O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil tem exercido uma posição de destaque na área do meio ambiente, principalmente no período posterior à Conferência das Nações Unidas Rio-92, em que nos comprometemos a desenvolver esforços no sentido de reduzir o aquecimento global.

Não apenas o setor público elegeu a preocupação com o desenvolvimento sustentável, mas, também, entidades empresariais da iniciativa privada estão comprometidas com missões e políticas que contribuam para a redução da emissão de gases de efeito-estufa.

Quero aqui enaltecer o trabalho meritório desenvolvido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), entidade representativa do empresariado nacional que tem se dedicado a estabelecer parcerias entre o setor público e a iniciativa privada, para garantir o desenvolvimento sustentável e diminuir os riscos do aquecimento global.

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, entidade vinculada ao “World Business Council for Sustainable Development”, dispõe de todas as condições para a realização de um grande trabalho, pela importância e dimensão do seu conjunto de associados.

Empresas como 3M do Brasil, Alcoa Alumínio, Ambev, Aracruz Celulose, Banco do Brasil, Banco Itaú, Banco ABN- AMRO Real, BASF, Bayer, Bradesco, Brasken, Firestone, Petróleo Ipiranga, Cemig, Cosipa, Vale do Rio Doce, CSN, Du Pont, Eletronuclear, Furnas, Gerdau, Michelin, Nestlé, Petrobrás, Odebrecht, Globo, Pirelli, Shell, Siemens, Souza Cruz, Votorantin, White Martins são algumas das associadas do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

São membros do Conselho Empresarial Brasileiro grandes nomes do empresariado nacional, como Fernando Almeida, Franklin Feder, Antonio Ermírio de Moraes, Jorge Gerdau Johannpeter, Benjamin Steinbruch, Carlos Alberto Vieira, Emílio Odebrecht, José Roberto Marinho, Roger Agnelli e Luiz Fernando Cirne Lima.

Quero destacar uma matéria de grande importância para nosso desenvolvimento, denominada “Auto-suficiência Limpa”, publicada na revista Brasil Sustentável, de novembro de 2006, do Conselho Empresarial Brasileiro.

Trata-se de uma visão moderna sobre os problemas de transporte sustentável, considerando o atual processo de aquecimento global. Com relação a isso, aliás, o Brasil tem um importante papel a cumprir, pois dispõe de todas as condições efetivas e potenciais para liderar a produção mundial de biocombustíveis.

Não há dúvida de que podemos contribuir muito para a redução da emissão de gases de efeito-estufa e criar alternativas viáveis para a substituição dos combustíveis fósseis por fontes limpas de energia.

O filme do ex-Vice Presidente norte-americano, Al Gore, nos mostra com muita objetividade o caminho inviável que os países desenvolvidos estão trilhando, o qual nos leva à destruição da vida no planeta.

As emissões crescentes de gases de efeito-estufa nos levarão a uma catástrofe de proporções inimagináveis, destruindo cidades e plantações, reduzindo a economia e levando a fome, a falta de água e a destruição de casas a muitos países, principalmente aos países mais pobres.

O atual modelo de vida dos países ricos é incompatível com o equilíbrio social e econômico mundial, e insustentável do ponto de vista do meio ambiente.

A queima abusiva de combustíveis derivados do petróleo nos levará ao esgotamento dessa fonte de energia e a uma enorme pressão inflacionária, decorrente do aumento dos preços do petróleo e derivados.

Precisamos atuar, com urgência, na melhoria da atual matriz energética mundial, substituindo fontes de energia poluidoras por fontes limpas de energia, como os biocombustíveis, a energia solar, a energia eólica, das marés, do hidrogênio e outras fontes que a ciência e a tecnologia poderão encontrar.

Com isso, poderemos evitar a catástrofe decorrente do modo de vida moderno, que abusa da emissão de gases de efeito-estufa, produzindo desequilíbrio ecológico e o aquecimento global.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil tanto dispõe de condições geográficas favoráveis para a produção de combustíveis limpos como pode dar uma grande colaboração na área de ciência e tecnologia para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia.

Basta lembrarmos que, há quase 30 anos, quando ainda nem se falava em aquecimento global e em gases de efeito-estufa, um pesquisador do Departamento de Química da Universidade Federal do Ceará desenvolveu um combustível limpo e renovável para substituir o diesel.

Expedito José de Sá Parente, esse cientista pouco conhecido no País, apesar de seu trabalho pioneiro, é o verdadeiro “Pai do biodiesel” e defende maior apoio do Governo para estimular a produção desse combustível e a adoção de novas fontes de matérias-primas, adequadas para cada realidade regional.

O investimento no biodiesel tem um mérito social que deve ser destacado: o biodiesel destina-se basicamente ao transporte coletivo, ao transporte de cargas e ao uso em máquinas agrícolas.

Os benefícios sociais dos investimentos em biodiesel são maiores do que o de outro programa de grande importância, o Proálcool, pois o biodiesel pode contribuir mais fortemente para “combater a miséria e a degradação”, como afirma o cientista Expedito Parente.

O exemplo desse cientista da Universidade Federal do Ceará demonstra que, com um pouco de apoio, cientistas brasileiros poderão desenvolver produtos capazes de resolver questões de grande relevância para a economia e para o meio ambiente, no Brasil e no mundo.

Tenho plena convicção de que no Governo do Presidente Lula, e no Congresso Nacional, não faltará o apoio necessário para nosso desenvolvimento científico e tecnológico.

Com isso, teremos inclusão social e inúmeros benefícios sociais e econômicos para grandes contingentes de nossa população, que poderão participar da geração de fontes limpas de energia, com o programa de produção do biodiesel.

Muito obrigado.