Discurso durante a 11ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre a convenção nacional do PMDB no próximo dia 11 de março e discordância sobre a interferência de Lula na escolha do presidente do Partido.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Considerações sobre a convenção nacional do PMDB no próximo dia 11 de março e discordância sobre a interferência de Lula na escolha do presidente do Partido.
Publicação
Publicação no DSF de 23/02/2007 - Página 2651
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • REGISTRO, DEVERES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GARANTIA, EMPREGO, CIDADÃO, SUGESTÃO, TRANSFORMAÇÃO, BOLSA FAMILIA, TRABALHO.
  • NECESSIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NOMEAÇÃO, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SUGESTÃO, ESCOLHA, EDUARDO SUPLICY, PAULO PAIM, SENADOR, RESPEITO, ETICA, MORAL.
  • COMENTARIO, LIVRO, AUTORIA, ROBERTO JEFFERSON, EX-DEPUTADO, ANALISE, SITUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), POLITICA, CONGRESSO NACIONAL, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, POLITICA PARTIDARIA.
  • COMENTARIO, LIVRO, AUTORIA, TARCISIO DELGADO, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), HISTORIA, POLITICA PARTIDARIA, JUSTIFICAÇÃO, REPUDIO, INTERFERENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INDICAÇÃO, PRESIDENTE, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.
  • DEFESA, MANUTENÇÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), EMPENHO, PRESERVAÇÃO, DEMOCRACIA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão, Senadoras e Senadores presentes na Casa, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo Sistema de Comunicação do Senado: a democracia é muito importante, entendo ser ela a maior conquista da civilização. Governo sempre houve: os índios o tinham; os brutamontes da época da Pedra Lascada governavam os mais fracos, e a humanidade buscava sempre aperfeiçoar esses governos.

Aristóteles dizia que o homem é um animal social, é um animal político, Senador Geraldo Mesquita, e ninguém o contestou. Esses animais sociais fizeram as cidades - chegaram à conclusão de que era melhor viver cada um fazendo uma atividade, um ajudando o outro - e, a partir daí, surgiu a necessidade de haver regras para que cada um respeitasse as conquistas alheias. Essas regras, o homem, com a sua inteligência, transformou-as em leis. E estamos vivendo isto: há as leis, mas aquelas regras primeiras eram mais inteligentes do que estas de hoje, pois todos participavam. Hoje, há leis, vive-se nas cidades, mas muitos não participam. São os excluídos. Aí está a confusão. Por que eles vão obedecer a essas regras e essas leis? Por que, se eles não participam? Eles não têm emprego, não têm nada. E aí está essa barbárie. Esses crimes que vemos são uma barbárie. É a falta de reconhecimento das regras, hoje batizadas de leis, que não interessam a eles porque não têm o mínimo necessário. O emprego, o trabalho é que dignifica o homem. Não é sem razão que Deus disse: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. É uma mensagem aos governantes, no sentido de propiciarem trabalho.

Presidente Lula, isso é um dever! Foi Deus quem disse.

Muitos governantes da História foram muito inteligentes. Quando vemos essas obras faraônicas, termo que se origina da palavra “faraó”, essas pirâmides que eram construídas, Presidente Lula da Silva - sei que Vossa Excelência foi lá e tirou fotografias lindas com a encantadora Primeira-Dama Marisa -, os faraós as fizeram não para se enterrarem, pois eram inteligentes, mas para dar emprego e trabalho. E, assim, com as muralhas, enfim, com as obras chamadas de faraônicas. Portanto, é dever do governante propiciar trabalho.

Essas leis não interessam aos excluídos, já que não ganham nada. Eles não têm trabalho, que é o fundamental.

Sei que há muitas religiões, mas nós somos cristãos e temos o Apóstolo Paulo. Há um livro muito interessante que cita os cem maiores homens da humanidade; nesse livro, o Apóstolo Paulo é colocado antes de Cristo. E o autor defende o porquê - e o pai do Paim, sabidamente, já colocou o nome dele de Paulo Paim. Por que o Apóstolo Paulo vem antes de Cristo? Porque ele viveu mais, teve uma vida longa, foi crucificado, escreveu, pregou, lutou... Cristo só viveu 33 anos. O autor analisa, então, que quem consolidou mesmo foi...

