Discurso durante a 95ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Ginásio São Luiz Gonzaga, na cidade de Parnaíba/PI, onde S.Exa., estudou, que hoje comemora 70 anos de sua fundação. Leitura da redação do Projeto 220, de 1923, da Câmara, que autoriza o Governo a auxiliar a construção do Cristo Redentor.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Ginásio São Luiz Gonzaga, na cidade de Parnaíba/PI, onde S.Exa., estudou, que hoje comemora 70 anos de sua fundação. Leitura da redação do Projeto 220, de 1923, da Câmara, que autoriza o Governo a auxiliar a construção do Cristo Redentor.
Publicação
Publicação no DSF de 22/06/2007 - Página 20393
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, EDUARDO SUPLICY, SENADOR.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, GINASIO, MUNICIPIO, PARNAIBA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), LOCAL, ESTUDO, ORADOR, ELOGIO, HISTORIA, QUALIDADE, ENSINO.
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, ATUALIDADE, ESPECIFICAÇÃO, EXTINÇÃO, CARREIRA, FISCAL, ENSINO, PERDA, EDUCAÇÃO, SAUDE, SEGURANÇA PUBLICA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Eu estava aguardando a ordem do Presidente. Deus escreve certo por linhas tortas, Senadoras e Senadores.

Senadora Ideli, eu queria ter o dom de V. Exª para cantar aqui os parabéns para o Presidente Suplicy. Hoje, dia 21 de junho. Senador Mercadante, é o aniversário do Senador Suplicy; que não é só da família dele, de São Paulo, do Brasil; é do mundo!

Deus o colocou aí para esta homenagem. Ideli, se eu tivesse a cadência e o dom do canto, eu cantaria “Parabéns pra Você”. Mas fica a nossa homenagem e o convite a V. Exª, Suplicy, e à sua encantadora Mônica para que visitem o litoral do Piauí e o Delta, como um presente de aniversário do Piauí a esse amor.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Obrigado.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Suplicy, ô Mercadante, Sêneca não era nem de Esparta, nem de Atenas; era de uma cidade grega. E ele dizia: não é uma pequena cidade, é a minha cidade.

Então, venho aqui prestar uma homenagem ao Ginásio São Luiz Gonzaga, onde estudei e que completa 70 anos. Mercadante, eu não iria me cansar de citar todos os ex-alunos, que são inúmeros, mas citarei um deles, a quem esta Pátria deve muito: João Paulo dos Reis Velloso. Esse foi Ministro, formado em Harvard. Tinha mania de primeiro lugar. Pobre, filho de carteiro com costureira, abria a fábrica de meu avô, com 10 anos. Passou o emprego para o segundo irmão, para o terceiro e para o quarto, que é Raul Velloso. Ô Mercadante, V. Exª conhece o Raul Velloso? Pois eles todos estudaram lá: o João Paulo; o Francisco, que morreu; o Antônio Augusto, o Raul e eu. Esse colégio faz 70 anos, e eu quero mostrar a nossa gratidão.

É preciso saber que este País era organizado. Isso aqui é fruto de sacrifício meu, Presidente Lula da Silva. Neste País, as ordens religiosas se dedicavam à educação. Nós estudamos em colégios maristas, salesianos, diocesanos, jesuítas. Houve um afastamento, mas todos eles seguiam a orientação do Colégio Pedro II - estou lendo um histórico do nosso colégio. Em 1932, o Departamento Geral de Educação concedia equiparação ao Colégio Pedro II.

Atentai bem, Senador Eurípedes! Todos os colégios tinham que ser equiparados, professora Fátima Cleide, ao colégio padrão Pedro II. Eu me lembro dos livros de Biologia de Waldomiro Potsch, de Biologia Geral, Botânica e Zoologia. Nós já sabíamos ecologia, que hoje está preocupando. O ensino era mais qualificado.

Está aqui o exemplo de João Paulo dos Reis Velloso, o melhor Ministro de Planejamento da história deste País. Fez o I PND, o II PND. Foi o farol, a luz, que guiou o período revolucionário e deu um grande exemplo, aprendido aqui neste estabelecimento, Senador Suplicy. Tinha princípios cristãos. Durante 20 anos, ele foi a luz, sendo Ministro de Planejamento. Senador Suplicy, nenhuma indignidade, nenhuma imoralidade, nenhuma corrupção.

