Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração, hoje, dos 184 anos da Batalha do Jenipapo. Solicita ao Governo Federal, para que finalize uma série de obras inacabadas do Estado, como o Porto de Luís Correa, a estrada de ferro central do Piauí, a Universidade Delta do Piauí e o Hospital Universitário.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Comemoração, hoje, dos 184 anos da Batalha do Jenipapo. Solicita ao Governo Federal, para que finalize uma série de obras inacabadas do Estado, como o Porto de Luís Correa, a estrada de ferro central do Piauí, a Universidade Delta do Piauí e o Hospital Universitário.
Aparteantes
Mário Couto.
Publicação
Publicação no DSF de 14/03/2007 - Página 5093
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, LUTA, HISTORIA, MUNICIPIO, CAMPO MAIOR (PI), ESTADO DO PIAUI (PI).
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CUMPRIMENTO, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO, ECONOMIA NACIONAL, CONCLUSÃO, OBRAS, ESTADO DO PIAUI (PI), BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador César Borges, que preside esta sessão neste dia mais importante do calendário nacional, 13 de março; Senadoras e Senadores presentes; brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado Federal, 13 de março é o dia mais importante da História do Brasil!

             Há 184 anos, lá no Piauí, na terra de Campo Maior, travou-se a sangrenta Batalha de Jenipapo.

            Senador Flexa Ribeiro, representante do Pará, atentai bem! Quando vemos este País enorme, várias vezes maior do que o Pará, isso se deve aos piauienses! Essa é a história verdadeira deste Brasil grande!

            D. João VI disse a seu filho: “Filho, fique com o Sul; eu vou ficar com o Norte, para Portugal”. Senador João Tenório, seria o país Maranhão. Inclusive já havia um decreto nesse sentido. D. João VI, que aqui reinou, tendo vindo de Portugal por medo de Napoleão Bonaparte tomar, disse a seu filho: “Filho, fique com o Sul; o Norte fica com Portugal, que será o país Maranhão”.

            Atentai bem, brasileiros e brasileiras: fomos nós que fizemos este País grande!

            De acordo com a História, Senador Marco Maciel, D. João VI, então, mandou para as terras brasileiras Fidié, seu afilhado e sobrinho, que era militar e que havia ficado lá para deter Napoleão. Não era qualquer um; era Fidié, sobrinho e seu afilhado, militar glorioso e honrado de Portugal. Ele veio e se instalou em Oeiras. A ordem era dividir este País grandioso, e a metade ficaria para Portugal. O nome do país seria Maranhão, do qual o Pará faria parte e seria ligado a Portugal.

            Então, a minha cidade, Parnaíba, Senador Marco Maciel, em 19 de outubro de 1922, deflagrou a independência independente de Pedro I, com o seu grito. Então, Fidié saiu de Oeiras para debelar esse movimento revoltoso de Parnaíba, liderado por Simplício Dias da Silva, o maior dos brasileiros. Filho de Domingos Dias da Silva, rico português, que tinha cinco navios e exportava gado. Estudou na cidade do Porto; foi colega de Simon Bolívar, Senador Arthur Virgílio. E eles tinham o mesmo ideal revolucionário. Evidentemente, Fidié saiu de Oeiras, o nome da capital traduz a força de Portugal, e foi debelar o motim. Mandou substituir o Delegado João Timóteo, o que Simplício Dias da Silva não permitiu.

            Apoiados pelo Maranhão, três navios invadiram Parnaíba. Simplício Dias da Silva foi ao Ceará e, em Viçosa e em granjas cearenses, o pegou. Quando retornava, Fidié enfrentou um exército de piauienses e cearenses, e fizemos essa batalha. Senador João Tenório, em 24 de janeiro, Fidié, que era o chefe português, teve o seu palácio tomado por piauienses de Oeiras. Então, deu-se a batalha. Evidentemente, Senador Mário Couto, que a perdemos. O exército português era militarizado, comandado por Fidié, afilhado e sobrinho de D. João VI, foi vitorioso e laureado lá. Perdemos. Morreram mais de 200 piauienses, que lutaram com armas improvisadas: machados, foices, facões, espingardas. As mulheres perderam suas jóias. Perdemos. Mas Fidié não pôde retornar à capital, Oeiras. O povo de Oeiras tomou o seu palácio. Então, ele foi para o Maranhão, que era aliado de Portugal. Nós, não, nós lutamos.

            Depois, foi a vez da Bahia que, em julho, fez outra batalha sangrenta pela independência do Norte do País.

             Essas foram as batalhas sangrentas. E tanto é verdade, Senador Cícero Lucena, que, na biografia de Fidié, um homem de muita moral e liderança militar, quando Pedro I, que era português, consolidou, ele não quis ficar no Brasil e voltou, oportunidade em que foi, ainda, comandante da escola militar. E, na sua aposentadoria, atentai bem, Senador Eduardo Azeredo, ele requisitou a sua vitória em Jenipapo, em que havia massacrado os piauienses; mas eles tiveram de retornar.

            Então, essa é a grande data! É por isso, é só por isso, que este Brasil é tão grande! É uno! E aqui estamos, neste dia e nesta oportunidade, data de grandiosa festa no Piauí. Aliás, o ex-presidente Castello Branco, cujos ancestrais são piauienses de Campo Maior, reconheceu essa batalha como uma das mais dignas e honrosas. À de Farroupilha, que foi a precursora da democracia, teve Bento Gonçalves e os lanceiros negros; à que travamos contra o Paraguai, foi a mais vergonhosa. Brasil, Argentina e Uruguai receberam dinheiro do povo inglês para massacrar o povo-irmão do Paraguai, país que estava incipiente nos ramos da indústria têxtil. Portanto, os ingleses, poderosos, deram dinheiro ao Brasil, à Argentina e ao Uruguai. A batalha contra o Paraguai foi uma vergonha para nós!

