Pronunciamento de Alvaro Dias em 02/08/2006
Discurso durante a 124ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
A precarização do emprego no Brasil. Transcrição nos Anais do Senado do artigo intitulado "O Congresso pede Socorro", da autoria do jornalista Villas-Boas Corrêa, publicado no Jornal do Brasil, edição de 2 do corrente.
- Autor
- Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
- Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA DE EMPREGO.
ELEIÇÕES.:
- A precarização do emprego no Brasil. Transcrição nos Anais do Senado do artigo intitulado "O Congresso pede Socorro", da autoria do jornalista Villas-Boas Corrêa, publicado no Jornal do Brasil, edição de 2 do corrente.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/08/2006 - Página 25938
- Assunto
- Outros > POLITICA DE EMPREGO. ELEIÇÕES.
- Indexação
-
- ANALISE, PRECARIEDADE, EMPREGO, BRASIL, AUMENTO, CONTRATAÇÃO, TRABALHADOR, INFERIORIDADE, NIVEL, ESCOLARIDADE, ANALFABETO, QUESTIONAMENTO, ATUAÇÃO, GOVERNO, AMPLIAÇÃO, OFERTA, TRABALHO, FALTA, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA, PREJUIZO, DESENVOLVIMENTO, PAIS.
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, JORNAL DO BRASIL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), COMENTARIO, FALTA, CONFIANÇA, POPULAÇÃO, MEMBROS, CONGRESSO NACIONAL, PEDIDO, AUTOR, UTILIZAÇÃO, VOTO, FORMA, PROTESTO.
O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Srs. Senadores, a “Precarização” do emprego no Brasil.
Conjugada a queda no ritmo da criação de vagas formais - com carteira assinada - em 2006 - o mercado de trabalho vem revelando uma "Precarização" do emprego no Brasil.
A velocidade das demissões de pessoas com maior escolaridade é hoje superior às contratações. entre os menos escolarizados, ocorre o inverso.
O destaque dos últimos 12 meses - de maio de 2005 a maio de 2006 - é justamente a velocidade na criação de empregos para analfabetos e para pessoas que têm até a 4ª série do ensino fundamental completo.
Entre os trabalhadores mais educados - a partir do 2º grau incompleto até o superior completo -, destaca-se o oposto: o ritmo das demissões é maior que o das contratações.
Atualmente, é a região nordeste quem puxa para cima a média nacional de contratação de analfabetos. aumentou 36,4% a admissão de pessoas sem nenhum estudo na região nos últimos 12 meses.
Já a diminuição no ritmo de contratações de trabalhadores mais escolarizados se dá praticamente em todas as regiões.
Segundo estimativas do economista Marcio Pochmann, especialista em trabalho da Unicamp, de cada 10 empregos criados hoje no Brasil, 9 pagam só até dois salários mínimos.
Como destacam os especialistas na matéria : a despeito de não podermos reclamar da contratação de pessoas com baixo nível escolar, em vez de aumentarmos a média do emprego e da renda para todos, estamos nivelando por baixo.
Dado relevante: a grande totalidade dos países cresceu com trabalho qualificado e uma classe média relevante. O Brasil está no caminho oposto.
Em resumo: a despeito da criação de 4,3 milhões de empregos formais no governo Lula, o Brasil dos últimos 12 meses piorou a qualidade de sua mão-de-obra.
Sr. Presidente, Srªs Srs. Senadores, o segundo assunto é para dizer que o jornalista Villas-Bôas Corrêa retrata em artigo publicado nesta quarta-feira, com a sua habitual acuidade, o difícil momento vivido pelo Parlamento e pelas instituições nacionais.
Ao introduzir o tema do artigo jornalístico, o jornalista político do Jornal do Brasil enfatiza que a “longa e interminável temporada de escândalos da praga da corrupção esgotou a paciência, a capacidade de indignação da população”.
Os alertas emitidos pelos formadores de opinião, estampados nas pesquisas de opinião, nos editorias e artigos dos articulistas, são muito claros e não deixam margem de dúvida: há um distanciamento e uma descrença profunda do povo brasileiro com relação ao Congresso Nacional e os seus representantes. É um fosso que se amplia e que inspira reflexão de todos que estão investidos de mandato popular nesse País.
O jornalista Villas-Bôas Corrêa de forma corajosa e lúcida emite o seu diagnóstico: “Sozinho, sem ajuda, o Parlamento não sai da cisterna em que se emporcalhou.”
É contundente essa avaliação mas fiel ao sentimento predominante nas ruas, esquinas e praças públicas pelos quatro cantos da nação. Não é possível ignorar ou se abrigar sob a peneira para tentar impedir a realidade solar.
O jornalista conclui o seu artigo conclamando o povo a protestar e fazer uso do voto como instrumento das mudanças: “ ... que o povo proteste e use o voto como arma da cidadania consciente e possessa”. E arremata Villas-Bôas Corrêa: “ A raiva, bem utilizada, é um santo remédio. Cura até sem-vergonhice”.
Nesse contexto, Sr. Presidente, solicito a V. Exª a transcrição na íntegra, nos Anais da Casa, do artigo “O Congresso pede Socorro”, publicado na edição do dia 02 de agosto de 2006, do Jornal do Brasil, de autoria do decano dos jornalistas políticos do Brasil , o respeitado e competente Villas-Bôas Corrêa.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matéria referida:
“O Congresso pede socorro.”