A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não tive oportunidade de acompanhar tão atentamente como o Senador Arthur Virgílio a entrevista coletiva do Presidente Lula, mas fiquei bastante satisfeita por boa parte dos comentários tecidos por Sua Excelência em seu pronunciamento. Pelo bom momento que o País vive, a disposição e a disponibilidade do Presidente são bastante elogiáveis para esclarecer ao País o que se faz necessário.

            Queria deixar registrado, aqui, que esse bom momento que vivemos, em cada Estado, vem com alguma nuança diferenciada. O meu Estado de Santa Catarina, como todos sabem, é um dos mais importantes produtores e exportadores. E houve períodos em que determinadas situações que fugiram completamente da nossa governabilidade trouxeram prejuízos a este viés exportador de Santa Catarina.

            Houve problemas como a gripe aviária, que efetivamente diminuiu as exportações de Santa Catarina. Nós somos o primeiro exportador e o segundo produtor de frangos no Brasil, por exemplo, e é claro que essa questão da gripe aviária teve uma incidência na diminuição das exportações. Houve também um outro problema que espero seja resolvido na reunião que acontecerá na próxima semana da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), com a liberação da carne suína catarinense para exportação para o mercado da União Européia. A Rússia embargou a nossa carne. Nós somos um dos raros Estados, se não o único, que está livre da febre aftosa sem vacinação, e acabamos sofrendo com o problema do embargo às carnes catarinenses para o mercado russo.

            Então, é com muita satisfação que hoje nós estamos acompanhando o relatório da Federação das Indústrias do meu Estado, que apresenta as exportações de janeiro a abril em Santa Catarina com crescimento de 18%. Esse aumento de 18% de janeiro a abril foi impulsionado exatamente pelas vendas externas de frango, um dos principais produtos que alavancaram. Apesar de termos tido uma pequena queda comparativa para os Estados Unidos, tivemos um aumento bastante significativo para a Argentina, Holanda e Alemanha.

            Portanto, essa decisão da OIE na próxima semana, com relação às demais carnes, principalmente a carne suína, é muito importante para o Estado de Santa Catarina.

            E um dos principais motivos apontados pela Federação das Indústrias para esse incremento é a redução do temor da gripe aviária na Europa e na Ásia e as medidas adotadas para monitorar e tomar todas as precauções necessárias adotadas pelo Ministério da Agricultura no sentido de ficarmos isentos e sem qualquer incidência dessa epidemia no nosso País, o que poderia afetar obviamente as nossas exportações.

            Foi muito interessante porque, há duas semanas, participei, na Federação das Indústrias, do lançamento do Anuário Exportador do Sul do País, e tive a oportunidade inclusive de polemizar com os empresários do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É uma pena que não tenha trazido a revista aqui para mostrar, mas a revista tinha uma capa que levava a uma falsa conclusão, porque dizia que as exportações do Sul do País diminuíram de 25% do total das exportações no Brasil para 20%. E aí apresentava um gráfico onde os 25% apareciam de forma bastante visível e os 20% de forma bastante reduzida. E quando eu tive a oportunidade de explanar - e aproveito para registrar a presença aqui do Deputado Carlito Merss, que é economista - eu perguntava: “Bom, 25% sobre o quê?” São 20% do quê?

            Porque, em princípio, quando se olha, 25% dão a impressão de ser maior do que 20%. Mas, dependendo de como se faz esse cálculo, isso pode levar a um erro, ou a um engano, como efetivamente aconteceu. Ou seja, a exportação de 2002, os 25% da exportação de 2002 é muito menor em volume, em significado econômico para os três Estados do Sul, do que os 20% de 2006.

            A partir dessa reflexão, ficou bastante claro que, inclusive, essa questão do comparativo de um quarto ou um quinto das exportações do Brasil - na região Sul, somos apenas três Estados - significa, inclusive, que o Brasil está caminhando para ter um maior equilíbrio econômico entre as regiões.

            Portanto é algo que não deveríamos esta criticando, em primeiro lugar, porque não houve prejuízo, muito pelo contrário. O volume, o montante das exportações do Sul do País, mesmo sendo apenas um quinto do total, foi num valor extremamente elevado, recorde em cima de recorde, mesmo com os problemas do embargo russo à carne brasileira, com a questão da diminuição das exportações por causa da gripe aviária.

            É muito melhor, para qualquer País, quando existe um equilíbrio econômico entre as regiões. É o melhor, o mais adequado, é até aquilo que deveríamos buscar, de forma insistente, para que não haja os fluxos migratórios e as diferenças regionais. É efetivamente muito importante que possamos reduzir essas diferenças, para que não sejam tão gritantes, nem de faixas da população, nem de uma região para outra do nosso País. Por isso, fiquei muito contente com a reflexão que fizemos no encontro das Federações das Indústrias dos três Estados, demonstrando que a diminuição do percentual sobre um volume muito maior é algo saudável para o Brasil e para a Região Sul. E, agora, os números demonstram que cresceu 18%, comparativamente ao ano passado, as exportações de Santa Catarina em vários produtos.

            Por último, Sr. Presidente, outra notícia também extremamente positiva e benéfica é uma política adotada pelo Presidente Lula de ampliação do crédito, principalmente imobiliário, em vários Estados. A Caixa Econômica, em Santa Catarina, liberou 52% a mais de recursos no primeiro quadrimestre. Portanto, esse volume maior de créditos para a aquisição da casa própria, pela Caixa Econômica, significou 8.500 contratos novos, realizados de janeiro até o dia 18 de abril. Em termos de volume de recursos, isso representa um montante de R$61 milhões que foram disponibilizados para as pessoas adquirirem a casa própria pela Caixa Econômica.

            É importante também registrar que os bancos estão disputando os clientes, e o resultado dessa disputa é a redução nos juros das prestações e o prazo maior para pagá-las.

            Então, essas duas notícias, que fazem parte do no noticiário do meu Estado, vêm exatamente reforçar o bom momento político, de crescimento da economia, de crescimento das exportações, de ampliação do volume de crédito. Tudo isso significa melhoria na condição de vida das pessoas, do povo brasileiro.

            Sr. Presidente, agradeço-lhe pela tolerância.

            Vamos votar, porque há muitas medidas importantes, na tarde de hoje, para deliberação do Plenário do Senado.