Discurso durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A epidemia de dengue no Brasil.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. SAUDE.:
  • A epidemia de dengue no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 04/07/2007 - Página 22093
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. SAUDE.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, EXCESSO, CORRUPÇÃO, AUMENTO, VIOLENCIA, PAIS, AUSENCIA, ASSISTENCIA, SAUDE.
  • APREENSÃO, AUMENTO, OCORRENCIA, EPIDEMIA, DOENÇA, AEDES AEGYPTI, PAIS, PROVOCAÇÃO, MORTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), COMENTARIO, INEFICACIA, MEDIDA PROVISORIA (MPV), UTILIZAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF), ASSISTENCIA, SAUDE.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, SUPERIORIDADE, REAJUSTE, SALARIO, DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO SUPERIORES (DAS), DEFESA, IMPORTANCIA, UTILIZAÇÃO, FUNDOS PUBLICOS, MELHORIA, SAUDE PUBLICA.
  • ANALISE, OCORRENCIA, DOENÇA TROPICAL, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, AEDES AEGYPTI, FEBRE AMARELA, REGISTRO, ADVERTENCIA, MEDICO SANITARISTA, NECESSIDADE, CONTENÇÃO, EPIDEMIA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Papaléo Paes, que preside esta sessão, Srªs e Srs. Senadores, brasileiros e brasileiras aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, antecedeu-nos o Senador e médico Mozarildo Cavalcanti, que falou de problemas na área de saúde.

Senador Papaléo, Senador Tasso, debrucei-me sobre a pesquisa. Luiz Inácio é majoritário, não resta dúvida. Quem vê bem, vê com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Nessa pesquisa, nunca antes houve tanta corrupção no Brasil. Nessa pesquisa, nunca a segurança esteve tão ruim na história do Brasil.

Vendo com bons olhos, Senador Sibá, fé, esperança e caridade. A caridade existe com o “bolsa-esmola”. O Apóstolo Paulo falava de fé e esperança. Ó, Jereissati, os brasileiros já disseram que não vai melhorar a segurança.

Governo sem fé e sem esperança, estruturado em caridade, o que é bom, em amor e em solidariedade, com o “bolsa-esmola”.

Mas, Papaléo, me permita, sou muito mais Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Mário Couto, ele é nosso salmista profeta: “A esmola que você dá a um homem são ou mata ele de vergonha ou vicia o cidadão”.

“Eu não acredito”, é questão de crença. Eu creio em Deus, em Cristo, na verdade e na justiça. Rui disse que só há um caminho, uma salvação: a lei e a justiça. No amor...

Mas um Governo cujo alicerce é a corrupção... A segurança, Papaléo, está aí. Brasileiras e brasileiros, Norberto Bobbio, sábio, Senador vitalício, disse que o mínimo que um Governo tem de dar ao seu povo é a segurança. A vida, a liberdade e a propriedade, Mário Couto.

E saúde, Papaléo? Atentai bem, Mozarildo, V. Exª falou aí, médico antes de Senador. Eu fui ao Acre e a Rondônia e vi lá o nosso amigo Arthur Virgílio falando do folclore. Mas lá eu vi o povo dizendo que era igual ao do Amazonas. E eu senti a quadrilha da qual sua esposa era a madrinha. Eu já conhecia o Acre antes, que tem uma história brava como a do Piauí, Tasso! Ó, Jefferson, saiu o livro lá, os bravos da Amazônia, e os acreanos foram bravos, fizeram aquilo, conquistaram, com Gálvez e tal!

No Piauí, também, expulsamos os portugueses em batalha sangrenta, no dia 13 de março. Ontem, os baianos nos seguiram, dia 2 de julho, data da comemoração. Mas fomos os primeiros!

Mas eu dizia que estava satisfeito com o Acre, porque o primeiro ambientalista, Papaléo, disse, atentai bem!: “Muitas são as maravilhas da natureza, mas a mais maravilhosa é o ser humano” (Sófocles).

Havia um ser humano que eu admirava, Adib Jatene, o melhor dos médicos hoje, cujas cirurgias tive o privilégio de auxiliar, no nascer da cirurgia cardiovascular do Brasil. E, depois, governando o Piauí, ele, o melhor Ministro da Saúde deste País, ajudou-nos a construir um pronto-socorro.

Mas, Mozarildo, Adib Jatene, aquele acreano, orgulho de seu povo, não é escritor, mas veio à tona. Ô, Mozarildo, V. Exª, preocupado com a saúde em seu Estado, e Adib Jatene, cujo artigo aqui está: “Dengue, uma oportunidade perdida”.

Adib Jatene, 78 anos, o maior exemplo de médico, tornou a ciência médica mais humana e sempre um benfeitor da humanidade. Setenta e oito anos, cardiologista, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Diretor do Hospital do Coração, Ministro da Saúde no Governo Collor e Fernando Henrique Cardoso, Secretário de Saúde do Estado de São Paulo envolvido.

Adib Jatene larga tudo e vai escrever “Dengue, uma oportunidade perdida”. É uma lástima ter que dizer que esse mosquitinho que está atazanando o Brasil, o Piauí principalmente, esse mosquitinho, é o mesmo que levou Oswaldo Cruz para a história, Mozarildo. É o mesmo, é o mesmo! Naquele tempo ele levava a febre amarela e, agora, a dengue. Leio:

            De novo a população vem sendo alertada e sofrendo com o cíclico aumento do número dos casos de dengue, inclusive na sua forma hemorrágica, com eventos fatais.

