Discurso durante a 104ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Cumprimentos ao Senador José Maranhão por seu pronunciamento e conhecimentos demonstrados. Considerações críticas ao governo Lula. A situação eleitoral nos Estados.

Autor
João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: João Baptista da Motta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ELEIÇÕES.:
  • Cumprimentos ao Senador José Maranhão por seu pronunciamento e conhecimentos demonstrados. Considerações críticas ao governo Lula. A situação eleitoral nos Estados.
Publicação
Publicação no DSF de 07/07/2006 - Página 23058
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ANTERIORIDADE, GOVERNO, GETULIO VARGAS, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRIAÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), CONSTRUÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), RODOVIA, INSTALAÇÃO, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, PAIS, COMPARAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • QUESTIONAMENTO, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, REFORMA TRIBUTARIA, TRANSPOSIÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO, CRISE, AGRICULTURA, CONTRADIÇÃO, AUMENTO, LUCRO, BANCOS, ISENÇÃO, IMPOSTOS, EXPORTAÇÃO, IMPORTAÇÃO, EMPRESA MULTINACIONAL.
  • REGISTRO, PREVISÃO, VITORIA, GERALDO ALCKMIN, CANDIDATURA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, APOIO, CANDIDATO, GOVERNADOR, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), ESTADO DO PIAUI (PI), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ESTADO DA BAHIA (BA), ESTADO DO CEARA (CE), ESTADO DE ALAGOAS (AL), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ESTADO DO MARANHÃO (MA), ESTADO DO TOCANTINS (TO), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DISTRITO FEDERAL (DF), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS).

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, eu gostaria de dar os parabéns ao orador que me antecedeu, homem de larga experiência - ex-Governador do seu Estado, Senador, futuro Governador novamente -, e dizer que fiquei maravilhado com a exposição de S. Exª e pelo conhecimento que tem com relação ao homem do campo, à agricultura brasileira, ao Nordeste, à situação da seca do nosso País.

Quero dizer ao Senador José Maranhão que hoje não é diferente de ontem. Na época do Presidente Getúlio Vargas havia também uma posição ferrenha e relatórios internacionais percorriam este País.

Relatório americano disse, na época do Presidente Getúlio Vargas, que o Brasil não tinha petróleo. S. Exª não deu ouvidos e criou a Petrobras. Hoje, somos auto-suficientes em petróleo. Vamos exportar petróleo e também energia alternativa.

Quando se quis mudar a capital para Brasília, quanta oposição o Presidente Juscelino também recebeu, Senador José Maranhão! Mas S. Exª trouxe não somente a capital, mas enfrentou toda uma oposição daqueles que viviam querendo depreciar o trabalho de um homem corajoso, peitudo. E construiu a mais bela capital do mundo!

S. Exª não fez somente a capital, mas projetou estradas de Brasília para todos os Estados deste Brasil e hoje podemos sair daqui para qualquer outro Estado em rodovias projetadas pelo Presidente JK.

E não foi só isso não, Senador José Maranhão. Os carros que usávamos neste País eram todos de origem americana. E quando o Presidente JK queria fabricar carros aqui, os americanos disseram “não”, os estrangeiros disseram não: o Brasil não tem competência para fazer carro. JK foi para a Alemanha buscar o Mercedes-Benz, o DKW Vemag; foi para a França buscar o Simca Chambord; foi para a Suécia buscar o Scania. Depois que estavam instalados no Brasil, já que JK também proibiu a importação, eles tiveram de comprar direitos adquiridos por aqueles que inicialmente quiseram vir e estão aí até hoje, compartilhando conosco o orgulho que temos pela nossa indústria automobilística.

Senador José Maranhão, quando o Governo é competente, não teme oposição: faz a transposição do rio São Francisco, se ela for boa, se ela interessar ao povo brasileiro. Não põe o galho dentro, não! Isso é coisa de covarde, de frouxo!

Neste Governo, não houve a reforma tributária nem a transposição do rio São Francisco. Quando o Presidente Lula assumiu o Governo com o dólar valendo R$3,20, a agroindústria deste País viveu o seu melhor momento, embora tivesse passado dificuldades na implantação do Plano Real.

Mas, no momento em que o Presidente Lula sentou-se na cadeira de Presidente da República, não como Presidente dos brasileiros, mas como candidato à eleição, oportunidade em que elegeu José Dirceu para preparar seu caminho de permanência no poder e em que as barganhas começaram a acontecer, o nosso País parou, não enfrentamos os grandes problemas e muito menos conseguimos vencer qualquer um deles, seja segurança, seja agricultura, seja qualquer tipo de problema.

Hoje, são 30 bilhões de prejuízo no agronegócio e 25 bilhões de lucro para os bancos, com isenção de impostos para as grandes empresas, para as grandes multinacionais aqui instaladas, ora com isenção na exportação, ora com isenção na importação.

Esse é o resultado melancólico com que vamos encerrar o Governo do Presidente Lula, Senador José Maranhão.

