive oportunidade de prestar solidariedade a V. Exª em particular, mas quero fazê-lo em público, pelo reconhecimento que temos aqui do grande Colega e do grande Senador que é V. Exª. Temos notícias, pois é nossa obrigação, sobre a política no Amapá, sabemos da sua correção em todos os cargos que lá exerceu e, agora, V. Exª está novamente se colocando à apreciação do povo de Amapá para exercer o cargo de primeiro mandatário daquele Estado. Então, V. Exª está acima desses tipos de injunções, que devem ter seus interesses inconfessáveis; está acima de tudo isso. Quero aplaudir-lhe e reconhecer o excelente Senador que é V. Exª, um primoroso homem público que representa esse grande Estado do Amapá. Portanto, meus parabéns e solidariedade completa a V. Exª.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador César Borges.

Concedo um aparte ao Senador Rodolpho Tourinho.

O Sr. Rodolpho Tourinho (PFL - BA) - Senador Papaléo Paes, também presto a minha solidariedade a V. Exª. Ninguém que o conhece pode julgar que todas essas inverdades tenham algum fundo de seriedade. Dessa forma, estamos aqui, neste momento, prestando solidariedade a V. Exª, esse grande companheiro que tem sido aqui, no Senado Federal, sempre sério, competente e atuante.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Rodolpho Tourinho.

Ouço o aparte do Senador Flexa Ribeiro.

O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Nobre Senador Papaléo Paes, quero também prestar solidariedade, apesar de não haver necessidade de V. Exª assomar à tribuna para justificar um erro de interpretação da revista, até porque o povo do Estado do Amapá e seus amigos, como eu, que tenho o privilégio de ter amizade com V. Exª há mais de 30 anos, conhecemo-lo muito bem e sabemos da forma honrada e correta como V. Exª conduz seu mandato de Senador. O povo amapaense tem, com certeza absoluta, a maior honra e o maior orgulho de tê-lo como Senador por aquele Estado, pois seu trabalho no plenário do Senado Federal tem sido sempre em defesa dos interesses do Amapá e de seu povo, o qual certamente o levará à maior função executiva do Estado: a de Governador.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Agradeço o aparte a V. Exª, Senador Flexa Ribeiro.

Concedo um aparte ao Senador Alvaro Dias.

O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Papaléo Paes, V. Exª não deve preocupar-se. O conceito que desfruta junto a seus Colegas Senadores e à população do seu Estado suplanta qualquer equívoco de interpretação de fatos que porventura possam ser explorados maliciosamente ou não. A Imprensa cumpre um papel fundamental neste momento vivido pelo País e está sujeita a determinados equívocos. Não podemos condená-la, nem mesmo quando erra, porque a soma de acertos tem sido preponderante e essencial para que se tente reabilitar as instituições públicas brasileiras. A Imprensa tem prestado uma colaboração excepcional. Certamente, como já disse ontem o Senador Arthur Virgílio, na próxima edição da revista haverá a correção. O equívoco será reparado. Mas V. Exª tem da nossa parte a maior admiração, a maior consideração, o maior respeito pela conduta exemplar e postura ética imbatível. V. Exª está de parabéns ao comparecer à tribuna para justificar, explicar, prestar contas e esclarecer a opinião pública brasileira.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Alvaro Dias.

Concedo um aparte ao Senador Leonel Pavan.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Senador Papaléo, na mesma linha do aparte do Senador Flexa Ribeiro, penso que não haveria necessidade de V. Exª usar a tribuna para justificar o equívoco publicado pela imprensa. A própria revista, como disse o Senador Alvaro Dias, deverá corrigir esse erro. Senador Papaléo, todos nós aqui, de diferentes siglas partidárias, admiramos V. Exª e sabemos do seu trabalho, da sua competência e de sua seriedade. Não há, certamente, Senador algum aqui que deixaria de dar o aval e o apoio em função do seu trabalho, em função de tudo que faz V. Exª para o Brasil e para o seu Estado. O Amapá já lhe concedeu a vaga no Senado Federal porque conhece bem o seu passado e a sua história. Fica aqui também nossa solidariedade, com admiração e respeito a sua pessoa. Quero aproveitar o aparte, Senador, para dizer que ultimamente pessoas ligadas ao PSDB têm sofrido muito, e o jornal Diário Catarinense noticia, em função dos atentados em São Paulo, sob o título “Matem o pessoal do PSDB”: “Os irmãos que não cumprirem a missão também ficam sujeito à morte” - essa foi a ordem que a Polícia Civil interceptou sexta-feira à tarde em celulares de criminosos ligados ao PCC. Somos fortes e protegidos por Deus, tenha certeza. Não seremos fuzilados por bandidos. Jamais seremos fuzilados por injustiças, assim como ninguém poderá também fazer mal à sua pessoa por ser um homem ético e que trabalha pelo seu Estado e pelo Brasil.