Essa dengue, ó Luiz Inácio, antes de ir para a Europa, ela tinha desaparecido do Brasil; ela tinha acabado. Ela é a epidemiologia do mundo. Eu sei que o Fidel Castro é ditador, mas ele debelou. Bem aí, na Colômbia, debelaram.

Aqui, está aí a dengue. E aqui anotado: “O programa deveria ser cumprido em aproximadamente quatro anos”. Como a poliomielite - essa doença desaparece; a varíola, eu tive; a varicela tipo Dixon desaparece; devia ter desaparecido há quatro anos. Mas aí o Governo fez a CPMF para a saúde, e o “Governo dos aloprados” tomou o dinheiro; e a medida provisória os aloprados não a cumprem. Resultado: está aí a dengue.

Ele ainda diz:

É evidente que um plano dessa magnitude envolveria vários ministérios além do da Saúde. Chegou a ser aprovado, em reunião convocada pelo Presidente da República, com a presença de 11 ministérios...

Era para nós estarmos livres da dengue; e ela está aí.

Papaléo, olhe a vergonha deste Governo: Luiz Inácio não vai ficar relaxado e gozando nos aeroportos; ele vai pegar o Aerolula e vai já para a Europa. É... Ele vai, mas o povo...

Está aqui dito que, em Teresina, a “dengue hemorrágica causa a 11ª morte”. Cinco no fim de semana passada, Jefferson Péres. E o Secretário Municipal de Saúde de Teresina é um extraordinário médico. Adib Jatene tinha convocado 11 Ministros. Ô Expedito Júnior! E aí está, era para debelar em quatro anos, mas aumentou. O Secretário Municipal de Saúde de Teresina, João Orlando, estoicamente está lutando. É um homem de bem, médico extraordinário. Mas isso é programa federal. Ela está no Mato Grosso do Sul, ela está no Rio de Janeiro...

Além da praga do PT, que entrou no Piauí, tem a epidemia da dengue.

Papaléo, são 2.833 casos, com 11 mortes. E a gravidade, Presidente Collor, a dengue... Eu parabenizo V. Exª porque convidou Adib Jatene para ser Ministro da Saúde deste País. Um extraordinário homem - está aqui o plano, estou diante do trabalho de Jatene - que orgulhosamente disse que foi seu Ministro e que, em quatro anos, era para ter acabado, mas os aloprados acabaram com o dinheiro da CPMF, e a dengue está aí matando no Piauí.

Editorial do Diário do Povo, Zózimo Tavares, o melhor jornalista de lá: “Faltou cuidado com a dengue”. Reportagem, Patrícia Andrade, repórter de cidade: “Os descalabros e a morte”, e isso é na capital, mas, no interior...

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Senador Mão Santa, V. Exª terá dois minutos para concluir o seu discurso.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - No interior está muito pior. Ontem, recebi e-mails do Mato Grosso do Sul. O Mato Grosso do Sul e o Piauí estão disputando a medalha de ouro de dengue.

Essa doença tinha desaparecido do mapa do Brasil em 1950. Ô Papaléo, eu fui Prefeito e enfrentei uma epidemia de cólera, que é transmitida pela água. A gente tem... Eu peguei um hospital, Dirceu Arcoverde, e fiz uma UTI! Nenhuma morte...

Eu me lembro, ô Expedito Júnior, que eu estava em um futebol, de tarde, como Prefeito no Estádio Mão Santa, e torcendo, quando me disseram que tinha uma pessoa na rodoviária ao lado passando mal. Eu ia, atento ao jogo, mesmo guiando o carro da Prefeitura, um carro preto; só fiz puxar a chave e disse: “Pois pega e leva para um hospital”. Ô Papaléo, eu fui ver depois; passei no hospital... Era cólera! Porque Parnaíba, olha o mapa, fica próxima de Ceará e Maranhão e eles vinham. Não morreu nenhum, Papaléo! O maior título que eu tenho não é ter sido Governador, Senador, Prefeito, mas ter enfrentado uma crise de cólera e não ter perdido nenhum doente, por ação constante e firme, tendo UTI para aquilo e atendendo aos doentes do Maranhão e do Ceará. É isso que queremos que o Governo Federal faça. O Secretário de Saúde do Município de Teresina é um homem honrado e de bem. Mas isso é um problema... Jefferson, não é um problema do Secretário de Saúde da capital, é um problema do Brasil.

Está no Mato Grosso, está no Amazonas. A dengue está aí, mas outros países conseguiram debelar essa doença. São essas coisas que me fazem advertir o Presidente Luiz Inácio. Olha, tem de ser temente a Deus!

Falta dinheiro para tudo, Jefferson Péres, mas ele deu para os aloprados que têm DAS; 139% de aumento. Os funcionários públicos da saúde, inclusive os médicos, ganharam menos de 3%.

É isto o que queremos: fazer este apelo às Lideranças e ao Presidente Luiz Inácio. Está tudo parado no Piauí, não há obras. Vamos juntar as forças para salvar aquele povo que enfrenta uma praga: o PT, que lá está governando. A outra praga é a epidemia de dengue que lá está a matar.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/07/2007 - Página 22093