O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Efraim Morais, Senadoras e Senadores, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, Presidente Collor, gostaria de começar buscando Winston Churchill, lutador, militar, líder político que fez renascer a democracia, comandou a última guerra. Churchill disse: “Política é como a guerra, com a diferença de que, na guerra, só morremos uma vez e, na política, várias vezes”.

Presidente Collor, “errare humanum est”, disse Cícero. Errar é humano, o Congresso errou na cassação de Collor, mas apresentou para o mundo e para o céu Luiz Eduardo Magalhães.

Sr. Presidente, eu era Prefeito da minha cidade - V. Exª venceu lá e bonito - e, em casa, no chão, liguei a televisão. Senador Antonio Carlos Magalhães, seu filho cresceu para mim, cumprindo a função dele de líder na hora da adversidade. Ali nasceu um grande líder! E ele não morreu, pois é exemplo para todos nós termos coragem.

Aqui estamos e não podemos fugir do jogo. Chega um Senador do PMDB novo, Neuto de Conto, nome italiano. Haverá uma guerra no Partido: a eleição. Temos de decidir. Ô, Senador Arthur Virgílio, é como quando temos de casar: há encantadoras mulheres mil, mas temos de escolher uma só. Temos de escolher o melhor candidato. E temos um candidato.

Senador Tasso Jereissati, V. Exª é colega e presidente do PSDB. São 29 partidos e não conheço nenhum que tenha um presidente que supere Michel Temer. Não conheço! Eu o conheci em 1995, quando governava o Piauí. E Deus escreve certo por linhas tortas. O PMDB tinha nove Governadores: eu, no Piauí; o Senador Garibaldi Alves Filho; o Senador José Maranhão era vice de Antônio Mariz, que estava vivo ainda; o Suruagy, extraordinário homem do Nordeste. E eles pediram que eu o representasse, pois eu estava aqui. E eu fiquei. E vi a unidade geral do Mesquita. Eu vi. O Michel Temer juntou a Câmara para ser eleito. Eu o representei. E desde aí me aproximei dele. Passaram-se 12 anos e nunca vi uma indignidade, uma fraqueza; só vi grandeza da parte do nosso presidente.

Temos de nos orgulhar do presidente que temos. Ô, Senador Collor, dizem que o francês é tímido, não gosta nem de tomar banho, é preguiçoso, mas com um grande comandante, vale por cem e por mil. Esse comandante do PMDB foi Michel Temer. V. Exª foi um presidente extraordinário, um homem do Nordeste; Ulysses também o foi. Quércia candidatou-se, eu fui eleito, ele não foi, mas ele me ajudou. Maguito, irmão camarada, mas ninguém cedeu a Michel Temer.

Olha que ele administrou o Partido com toda a turbulência. Germano Rigotto queria ser presidente, não foi; Garotinho merecia, não foi; Itamar Franco não conseguiu; Pedro Simon foi o mais virtuoso de todos, mas não o deixaram.

O PMDB tem uma história; a nossa começou em 1972; Ulysses foi em 1974, com Sobral Pinto; Euler Bentes, em 1978, com Brossard; nós conquistamos com Elias Ximenes uma prefeitura da Parnaíba. Longo e sinuoso caminho.

O PMDB é muito importante: ele é do povo, é da Pátria, é da democracia! Eu vi o Partido, Senador Geraldo, apoiar o Governo. É lógico que ajudaremos na governabilidade, demos apoio a Fernando Henrique Cardoso, extraordinário estadista que também quis eleger Alberto Goldman. Cícero Lucena - onde ele está? - era do PMDB e pediu-me para votar em Alberto Goldman. O Presidente Fernando Henrique Cardoso, extraordinário estadista deste País, não conseguiu elegê-lo, pois quem ganhou foi Paes de Andrade.

Agora, o Lula quer eleger o nosso presidente.

É interessante. O Lula tem de eleger o Presidente do PT! E por que sou Michel Temer? Nunca vi nada contra o Michel Temer. Nós nos orgulhamos dele nesta Casa. Atire a primeira pedra...

Agora, este outro, vejam as manchetes: “Ex-deputado aponta farsa”. “Sobre Jobim: ‘Queria que ele assumisse a culpa e entregasse a toga’ “, afirma João Cunha, Deputado Federal, V. Exªs o conhecem.

“O Supremo é isento”, artigo de O Estado de S. Paulo: “Jobim deve afastar candidatura”, diz manifesto de juízes.