Essas escolas ligadas à vida cristã do País se dedicavam à formação dos jovens. Esse colégio completa 70 anos.

Em 1938, havia o inspetor do ensino. Suplicy, o erro do Brasil é este: não há fiscal de renda, fiscal de portaria, fiscal de trânsito? Havia o fiscal do ensino, mas isso acabou. Havia a LBA para socorrer os meninos de rua e fazer creche, o que também acabou. Havia a Ceme, que era para dar medicamentos. Acabou. Nós vivemos o desaparelhamento dessas instituições que apareceram.

Vargas construiu o Dasp - Departamento Administrativo do Serviço Público. E os servidores públicos perdem sua hierarquia, quando se colocam aloprados comandando toda a estrutura.

Daí o caos na segurança, o caos na saúde, o caos na educação. Então, é a esses educandários que aí estão que eu, como ex-aluno, venho agradecer. E fazer uma homenagem a todos aqueles.

Professora Serys, quero dar um testemunho a V. Exª, que é mestra, única profissão que se iguala à de Cristo. Sei que são esquecidos quando se trata do salário, mas o povo os respeita, os chama mestres, como chamou Cristo.

João Paulo dos Reis Velloso - atentai bem, Suplicy - era Ministro, voltava à sua terra. Só N. Srª de Fátima conseguiu juntar tanta gente. O filho da terra, pobre, Ministro. Eu estava lá - era Deputado Estadual; ia do lado do Governador Lucídio Portela, irmão de Petrônio Portella. O cortejo ia visitar uma ponte que nos une ao Maranhão, sobre o rio Parnaíba. Sol quente, Serys. Aí o Ministro disse: “Pára! Pára!” Paramos e eu saltei. “É a casa do Professor José Rodrigues”, disse o Ministro. Todos os carros, imaginem... O Ministro, filho da cidade...

O Professor José Rodrigues era assim como Eurípedes: em cor, em serenidade. E ele foi agradecer ao professor que o tinha ensinado. O Professor José Rodrigues foi um dos homens que fez essa história do São Luiz Gonzaga.

E é isso que queremos.

Sei que V. Exª merece parabéns e presentes hoje, Senador Suplicy, mas aproveitaria o momento para pedir um minuto para homenagear o Cristo.

“Vote no Cristo Redentor” é a campanha. Até o Presidente da República foi. Não foi feliz quando disse que todo mundo fala do Brasil. Ninguém fala; fala-se é bem! Eu nunca vi um brasileiro falar mal do Brasil aí fora. Carmem Miranda, Villas-Lobos, Pelé, Gonçalves Dias... “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam...”. Todo mundo canta isso. Bilac: “Criança, não verás nenhum país como este!”. Todo mundo fala bem. Bem, Presidente Lula!

É porque a verdade é esta: vivemos em um caos. A falta de segurança, que não traz o turismo. A imprensa faz o papel dela. Está aí a dengue, que não existia mais. Em 1950 tinha desaparecido, e voltou, o mosquitinho que o Oswaldo Cruz enfrentou e destruiu. E o meu colega, Presidente Arthur Bernardes...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Peço a V. Exª que conclua, para que os demais Senadores possam falar.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Pois é. Em respeito ao Senado da República e ao Poder Legislativo, V. Exª me deixará ler este decreto da criação. Está aqui a letra do Presidente do Congresso da época e a sanção de Arthur Bernardes - Rio, 28-11-1923, em duas sessões, Arthur Bernardes e o Congresso:

N. 220 A - 1923

Redacção para 3ª discussão do projecto n. 240, de 1922, da Camara, que autoriza a auxiliar com 200 contos a construcção do monumento a Christo o Redemptor.

E o número é 220-A, de 1923, redação final.

(Interrupção do som)

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Suplicy. Bloco/PT - SP) - Então, Senador, vamos atender o seu pedido de ser publicado o documento na íntegra.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu queria entregar o documento a V. Exª e enaltecer aquele pesquisador que foi o Senador Duque, que ontem fez o mais belo discurso desta Casa, mostrando todas as crises históricas da política. E nós não atravessamos uma crise. Temos capacidade de trazer uma solução para fortalecer a democracia, que é uma coisa que vem do povo e que respeitamos.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MÃO SANTA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, Inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Camara dos Deputados - N.220 A - 1923 (Redacção final e Redacção para 3ª discussão.)”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/06/2007 - Página 20393