Ao povo brasileiro que nos assiste, neste momento, pela TV Senado, eu queria dizer que há uma esperança no fim do túnel. Matematicamente, podemos mostrar ao Brasil que não há como o Presidente Lula permanecer no poder, pois, fatalmente, será cassado pelo povo brasileiro. Podemos ter esperanças de que este País, um dia ou pelo menos no próximo Governo, possa ter estradas em condições de tráfego.

No bojo dessa esperança, muitos Estados brasileiros hoje são muito bem governados, como é o caso do Espírito Santo, muito bem entregue nas mãos do Governador Paulo Hartung, que fez com que o nosso Estado crescesse, chegasse ao estágio que estamos vivendo, que era o sonho de todo capixaba. Certamente, ele será reeleito em 03 de outubro.

O Piauí, que é governado hoje pelo PT, o Senador Mão Santa, grande parceiro, grande Senador, grande Governador, que já foi e, graças a Deus, vai assumir novamente o Governo do Estado do Piauí, para felicidade do povo daquele Estado. Ele é um homem de visão, um homem que, estando no PMDB, compartilhará seu palanque com o ex-Governador de São Paulo, candidato a Presidente da República do PSDB, Geraldo Alckmin, e, por certo, receberá ajuda e fará um grande Governo. Mão Santa, que é um homem de mãos limpas, poderá honrar o seu Estado e engrandecê-lo.

O mesmo acontecerá no Rio Grande do Norte, onde o Senador Garibaldi Alves pode considerar-se Governador eleito, compartilhando também seu palanque com José Agripino, companheiros do PSDB e o futuro Presidente da República, Geraldo Alckmin.

Em Pernambuco, também não é diferente. Teremos aqui um novo Senador, no ano que vem, chamado Jarbas Vasconcellos, ex-Governador, que acabou de deixar o Governo. Em seu lugar, ficará o seu sucessor - não temos dúvida disso. Teremos lá também a ajuda do PPS, que será muito importante para o Presidente Alckmin.

Na Bahia deverá entrar em ação, nos próximos dias, fazendo campanha, um grande Governador, que tem uma aceitação fantástica, de 70%, 80% nas pesquisas, o Governador Paulo Souto, com a ajuda de ACM, grande Senador, do Senador César Borges, do PSDB e de tantos outros alinhados na campanha do ex-Governador Geraldo Alckmin.

No Ceará não será diferente a reeleição de Lúcio Alcântara, com o engajamento do Presidente do PSDB, Tasso Jereissati, ex-Governador, uma das maiores figuras que já tivemos neste País. Por certo o Ceará dará a sua contribuição.

Em Alagoas também, Teotonio Vilela Filho não deixará por menos, e tenho certeza de que seremos vitoriosos.

Em Minas Gerais nem se fala, temos um Governador com 70%, 80% de aceitação, um Governador jovem, do PSDB histórico, neto de Tancredo, admirador de JK, do mesmo Estado, da mesma cidade, da mesma linhagem. Não temos dúvida da vitória esmagadora de Geraldo Alckmin em Minas Gerais.

No Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, também do PMDB, deverá ser o Governador, e deverá apoiar e partilhar seu palanque com Geraldo Alckmin, sem falar nos demais companheiros, como o grande Prefeito César Maia, que estará também na campanha.

No Rio Grande do Sul, outro peemedebista há de se alinhar à campanha de Geraldo Alckmin - não tenho dúvida disso -, o Governador Germano Rigotto. E, mais uma vez, teremos uma campanha vitoriosa.

Não tenho dúvida de que, no Maranhão, Roseana Sarney, do PFL, seguirá o mesmo caminho e há de ser nossa Governadora naquele Estado.

No Estado do Tocantins, não temos dúvidas também da vitória dos Siqueiras, que vão ganhar a eleição e darão a vitória a Geraldo Alckmin.

Em São Paulo, José Serra, quando começar sua campanha ao lado de Alckmin, sem dúvida alguma, será eleito no primeiro turno.

Portanto, com a dianteira na região Sudeste, no Sul, em grande parte do Nordeste, já podemos contar, Sr. Presidente, com a vitória de um candidato que tem uma bagagem invejável: Governador de um Estado cujas estradas não têm um buraco sequer; que construiu em seu Estado presídio para todos aqueles condenados, não deixando ninguém nas cadeias; que construiu 19 hospitais; que isentou de tributos pequenos e microempresários; que isentou a cesta básica do tributo. Governador capaz, honrado, sério, homem da escola de Mário Covas.

Em Brasília, entrará em campanha Arruda, Paulo Octávio, Roriz.

Brasil, atente para o que estou falando, como diz o Senador Mão Santa. Atente para o que estou dizendo. Todas as lideranças deste País, as maiores lideranças, os grandes homens, os homens que sabem da responsabilidade que têm nas costas estão com Alckmin e o Brasil inteiro, o povo do Brasil tem de continuar trabalhando para que possamos ter de verdade um governo que possa honrar nosso País, como fez JK no passado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/07/2006 - Página 23058