Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a notória ineficiência do setor público no Brasil.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre a notória ineficiência do setor público no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2007 - Página 5594
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), REGISTRO, PESQUISA, INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA), CONCLUSÃO, INEFICACIA, BRASIL, ADMINISTRAÇÃO, GASTOS PUBLICOS, NECESSIDADE, GOVERNO, MELHORIA, PRODUTIVIDADE, APLICAÇÃO, ORÇAMENTO.
  • REGISTRO, COMENTARIO, AUTORIA, ECONOMISTA, CRITICA, INEFICACIA, GOVERNO FEDERAL, ADMINISTRAÇÃO, GASTOS PUBLICOS, FALTA, ATENÇÃO, POBREZA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Tião Viana, Senadoras e Senadores, brasileiras e brasileiros presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação.

Senador Joaquim Roriz, faremos aqui a preliminar do Presidente Collor. Não há o futebol? Então, é breve.

Sr. Presidente Tião Viana, V. Exª, que acabou de dar uma aula de Medicina em Campos do Jordão, levará um recado ao Presidente Lula da Silva.

A Copa do Mundo se realiza de quatro em quatro anos. Trata-se de futebol, mas, no campeonato de riqueza, Adelmir Santana está todo ano. Desde Adam Smith, estão fazendo um campeonato de riqueza, Senador Tasso Jereissati.

Lembro-me dos anos 50. Sou Fluminense, que foi campeão em 1950. Ninguém sabia quem ganharia. Eram Fluminense, Flamengo, Botafogo e, no último lugar, estava o Canto do Rio, um time de Niterói. Ganhamos, e foi aquela alegria o Fluminense: Castilho, Píndaro, Pinheiro, Jair, Edson, Bigode, Telê, Didi, Carlayle, Orlando e Quincas. Mas, Senador Tasso Jereissati, aí veio a desgraça: o Brasil perdeu a Copa para o Uruguai.

No outro campeonato carioca, havia uma certeza: Canto do Rio estaria em último lugar. No campeonato da riqueza - o diabo é que todo ano sai -, não há o Canto do Rio, mas, graças a Deus, existe o Haiti, que tira o último lugar. Nós escapamos - o Brasil - de ser o último lugar. É toda vez é isso. Nós já sabemos.

Senador Tião Viana, sobre o General Oregon, do México - Senador Romeu Tuma conhece -, eu fui ao Palácio e ele disse o seguinte: “Prefiro um adversário que me leve à verdade do que um falso amigo, um puxa-saco que me leve à mentira, à ilusão, um aloprado qualquer da vida.”

Então, está aqui, Adelmir Santana, este jornal está danado de bom, o Correio Braziliense hoje é muito bom. Ele diz: “Ineficiência comprovada”. Não é mais da riqueza não, Tasso. Henri Fayol, pai dos princípios de administração, não adianta nada.

Administração: na América Latina, só a Colômbia é pior do que o Brasil na hora de gastar o dinheiro público. Mostra a pesquisa do Ipea: “País precisa melhorar a produtividade e reduzir o engessamento orçamentário”. É o Ipea que diz isso, um instituto do Governo; são técnicos do Governo.

Como Tião Viana sabe tudo de doenças infecciosas, esses homens sabem tudo de riqueza. V. Exª defendeu a sua tese, professor da Universidade de Brasília. Eles também. E é o fato: ineficiência comprovada. É o jornal Correio Braziliense.

Então, atentai bem, estão na frente do Brasil, são mais eficientes: Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, República Dominicana, Trinidad e Tobago. Até o Haiti gasta melhor, é mais eficiente; eles são mais pobres, mas gastam melhor. Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Venezuela, Paraguai, Nicarágua, (...), Honduras, Brasil. E, graças a Deus, teve a Colômbia aí porque é todo mundo lá maconhado que... Só, graças a Deus e à maconha da Colômbia, senão nós tiraríamos o último lugar. Essa é a realidade!

V. Exª vai levar ao querido Presidente Lula da Silva essa contribuição do PMDB de vergonha, de verdade, nosso. Não é, Roriz? E eu estou fazendo a preliminar do Presidente Collor, aí vem um clássico!

Ipea, então vem o Fábio... Vou pedir ao Tasso Jereissati que leia esse nome porque ele é meio japonês. É um economista PhD, como V. Exª. Olha o que ele diz: “É notória a ineficiência do setor público no Brasil. O problema é o mau gerenciamento e a falta de controle dos gastos”.

Segundo o mesmo economista, esse brasileiro com japonês:

Os gastos não são direcionados para as camadas da população que mais necessitam. Muitos acabam recebendo dinheiro público por terem poder político, e não pela necessidade.

Em resumo, o que o técnico do Ipea - brasileiro com japonês - Fábio, diz? “Somos ruins em termos de crescimento e muito ruins em termos de eficiência no gasto do dinheiro público.”

Outro título para o Brasil!

Essas são as nossas palavras, Senador Tião Viana, e a nossa admiração! Eu sei perder. Sou como Rui Barbosa, fazemos oposição, mas não é com ódio. Não é com rancor; é com consciência.

Joaquim Nabuco, ó, Tasso, disse que em 1879 ele não era minoritário; ele era sozinho. Dez anos... Os cearenses foram os primeiros a libertar os escravos. Essa é a razão. Então, nós estamos aqui. Essa Oposição consciente, como Rui Barbosa e Joaquim Nabuco fizeram é que nós estamos fazendo. E é aquela verdade que o General Oregon queria: a verdade que leva à solução.

Então, essas são as nossas palavras. E passo ao grande líder. Eu perdi. Veio um Ministro da Saúde, do PMDB, meu Partido, mas o meu candidato era o Tião Viana.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2007 - Página 5594