O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Pedro Simon, o Senador Valter Pereira já foi punido, porque Cícero disse: “Nunca fale depois de um grande orador”. E S. Exª foi falar depois de Pedro Simon, melhor do que Demóstenes, o grego, do que Cícero, do que Quintiliano.

            Pedro Simon, ele falava sobre energia e eu meditava sobre a energia de V. Exª. Eu olhava ali: sexta-feira, 30 de março.

            Amanhã, lembramos o 31 de março de 1964. Eu imaginava o Pedro Simon: onde estava e onde está. E olhava para o Rui Barbosa, que também não foi, como Pedro Simon, Presidente desta Casa; ele não foi Presidente da República. Mas eles garantiram a ética, a justiça e o sentimento de amor à Pátria.

            Pedro Simon, Deus escreve certo por linhas tortas! V. Exª está aí para salvaguardar os 180 anos desta Casa, que foi guardiã das liberdades. O Senado, mais do que o Plenário romano de Cícero - que, quero crer, não era melhor do que V. Exª, nem como orador, nem como homem, mas que enfrentou até dificuldades maiores - já foi fechado umas sete vezes; lá, nunca por mais de uma semana o Senado romano foi fechado.

            Então V. Exª aí está representando Rui Barbosa; Juscelino Kubitschek; Tancredo Neves; Luís Carlos Prestes; Alberto Pasqualini; Afonso Arinos, que, daqui disse: “será mentira a viúva? Será mentira o órfão?” - e Getúlio tombou! -; Otávio Mangabeira; Gustavo Capanema; Dinarte Mariz; Humberto Lucena; Mário Covas e Petrônio Portella, do meu Piauí. V. Exª sintetiza isso tudo.

V. Exª sintetiza isso tudo.

            Pedro Simon, eu ouvi atentamente o pronunciamento em que V. Exª advertiu o Presidente Lula. Hoje V. Exª fez a mais séria acusação, a de que incineraram a Varig, a nossa bandeira de internacionalidade, de eficiência. Os aviões da Varig cortavam os céus livres do universo. Que ele levasse a caixa onde foi incinerada a história da aeronáutica do Brasil, a história desde Santos Dumont até a Varig.

            Pedro Simon, quem levou a TAM para o Piauí fui eu, amigo de Rolim. Quero lhe dizer que não marcou nada, porque havia a Varig, havia a Vasp, havia a Transbrasil, havia a Nordeste, havia a TAF. Está tudo falindo aí, deu essa zorra à custa de não ouvirem o apelo que V. Exª fez aqui.

            Senador Pedro Simon, V. Exª disse que V. Exª é o profeta. V. Exª, daqui, dessa tribuna, já fez ministro renunciar, chamando a atenção a ética. V. Exª disse...

            Lula, eu não sei onde estás, mas ouve Pedro Simon! Atentai bem, Presidente Lula da Silva! Muito me impressionou na história do México - povo bravo - o General Alfredo Oregon. Ele dizia:”Prefiro a verdade trazida por adversário à mentira, à bajulação de um aliado”. O Lula foi sábio ao chamar esses aliados de “aloprados”. Lula da Silva, Thomas More, o nosso filósofo cristão, dizia que “homem nenhum é uma ilha”. E a ilha de Lula... Ele é um homem que não é rodeado por mar, não; ele é rodeado por “aloprados” por todos os lados.

            Mas V. Exª viu e advertiu. V. Exª viu muitos 31 de março. Viu os 24 de agosto; V. Exª sentiu muito. E V. Exª disse isso aqui. E não há nenhum da base de bajulação e de “aproveitação” do Lula. Não há nenhum aqui. Mas V. Exª disse: “Se ele não acertar, em outubro, ele estará perdido”. E está mesmo. Ó, Pedro Simon, eu não acredito!

            Tenho minhas crenças: creio em Deus; eu creio na verdade; eu creio no amor; eu creio no estudo; eu creio no trabalho; eu creio na ordem e no progresso.

            Eu não acredito!

