Discurso durante a 59ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Alerta para a grave situação econômica do Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Alerta para a grave situação econômica do Estado do Piauí.
Publicação
Publicação no DSF de 28/04/2007 - Página 11970
Assunto
Outros > ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANALISE, GRAVIDADE, SITUAÇÃO ECONOMICA, ESTADO DO PIAUI (PI), CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DIVIDA, BANCOS, PREJUIZO, FUNCIONARIOS.
  • CRITICA, IDEOLOGIA, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SEMELHANÇA, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, VENEZUELA, EQUADOR, NICARAGUA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mozarildo Cavalcanti, que preside esta sessão de sexta-feira, 27 de abril, Senadoras e Senadores na Casa, brasileiras e brasileiros presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação, está ali o Iraque, Bagdá, destruído numa guerra. O Piauí sofre um caos econômico. É o modelo do PT de administrar. Senador Mozarildo Cavalcanti, no Piauí, nunca houve maremoto ou terremoto, mas o PT passou por lá.

Eis aqui no Jornal Diário do Povo: “O Estado deve mais de R$100 milhões a bancos e financeiras”. Sabe o que é isso, Senador Mozarildo Cavalcanti? Senador Adelmir Santana, que entende de dinheiro, esse é o estilo do PT. O Governador, para pagar, tirou dinheiro dos bancos, e cada um dos funcionários ia buscar, razão pela qual os nomes deles ficaram cadastrados. Atentai bem para a imoralidade e a indignidade! Senador Adelmir Santana, os funcionários precisavam do dinheiro e era a única maneira de receber. Mas os nomes deles ficaram lá; ele desconta e nunca paga. Então, são R$100 milhões.

Mas nós sabemos como o banco é; o banco não tem alma.

O nome é dos funcionários. O Governador não paga. Está aqui, no Diário do Povo. Então, todos os funcionários que recorreram, que aceitaram esse sistema estão no SPC. Quer dizer, perderam o crédito.

Então, Mantega, o Deputado Ciro Nogueira, do Piauí, do PP, hoje aliado do Governo, entrou com o documento nº 191/07 na Mesa Diretora, pedindo ao Ministério da Fazenda uma intervenção. Os funcionários do Estado não podem comprar, porque caíram no SPC.

Ó meu amigo e do Piauí, Luiz Inácio, Vossa Excelência deu R$20 milhões para o Morales! Dê R$100 milhões para o seu filhinho do PT, lá, que arrasou o Estado. Isso nunca dantes ocorrera. Grandes Governadores, em toda a sua história, foram responsáveis. Está aqui! Sei que foram apenas R$20 milhões para o Morales, da Bolívia. Nós somos do Piauí! Socorro, pelo amor de Deus, ao Governador, do PT, do Piauí, que entre as mazelas todas tem essa.

Então, no Piauí foi aquela vitória, ó Mozarildo, do General Pirro. Senador Santana, ele foi um general grego que ganhou uma guerra; ganhou, mas quando olhou para trás, estava tudo arrasado, todos os companheiros mortos, desgraçados, as cidades incendiadas. Ele ganhou, mas a desgraça foi muito pior. O prêmio foi a desgraça. Essa é a desgraceira que está lá. Vitória de Pirro. Vitória de Pirro do PT.

Então está aqui, Diário do Povo, Luciano Coelho, repórter de política desse diário independente: “Governo não nega a existência do débito”, continuando a manchete do jornal.

Mas o importante que gostaria de trazer agora, Mozarildo, ao País, é o e-mail. Acho que hoje estou ganhando aqui, neste Senado, em termos de quem recebe mais e-mails. Eu não sei, Mozarildo, sei que V. Exª recebe muitos, mas recebo cerca de mil por semana! E tenho um secretário muito mais competente do que eu, cujo apelido, Senador Adelmir Santana, é Sorbonne, porque ele estudou lá. Então ele cadastra os e-mails, me dá os mais interessantes, e eu os leio no avião.

Figueiredo, olhe este, de Idinez Manesco:

Prezado Senador,

Tenho 70 anos de idade e, desde criança, aprendi que as cores do Brasil são Verde, Amarelo, Azul e Branco.

O que eu gostaria de saber é de onde surgiu a cor “Vermelha” na palavra BRASIL nas propagandas oficiais de Estatais.