O SR. PAPALEÓ PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Leonel Pavan.

Concedo um aparte ao Senador Tião Viana.

O Sr. Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Senador Papaléo Paes, apenas seguindo os meus colegas no apreço e no respeito a V. Exª, quero dar o testemunho de que ouvi V. Exª conversando com o Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral e, ao seu lado, ouvi, com toda clareza, quando S. Sª afirmou que nada, que qualquer solicitação sua chegou até lá que fosse por intermediação de V. Exª ou interesse de V. Exª para tentar modificar qualquer conduta técnica do Departamento Nacional. Então, acho que isso, por si só, inocenta completamente V. Exª. O que lamento nisso tudo é que, além desse testemunho que prestamos sobre a honradez de V. Exª, sobre a dignidade como V. Exª exercita o seu mandato aqui, seguramente, se for publicada a correção dessa injustiça contra V. Exª, caso seja, ela terá de ser enxergada com lupa, porque não interessa repor a verdade, não interessa preservar a honra das pessoas, infelizmente, na regra da atividade da informação, que, por um lado, tanto bem faz à democracia, mas que, por outro, tanta dificuldade tem em fazer a verdadeira justiça.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Tião Viana, por seu testemunho.

           Concedo um aparte ao Senador Cristovam Buarque.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador Papaléo, apenas quero dizer que, quando um Senador, quando um Parlamentar vem à tribuna com a abertura e a tranqüilidade como a que apresenta V. Exª, isso já lhe dá grande parte da credibilidade necessária para reverter essas acusações. Quero parabenizá-lo por estar aqui dando seu depoimento, tranqüilamente, aberto a todos os seus Colegas, aberto a todos os questionamentos que poderiam surgir. Por isso, apresento meu respeito e minha solidariedade neste momento.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador.

           Ouço a nobre Senadora Lúcia Vânia.

           A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Senador Papaléo, conhecendo a atitude de V. Exª, o seu trabalho, a forma com que se dedica aos trabalhos desta Casa, não poderíamos esperar outra atitude que não fosse esta: assomar à tribuna e defender a sua honra, a honra de sua trajetória política, que deve e precisa ser respeitada por todos aqueles que fazem da atividade política uma atividade digna e correta. Nós que somos os seus companheiros sabemos o quanto V. Exª deve ter sofrido com essa notícia, que não é verídica, que vem inteiramente truncada, diferente daquilo que era o desejo de V. Exª. Portanto, receba a minha solidariedade e o meu abraço.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senadora Lúcia Vânia.

            Concedo o aparte ao Senador Garibaldi Alves.

           O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senador Papaléo, quero trazer a minha solidariedade a V. Exª e dizer que a tranqüilidade de V. Exª na tribuna decorre, claro, de uma vida como a de V. Exª, toda ela dedicada ao seu Estado, no exercício da sua profissão e, depois, na vida pública. Dizem que a melhor defesa é o ataque. V. Exª não precisa disso, não precisou disso, não quis desqualificar aqueles que o atacaram, mas permaneceu, realmente, tranqüilo, como eu disse. Estou inteiramente solidário a V. Exª.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Garibaldi Alves.

           Ouço o aparte do nobre Senador Augusto Botelho.

           O Sr. Augusto Botelho (PDT - RR) - Senador Papaléo, eu apenas quero me somar a todos que me antecederam e quero prestar um testemunho ao dizer que tenho visto V. Exª trabalhar nesta Casa com decoro e que me sinto honrado por ter participado com V. Exª, principalmente, da Comissão de Saúde, onde sempre vi V. Exª defender os mais fracos e os mais pobres nesta Casa. Tenho certeza de que essa inverdade que foi publicada, de que esse equívoco jornalístico será esclarecido e que sua honra não será manchada no seu Estado, porque o povo da sua terra o conhece. Muito obrigado, Senador.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Obrigado, Senador.

           Concedo a palavra ao Senador Juvêncio da Fonseca.

