Discurso durante a 23ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexões sobre a eleição para o Diretório Nacional do PMDB.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Reflexões sobre a eleição para o Diretório Nacional do PMDB.
Aparteantes
Romero Jucá, Valdir Raupp.
Publicação
Publicação no DSF de 10/03/2007 - Página 4831
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • REGISTRO, HISTORIA, PARTIDO POLITICO, MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (MDB), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, ESTADO DEMOCRATICO, BRASIL, COMPARAÇÃO, EVOLUÇÃO, DEMOCRACIA, AMBITO INTERNACIONAL, DETALHAMENTO, ATUAÇÃO, LIDER, ELOGIO, VIDA PUBLICA, POLITICA, PARTICIPAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, MICHEL TEMER, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), COMPARAÇÃO, EFICACIA, PRESIDENCIA, ULYSSES GUIMARÃES, EX PRESIDENTE, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, CONTRIBUIÇÃO, DEMOCRACIA, BRASIL.

O SR MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Cumprimento o Senador Marcelo Crivella, que preside esta sessão; as Srªs Senadoras e os Srs. Senadores aqui presentes; as brasileiras e os brasileiros aqui presentes e os que nos assistem pelo Sistema de Comunicação do Senado.

Senador Marcelo Crivella, V. Exª é de Deus. Diz o Apóstolo Paulo: “Percorri meus caminhos, preguei minha fé e combati o bom combate”. Meu Partido, o MDB - depois, PMDB -, pode rezar como o Apóstolo Paulo, que V. Exª acompanha.

Senador Marcelo Crivella, temos de entender que a maior conquista da civilização foi, sem dúvida alguma, a democracia. Na velha Grécia, ninguém contestou Aristóteles, quando disse: “O homem é um animal político, é um animal societário”. Esse animal político buscou as formas de governo. Muitos desistiram, mas o povo, que é a voz de Deus, insatisfeito com o modelo mais forte - o dos reis, que seriam Deus na terra; Deus seria um rei no Céu -, o povo forte, bravo e sofrido foi às ruas e gritou: “Liberdade, igualdade e fraternidade!”. Caíram todos os reis.

Senador Crivella, foram cem anos para o daqui cair. Mas as coisas aconteceram.

E a democracia é complexa. Onde ela nasceu, rolaram cabeças nas guilhotinas: Danton, Robespierre. O interessante é que Danton disse para Robespierre: “O povo perdeu a razão, e, por isso, vão cortar minha cabeça. Mas quando ele conquistar a razão, cortarão sua cabeça”. Apareceu Napoleão, e foi ajeitando a democracia por lá.

Aqui foi melhor, pois não rolaram cabeças. Nasceu a República, e nomearam um militar, Deodoro. Depois, veio Floriano e um terceiro. E esse homem disse: “Estou fora”. Então, foram conquistá-lo, comprá-lo, para que aceitasse o terceiro militar. E Rui Barbosa saiu na campanha civilista. Ofereceram-lhe, então - isto é muito atual, Senadora Serys -, o Ministério da Fazenda, que ele já tinha ocupado. Ele disse: “Não troco a trouxa das minhas convicções por um Ministério”. Esses homens não aprenderam e ficam atrás de Ministério, um lugar de “boquinha”. Rui nos ensinou.

Senadora Serys, fomos até mais felizes, porque aqui não rolaram cabeças como na França. Houve uma exceção, um homem muito bom, um líder civil, Getúlio Vargas, um amante do trabalho, do trabalhador. Foi ele que deu o voto para a mulher, o voto secreto, além de outras conquistas. Ele era um homem extremamente honesto, honrado. Atentai bem! Olhem a diferença! Senadora Serys, fale sobre Getúlio para sua gente!

É interessante, mas o que mais me impressionou em Getúlio, Senador Crivella, foi quando ele saiu do governo, após quinze anos - o Presidente Lula está aí há quatro anos e poucos meses; atentai bem! -, e foi para sua fazenda. Senadora Serys, ele não tinha uma geladeira na fazenda, não havia eletricidade. Ele não levou eletricidade para lá. Um industrial paulista quis presenteá-lo com uma geladeira, mas ele ficou meio constrangido. Outro lhe disse: “Aceite-a, que ele lhe quer dar”.

