Discurso durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemorações pela passagem dos cento e oitenta anos do Senado Federal.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemorações pela passagem dos cento e oitenta anos do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 12/05/2006 - Página 16108
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, SENADO, LEITURA, MUSICA, AUTORIA, ORADOR.

O SR. MARCELO CRIVELLA (PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Tião Viana; Senhor Presidente da República, em exercício, Senador Renan Calheiros, que homenageia esta Casa com a sua presença hoje; Exmª Srª Ellen Gracie, que ocupa a Presidência do Supremo; Senador Antonio Carlos Magalhães e Senador José Sarney, que emolduram esta Mesa de maneira fugaz, gostaria de homenagear meus companheiros, Senadores, Senadoras, e os ilustres convidados que vieram compartilhar conosco este momento de alegria.

Sr. Presidente, quero fazer uma reflexão como um carioca. Ouvimos discursos bonitos, alguns nos chamando a um auto-exame, outros à consciência, outros à alma, outros ao coração. Eu queria trazer a brisa do Rio de Janeiro que perpassava o Palácio Monroe, com tantos sonhos, com ideais e com poesia também, que é da alma do povo da minha terra.

Todos fizeram uma retrospectiva histórica impecável do Senado. Gostaria apenas de acrescentar o que disse Machado de Assis: embora fôssemos um Senado do Império e um País único, foi aqui no Senado que começou a nascer o instinto federativo no Brasil, que seria inaugurado na Proclamação da Republica. O voto era censitário, apenas as pessoas ricas ocupavam as cadeiras do Senado e apenas as pessoas quase ricas votavam nos Senadores. Quando chega a República, esta Casa passa a ocupar, não só na consciência brasileira, mas no coração dos brasileiros, um lugar espetacular.

A Constituição de 1891 separa o Estado da Igreja. Já não se plantam mais palmeiras nas portas das igrejas e é dado a todos os brasileiros o direito de fazerem cultos religiosos, independentemente do seu credo e publicamente. Abrem-se os cemitérios, inicia-se o registro civil. A partir daí, existem eleições públicas, e esta Casa só vai se fechar no período de Getúlio, num momento infeliz, em que o País tentava construir sem ouvir o clamor da democracia.

Mas falei em poesia e não quero me delongar muito porque já é quase uma da tarde. Por ser músico, tive oportunidade de gravar uma canção e de cantá-la num programa de televisão muito popular ao lado do Presidente da República, que diz o seguinte:

Aqui, no Planalto Central do nosso País

Há uma casa para ouvir o que o povo diz

E assim construir um Brasil mais feliz

Aqui é o lugar de quem sabe

Dentro do seu coração

Que só a verdade é capaz

De curar as feridas da nossa Nação

E há de brilhar nesta Casa

A cruz de estrelas do nosso cruzeiro

Para que ninguém neste país passe fome

Ou sinta vergonha de ser brasileiro

Por isso, há de ser a verdade, em cada discurso, em cada debate,

Como brado sagrado que um dia proclamou a nossa liberdade.

Esta é a Casa da gente,

É o nosso passado, é o nosso presente,

A história, os sonhos, a luta de um povo sofrido e valente.

Esta é a Casa da gente,

Do nosso passado e do nosso presente.

É a Casa que Deus construiu, ao longo de 180 anos:

O Senado da Pátria Amada Brasil!

Parabéns aos Senadores, ao Senado. Parabéns a todos!

            Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/05/2006 - Página 16108