O que o Apóstolo Paulo disse, Presidente Lula da Silva, foi: “Quem não trabalha não merece ganhar para comer”. Aí o Suplicy vai-se embora. Sei que, emergencialmente, estavam excluídos, então aquilo foi bom: o Presidente dar aquela Bolsa-Escola, transformada em esmola, foi bom. Mas temos que transformá-la em trabalho. E é fácil fazer isso. Paim, eu sei fazer. Eu faria.

Eu, no lugar do Presidente Lula da Silva e dos que o acompanham...

Olha, Paim, eu fui ao México e me impressionou uma frase do General Álvaro Obregón. Geraldo Mesquita, ele disse assim: “Não tema o seu adversário, o seu inimigo que diz verdades. Tema o seu bajulador, o seu puxa-saco. São seus amigos puxa-sacos que estão lhe fazendo mal, que o meteram na maior fria do mundo”.

Eu nunca o meti. Votei em S. Exª.

Aquela frase me impressionou! De repente, ele estava envolvido com 40 amigos que o Ministério Público disse que eram ladrões. Não fui eu; foi o Ministério Público. Eu não conheço. Eu conheço o Paim, que é gente boa do PT!

Mas e aí... Muitos governos... Os reis é que predominaram, não é, Geraldo Mesquita? Porque o rei seria um deus na terra. Deus seria um rei no céu. Teve outras formas, mas esses dominaram. E o povo, o povo, o povo... A voz do povo é a voz de Deus. O povo é forte. O povo insatisfeito e esquecido foi às ruas e gritou: liberdade, igualdade e fraternidade. Caíram todos os reis. E aqui nós somos meio... Infelizmente, não sei explicar. Mas levou 100 anos para esse grito funcionar no Brasil. Cem anos! Os pobres pretos aqui demoraram mais. Não bastasse o sacrifício dos lanceiros negros no Rio Grande do Sul, na Guerra dos Farrapos, que se deixaram massacrar pelo Exército comandado pelo português Caxias, enganado pelo Imperador. Mas foram cem anos! Como somos tardios!

Se o povo derrubou o Absolutismo, veio um gênio - como o Geraldo Mesquita, como o jurista Rui Barbosa - que disse: vamos dividir esse poder; dividiu-se, conforme sugestão de um tal de Montesquieu.

Olha, aqui estamos! Esse povo que era chamado, nos tempos de Platão, Aristóteles, para cada votação - votava até com ostras do mar, daí o termo ostracismo, usado para quem não prestava, porque ia buscar uma ostra, não tinha uma chapinha, não tinha uma urna eletrônica, o cabra era ruim e quando tinha um monte de ostras dizia-se: vai-te embora! Mas o povo não podia votar toda hora, daí inventaram isto: a democracia representativa. Nós somos o povo! Eu sou o povo! José Agripino, que adentra o plenário, é o povo! Essa é a perfeição da democracia. A ele a minha homenagem, o meu respeito e a minha admiração: Rui Barbosa.

José Agripino, Rui Barbosa, com 32 anos de Senado, só foi governo com Deodoro e Floriano. Quando quiseram colocar outro militar, ele disse: “estou fora”. Então disseram: “Nós lhe daremos o Ministério da Fazenda”, porque ele já havia sido Ministro. Rui disse: “Não troco a trouxa das minhas convicções por um Ministério”.E é o grande. Está aí.

Oposição. Ó José Agripino, V. Exª representa o Rui de hoje! É mais bonito, tem essa vantagem; o Rui não era bonito, não. Mas José Agripino é elegante. Eu posso dizer que é porque todo mundo sabe que eu gosto é da minha mulher mesmo, é da Adalgisa. É porque V. Exª é essa figura simpática.

Mas outro do meu Partido passou aqui e gritou, lá do Rio Grande do Sul - está aí o Paim -, ele chegou e disse: “Eu tive um milhão de votos, eu represento um milhão de pessoas. Então, o que eu posso fazer? Falar por elas”. E falou. Falou e nos tirou da ditadura: Brossard. Foi o que ele podia fazer, e fez bem. Paulo Brossard é do Rio Grande do Sul. Lá tem muita gente.