Vou citar, só para análise, que meu avô, na época, tinha três geladeiras a querosene: uma na fábrica, uma na casa de praia e uma na casa dele. E o Presidente Getúlio não tinha uma geladeira a querosene.

A Senadora Serys é novinha, tem 25 anos, mas me lembro de que meu avô gritava: “Menino, vá ver o pavio!”. Havia um pavio, que, se enfumaçasse, não gelava. E eu metia a cabeça embaixo da geladeira, que tinha uns pés compridos e era a querosene. E Getúlio não tinha geladeira. Olha o ensinamento de austeridade! Ele a aceitou. E, depois, ele disse: “Sabe que eu gostei. Tomava um sorvete de noite”. Getúlio Vargas, depois de quinze anos, não tinha geladeira!

Presidente Lula da Silva, ensine a esses seus meninotes que somos felizes. Não é preciso buscar exemplo em outros países na história, não! Está aí Getúlio Vargas: depois de quinze anos, saiu do Governo sem uma geladeira a querosene. Depois, ele voltou.

Depois, também houve outro período de exceção, com os militares. Cercearam a liberdade, mas deram exemplo de honestidade. Os do Piauí - Petrônio Portella; João Paulo dos Reis Veloso; Evandro Lins e Silva; Carlos Castello Branco, o Castelinho - viveram essa época. Nós soubemos superar. E nós estamos nesta situação.

Senadora Serys, V. Exª era professora. Era professora de História? O que V. Exª ensinava?

A Srª Serys Slhessarenko (Bloco/PT - MT. Fora do microfone.) - Educação e Direito.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Educação e Direito. Atentai bem! V. Exª vai já entrar nessa história da democracia e do PMDB. Vou-lhe enquadrar aqui.

Essa é a história política. Do período militar, nós passamos. Naquele tempo, na Grécia, não havia máquina eletrônica, nem papel. Então, eles votavam com ostra. A Grécia é rodeada de mar - Crivella deve conhecê-la, porque conhece o mundo todo -, e eles iam buscar a ostra quando queriam, por exemplo, botar uma pessoa para fora da cidade. Quando dava um volume muito grande de ostra, a pessoa era expulsa - daí o nome ostracismo. Mas não se podia chamar o povo, como era na Grécia, para resolver tudo. Aí se inventou o partido, a democracia representativa - que somos nós. Nós somos o povo.

Ó Senador Chiquinho Escórcio, o povo é chamado e é representado pelos partidos. Então, o partido é o povo, é o aperfeiçoamento da democracia. Não existe democracia sem partidos fortes, e, neste País, o mais forte e o melhor é o meu MDB, que fez retornar a democracia e a anistia, que é perdão. O MDB acabou com as torturas e com os crimes. Fez a Constituição, a Lei das leis. E voltou a democracia. É esse PMDB, de 41 anos!

Senador Crivella, V. Exª me faz abrir o Livro de Deus. V. Exª representa Ele aqui. Tivemos um líder, Moisés. Não o tivemos? Ele tinha uma missão. Não quis saber se havia faraó, exército, Mar Vermelho, bezerro de ouro, fome, deserto, seca por 40 anos. Atentai bem, Crivella!

Quis Deus que entrasse aqui o Senador Romero, nosso Líder do PMDB.

Moisés, depois de 40 anos, quando vê a Terra Prometida, não adentra, mas busca seu sucessor e diz: “Josué, guie nosso povo!”. E Ulysses não levou 40 anos - foram 20 anos - e nos apresentou o Josué do PMDB, que é Michel Temer. É ele. São 29 Partidos, e somos orgulhosos do meu Presidente. Michel Temer, professor constitucionalista, respeita a lei, a Constituição; S. Exª a prega e a ensina. Conheço-o desde 1995. Eu estava nesta cidade, era Governador do PMDB, quando recebi uma delegação de nove Governadores do PMDB, para que ficasse aqui e representasse todos na eleição de Michel Temer à Câmara Federal. S. Exª tinha feito a unidade. E, desde aí, eu o acompanho. Ó Crivella, nunca vi uma imoralidade ou uma injustiça! Desafio a atirar a primeira pedra quem já viu o nome do nosso Líder envolvido em falcatruas!