            A Batalha de Jenipapo, mesmo a perdendo, sem dúvida nenhuma, os piauienses escreveram a mais digna página de nossa História! Essa é a verdade, Senador Marco Maciel!

            Neste dia, o Brasil deve muito ao Piauí. O Piauí, ao longo da História, toma atitudes. Lá, Rui Barbosa ganhou as eleições. A Coluna Prestes tentou invadir e tomar Teresina para ser a primeira capital comunista. Carlos Prestes fugiu, e nós prendemos seu companheiro, Juarez Távora. Essa é a bravura do povo. Foi lá no Piauí, Senador Marco Maciel, que surgiu o primeiro jornal, cujo nome era Oitenta e Nove, dezessete anos antes da República, justamente para inspirar os piauienses e os brasileiros a fazerem a República.

            Esses são os fatos históricos que engrandecem o Piauí.

            Portanto, é hora de o Piauí reivindicar ao Presidente da República, que venceu as eleições lá - e o Estado tem um Governador do PT -, em nome desse Piauí que garantiu a grandeza territorial do País, pedir ao Presidente da República que atendesse, em respeito ao Piauí, à nossa luta, neste grandioso dia, que concluísse as obras inacabadas no Piauí, as obras federais. Esse é o meu pedido.

           O PAC é muita mídia, é muita propaganda. Nós agradeceríamos ao Presidente da República. Sua Excelência foi à África - bonito gesto - agradecer, pedir perdão pelos africanos que tiramos de lá para cá, tornando-os escravos. Foi um gesto bonito. Então, que agradeça ao Piauí pela nossa luta, e conclua as obras inacabadas.

            Porto de Luís Correia: são noventa milhões encravados, faltam US$10 milhões. A Estrada de Ferro Central do Piauí - Teresina, Parnaíba e Luís Correia. V. Exª foi lá, encantou e atraiu o engenheiro Alberto Silva para o seu lado. Mas não foi colocado um dormente. Os Platôs Litorâneos de Guadalupe, a Universidade Delta do Piauí, o Hospital Universitário, o Pronto Socorro Municipal de Teresina, iniciado pelo Senador Heráclito Fortes, em 1989,...

            O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Peço um aparte, Senador.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) -...e concluído pelo extraordinário Prefeito Firmino Filho. E falta um convênio: a Ponte do Sesquicentenário, comemorativa dos 150 anos de Teresina. Teresina vai fazer 155 anos. São cinco anos, e o Governo Federal, Senador Eduardo Azeredo, não termina a ponte. No mesmo rio...

            O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - V. Exª me permite um aparte, Senador Mão Santa?

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - No mesmo rio, Senador Mário Couto, nós construímos uma ponte em 87 dias. O Senador Heráclito Fortes, no mesmo rio, construiu uma ponte em 100 dias, com engenheiros do Piauí, construtoras do Piauí, operários do Piauí e dinheiro do Piauí.

            Há cinco anos, vergonhosamente, parada a obra federal. A Transcerrado, estrada que garante a produção de alimentos. O Piauí tem 11 milhões de hectares de cerrado. A eclusa da barragem da Boa Esperança, Senador César Borges - V. Exª que é engenheiro. Falam em energia. Isso foi inaugurado pelo Presidente Castelo Branco, e a obra está inacabada. Uma ponte entre o Piauí e o Maranhão, no rio Parnaíba, entre Luzilândia e São Bernardo. Dez obras.

            Oh, Presidente Lula da Silva! Inacabada! Vamos acabar com as propagandas do PAC e vamos concluir as obras que o Piauí merece, mostrando a gratidão do povo brasileiro à nossa luta pelo 13 de março.

            Com a palavra o nosso grande Líder do Pará, Mário Couto.

            O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - É um prazer ouvi-lo. Quero aqui, Senador, externar minha admiração por V. Exª. Lógico, o nobre Senador tem muitas qualidades, mas uma delas eu admiro muito: o amor que tem pelo povo do seu Estado. Nos poucos dias em que aqui estou convivendo com V. Exª, aprendi a admirá-lo principalmente pelo amor e o respeito de V. Exª pelo povo do Piauí. Parabenizar o povo do Piauí pelo Senador que tem. Obras inacabadas não existem apenas no Piauí. O Estado do Pará possui várias obras inacabadas que precisam ser concluídas. Portanto, mais uma vez, registro a minha admiração por V. Exª pelo amor que tem pelo Piauí. Parabéns!

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradeço, Senador Mário Couto, e digo, coroando a grandeza deste dia, que, anos atrás, recebemos a presença do extraordinário líder que preside esta sessão, o Senador César Borges. Sei que Deus deu doze césares a Roma, mas só deu um ao Nordeste, e foi ele quem fez a indústria automobilística. Portanto, nesta mesma data, anos atrás, em nome, gratidão e respeito ao Piauí e à bravura de nossos antepassados, colocamos no peito de César Borges a comenda maior, a Grã-Cruz Renascença do Piauí.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito agradeço pela sua complacência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/03/2007 - Página 5093