Pronunciamento de Ideli Salvatti em 07/11/2006
Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Réplica ao pronunciamento do Senador Heráclito Fortes.
- Autor
- Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
- Nome completo: Ideli Salvatti
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
- Réplica ao pronunciamento do Senador Heráclito Fortes.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/11/2006 - Página 33811
- Assunto
- Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
- Indexação
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- COMENTARIO, HISTORIA, GARANTIA, LIBERDADE DE IMPRENSA, REDEMOCRATIZAÇÃO, DEFESA, IGUALDADE, COBRANÇA, RESPONSABILIDADE, LIBERDADE DE EXPRESSÃO, PROFESSOR UNIVERSITARIO, JORGE BORNHAUSEN, SENADOR, COMPROMISSO, ORADOR, DEMOCRACIA.
A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fui citada não apenas uma vez, mas várias. Quem assiste à TV Senado - e recebi inúmeras manifestações dizendo isto - já se prepara, pois, quando falo, logo vem a réplica, a tréplica, o comentário, a interpretação, a insinuação, a ilação. Agora o assunto é importante, porque o que me trouxe à tribuna não foi uma personalização, não foi para personalizar ninguém. Quem acompanhou o pronunciamento desde o início, percebeu que falei, de forma até seqüencial, sobre a liberdade de expressão, o direito fundamental à liberdade de expressão, tão caro a todos nós. Quem brigou muito, lutou muito, quem colocou, como muita gente fez, a sua vida em risco para que a democracia vigorasse no nosso País, quando tantos morreram, tantos foram torturados para que ela tivesse vigência no nosso País, sabe a importância da liberdade de expressão.
O próprio Presidente Lula insiste em dizer que ele é fruto da liberdade de imprensa do País.
Porém, há determinados episódios, determinadas situações que merecem reflexão. Nenhum direito é absoluto. Da mesma forma como a democracia pressupõe determinados princípios, ela também não admite o absolutismo de nenhum deles. Portanto, tudo que se diz, que se escreve ou se veicula está sujeito sim - obviamente não poderia deixar de estar - à contestação, ao debate, até, no caso, a ações judiciais. Agora, há dois pesos e duas medidas. Há situações que alcançam destaque, ressonância, e outras não. É o que eu trouxe à tribuna, a diferença na repercussão do episódio “jornalistas da revista Veja” e a condenação, em primeira instância, do professor Emir Sader.
Outro fato que trouxe à tribuna a fim de que pudéssemos analisar é o de - vejam bem - não saber por que teimam, insistem em dizer que se trata de uma questão local, ou pessoal. Nada disso. Tanto que, durante todo o meu pronunciamento, fiz questão de defender o direito inalienável de quem quer que seja. Inclusive - obviamente, não poderia deixar de ser - o do Senador Jorge Bornhausen de escrever, de se expressar. Até fiz questão de reproduzir o que S. Exª escreveu posteriormente a respeito da polêmica, como também fiz questão de reproduzir o texto da defesa do professor Emir Sader.
Mostrei os dois pesos e as duas medidas que todos nós devemos ter, de forma clara e tranqüila, se quisermos fazer o bom debate aqui. O bom debate; não o debate que busca permanentemente desqualificar, desconsiderar, desvirtuar o que se fala, o que se apresenta na tribuna.
(Interrupção do som.)
O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Senadora Ideli Salvatti, conclua, por gentileza.
A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Quem assiste sempre à TV Senado, quem acompanha os debates não estranha nada, nada a conseqüência ou a seqüência do pronunciamento. Todas as vezes em que alguém ocupar a tribuna para falar, mesmo do céu azul e da lua cheia, haverá esse tipo de reação. Infelizmente, isso já está consolidado. As pessoas querem trabalhar dessa forma, mas eu não trabalho assim. Sempre trago para a tribuna assuntos que reputo importantes para o debate desta Casa e do País, com certeza.