O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço questão de juntar-me aos que hoje prestam justas homenagens à União Nacional dos Estudantes em comemoração aos 70 anos que completará em agosto deste ano. Quero, antes de mais nada, louvar em particular a iniciativa do nobre Senador Inácio Arruda de propor a realização dessa homenagem. Nada mais justo que saudemos uma instituição que, desde praticamente o seu nascimento, mostrou-se uma força política respeitável, desempenhando papel relevante em vários momentos importantes de nossa história recente.

Não vou aqui, Senhor Presidente, repetir o belo histórico da UNE, já lembrado pelos colegas que me precederam. Quero, antes, enfatizar dois aspectos que essa trajetória de 70 anos ilustra particularmente bem.

O primeiro, Srªs e srs. Senadores, é o exemplo de resistência e de vigor que nos é dado pela UNE. Nos seus 70 anos de história, a UNE enfrentou destemidamente duas ditaduras que tiveram uma face violenta - a do Estado Novo, nascido poucos meses depois da fundação da união dos estudantes, e a do regime militar, nos anos 60. Ambas fizeram vítimas entre estudantes vinculados à entidade.

A UNE, no entanto, teve vida mais longa do que a de seus adversários. Sobreviveu, sabendo desempenhar, nos períodos democráticos que se seguiram às duas ditaduras, um papel igualmente relevante, liderando movimentos como a campanha pelo monopólio estatal do petróleo, já lembrada hoje por outros nesta homenagem, e participando de movimentos como a campanha por ética na política, no início dos anos 90.

Essa sobrevivência da UNE como força de resistência parece-me, Senhor Presidente, particularmente importante para o imaginário político de nossa sociedade, o que nos dá mais uma razão para celebrarmos suas sete décadas de existência. A UNE nos dá um belo exemplo de como a sociedade, organizando-se politicamente de forma paralela à organização política tradicional, por meio de partidos que disputam eleições, pode desempenhar um papel fundamental no jogo político.

O segundo aspecto que gostaria de enfatizar, Senhoras Senadoras, Senhores Senadores, diz respeito a uma característica que associo à própria vida estudantil, que é o exercício de um tipo de liberdade difícil de encontrar em outras circunstâncias. Essa experiência não pode deixar de se manifestar também na atividade política. Não é por acaso que o movimento estudantil foi, para tantos que hoje ocupam posições de destaque na política nacional, uma escola ímpar.

Senhor Presidente, Senhoras Senadoras e Senhores Senadores,

Vendo a União Nacional dos Estudantes como um ator importante na cena política nacional - e um ator que já desempenhou, em diversos momentos, o papel de protagonista -, não podemos senão louvar sua longevidade. São poucos os atores políticos neste País que possuem uma história tão longa e tão contínua.

Sr. Presidente, enfatizei, neste meu pronunciamento, o papel da UNE como força política. Certamente, ela é muito mais do que isso. Como entidade representativa dos estudantes, tem um papel relevante na luta pela qualidade de nossa educação superior. Conquistou também, ao longo destes 70 anos, como já foi lembrado por outros oradores, um lugar de destaque na história das manifestações culturais, sobretudo com o movimento que se articulou em torno do Centro Popular de Cultura, nos anos 60.

Por tudo isso, a União Nacional dos Estudantes merece nosso aplauso e nossa homenagem. Para concluir, quero saudar o seu atual presidente, Gustavo Lemos Petta, por meio de quem saúdo a toda a diretoria da UNE.

A todos os estudantes, estendo minha homenagem, na certeza de que a entidade que construíram ao longo de sete décadas continuará ocupando, no futuro, o espaço fundamental que conquistou com sua história.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.