           O Sr. Juvêncio da Fonseca (PSDB - MS) - Senador Papaléo, todos nós reconhecemos o direito de V. Exª à indignação. Essa indignação nos leva a este depoimento que estamos dando aqui, que é um hino de louvor ao seu perfil moral, ao homem bom que V. Exª é, que, desde o primeiro instante em que pisou nesta Casa, conquistou a todos, justamente pela sua conduta de fácil relacionamento e recomendado pelo seu perfil ético. Portanto, nada disso que está escrito aí pode abalar o nosso relacionamento e a figura que V. Exª é, porque o seu povo o conhece e todos nós o conhecemos. É necessário que haja o reparo, porque o reparo na revista é também a consagração da sua conduta ética correta. Esperamos que isso aconteça para nosso gáudio e a nossa vontade de lavar a sua alma. Muito obrigado.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Obrigado, Senador.

            Concedo um aparte ao Senador Almeida Lima.

           O Sr. Almeida Lima ((PMDB - SE) - Nobre Senador Papaléo Paes, confesso que eu não tinha conhecimento da matéria publicada pela revista IstoÉ. Mas, há poucos instantes, o meu nobre Colega Augusto Botelho me fez uma referência quando V. Exª se encaminhava à tribuna. Confesso que pensei que fosse brincadeira. Acho isso até uma piada de mau gosto com V. Exª. Portanto, registro minha solidariedade. Por tudo que conhecemos de V. Exª, tenho certeza absoluta de que V. Exª tirará de letra o episódio. Aceite a minha solidariedade, Senador Papaléo Paes.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Almeida Lima.

            Concedo um aparte ao nobre Senador Geraldo Mesquita.

            O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - Senador Papaléo Paes, vejo o fato sob dois ângulos. Sob um deles, o fato é triste, pois envolve a publicação de uma revista importante, talvez sem a devida pesquisa. Mas comungo da tese do Senador Alvaro Dias, no sentido de que a atuação da Imprensa e do Ministério Público, nos últimos anos, tem sido fundamental no processo de democratização do nosso País, da democracia de araque que vivemos em nosso País, de que poucos fazem parte, pois a grande maioria, na verdade, vive sob uma ditadura econômica, política e social cruel. A atuação da Imprensa, mesmo defeituosa, a atuação do Ministério Público, mesmo com vícios, por vezes, merece de todos nós a defesa intransigente, mesmo que funcione assim. Mas torcemos para que essas duas instituições se aperfeiçoem, porque elas são de fundamental importância para a nossa democracia. De outro lado, Senador Papaléo Paes, um fato como este atrai, imediatamente, a consideração, o respeito e a simpatia que todos nesta Casa temos por V. Exª. Permite, por exemplo, que V. Exª exercite a prestação de contas do seu mandato, que renove o seu compromisso com a ética, com a moral, com o exercício cristalino do seu mandato. Então, devemos lamentar, por um lado, a forma como a coisa é feita, mas, no conteúdo, no fundamento, ela está correta, pois a imprensa tem que estar mesmo vigilante, porque aqui e acolá outras pessoas dão causa a que fatos dessa natureza aconteçam mesmo. Não é o caso de V. Exª, que merece de todos nós consideração. Quero declinar de público a satisfação que é conviver nesta Casa com um parlamentar como V. Exª. Isso nos dá prazer, pois nos fortalece, inclusive. Então, Senador, o fato que, na sua origem, foi negativo, foi triste, transforma-se num fato positivo como este: o País inteiro assistindo o Senado declinar a sua consideração e o respeito que tem por V. Exª.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Geraldo Mesquita.

           Concedo um aparte ao Senador Tasso Jereissati.

