O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Senador Magno Malta, primeiro, eu não poderia deixar de ser solidário com o povo do Estado de V. Exª. Além do mais, pela perda de companheiros que sonharam ser médicos e que, sem dúvida alguma, encontraram na ciência médica, a mais humana delas, um meio de serem benfeitores da humanidade.

     Senador Magno Malta, peço permissão - e parece incrível -, para elogiar o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a mesma sensibilidade de V. Exª, fui àquela tribuna - a mesma tribuna em que me afastei do Governo do Presidente Luiz Inácio - e denunciei. V. Exª se lembra daquelas medidas provisórias, no início do nosso mandato, que tiravam direitos adquiridos dos velhinhos, sobretaxavam aqueles aposentados, velhinhos que trabalharam tanto e ganham tão pouco? E nós nos afastamos. Tínhamos votado, no primeiro mandato, em Luiz Inácio, e nos afastamos. José Dirceu, o todo-poderoso, passou a me perseguir. Sei que eu estou aqui com Deus e o povo; ele eu não sei onde está e para onde vai. Eu então fiz, Senador Magno Malta, da mesma tribuna e com os mesmos sentimentos, a defesa dos velhinhos do Piauí. O Senador Mário Couto denunciava também.

     Um aloprado, como o nosso Presidente Luiz Inácio diz - infeliz vocabulário -, tirou o convênio que existia da Empresa de Correios e Telégrafos com o INSS. O Estado do Piauí, que V. Exª conhece tão bem, tem 224 cidades - 78 delas Deus me permitiu criar quando governei aquele Estado -, mas só umas setenta ou oitenta agências bancárias, e em cidades maiores. Os aposentados recebiam pelo sistema dos Correios, o banco postal.

     Eu trouxe a fotografia de uma velhinha, apresentada por um Vereador de Santa Filomena, que dizia que com muita dificuldade ela recebia na sua cidade, com o auxílio e a sensibilidade do Vereador, pois teria que andar 150 quilômetros em estradas intrafegáveis - que foram denunciadas ontem mesmo no Bom Dia Brasil. Presidente Collor, 150 quilômetros nessas estradas são 600! Ela, assim, perdia o dia.

     Eu adverti, não sabendo para quem apelar, pois não havia nenhuma Liderança do Partido do Governo aqui - e deveriam estar. Então, apelei para D. Marisa, Primeira-Dama, gentil senhora, admirada por todo o Brasil, acreditando que ela era responsável, porque...

     O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco/PR - ES) - Senador Mão Santa, mais um minuto para V. Exª, já que depois V. Exª virá para a tribuna, e teremos o prazer de ouvi-lo mais. O Senador Delcídio Amaral está vexado, querendo vir à tribuna.

     O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Todos querem ouvir o Senador Delcídio Amaral. Inclusive fui eu quem cedi a inscrição a S. Exª.

     Mas havia um mal maior. As famílias estavam sendo destruídas, Presidente Collor. Padre Antônio Vieira disse que um bem é sempre acompanhado de outro bem, mas o mal também. Então, o velhinho ia à cidade, a 150 quilômetros, e, ao chegar lá, as meninas queriam o dinheiro do velhinho. Isso é natural. E ele acabava deixando a velhinha e ficando com as meninas.

     Dona Marisa Silva, de pronto... De imediato, o Presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, responde que foi refeito. Não dá mais para pagar este mês, mas para doravante, sim. Houve essa sensibilidade e uma vitória. Quero crer que foi mesmo a mulher Marisa Silva, com a sua sensibilidade e a sua responsabilidade para com a família.

     Nossos agradecimentos ao Presidente Carlos Henrique Custódio, que me pediu que eu lesse, da mesma tribuna, a reivindicação e seu atendimento. A eles o nosso agradecimento; e aos velhinhos, que mereciam esse respeito.

     Muito obrigado.