O Estado de S. Paulo diz: “O Supremo espera a aposentadoria de Jobim para não ter de cassá-lo”. É como Carlos Lacerda, ele fazia assim. E Nelson Jobim, escolhendo os cargos que ocupará no futuro. Michel Temer nunca usou um partido para buscar um emprego para ele, para a mulher dele, para a família dele.

“Quebra de decoro no STF”, Opinião, O Estado de S. Paulo.

Sebastião Nery, o mais acreditado historiador da nossa política, tem livros publicados: Nelson Jobim, confissão, réu, fraude etc.“

Brizola. Ô, Senador Pedro Simon, do Rio Grande do Sul! Quem conhece a Bahia é Antonio Carlos Magalhães; quem conhece o Rio Grande do Sul é o Brizola. V. Exª, Senador Jarbas, conhece Pernambuco. Brizola disse: “A fraude de Nelson Jobim”, 60 dias antes de morrer. 

“Nelson Jobim ganha manchete com improbidade e inverdade.” (Hélio Fernandes, várias vezes preso por defender a democracia). Advogados todos atacam Nelson Jobim, com abaixo-assinado e tal. “Devolva a toga, companheiro.” (Sebastião Nery). Ainda tinha uma carta aberta de um ex-aposentado federal. “Nelson Jobim, a mancha negra do Supremo: arrogante, pretensioso, negligente e carreirista”.

Onde está o Presidente Collor? Marconi Perillo, olha aqui, Roberto Jefferson é do PTB! Eu não o conheço pessoalmente. Só o conheço como todos os brasileiros.

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Devem ler este livro para saber o que é o PT.

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Senador Mão Santa, V. Exª tem mais um minuto para concluir o seu brilhante pronunciamento.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Jarbas, este livro eu trouxe para V. Exª. Eu o li inteiro, e não tem mais. Busquem, precisam saber.

Eu sou médico e poderia ter feito um diagnóstico clínico, o olho clínico, mas eu poderia errar. Mas aqui estão os exames laboratoriais, aqui estão os diagnósticos, Flexa Ribeiro. Está apodrecido o negócio, está necrosado e gangrenado. Então, o Lula, sabendo, quer pegar o PMDB saneado por Ulysses, por Tancredo, por Teotônio, por Juscelino - cassado, humilhado -, por Ramez Tebet, por Marcos Freire; por nós. E se entregarmos, ele vira o super Chávez e, aí, acabou.

Senador Antonio Carlos Magalhães, aquele seu afilhado, o Ricardo Chaves, do trio elétrico, quando termina um show, canta: “Acabou, acabou!” Se entregarem o PMDB, teremos o super Chávez. Atentai para isso!

Para defender o meu candidato, está aqui. Ó Perillo, diz ele aqui. Por que não processam o homem? Está aqui o livro, Jarbas. Diz ele que esses que pulam de partido - não vou citar, mas está aqui - ganhavam R$1 milhão de bicho e 400 mensais. Ele cita os nomes. Ó, Mozarildo, por que não se processam o homem?

E o que ele diz de Michel Temer, do PMDB, que é da Pátria, que é do povo, que é da liberdade, que é nosso? Atentai bem. Ele diz:

Havia boatos sobre deputados que estavam recebendo... [não vou citar todos os partidos e são 29, são muitos que recebiam]... e até numa parte do PMDB. Mas ali não era algo institucional, apenas um grupo restrito ligado ao deputado José Borba, porque com o Michel Temer, presidente do partido, Delúbio Soares [e essa camarilha toda que ele cita aqui] não podiam ter essa conversa. Seria posto para correr.

Este é o meu candidato, Jarbas. Este é o meu voto. Sei que há milhares de Líderes bons. V. Exª poderia ser, Geraldo Mesquita, o nosso amigo Neuto de Conto também, mas temos de escolher apenas um. É como ficar casado, tantas mulheres maravilhosas e só pude ficar com a Adalgisa e pronto. Então, só temos este homem.

Lembro a luta de Ulysses: 20 anos. Mas me lembro da luta de Moisés, 40 anos de dificuldade, Mar Vermelho, exército de faraó. Foram 40 anos! Ele chegou à terra prometida, avistou-a e disse: “Josué, assuma!” O nosso Josué de Ulysses é Michel Temer, para a salvação do PMDB e a contribuição do PMDB na nossa democracia.