Pronunciamento de Mão Santa em 30/03/2007
Fala da Presidência durante a 39ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Solidariedade ao discurso do Senador Paulo Paim contra a discriminação racial.
- Autor
- Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
- Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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DISCRIMINAÇÃO RACIAL.:
- Solidariedade ao discurso do Senador Paulo Paim contra a discriminação racial.
- Publicação
- Publicação no DSF de 31/03/2007 - Página 8027
- Assunto
- Outros > DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
- Indexação
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- IMPORTANCIA, CAMPANHA, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO RACIAL, BRASIL, LEITURA, TRECHO, TEXTO, AUTORIA, JOAQUIM NABUCO (PE), VULTO HISTORICO, LUTA, OPOSIÇÃO, ESCRAVATURA, DENUNCIA, INDIGNIDADE.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Paim, para que V. Exª e o País tenham uma noção da importância da sua oratória, V. Exª usou da tribuna uma hora e três minutos, com a seguinte particularidade:
V. Exª foi aparteado, em uma sessão de sexta-feira, por Mão Santa, Tião Viana, Fátima Cleide, Geraldo Mesquita, Cristovam Buarque, Arthur Virgílio, Valter Pereira, duas vezes, e mais Francisco Escórcio, que deu testemunho de familiares sofrerem também discriminação racial.
Para coroar o início dessa nossa campanha para o fim da discriminação racial, do preconceito racial, já que os nossos antepassados foram vitoriosos na libertação, eu lerei o trecho mais importante da história da luta contra a escravatura. Joaquim Nabuco não o pôde proferir aqui porque foi perseguido. Então, essa luta é longa. Não vamos deixar que seja apagada, enterrada por pessoas que foram mal-educadas, privilegiadas, e que escreveram em Brasília a página mais vergonhosa de nossa História. Nabuco, fora do País, lutando, Arthur Virgílio, disse: “Relembre as lutas de seu pai”. E quero aqui ler o texto para rememorar que nós não podemos abrir mão desse fato, dessa nódoa em nossa História, em nossa Educação.
“E por que não procederia eu assim? A História não está cheia de exemplos que me justificam? Por que ter contemplações com uma instituição que não se sacia de lágrimas humanas, que não tem horror ao sangue, que precisa, para existir, da ignorância e da degradação?
Que povo jamais sofreu despotismo igual ao da escravidão doméstica, ao martírio da raça negra, à perseguição dos escravos? O que queríamos era fazer a escravidão envergonhar-se de si mesma, e essa vergonha já apareceu; era que a escravidão não se confundisse com a Pátria, não se identificasse com ela e que, pelo contrário, o brasileiro tivesse o direito de denunciá-la à Europa a à América como um inimigo mortal do seu País!