O senhor já teve oportunidade de ver este detalhe?

Obrigado.

Paulo Castilho

Na cidade de Palmeiras do Piauí, tudo é vermelho.

Santana, Mozarildo, esta Casa homenageou o Exército. A Batalha do Jenipapo, em que nós, piauienses, junto com cearenses, expulsamos os últimos portugueses para garantir a grandeza deste território. Alberto Silva, Conselheiro da República, fez um monumento para eternizá-la. Castello Branco, o Presidente revolucionário, conhecendo a história, tornou essa uma das batalhas mais gloriosas do Exército.

A solenidade é no dia 13 de março. Militares do Brasil todo e autoridades são homenageados. E lá eles fizeram, agora, uma palhaçada ridícula, um desrespeito ao próprio Alberto Silva, que é Conselheiro da República. Ô Presidente Luiz Inácio, fizeram lá um monumento vermelho, destoando da arquitetura do belo monumento de Alberto Silva, que traduz a epopéia, aquela guerra em que centenas de piauienses e cearenses morreram pela independência e unidade deste Brasil. Colocaram, ô Mozarildo, um vermelhão idiota, descarado, só para ganharem essas construtoras.

Está aqui um e-mail que diz que isso ocorre no Brasil todo. Ô Presidente Luiz Inácio, não é essa a cor; não há vermelho na nossa bandeira. Ô Prefeito de Campo Maior, João Félix, V. Exª é um bravo, já foi duas vezes Prefeito de uma pequena cidade que criei e que juntos administramos. E V. Exª foi levado a governar a cidade-mãe. Então digo o seguinte: olhe para a história de Campo Maior, para os seus avós, os que lutaram na Independência. Pegue aquele monumento fajuto, imoral, indecente, encravado por esses petistas. São aqueles - como é que o Lula chama, Senador Mozarildo? - aloprados. Os aloprados do Piauí mancharam a nossa história, a obra de Alberto Silva rememorando a Batalha do Jenipapo, a dignidade dos que lá morreram, e pintaram tudo de vermelho.

Atentai bem! Ô, João Félix, seja homem! Seja homem de Campo Maior. V. Exª é o Prefeito; dirija-se ao Batalhão e, com esse Exército glorioso, pinte aquela porcaria que está sujando a nossa história, a nossa dignidade e a nossa vergonha.

Então, são acontecimentos como esse... E nós temos que estar aqui atentos, Senador Mozarildo Cavalcanti. Se nós não fizermos, Senador Santana, esse confronto, este País será reprodução de Cuba, será reprodução da Venezuela, será reprodução do Equador, será reprodução da Bolívia e da Nicarágua. Mas aqui estamos para fazer oposição que engrandece a democracia. Como disse Eduardo Gomes, combatendo a ditadura Vargas: “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.

Estamos aqui vigilantes para que o Brasil não seja uma nova Cuba, uma nova Venezuela, um Equador, uma Bolívia ou uma Nicarágua. Aqui estamos construindo e continuando a luta de Joaquim Nabuco, solitário a libertar os escravos; a luta de Rui Barbosa, que ali está por que, Senador Santana? Quando veio a República - o governo do povo, pelo povo e para o povo -, os militares queriam continuar - um presidente militar, um segundo e um terceiro -, e ele disse: “Estou fora”. Aí ofereceram o Ministério da Fazenda e Rui disse: “Não troco as trouxas de minhas convicções pelo Ministério”, defendendo a campanha civilista. E nós estamos aqui, como Brossard e outros, para garantir essa democracia.

Então, digo ao povo bravo de Campo Maior: pintem aquela porcaria que enodoa a nossa história, a nossa dignidade e a nossa decência. Estão aqui, na Bandeira Nacional, as cores. Irmãos campo-maiorenses, unam-se Prefeito, Vereadores e o povo - homens e mulheres - e tirem o vermelho, junto com o Exército. Porque esta data, hoje, é do Exército. A Batalha do Jenipapo é comemorada.

Fui Governador daquele Estado, e a autoridade maior é o general da região, porque esta data pertence ao calendário do glorioso Exército Nacional.

Essas são as nossas palavras. E continuo fiel àquele grande líder militar que disse: “O preço da liberdade democrática é a eterna vigilância”. Por isso, estamos aqui, agora.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/04/2007 - Página 11970