           O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Senador Papaléo, conheço, admiro e acompanho o trabalho de V. Exª desde quando fundador e Prefeito de Macapá. Conheço-o, admiro-o e o acompanho como um dos homens públicos mais sérios e dignos deste País, não apenas do seu Estado. Orgulho-me imensamente de ser seu companheiro de Partido. Orgulho-me tanto que, quando Presidente do Partido pela primeira vez, fiz questão de fazer campanha ao seu lado durante a disputa pela prefeitura da sua cidade. Agora, não sosseguei enquanto não o trouxe de volta ao nosso Partido, apesar de saber que V. Exª, no Governo, teria oportunidade e recebia todas as benesses e vantagens de quem era da base aliada do Governo. É preciso, Senador Papaléo e Srs. Senadores, ser muito sério e ter muita dignidade para rejeitar - acompanhei isso de perto - as tentações e ofertas e vir. V. Exª estava na base aliada do Governo e saiu do bem-estar do Governo para vir para a Oposição, para o PSDB, obedecendo a sua consciência. Portanto, essa acusação, além de injusta e descabida, de maneira alguma bate com a sua personalidade, e a história de V. Exª é esta que foi feita agora. Portanto, não se preocupe com a imagem que os outros vão fazer de V. Exª, pelo menos aqueles que conhecem a sua vida, aqueles que têm o privilégio de acompanhar o seu trabalho. Quem conhece V. Exª e acompanha o seu trabalho sabe que isso não pode “pegar” de maneira alguma. É evidente que o aborrecimento e o desabafo são válidos, mas temos certeza - aqui vai apenas o abraço pela amizade e pela solidariedade - de que toda a sua história, todo o seu caráter e todo o seu comportamento altamente digno nesta Casa comprovam, dia-a-dia, todos os dias em que V. Exª esteve nesta Casa, o alto caráter e a alta dignidade do trabalho de V. Exª. Fique tranqüilo, que seus eleitores, seus amigos e todos os Senadores desta Casa comprovam sua dignidade, seu caráter e sua honestidade.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Tasso, pelas palavras. Realmente, a solidariedade que estou recebendo nesta Casa é muito emocionante. Nunca tinha passado por situação semelhante.

A maior riqueza que podemos ter é o reconhecimento por parte das pessoas que convivem conosco, o reconhecimento da nossa boa conduta. É assim que estou me sentindo agora, confortado pelas referências que V. Exªs fazem e recompensado por ter conduzido minha vida, até os 53 anos de idade, sempre na condição de poder andar livremente na minha cidade, sem qualquer outro tipo de preocupação. Graças a Deus, lá me respeitam, assim como V. Exªs demonstram total respeito por mim.

Muito obrigado.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Senador Papaléo Paes, concede-me V. Exª um aparte?

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Concedo o aparte ao Senador Romeu Tuma e, em seguida, ao Senador Ney Suassuna.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Senador Papaléo, vou ser rápido porque queria que V. Exª considerasse que todas as manifestações feitas a respeito de V. Exª têm o meu endosso, por conhecer e admirar V. Exª. Aqueles que salvam vidas, na sua maioria, têm a alma limpa, e V. Exª tem a alma e as mãos limpas. Acredito eu que este pronunciamento que V. Exª faz da tribuna, com serenidade e respeito, sem uma revolta inconseqüente, dá um bom exemplo a todos aqueles que nos dia de hoje têm que assomar à tribuna não para provar inocência, mas para exigir que eles provem o que estão escrevendo. Assustei-me quando V. Exª me mostrou a revista. Trata-se de algo inexplicável. V. Exª me mostrou o documento do José. V. Exª estava fazendo uma gentileza de remover alguém que provavelmente estava com dificuldade de fazê-lo junto ao Diretor-Presidente do DNPM. A distorção transformou-se numa injúria, numa calúnia, numa agressão que V. Exª não merece. Senador Papaléo, V. Exª não precisa provar nada. Eles é que devem corrigir a maldade que lhe fizeram. Estou solidário com V. Exª e endosso tudo aquilo que foi falado a respeito de V. Exª, que é para mim hoje um dos melhores amigos que tenho nesta Casa, juntamente com outros Senadores. Sou o que tem mais prazer de conversar com V. Exª pelos seus conhecimentos e também por cuidar da minha saúde.

O SR. PAPALÉO PAES (PMDB - AP) - Muito obrigado Senador Romeu Tuma.

           Concedo o aparte ao Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Senador Papaléo, nesses quatro anos que convivo com V. Exª nesta Casa, nunca vi V. Exª deslizar em nada. Ao contrário, vi sempre firmeza nas suas posições. Tenho certeza de que se trata de mais uma injustiça. Sei o que é se sentir injustiçado. Fique tranqüilo, porque a sua consciência em paz está acima de qualquer outra coisa. Conte com os amigos, porque a nossa solidariedade é total, sabendo que é apenas mais uma injustiça.

O Sr. Flávio Arns (Bloco/PT - PR) - Senador, permita-me V. Exª um aparte?

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Concedo o aparte ao Senador Flávio Arns.

