Discurso durante a 19ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Voto de lembrança pelo transcurso dos seis anos da morte do notável político brasileiro Mário Covas.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Voto de lembrança pelo transcurso dos seis anos da morte do notável político brasileiro Mário Covas.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2007 - Página 4103
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, MARIO COVAS, EX SENADOR, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

     O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Augusto Botelho, a homenagem é traduzida pelas lágrimas e pela emoção de Arthur Virgílio, esse índio louro do Amazonas, homem de muita coragem, que não se controlou. Por isso, o poeta disse: “Não chores, meu filho;/ Não chores, que a vida/ É luta renhida:/ Viver é lutar./ A vida é combate, /Que os fracos abate,/ Que os fortes, os bravos/ Só pode exaltar.”

     Forte e bravo era Mário Covas. O que eu tinha a dizer era que Deus me permitiu governar o Estado do Piauí quando eleito ele Governador de São Paulo. Havia as reuniões de Governadores em 1995. O líder era Mário Covas. Antes, ficavam a nos telefonar “O Mário Covas vai?” Se ele fosse, todos iam; se não fosse, não havia reunião. A primeira delas foi no Palácio da Liberdade, e o Governador era Eduardo Azeredo. Lá, começávamos a nos debruçar sobre as reformas. Todas essas reformas que não conseguimos hoje já eram sonhos e lutas dele: a administrativa, a previdenciária e a tributária. Uma das peças mais bonitas deste Congresso foi feita quando ele, com sua coragem, com sua inteligência e com sua voz defendeu o mandato do jornalista Márcio Moreira Alves. Está aí publicado, entre os melhores discursos desta Casa, num CD que tenho.

     No mais, o que eu tinha a dizer é que tive uma convivência muito pessoal com ele, porque todos sabemos que, já no segundo mandato - o Governador de Goiás que hoje é Senador já estava presente -, ele foi acometido de um câncer. E, pelo fato de ser médico, eu fui confidente dele, e eu o estimulava e o entusiasmava, Senador Casagrande, naquela fase de quimioterapia, quando estava trabalhando, lutando, enfrentando estoicamente o problema. E eu dizia: Mário, se você está engordando é bom sinal. E ia com Mário, e ele chegou a me confessar uma vez, diante de um banquete, que aquilo de que ele gostava mesmo era de comer pastel. Era o prato predileto dele, tal a simplicidade.

     Outorguei a comenda maior do Piauí, a Grã-Cruz Renascença, a Mário Covas. Ele não pôde ir e mostrou vontade de recebê-la. Fui a São Paulo e, quando cheguei, ele já estava internado. Então, do Estado do Piauí ele e a família têm o direito de receber a maior comenda, a Grã-Cruz Renascença, que traduz a gratidão e o respeito que o Piauí tem a esse extraordinário homem público.

     E lembro-me daquela passagem do filósofo Diógenes, em que, andando pelas ruas de Atenas, com uma lanterna, todas as noites, perguntaram-lhe: “Diógenes, o que procuras?”, e ele respondeu: “Um homem de vergonha!”. E esse homem que Diógenes procurava na Grécia estava no Brasil. E somos felizes hoje.

     O Presidente Lula da Silva é um homem feliz porque não precisa buscar exemplos na história, em outros países, nos livros. O exemplo de grande homem público é Mário Covas, que está vivo na nossa memória.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2007 - Página 4103