            Olha, lá no meu Piauí estão dizendo que PT significa parou tudo. Foi entregue o Governo, foi entregue a Presidência da República, mas PT lá é: parou tudo. Ó, Lula, aprenda!

            Estou aqui, Senador Pedro Simon, porque tenho uma história a contar. Fui falar com Fernando Henrique Cardoso. V. Exª o conhece. É aquele estadista, sorridente, uma figura afável. Cheguei e disse-lhe: Presidente Fernando Henrique Cardoso - a sós com ele -, V. Exª não agüenta outra Alagoas”. Ele é um homem inteligente, culto, um estadista. Eu disse a ele que tinha acabado de sucumbir Alagoas, cujo Governador era Divaldo Suruagy, um homem muito preparado, que foi o mais votado de todos nós governadores. Então, a culpa não era dele. Tinha sido um extraordinário prefeito, duas vezes Governador, o mais votado, mas Alagoas estava sucumbindo, e o Piauí, que eu governava, seria o próximo.

            Essas medidas, mudanças de moeda, que nós éramos useiros e vezeiros - eu tinha sido prefeito - de aplicar o dinheiro, que rendia devido aos truques bancários. Com isso, pagávamos os atrasos. Quando mudou o sistema...

            Chamei Fernando Henrique e lhe disse: Presidente, sei que V. Exª é muito culto, é sociólogo, PhD. A formação dele foi no Chile, para onde vou terça-feira, porque estudo a sociedade chilena. A formação dele se deu no Chile. Ele teve o privilégio de aproveitar o exílio junto com a esposa, inteligentíssima, culta, uma mulher extraordinária, honrada. Os dois conseguiram bolsas de estudo como professores e estudaram, os dois tomaram aquele vinho do Chile. Eu gosto da sociedade. Vou para lá terça-feira com a Adalgisa, Pedro Simon, porque estudo a educação no Chile. A sociedade chilena é a mais civilizada das Américas hoje, seguida de Canadá e Estados Unidos. Isso é uma realidade. No Chile, Pedro Simon, há uma lei que diz que cada chileno tem de estudar 12 anos, tem de aprender a sua língua e o inglês para se comunicar com o mundo, porque é a língua universal. Então, eu disse ao Fernando Henrique: sei que V. Exª - porque a formação dele é lá, mas ele, sabido, foi obter um status na Sorbonne e nos Estados Unidos, mas a formação dele ocorreu lá. Eu que aprendi cirurgia no Hospital do Servidor do Estado do Rio de Janeiro, depois, estive em São Paulo e nos Estados Unidos - eu lhe disse: Fernando Henrique, Vossa Excelência sabe muito, mas me permita dar-lhe um ensinamento, sou médico-cirurgião. Ele disse: “Não, você sabe mais do que eu”. Ele é um gentleman, isso ninguém pode negar. Às vezes dá certo. Juscelino era, como eu, um médico-cirurgião. Aí, ele sentiu um impacto. Eu disse: o senhor está lascado. O senhor não agüenta duas Alagoas. Ele perguntou: “Como?” Eu disse: vou lhe dar um exemplo. Sou médico-cirurgião, operei muita tireóide. Mariano de Andrade foi o mais sábio cirurgião de tireóide, e fui discípulo dele. Debaixo da tireóide, há algumas glândulas que chamamos de paratireóides. Pedro Simon, são do tamanho de um grão de arroz, pequenininhas, mas, quando, por qualquer motivo, tiramos as paratireóides - elas são quase invisíveis -, dá uma confusão, altera até o metabolismo do cálcio e do fósforo, provoca convulsão e não ajeita mais nunca. Há o hormônio da tireóide, mas o da paratireóide... É muita confusão muita, e está desgraçado o doente. Aí eu disse: olha, Fernando Henrique, você está pensando aí que Alagoas se lascou. O Piauí é pequenininho, não é São Paulo, não é a ilha da fantasia, não é Brasília, não é o Rio Grande do Sul, mas você não lasca, não, porque já foi uma paratireóide, que é Alagoas. Se eu (o Piauí) for agora, está tudo... E já acabou, Pedro Simon, V. Exª disse. Alagoas está um caos. Divaldo Suruagy, que é um grande líder, um homem extraordinário, um intelectual, honrado, honesto e digno, governava do apartamento dele. Ele era do nosso Partido, mas, quando tumultua... E eu estava ali, porque, depois de Alagoas, era o Piauí. E aprendi: é preciso navegar, viver não é preciso, e navegamos até aqui. Mas, Pedro Simon, o Piauí quase entrou nessa. Fernando Henrique aí viu que era um negócio feio. Eu disse: “O senhor não vai agüentar, não; ela é pequenininha, mas...”. Entendo que o Brasil é como o corpo humano: está todo unido. Já foi uma paratireóide. Se for outra, a do Piauí, o senhor está lascado. E já foi. Pedro Simon, eu vi Renan Calheiros, o poderoso, o sábio, o inteligente chorar, bem dali, o caos que está Alagoas. É um caos. A história de Alagoas é complicada, mas está um caos. Justiça. Essa questão de juiz. É desordem. Aquela Ordem e Progresso já era! Não bastou Deodoro, da República; Floriano Peixoto. Desordem total. Insegurança total. Eu vi o Renan discursando e chorando e lamentando ali pelas Alagoas. O Piauí entrou na desgraceira! Pedro Simon, o PT parou o todo.