E quero dizer aqui o que significa isso, Suplicy e Geraldo. Nós somos responsáveis, nós é que somos os líderes. Está aqui o Geraldo Mesquita do meu PMDB. Eu não votei no José Agripino. Eu fui tentado. Vontade, toda. Mas é porque tem que ter fidelidade; e eu sou fiel à mulher, à Pátria, aos princípios, à Medicina, porque sou do PMDB. Mas aí é que está a gravidade. E alerto a Nação e este Partido: o PMDB é do povo, o PMDB é da História, o PMDB é da Pátria, o PMDB foi que nos tirou da ditadura. Então, o PMDB não pode ser assim. Ele não é meu, não, ele é nosso, porque eu sou o povo, eu gosto do povo, eu represento o povo. O PMDB é do povo.

Mas, neste País, que está todo conturbado, o Lula é inteligente. Ó Paim, Sua Excelência o Presidente da República é sabido todo. Ele viu - Ó Senador Suplicy, olhe aqui! - que o PT está contaminado, com pus mesmo, necrosado. E está aqui o diagnóstico. Senador Arthur Virgílio, ele viu! Então, ele pensou: “Vou pegar o PMDB”. O PT não representa mais aqueles homens extraordinários, nem a ética, nem a verdade, nem o altruísmo. Está aqui - isto é grave - Roberto Jefferson. É difícil encontrar este livro nas livrarias, acho que foi o Senador Arthur Virgílio que o mandou para mim. Eu o li todinho.

Mas vou dizer porque estou aqui. Haverá eleições no PMDB, que fará 41 anos este ano. Este livro foi escrito pelo peemedebista Tarcísio Delgado, e eu o li todinho, Senador Arthur Virgílio, para entender melhor a história que eu vivi. Em 1974, Ulysses e Sobral Pinto afrontavam a ditadura. Ulysses era o anticandidato, ele sabia que não ia ganhar. E não foi só ele, em 1978 escolheram um general para a Presidência, para dividir o Exército, e Brossard era seu vice. Mas, antes disso, ó Geraldo Mesquita - por isto que estou aqui -, em 1972, Alberto Silva era o governador da Revolução, da ditadura na minha cidade. Fizemos um movimento com Elias Ximenes do Prado. Senador Arthur Virgílio, em 1972, enfrentamos os canhões e ganhamos as eleições. Ó Senador Paim, 1972 é antes de 1974! E isso aconteceu na maior cidade do Piauí, Parnaíba. Foi difícil, havia muitos soldados, muitos canhões, mas o povo... Então, antes de Ulysses, Senador Arthur Virgílio, nós já simbolizávamos seu pai na luta. Por isso que votei no PMDB.

Então, quero salvaguardar isso. Entendo que o Presidente Lula, muito inteligente, agora quer o PMDB. Mas entendo, Senador Suplicy, que ele deve indicar quem será o Presidente do PT; do PMDB, somos nós, nós, nós! E vou dizer por que. Primeiro, olhem este livro do Tarcísio Delgado, que beleza! O Partido fará, em março, 41 anos. Ulysses disse: “Luta-se como se pode e não como se quer; desonra é não lutar”. Estamos aqui lutando. Oposição é um aperfeiçoamento da democracia. Senador Arthur Virgílio, governo sempre teve, desde os tempos dos índios, da Pedra Lascada, dos homens da caverna, que tinham um chefe, mas oposição é a conquista maior, é o polimento, é o avanço! E isso aí, o pai do Senador Arthur Virgílio, com sacrifício, com luta, viu surgir no País.

Mas o que seria deste País se não tivéssemos feito uma oposiçãozinha? O mar da corrupção não seria mar, seria oceano, seria inimaginável. Nós freamos. Perdemos, mas não perdemos a vergonha e a dignidade.

Ó Senador Suplicy, quando estarás assim, como Rui Barbosa? Ele perdeu mais eleições do que nós, mas seu busto está ali. Pergunto aos brasileiros e às brasileiras se conhecem o nome de dez Presidentes da República. Mas de Rui Barbosa, sim. Por quê? Porque ele disse: “A justiça e a lei são o caminho e a salvação”. “Ao trabalho, ao trabalhador tem de se dar primazia, pois ele é quem faz as riquezas.”

