Discurso durante a 80ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre o pronunciamento do presidente do Senado Renan Calheiros, a respeito das denúncias da revista Veja.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Comentários sobre o pronunciamento do presidente do Senado Renan Calheiros, a respeito das denúncias da revista Veja.
Publicação
Publicação no DSF de 30/05/2007 - Página 16817
Assunto
Outros > IMPRENSA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • APOIO, RENAN CALHEIROS, SENADOR, EFICACIA, ESCLARECIMENTOS, INJUSTIÇA, ACUSAÇÃO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), OBTENÇÃO, VANTAGENS, EMPRESA, CONSTRUÇÃO CIVIL.

     O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acho que as coisas devem ficar sempre bem claras. Tenho sido, como todos os Senadores, abordado a respeito das explicações que V. Exª apresentou à Casa no dia de ontem.

     Por outro lado, dizendo, quase que como um mantra, que é matéria que estará sob a análise do Corregedor da Casa, que é matéria que já é alvo de uma representação na Comissão de Ética por parte do PSOL - quem assinou a representação foi a ex-Senadora Heloísa Helena -, que é matéria que está sendo repassada aos Senadores sob a forma de um dossiê, que está sendo enviado por V. Exª a cada um dos seus pares, disse que nós temos visto um jogo em que V. Exª tem apresentado as suas razões, buscando comprová-las documentalmente, e, de outra parte, palavras. Não coloco em risco a credibilidade de uma revista absolutamente libertária e séria como é a revista Veja, mas são palavras. O advogado da senhora mãe da sua filha, enfim... palavras.

     A pergunta é: haveria razão para se tomar qualquer passo mais radical em relação a V. Exª? Eu digo que não tenho como, a esta altura, por um mero movimento de passar - e isso não é difícil - como o bom-moço diante de uma opinião pública que está assustada com tantos casos de corrupção neste País, eu não tenho como, a esta altura dos acontecimentos, castrar o meu próprio mandato e fazer o que é o caminho mais fácil.

     Entre os erros que cometi, inclusive na juventude, nunca esteve o de buscar prejulgamentos ou de buscar a notoriedade pelo lado mais fácil. Não faço isso. Não faço isso.

     Portanto, por exemplo, levando em consideração a palavra do Sr. Pedro Calmon e a de V. Exª, não tenho dúvida nenhuma em dizer que acredito na palavra de V. Exª e não na do Sr. Pedro Calmon. Até disse aos jornalistas lá fora que não está entre as dez figuras que mais admiro na minha vida. Citaria algumas outras, alguns estadistas: Winston Churchill, Charles De Gaulle, John Kennedy, Lenin, Getúlio Vargas. Citaria dez pessoas ilustres na frente de figura tão ilustre. Não sou, portanto, alguém de deixar o meu mandato ser castrado pela metade, dividir-se.

     Logo, ou trariam essas pessoas do lado acusatório documentos, provas cabais contra V. Exª, ou essas pessoas não teriam mesmo que ter guarida aqui na Casa porque, do que li e ouvi, o que V. Exª ofereceu ontem foi muito mais forte.

     Portanto, minha explicação foi feita ao meu estilo, do jeito que sou, já muito velho para mudar de estilo, e a repito da tribuna.

     Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/05/2007 - Página 16817