O SR. PRESIDENTE (Arthur Virgílio. PSDB - AM) - Deputado Sebastião Bala, a Mesa agradece a V. Exª. Antes de encerrar esta bela sessão de homenagem aos 40 anos da Suframa, importa registrar o amplo apoio do Congresso Nacional ao modelo, uma compreensão que cresce no País quanto ao valor de um projeto de desenvolvimento regional que deu certo e que se torna perene neste momento com incentivos fiscais - um dia, no futuro, quem sabe, esse é o objetivo, até sem incentivos fiscais. É um projeto que luta para ser exportador, enfrenta suas dificuldades com muito denodo; é um projeto que abastece o mercado interno no que respeita a produtos de duas rodas - motocicletas, sobretudo e por exemplo; é um projeto que produz o que o Brasil consome com ampla perspectiva de exportação, no futuro próximo, a maior - tudo o que se produz, tudo o que o Brasil consome em eletrônica de entretenimento; é um projeto muitas vezes contestado pelo preconceito, que se afirma pelo trabalho, pelo trabalho dos seus operários, dos seus agentes administrativos, dos seus líderes empresariais. É um projeto, enfim, que pretende ser entendido pelo País, sob a batuta da competente superintendente da Suframa, Dr^a Flávia Grosso, e com a observação muito atenta e igualmente competente do Embaixador Joaquim Augusto Whitaker Salles. E é muito bom que esteja conosco nesta Mesa, representando o povo de Manaus, o digno Vice-Prefeito daquela cidade, três vezes Deputado Federal, José Mário Frota.

Quando se fala em aquecimento global e se percebe a ameaça sobre a vida do Planeta, nós percebemos que a Zona Franca de Manaus é responsável por manter 98% da cobertura florestal do Estado do Amazonas intactos. Que outras possibilidades de desenvolvimento econômico surjam para os Estados vizinhos, e contarão sempre com o nosso apoio. Que nós saibamos vencer as dificuldades do contingenciamento dos recursos da Suframa, até para que os Estados vizinhos possam mesmo sentir o peso da ação da Suframa nas obras capazes de infra-estruturar o desenvolvimento econômico de cada cidade e no conjunto de cada Estado da Amazônia Ocidental, mais a banda oriental, Macapá e Santana.

Portanto, encerro esta sessão com muita alegria. Nós começamos uma série de festejos pela Suframa: exposição, discursos na Câmara dos Deputados por todo o dia de hoje. Enfim, o orgulho que nós temos quando lutamos para recriar a Sudam e a Sudene - e lutamos para recriar com muita seriedade a Sudam e a Sudene -, o orgulho que nós temos de ver um projeto que passa ao largo das denúncias de corrupção, que passa ao largo de qualquer coisa que possa enlamear a sua trajetória, um projeto que chama a concorrência, que não oferece benesses: oferece incentivos para compensar dificuldades locacionais, tanto quanto os Estados Unidos já ofereceram quando quiseram desenvolver o Tennessee Valley, tanto quanto a indústria do centro-sul do País recebeu incentivos do País inteiro. E aí se inclui a Região Norte que jamais negou sua colaboração generosa para a implantação, por exemplo, da pujante indústria automobilística brasileira. Do mesmo modo, a França operou na região do midi, tanto quanto a Itália o fez na região do mezzogiorno.

Então, não há novidade alguma e não há sequer criatividade em se ter dito: Olha, vamos estimular uma região estratégica como aquela do coração da Amazônia à base de incentivos fiscais. Não é invenção. Seria uma vaidade nossa, absolutamente descabida, dizer que nós inventamos incentivos fiscais. Não, copiamos o que já havia dado certo no resto do País, com muita ênfase para a economia do centro-sul.

Portanto, encerro dizendo que temos orgulho de ter a nossa economia hoje centrada na Zona Franca, e a Zona Franca sendo capaz. E aí vem o desafio à nossa clarividência de dirigentes políticos do Estado do Amazonas, de dirigentes políticos da Amazônia oriental, em parte, e da Amazônia ocidental no seu todo. Nós temos de encontrar alternativas que, sem prejuízo do que representa e haverá de representar sempre o Pólo Industrial de Manaus, signifiquem economias tão pujantes quanto essa economia que é gerada a partir do Pólo de Manaus. Aí está a biodiversidade; aí está o turismo; aí está a perspectiva do pólo gás petroquímico que haverá de beneficiar Manaus; aí está o gás natural que haverá de chegar, mais hora menos hora, a Rondônia. Em outras palavras, que o Brasil aprenda - e será bom para o Brasil - a ter orgulho de um projeto que o Amazonas e os amazônidas todos constroem para os brasileiros.

Muito obrigado. (Palmas.)