O Sr. Flávio Arns (Bloco/PT - PR) - Senador Papaléo Paes, quero também me associar, como já foi dito por outros Senadores, a todas as manifestações já externadas em relação a V. Exª e dizer do respeito e da amizade que todos temos por V. Exª. Particularmente, eu gostaria de ressaltar que convivemos bastante juntos na Subcomissão Permanente de Saúde, do Senado Federal, e sempre as atitudes de V. Exª foram de amizade, de respeito, de solidariedade, de promoção da vida e da saúde, de defesa dos direitos humanos de tantos trabalhadores penalizados por intoxicações que ocorreram por agentes externos, inclusive pelos produtos utilizados no combate ao mosquito da dengue. Quero também externar a solidariedade, a amizade, o respeito. Oxalá a reparação seja feita, mesmo que tenha de ser lida pela telelupa, mas que seja feita, porque o procedimento de V. Exª vem honrando os trabalhos do Senado Federal. Obrigado.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Flávio Arns.

Concedo o aparte ao Senador José Agripino.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senador Papaléo Paes, estou acompanhando V. Exª há aproximadamente uma hora o seu discurso e os apartes que vem recebendo. Fico olhando para V. Exª e imaginando: contrabandista de urânio...? Imaginem só! Tem cara de tudo, menos disso; nem para mim, nem para os seus Pares, nem para o País e nem para o seu Estado, o Amapá. Isso é o absurdo dos absurdos que a vida pública, infelizmente, nos reserva, e V. Exª é obrigado a dizer o que não precisava dizer e receber os apartes que talvez fossem dispensáveis. A imagem de V. Exª nesta Casa é a imagem de um homem limpo, com espírito público a toda prova, que merece o apreço dos seus Pares e o apreço do povo do Amapá. O meu reconhecimento, a minha amizade, os meus cumprimentos.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador José Agripino.

Concedo o aparte ao Senador João Tenório.

O Sr. João Tenório (PSDB - AL) - Senador Papaléo Paes, tem sido pouca a nossa convivência, até porque pouca tem sido a minha presença nesta Casa. Entretanto, esse pouco tempo tem sido para mim um ensinamento de sua parte, um aprendizado de minha parte, pelo comportamento de um homem público manso, digno, que traduz, em todas as oportunidades, o sentimento de responsabilidade pública de V. Exª. A sua presença neste momento, nesta tribuna, com essa mansidão que caracteriza sua personalidade, entretanto com a mágoa e a indignação perfeitamente compreensíveis, por si só, essa calma, essa tranqüilidade, para nós todos, manifestam absoluta certeza do seu comportamento.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador João Tenório.

           Senador Heráclito Fortes.

           O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Papaléo Paes, praticamente tudo já foi dito sobre V. Exª neste momento em que o Senado da República lhe presta solidariedade por acusações recebidas sem nenhum fundamento. Associo-me e digo ao povo do Amapá e ao povo do Brasil que V. Exª, desde o momento em que chegou aqui, demonstrou ser um companheiro correto e, acima de tudo, solidário. Não me passa pela cabeça, nem de longe, ver V. Exª envolvido em assuntos que não sejam do interesse público. Daí por que quero apenas, de maneira bem rápida e breve, apresentar a minha solidariedade e a certeza de que a virtude triunfa sempre. Muito obrigado a V. Exª.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes.

           Senador José Jorge.

           O Sr. José Jorge (PFL - PE) - Meu caro Senador Papaléo Paes, na realidade, cada dia mais vemos nomes de pessoas sendo colocados na mídia, acusadas, quando, às vezes, não há, já não digo provas, mas, suspeitas. O caso de V. Exª é o caso mais grave que vi entre todos, porque não há nada. Quer dizer, colocaram o nome de V. Exª numa conversa entre dois irmãos, que não estavam tratando de outro assunto senão aquilo que a revista colocou. Portanto, quero prestar a minha solidariedade a V. Exª. Todos nós o conhecemos, sua forma de trabalhar, sua honestidade, sua capacidade. Obrigado.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Obrigado, Senador José Jorge.

           Senador Paulo Paim.

           O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Papaléo Paes, quero só dizer uma frase que todos disseram e vou repetir: a nossa solidariedade a V. Exª. Num momento como este, a recomendação que recebemos não passa recibo, não dá ibope a uma notícia que não tem fundamento quanto ao constrangimento a que somos submetidos. V. Exª é como nós, que não agüentamos, vamos à tribuna e falamos exatamente a verdade dos fatos. Por isso, colocando-me no seu lugar, deixo registrada toda nossa solidariedade. Parabéns a V. Exª.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Paulo Paim.