E o PT se ajoelha aos banqueiros. É só quem ganha dinheiro. Dá-se aquele pouquinho para o Bolsa-Escola, esmola, mas dá-se muito, muito, muito para os poderosos, para os banqueiros, como nunca dantes na vida.

Então, veja o que disse Ulysses Guimarães. E aqui sacrificaram muitos, não foram apenas Ulysses Guimarães, Teotônio; Tancredo Neves, que se imolou; Ramez Tebet, outro dia; Juscelino Kubitschek, humilhado e cassado ali; Marcos Freire, do meu Nordeste; Alencar Furtado...

Professor Marco Maciel, o que disse Alencar Furtado, cassado, mas exaltado com o renascer da democracia? “Liderança sem coerência é repudiada. Os governos que desprezam seu povo para servir a grupos caem, inapelavelmente, no descrédito popular.”

Então, esse é o PMDB. Senador Suplicy, V. Exª escutou, cresceu na redemocratização, quando Ulysses Guimarães disse: “A Frente Democrática Nacional percorrerá, com os pés do povo, a geografia do Brasil. Em São Paulo, clarinou o toque de reunir. Avançar e vencer sob o comando do lema imortal: unidos, venceremos”. E esse comandante é hoje nosso Presidente Michel Temer.

Ulysses Guimarães dirigiu o Partido por 20 anos. Amigos pessoais o dirigiram, como Orestes Quércia, a quem devo favor. Fui candidato a Governador, e ele a Presidente. Ele não foi para o segundo turno. Deu-me a estrutura, e estou aqui. O nosso ímpar Jarbas Vasconcelos foi Presidente do Partido. Ímpar, herói do Nordeste, fez-nos esquecer até Nassau. Ele, com Marco Maciel, deram exemplos de bem governar o Nordeste e o Brasil. Alguns Presidentes do PMDB foram amigos meus, como o Maguito Vilela, com quem viajei para a Itália, juntamente com seus filhos. Mas nenhum foi melhor do que Michel Temer!

Por quê? Pela tormenta que ele enfrentou. Eu vi a turbulência. Senador Arthur Virgílio, quatro membros do Partido quiseram ser candidatos a Presidente. Ele estava com a lei. Senador Suplicy, como as convenções eram difíceis! Acho que já tenho mestrado em Direito de tanta liminar: começava, apagava; valia, não valia; vinha advogado, derrubava. Era uma confusão, e o Michel Temer estava sempre sereno, tranqüilo, independente. Leva o Partido, mas não o entrega. Não podemos entregá-lo ao Presidente Lula.

Apoiar, nós o apoiamos; nós apoiamos o Brasil! Ele foi eleito, por que não daremos governabilidade? Dão lá no Piauí, e eu nunca falei nada. Eu precisei, quando governei o Estado. Uma coisa é isso, outra coisa é ele querer apontar o Presidente do Partido. Nós temos o melhor Presidente do Partido, que é Michel Temer.

Senador Marco Maciel, atentai bem! Olhem aqui! Senador Suplicy, V. Exª já leu Nervos de Aço, de Roberto Jefferson? Não sou do PTB. Senador Marco Maciel, esse livro dá o diagnóstico clínico, de olho clínico, que eu já havia dado, mas com as provas laboratoriais, os exames, mostrando o que é o PT hoje. Esse livro analisa a política de hoje, o Congresso de hoje. E eu indico Nervos de Aço. Mas olha o que ele diz sobre o meu candidato, Geraldo Mesquita. Ele diz que, em todos os Partidos, havia esse negócio de mensalão e um passe, como o do Ronaldinho: Se saísse de um partido para o outro, ganhava R$1 milhão. Ele vem aqui e dá os nomes. Por que vamos processar um homem que está citando os nomes? O que me interessa é que ele cita os partidos e os nomes. Havia um passe, como quando se compra um bom jogador, que era de R$1 milhão. E depois ganhava um mensalão de R$ 40 mil por mês.