            Jornal. Jornal gosta de governo! Vocês sabem que jornal... hoje financiado.... Não tem jornal, não. “80 cirurgias canceladas a cada dia no HGV”. A Assembléia Legislativa está aqui. Jogaram ovo podre e está toda desmoralizada. Reforma por cima... O PT está perdido na incompetência. Eles mesmos reformam as coisas deles, tirando os direitos institucionais. E está aqui toda uma Assembléia bonita, toda desgastada na primeira página do jornal. “80 cirurgias canceladas a cada dia no HGV”: “Devido à greve dos médicos, 80 cirurgias deixam de ser feitas diariamente no Hospital Getúlio Vargas”. “Nos hospitais públicos de Teresina...” “Reforma é combatida com ovos”. Está lá... Parou tudo! Alagoas já está! Já está a outra... E aquilo que V. Exª disse: outubro! Mas eu digo: quando setembro... Eu já estou antecipando. Não, isso tudo é enganação, é mídia... A reforma é adiada. “Manifestantes jogaram ovos e farinha contra deputados...”. Deus me permitiu governar o Estado do Piauí seis anos, dez meses e seis dias - nenhum dia de greve. A autoridade é moral!

            Pedro Simon, Teresina foi a primeira capital planejada deste País...

            Olha, outro dia, aqueles agentes carcereiros fizeram greve... Fugiram três dezenas de bandidos e ninguém sai mais de noite. É assalto! V. Exª que é cristão sabe que nós temos os nossos costumes. Morre um familiar e nós fazemos velórios, como vocês chamam, para nós sentinela. Em geral, nós temos um culto na casa mesmo do familiar. Eu, por exemplo, quando morrer, quero ficar na minha sala mesmo, na casa que eu construí. É um ato que vi com meus pais e meus avós.

            Outro dia, Pedro Simon, eu fui a um enterro. Morreu lá pelas cinco horas da tarde. Aí, eu disse: “Vou à noite a esse velório, a que nós chamamos sentinela”. Pedro Simon, não tem mais! Porque, se fizer um velório, entram os bandidos, há desordem e assaltam até o defunto. Então, morreu, enterrou. A família não fica mais... Era hábito, era da nossa cultura e da nossa história. Morreu, enterrou. Quando cheguei: “Não, já enterrou.” Por quê? Com medo. Isso em Teresina, uma cidade pacata e cristã.

            Senador Pedro Simon, V. Exª foi a Teresina, e eu lhe homenageei, há pouco tempo. Senador Pedro Simon, tenho uma casa na praia. Já convidei V. Exª a ir lá. V. Exª tem o direito de, com a Ivete, ser feliz.