           O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - V. Exª me permite um aparte?

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Concedo o aparte ao Senador Romero Jucá.

           O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - Senador Papaléo Paes, em meu nome e em nome da Liderança do Governo, também presto solidariedade a V. Exª. Registro a postura de V. Exª nesta Casa e ao longo de sua vida pública. Infelizmente, estamos vivendo um momento de amplo denuncismo. Hoje, V. Exª é o terceiro Senador que se manifesta indignado, no plenário no Senado, por conta de acusações levianas. O Senador Ney Suassuna já se manifestou. O Senador Romeu Tuma foi vítima também de uma matéria irresponsável. V. Exª também foi inserido num contexto que não tem nada a ver com a história. De repente, V. Exª está no meio talvez para valorizar a matéria. Sem esse ataque descabido a V. Exª, a matéria não teria tipo algum de repercussão. Em nome da Liderança do Governo, digo que o conceito de V. Exª é o melhor possível na Casa. Tenho certeza disso. Receba nosso apoio e nossa solidariedade. Infelizmente, durante este período pré-eleitoral e no período eleitoral, todos nós - principalmente nós que vamos disputar as eleições - estaremos sujeitos a esse tipo de agressão e covardia.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Romero Jucá.

           O Sr. Gilberto Mestrinho (PMDB - AM) - V. Exª me permite um aparte?

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Concedo o aparte ao Senador Gilberto Mestrinho.

           O Sr. Gilberto Mestrinho (PMDB - AM) - Senador Papaléo Paes, nós da região da Amazônia, conhecemos o trabalho, o comportamento e o grande conceito que V. Exª goza entre nós. Daí não há por que se preocupar. Nós da região lhe somos solidários. Pessoalmente, expresso e registro minha solidariedade a V. Exª.

           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Gilberto Mestrinho.

           Concedo um aparte ao Senador Sibá Machado.

           O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Senador Papaléo Paes, vou repetir uma frase que a Ministra e ex-Senadora Marina Silva costuma dizer em situações como estas. S. Exª costuma dizer que pior do que receber uma injustiça é cometer uma injustiça. Tenho absoluta certeza de que V. Exª, tal a resposta que já foi dada, não vai se intimidar diante de uma notícia como essa. Também não posso deixar de dizer que, às vezes, preocupa-me muito um erro. Por exemplo, um erro médico. Qual é o grau de tolerância com que as pessoas encaram a questão do erro médico? No caso, como é que encaramos um erro de imprensa? Tenho absoluta certeza de que V. Exª não se pauta pela vingança, pelo ódio, por esses tipos de sentimentos. Creio que dar o devido desprezo a uma situação como essa é a melhor coisa possível. Diante dos fatos, empenho nossa solidariedade por seu trabalho e pelo brilhantismo com que honra o Estado do Amapá, esta Casa e a Bancada a que V. Exª pertence. Sobretudo, resta-nos a certeza de que V. Exª jamais se coloca no nível desse tipo de informação. V. Exª já nos tranqüilizou e nos deu certeza absoluta de que é inocente diante da informação veiculada.

     O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Senador Sibá Machado.

     Sr. Presidente, quero, antes de encerrar minha participação na tribuna, fazer um agradecimento às Srªs Senadoras e aos Srs. Senadores neste momento difícil. Somos seres humanos. Não existe essa história de que “Ah, são políticos, é isso mesmo, eles têm de agüentar”. Somos todos seres humanos e temos os nossos sentimentos. A minha consciência está completamente tranqüila, mas fica o sentimento de injustiça.

           Não quero nem vingança nem qualquer tipo de atitude violenta que possa tentar servir de reparo para a maldade que fizeram comigo, mas peço à revista IstoÉ que reveja a matéria e que faça a publicação que deve ser feita, para que eu possa, daqui a cinco ou dez anos, mostrar aos meus netos que aquela acusação que me fizeram foi infundada e que, em um pedacinho da revista, na outra edição, há uma referência, dizendo que aquela reportagem foi incorreta.

         Agradeço a todos, de todo o coração, pela solidariedade, pois, neste momento, precisamos, sim, de solidariedade.

         Agradeço também ao Sr. Presidente pela paciência e pela oportunidade que me deu para que eu pudesse vir à tribuna esclarecer este assunto, que é extremamente importante e que foi tratado com leviandade por um jornalista.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/2006 - Página 16743