Saiu um livro de Roberto Jefferson: Nervos de Aço. Ele conta muita podridão existente na democracia brasileira. Ele diz que, quando um político mudava de partido, ganhava R$1 milhão e um mensalão de R$40 mil. E cita nomes. Disse que isso havia nos Partidos - e não vou citar, pois é responsabilidade dele. Ele cita nomes. Diz: “No PMDB, isso aconteceu, mas era lá pela via do Paraná, não com Michel Temer”. Eles não tinham coragem de levar a imoralidade e a indignidade.

Esse é o Presidente. Esse é o diploma. E aí está. Abençoado por todos, eu venho em nome deste Partido, em nome de Ulysses - que disse: ”Ouçam a voz rouca das ruas” -, encantado no fundo do mar; em nome de Teotônio, moribundo com câncer, que fazia renascer a democracia; em nome de Tancredo, que se imolou; de Juscelino, humilhado e cassado; de Marcos Freire, do nosso Nordeste, cujo slogan era “sem medo e sem ódio”; de Ramez Tebet, recente; em nome de nós, vivos; em nome do povo, porque o PMDB é do povo, o PMDB é da democracia. Esse é o Partido em que o povo ainda acredita, daí as representações.

Então, viemos convidá-los para a grande festa e agradecer a Deus.

Permita-me, Romero Jucá. Lá, onde nasceu a democracia, para livrar o povo francês da guilhotina surgiu Napoleão Bonaparte, estadista. Crivella, o francês é tímido, é até preguiçoso, dá trabalho para tomar banho - Napoleão, nas suas memórias, em Santa Helena -, mas, quando tem um comandante forte, ele vale por cem e por mil.

É por isso que o PMDB cresceu, nós temos esse comandante forte, digno, decente. A unidade do Partido, que representa a sua história, a sua presença e a perspectiva de esperança da nossa democracia, é Michel Temer. Por isso estamos aqui, para convidar todo o PMDB!

A minha satisfação é grande quando vejo um piauiense, um líder: Henrique Gustavo, do PMDB jovem. Hoje, já está mais envelhecido, mas passou para o PMDB sindical. Há mulheres no PMDB.

Por que o PMDB cresceu? Por que Romero está aqui, representando a grandeza desse PMDB? Porque Michel Temer ouviu Ulysses, que disse: “Ouçam a voz rouca das ruas”. S. Exª levou o PMDB para o povo, fez uma participação com suas prévias. Não conseguiu candidatura própria, mas respeitou Rigotto, respeitou Garotinho, respeitou Itamar, apoiou e respeitou Pedro Simon. Não conseguiu, mas levou o PMDB para o povo, para que tivesse participação nas prévias.

Então, estamos aqui para convidá-los, e bem representados estamos. Quero convidar para essa chapa da unidade, da história, da presença e da grandeza desse grande Partido. Eu estou nessa chapa, assim como cinco companheiros Senadores também estão, representando a grandeza, a história e a luta desse Partido: Mão Santa; o extraordinário, o maior líder deste PMDB, que governou o Distrito Federal quatro vezes, que é Roriz - Bill Clinton governou o Arkansas quatro vezes, Roriz governou Brasília quatro vezes; o Arkansas era um estado pequenininho, e Roriz, este homem com perspectiva de ser Presidente, está na chapa -; Camata, a história e a tradição; Almeida Lima, melhor Prefeito da história de Aracaju; e Neuto de Conto, que representa, sem dúvida nenhuma, uma das maiores lideranças históricas: o Governador Luiz Henrique.

Por isso, o nosso convite! Aqui, peço de público, a todos, o apoio. Está escrito no livro de Deus: “Pedi e dar-se-vos-á”.

Senador Romero, aqui estamos fazendo um convite e pedimos a presença de V. Exª, que é um homem de muita luta, um homem de inteligência privilegiada, um homem que todos respeitamos, admiramos e a quem o País deve. Convido todos a estarmos presentes, acreditando, sem dúvida nenhuma, que o PMDB é patrimônio do povo e da democracia.

