Discurso durante a 45ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicita providências para minimizar os efeitos da seca no Nordeste.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Solicita providências para minimizar os efeitos da seca no Nordeste.
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2007 - Página 9556
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SECA, REGIÃO NORDESTE, PREJUIZO, SUBSISTENCIA, POPULAÇÃO, NECESSIDADE, PLANEJAMENTO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, PREFEITURA MUNICIPAL, AUXILIO, REGIÃO.

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, venho ocupar esta tribuna para, no dia de hoje, fazer coro com as palavras pronunciadas ontem pelo Senador José Agripino a respeito da gravidade da situação na região Nordeste do País.

A essa altura, Sr. Presidente, as chuvas não chegaram, houve uma suspensão de um inverno iniciado no mês de janeiro, o que cria um clima de muita tensão no interior do Rio Grande do Norte, no interior da Paraíba, no interior do Ceará, no interior de qualquer um dos Estados do Nordeste do País, na medida em que já não se acredita naquela safra de subsistência, não se acredita que o gado, os animais venham a sobreviver com a pastagem que não se criou, que não se enraizou, que não se consolidou.

Alguns Senadores de outras regiões do País poderão pensar: “Lá vem o discurso de um Senador do Nordeste com o problema da seca, atrás de recursos emergenciais; lá vem, de novo, aquele discurso repetitivo, cansativo, que, na verdade, já não comove e sensibiliza ninguém.”

            Eu não estou aqui para comover nem para sensibilizar. Estou aqui para dizer que a situação já deveria ter levado a uma articulação do Governo Federal, do Governo Estadual e das prefeituras municipais.

A história não é nova, Sr. Presidente. A história se repete. E nós ficamos numa situação muito constrangedora. Mas deixo esse constrangimento para trás. O que interessa agora é que os nossos governos sejam sensíveis a uma realidade e possam ir ao encontro das populações do interior do Rio Grande do Norte, ou do Ceará, ou da Paraíba, ou de Pernambuco.

Tratados sobre isto existem em abundância: como conviver com a seca, como combater a seca, como levar assistência ao homem do campo.

Mas, Sr. Presidente, o pior de tudo é que há insistência em se dizer que não deve haver essa preparação porque vai chover. Já foi dito que ia chover em fevereiro, e não choveu. Era março, e não choveu. Disseram que seria em abril, e não choveu.

            Sr. Presidente, não podemos expor uma região sofrida, 90% dela mergulhada no semi-árido. Não podemos expor uma região a uma situação de absoluta indefinição governamental. Isso é o que estamos...

(Interrupção do som.)

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN) - Sei que estou atropelando o Regimento, mas é em face do caráter emergencial do problema.

Concluo, dizendo que a minha reclamação é no sentido de que o mínimo que se deveria fazer seria um planejamento que dissesse àquele que vive no Nordeste que ele não está sozinho, que ele será ajudado e apoiado de alguma maneira.

A médio prazo, a situação talvez seja ainda pior. Não quero ser aqui o portador de tão más notícias, mas o que se diz sobre o aquecimento global é que ele terá um efeito negativo sobretudo na Amazônia e no Nordeste e que os invernos se mostrarão demorados, deixando a população nessa situação.

Quero deixar este apelo e agradecer demais a V. Exª, Sr. Presidente. Pedi a palavra pela ordem, e V. Exª me concedeu, como homem de boa-fé.

Creio que a causa é justa. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, já dizia Fernando Pessoa. Neste caso, a causa é das mais justas, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2007 - Página 9556