Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA.:
  • Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2006 - Página 19182
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, COMANDO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, SEM-TERRA, DIVERGENCIA, ORADOR, VIOLENCIA, INVASÃO, CONGRESSO NACIONAL, DEFESA, ALTERNATIVA, NEGOCIAÇÃO, LEGITIMIDADE, REIVINDICAÇÃO, REFORMA AGRARIA, CRITICA, TENTATIVA, ANALISE, AMBITO, POLITICA PARTIDARIA.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador. ) - Sr. Presidente, já que o assunto tomou conta do Plenário, minha opinião sobre ele é muito clara, principalmente porque já fui líder sindical. Como integrante da base da agricultura, porque liderava muitas manifestações de companheiros trabalhadores do campo com ou sem terra, nunca na minha vida precisei quebrar vidro nenhum, nunca precisei desse tipo de artifício para negociar os interesses daquelas pessoas que, naquele momento, eu tinha o intuito de liderar e de representar.

Estranho, Sr. Presidente, porque o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e todos os outros movimentos próximos a ele, porque tudo o que ocorre no campo, quando a bandeira vermelha é levantada, logo se lembra do MST. O que está aqui não é o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, não é o MST; é o MLST, que é outra organização, embora tenha o mesmo objetivo de luta e as mesmas origens, a bandeira seja da mesma cor etc. O que todos estranhamos é que, comumente, quando há manifestações públicas, somos informados; se não toda a Casa, pelo menos as pessoas mais próximas dos manifestantes. Quando houve o tratoraço, todos os parlamentares ligados ao setor agrário do Brasil tomaram conhecimento. Eu vi Senadores e Deputados tecendo rasgados elogios quando os tratores invadiam cidades, trancavam ruas e assim por diante. Então, eu gostaria que deixássemos um pouco dessa paixão política e tentássemos entender o que está acontecendo.

Estive lá e fiquei até constrangido porque não consegui falar com nenhum dos manifestantes para saber o que eles vieram de fato fazer, qual a missão, o interesse, o objetivo, e o que nós podíamos fazer.

Quanto ao endereço, eu concordo que, inevitavelmente, quando se trata de resolver questões financeiras, é sempre o Executivo. O Legislativo sempre é procurado, ou antes, ou durante, ou depois, para abrir negociações, Sr. Presidente. Então, o método que estão usando é que é ruim: primeiro batem, para depois conversar. Isso é horrível. Se tivessem chegado e pedido audiência para tentarmos convencer o Presidente Renan Calheiros ou o Presidente Aldo Rebelo a recebê-los, negociar e intermediar negociações com ministros de Estado, com o próprio Presidente da República, faríamos isso de bom grado.

Portanto, fica aqui registrado o nosso constrangimento com o episódio. Não concordamos com isso, mas o movimento tem a sua legitimidade e os seus objetivos, com certeza, são também legítimos. A partidarização do processo é que não ajuda. Vamos tentar contribuir, buscando solução para o verdadeiro problema.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2006 - Página 19182