V. Exª quer um aparte?

O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - Eu gostaria de obter um aparte.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Pois não, é com muita honra que concedo um aparte, para participar deste pronunciamento, ao Líder Romero Jucá, uma das inteligências mais privilegiadas deste País.

O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - Senador Mão Santa, fiz questão de fazer um aparte no pronunciamento de V. Exª, porque V. Exª fala do PMDB, fala da história do PMDB, das lutas do PMDB, das grandes figuras do PMDB. Eu, como peemedebista, não posso deixar de corroborar as palavras de V. Exª quando fala da grandeza do Partido, quando fala da perspectiva do PMDB. Independentemente da disputa interna, que é natural e que é democrática no Partido, não tenho dúvida de que o PMDB vai se consolidar ainda mais, vai se unir. Vamos atuar no sentido de ajudar a governabilidade, mas, principalmente, o PMDB, unido, terá condição de elaborar um projeto claro de poder e de governança para o País. O PMDB tem todas as condições de apresentar candidatura para Presidente da República, de efetivar seu discurso programático de liberdade e de crescimento, e isso virá com a união. O PMDB é o maior Partido do Brasil, é o Partido que tem o maior número de filiados, o maior número de prefeitos, o maior número de deputados estaduais, o maior número de deputados federais, o maior número de senadores e o maior número de governadores. Portanto, sem dúvida nenhuma, é uma estrutura política forte, que precisa de união, que precisa de construção, mas que tem todas as condições de ser o grande Partido que todos queremos que seja. Já o foi no passado, e as disputas internas dividiram o Partido. Agora, chegou um novo momento, o momento da construção da unidade, que levará o PMDB novamente a ser aquele Partido que tem uma proposta para o País. V. Exª está de parabéns ao pregar a unidade do PMDB. A disputa é democrática, este momento está passando. Haverá novos momentos pela frente. Temos de cuidar do nosso Partido, que é um patrimônio do País e responsabilidade de todos nós.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradeço a V. Exª. Como eu disse, V. Exª é uma das inteligências mais brilhantes que conheço, daí ser o Líder do Governo nesta Casa, por mérito pessoal, por trabalho e por dedicação.

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. Bloco/PRB - RJ) - Senador Mão Santa, a Presidência apela a V. Exª que conclua o seu pronunciamento após o aparte do Líder do PMDB nesta Casa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Sr. Presidente, permita-me conceder o aparte ao Líder do PMDB nesta Casa, que contestou as palavras de Nelson Rodrigues, que disse que a unanimidade é burra. Ele ganhou por unanimidade. A unanimidade foi competente, soube escolher o Senador Valdir Raupp. Não citei o nome de V. Exª, mas lembro-me de que, em 1995, eu representava os Governadores do PMDB - entre os quais V. Exª era um dos mais brilhantes, defendendo o Estado de Rondônia -, e foi nessa época que Michel Temer conseguiu unidade para ser Presidente da Câmara.

Concedo-lhe um aparte, Senador Valdir Raupp. 