            O Lula foi a Teresina, tomou banho, sujou a água e olhou o Porto de Luís Correia, que foi começado por Epitácio Pessoa. Disse que ia terminar, mas está lá parado. Parou tudo. Levou até o Senador Alberto Silva. Ele disse que ia recuperar a estrada-de-ferro Parnaíba-Teresina-Luís Correia, ganhou as eleições, obteve os votos e enganou o povo do Piauí. O povo é bom. Que povo está livre de ser enganado? Quem está livre de ser enganado? Foi lá e não colocou um dormente.

            Senador Pedro Simon, eu tinha outro discurso. O jornalista Zózimo me mandou estas notícias: os médicos estão em greve; fazendários e policiais civis, idem; urbanitários e professores ameaçam seguir o mesmo destino. Há várias fugas. Fizeram greve e os presos fugiram.

            Está todo o mundo... Até os restaurantes estão sendo assaltados. É uma cidade triste.

            A maternidade Dona Evangelina Rosa está interditada por ordem do Ministério Público. A maternidade da capital, ô Pedro Simon. E aqui, a vergonha: a maternidade da universidade está parada porque não tem neonatologista, o médico especialista da criancinha; os carros da Secretaria de Segurança estão todos sucateados; no Hospital Getúlio Vargas, só atendimento para casos de emergência - falta médico e falta medicamento no interior; os pequenos e médios empreiteiros estão falidos por falta de pagamento de obras iniciadas em junho do ano passado; mais da metade dos servidores públicos estaduais estão no SPC e Serasa, porque fizeram empréstimo consignado em folha e o Governo não repassa aos bancos.

            Ele pagou os 13º para ganhar a eleição com dinheiro do banco. Ele não pagou ao banco, e é o funcionário que está no SPC e no Serasa - esse é o PT - porque fizeram empréstimo. E o Governo também não repassa os descontos em folha. As clínicas, hospitais particulares e médicos conveniados não estão atendendo mais no Iapep e Planta por falta de pagamento. Essa é a verdade. Alagoas, Piauí, e nós que pensávamos que o PT ia tirar essa história aqui e botar uma banda vermelha. Eles foram só na lista branca e botaram “Regresso e Desordem”. A violência está aí. Aquele Norberto Bobbio, inteligente como V. Exª, senador vitalício da Itália, disse que o mínimo que tem que se exigir de um governo é segurança à vida, à liberdade e à propriedade.

            Mas nós queríamos dizer por que não acreditamos, Pedro Simon. Atentai bem V. Exª, que foi governante, que inovou, criando a primeira Secretaria de Ciências e Tecnologia nos modelos administrativos, V. Exª, que foi o profeta desse Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) que nos desenvolve, V. Exª, que defendeu a bandeira da austeridade e das virtudes administrativas: tem uma coisa que entendo que o governante tem de fazer, que é continuar as obras. É continuar as obras.

            O que fazem aí? Propaganda. Vaidade. Está na Bíblia. Tudo é vaidade. Começa aí com o negócio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Centenas e centenas de obras inacabadas. Vou citar uma. Juscelino Kubitschek, aquele visionário do futuro - estamos aqui por causa dele -, tem uma BR, a BR-020, Rodovia Presidente Juscelino, iniciada no seu Governo, que vai de Fortaleza a Brasília, economizando 400 quilômetros, e passa pela Bahia. No Piauí, ela se inicia no povoado Covadonga, Município de Bocaína, e vai à fronteira da Bahia, em São Raimundo Nonato. Faltam 87 quilômetros no Piauí, entre Picos a Simplício Mendes, e 54 quilômetros em São Raimundo Nonato. No Estado da Bahia, faltam 170 quilômetros de asfalto. Para concluir a obra, são necessários R$100 milhões no Piauí. Quero dizer o seguinte: essa estrada, há mais de 50 anos planejada por Juscelino Kubitschek, que liga Fortaleza a Brasília, passando pelo Piauí não está parada, Senador Pedro Simon, no PAC. Também não está o Porto de Luiz Correa, iniciado por Epitácio Pessoa, no qual estão encravados 90 milhões de dólares, faltando dez. A Estrada de Ferro...