Ó Marco Maciel, V. Exª é cristão e não admite essas coisas. Mas, Geraldo Mesquita, ele cita os partidos - eu não quero, porque isso é problema dele, e há colegas aqui dos partidos - e diz que “até numa parte do PMDB, mas ali não era algo institucional, apenas um grupo restrito, ligado ao Deputado José Borba”. Porque, se Delúbio, Marco Valério, Genoíno quisessem, não teriam essa conversa com Michel Temer, porque ele os colocaria para fora. Esse é o meu candidato a presidente do Partido. E digo, ó Arthur Virgílio, se entregares para o candidato do Lula... Ele quer o PMDB saneado, porque ele sabe que o PT, segundo Roberto Jefferson, está contaminado, necrosado. Ele quer o PMDB saneado por Ulysses, por Tancredo, por Teotônio, por Ramez Tebet, por Juscelino, por Marcos Freire, por Franco Montoro e por nós, como Geraldo Mesquita, Jarbas Vasconcelos, Garibaldi.

Aí, se deixar o PMDB que o Presidente da República indique o nome... Ele devia indicar o Presidente do PT, ao meu ver. Suplicy, ao meu ver, ele deveria indicar V. Exª Presidente do PT, porque V. Exª é um homem de dignidade, ou Paulo Paim; mas o PMDB é nosso, e nós temos o melhor Presidente hoje: Michel Temer. Dito aqui, ali.

Vi quatro candidatos. O Rio Grande do Sul não pode estar contra Michel Temer. Olhem como ele foi decente com Rigotto! Quem fez as regras da indicação foi até o nosso amigo Eliseu Padilha. Fez as regras das prévias. Que distinção com o Rio Grande do Sul! Rigotto, Garotinho, excelentes todos os dois. Rigotto, do Rio Grande do Sul, só por ter nascido no Rio Grande do Sul, a história é de grandeza; e Garotinho, extraordinário líder. Falar é fácil, mas vá ganhar o Governo do Rio de Janeiro, como o fez também sua mulher, e sair. Não foi? E Itamar.

Michel Temer fazia as convenções, Michel Temer desceu do patamar, foi ao povo. Por isso que o PMDB não se acabou. As prévias, as liminares impediram. Mas houve a participação do povo, Paulo Paim. Não há democracia sem o povo. Ulysses dizia: “Ouça a voz rouca das ruas”. Quem ouviu foi o Michel. Houve a participação quanto a liminares, quanto a chantagem, quanto a pressão, mas ele agüentou. Itamar, esse extraordinário Presidente pai-d’égua, que foi um dos que acabaram com a inflação, não permitiu. E, no fim, Pedro Simon, franciscano, paz e bem, extraordinário, recebeu todo o apoio, toda a solidariedade, todo o apreço, todo o calor de Michel Temer. Se a Executiva não quis... Mas eu não acredito! Com o passado de dignidade de Pedro Simon... Sem Michel Temer, eu não acredito. Desculpe, Paim...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...mas eu nunca vi tanta serenidade, solidariedade e apoio. Se não quiseram... Mas Michel Temer foi bravo. É meu candidato e é por isso que nós estamos aqui.

Arthur Virgílio, entregar o PMDB para que Lula indique o Presidente, atentai bem, é fazer do Lula o super-Chávez. Pronto, o super-Chávez, por isso nós somos responsáveis. O que diz aqui Ulysses no início do PMDB: “O compromisso fundamental do PMDB é com a democracia, não como tática provisória, mas como princípio primordial e inarredável”. Se acabar a democracia, aí vai ser a farsa. E não foi para isso.

O povo votou no PMDB e houve a participação popular porque Michel Temer possibilitou as prévias. E as bases participaram, votaram, escolheram. Essa é a nossa... Há outros que eu não vejo sendo a cara... cuja história não vejo. Pelo contrário, os outros não têm essa vida de amor ao Direito e a correção que ele tem.

V. Exª sabe - eu conheço a gente do Piauí, e V. Exª conhece a gente do Rio Grande do Sul, povo que representa - que ninguém cedeu a Leonel Brizola.

Está aqui um dos últimos artigos: “A Fraude de Nelson Jobim”.

Nós estamos aqui, porque Rui Barbosa disse: “O homem que não luta pelos seus direitos não merece viver”. E o direito de todo peemedebista é salvaguardar aquele patrimônio que é da Pátria, que é do povo e que é da democracia.

O grande comandante deste Partido, no momento mais difícil da sua história, é o nosso candidato, que, em março, deverá ganhar as eleições: o Presidente Michel Temer.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/02/2007 - Página 2651