O Sr. Valdir Raupp (PMDB - RO) - Só consegui a unanimidade, nobre Senador Mão Santa, porque V. Exª encabeçou a lista de assinaturas. Todos seguiram V. Exª. Por isso, consegui a unanimidade. Obrigado! Sei do amor e do carinho que V. Exª tem pelo PMDB, assim como o Senador Pedro Simon, Ulysses Guimarães, eu e tantos outros, centenas, milhares. O PMDB é o Partido que tem o maior número de filiados no Brasil, é o Partido que tem o maior número de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais, de deputados federais, de senadores e, agora, na última eleição, atingimos o maior número de governadores também. Só não conseguimos ainda eleger o Presidente de República. Houve o Presidente Sarney, que era o Vice de Tancredo. Infelizmente e lamentavelmente, com a morte do nosso Presidente Tancredo Neves, o Presidente Sarney assumiu a Presidência da República, e até hoje não saiu do PMDB. Respeito o Presidente Sarney por essa atitude. Já faz 20 anos, e até hoje o Presidente José Sarney se mantém firme no PMDB, defendendo o Partido. Às vezes, as pessoas falam: “Ah, o PMDB rachou, o PMDB se dividiu e vai diminuir!”. Pelo contrário, o PMDB perdeu, naquela época - há uns 15 anos -, o grupo que, hoje, é o PSDB, que elegeu o Presidente da República duas vezes, que elege governadores, prefeitos, senadores e deputados por todo o Brasil. Eles saíram do PMDB, e o PMDB ficou forte, mais forte do que todos os outros partidos. Portanto, não é com racha, com divisão, como essa que está havendo agora dentro da Convenção Nacional, que o PMDB vai diminuir. Pelo contrário, creio que ele terá força para se fortalecer cada vez mais. O PMDB é grande, o PMDB nunca faltou também com a governabilidade do País em todos os governos. O PMDB nunca foi irresponsável a ponto de saber que é o fiel da balança, que é o equilíbrio da governabilidade e enveredar pelo rumo da oposição. Creio que a oposição é salutar, é importante, mas ela jamais pode ser esmagadora, colocando em risco a governabilidade. É assim que o PMDB tem agido, e tenho certeza de que será assim, Senador Mão Santa, que o PMDB vai sair dessa Convenção, embora com uma ala descontente, não contemplada. Até torci pela fusão das chapas, bem cedo. Antes mesmo do lançamento da candidatura do Ministro Nelson Jobim, eu defendia a união. Que lançássemos uma chapa única, até mesmo dividindo o mandato do Presidente, tendo em vista que Michel Temer está na Presidência do PMDB há seis anos. Não tenho nada contra o Temer, é um grande homem. Mas creio que já é o momento de um outro companheiro assumir os destinos desse Partido. Ele até estava se propondo a dividir o mandato, ficaria mais um ano e daria o segundo ano de mandato para o outro candidato. Em seguida, lá na frente, poderia até se reeleger, como vem acontecendo sucessivamente. Tinha que se buscar um caminho. Já que isso não foi possível, vai para a Convenção uma chapa apenas, da qual um grande grupo ficou, de certa forma, excluído, mas o mandato é de dois anos, que passam muito rapidamente. Se um mandato de quatro anos, como o de Presidente da República, Governadores e Prefeitos, quando menos se espera já passou, imaginem um mandato de dois anos! No próximo ano, quem quiser ser candidato a presidente do Partido já pode sair pelo País, visitando os Estados brasileiros, para, daí a um ano e meio, começar a campanha para a nova disputa de chapas do PMDB. Espero que o PMDB continue cada vez mais forte e firme para ajudar o Brasil.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Vamos começar a nova campanha agora e o meu candidato é o Raupp, que teve a unanimidade de votos dos Senadores.

O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. Bloco/PRB - RJ) - Senador Mão Santa, conclua, por favor.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Aqui está a história do MDB. Aqui está A História de um Rebelde, de Tarcísio Delgado. Eu ia ler um trecho, mas vou terminar com um pensamento de Ulysses. Aqui estão os grandes nomes que engrandecem a História do País, mas vou terminar apenas com a palavra de Ulysses Guimarães. Michel está na presidência há cinco anos, Ulysses esteve nela por 20 anos. Ele foi tão bom para o PMDB, tão bom para a democracia, tão bom para a Pátria como extraordinariamente está sendo o comando de Michel Temer.

Termino fazendo minhas e de todos nós as palavras de Ulysses:

(...)Deve-se fidelidade à pátria e não aos detentores do poder que a renegam. Por infidelidade decretada pelos poderosos do momento, Sócrates foi envenenado, Cristo foi crucificado, Joana D’Arc foi queimada, Garcia Lorca foi fuzilado, Tiradentes foi enforcado. Imortalizaram-se, contudo, como fiéis à salvação de seu povo ou da humanidade, porque quem atesta a verdadeira fidelidade é a História, não os interesses contrariados.

(...) A Frente Democrática Nacional percorrerá com os pés do povo a geografia do Brasil. Em São Paulo clarinou o toque de reunir, avançar e vencer, sob o comando do lema imortal: Unidos venceremos!

Michel Temer é o nosso Presidente!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/03/2007 - Página 4831