            E mais, Senador Pedro Simon, as hidrovias. V. Exª sabe que entre o Piauí e o Maranhão há a hidroelétrica de Boa Esperança. E nós tínhamos uma navegação fluvial. O maior romance do Piauí é Beira Rio e Beira Vida, e o seu autor Assis Brasil. V. Exª citou um general e eu cito o maior escritor do Piauí, com um prêmio Walmap, ganhado em razão desse romance que disserta a vida do marinheiro de água doce e das prostitutas ribeirinhas. Beira Rio e Beira Vida é como Casa Grande e Senzala, uma obra social.

            Quanto à navegação fluvial, Senador Pedro Simon, falta eclusa. Então, por que ele não acaba? Essa obra foi inaugurada por Castello Branco e pelo Deputado Federal Milton Brandão, não sei se V. Exª se lembra. Transcerrado. No Piauí há milhões de hectares de cerrado onde se produz soja, são gaúchos, catarinenses e paraenses. A Bunga está lá, do jeito que eu deixei. Não tem estrada. Um pré-metrô de Alberto Silva foi atraído, mas está parado.

            Uma ponte de 150 anos no Rio Poti. Era para comemorar 150 anos de Teresina. E quantos discursos! Como Lula fala, fala e fala! Mas pára tudo. Pedro Simon está lá no Livro de Deus, em Thiago: “fé sem obra já nasce morta.” A minha é com obra. Eu fiz uma ponte no mesmo rio em 87 dias, com engenheiro do Piauí, Lourival Parente, construtora do Piauí, operários do Piauí, dinheiro do Piauí, e convidei Fernando Henrique para ir lá ver a pujança do povo do Piauí. Heráclito fez 1 em 100. E eles começaram, para comemorar 150 anos - Teresina vai fazer 155 anos - só o esqueleto! Parou tudo. Um hospital que o extraordinário prefeito Firmino Filho... Faltam convênios. O hospital universitário... Então, o que queríamos dizer é isto. Nós viemos aqui com humildade. Entendo que a oposição é necessária na democracia, mas nós viemos aqui como oposição, não temos ódio, Pedro Simon, não carregamos ódio, mas também não temos medo. Eu sou um homem do Piauí. E vim até com humildade, acreditando em Deus que diz: pedi o dar-se-vos-á.

            Presidente da República, Lula da Silva, foi entregue o Piauí ao PT, termine essas obras inacabadas do Piauí. E Vossa Excelência tem muito a agradecer. O povo já deu muito a Vossa Excelência. E o profeta Pedro Simon já advertiu que, se até outubro não tomar rumo, se Vossa Excelência não se livrar das bajulações, dos interesses, dos aloprados que o cercam, se Vossa Excelência não abandonar essa porta larga da corrupção e não entrar na porta estreita do trabalho, do estudo, das virtudes e da austeridade. Eu acho que o Pedro Simon foi muito otimista lhe dando até outubro. É como diz o povo: “Quando setembro vier”. Aliás, agosto tem sido mês de muitas desgraças. Vossa Excelência não se iluda! Veja, se Vossa Excelência não gosta de estudar, que o povo vai ao Domingo de Ramos: “Jesus! Jesus! Jesus!”, todinhos com ramos no domingo. Sexta-feira o povo se virou contra Jesus. Pedro Simon, lá nesse Senado romano, que é a nossa inspiração: “Até tu, Brutus?”, e Brutus, esse era um cobrador de impostos explorador. E Marco Antônio não conseguia nem falar, mas disse: “Eu não vim louvar César. Eu vim enterrar César”, Pedro Simon. E começou a falar e disse o testamento de César, e o povo virou. Esse povo, que votou em Vossa Excelência, se Vossa Excelência, pelo menos, não respeitar a bandeira, onde há “Ordem e Progresso”, o povo é forte e é soberano; o povo bota e o povo tira.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.