Discurso durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Réplica ao pronunciamento do Senador Arthur Virgílio.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. SENADO.:
  • Réplica ao pronunciamento do Senador Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2007 - Página 23885
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. SENADO.
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, ESCLARECIMENTOS, OBJETIVO, PRONUNCIAMENTO, RETIFICAÇÃO, AMPLIAÇÃO, CRITICA, DEFESA, ISENÇÃO, COMISSÃO DE ETICA, INVESTIGAÇÃO, RENAN CALHEIROS, PRESIDENTE, SENADO, COMENTARIO, IDEOLOGIA, PARTIDO POLITICO, PREJUIZO, ENTENDIMENTO, CONGRESSISTA.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero primeiro considerar que não se trata de uma resposta. Dei minha opinião política, Senador Arthur Virgílio. E se algumas das minhas palavras foram consideradas generalizações, estão retiradas, não há problema. A palavra foi inocência - inocência política. Porque somos muito claros, sabemos quem somos e sabemos a batalha que está sendo travada.

            Eu disse aqui que, no Conselho de Ética, estive presente em quase todas as reuniões, mesmo sem ser membro. Eu disse: examinemos o mérito, examinemos as provas. E disse: não se quer olhar um papel sequer. No Conselho de Ética, quer-se decidir na política. Mesmo que esta Casa... Ora, esta Casa é política, são os Partidos que estão aqui, são os militantes da política que estão aqui. Mas, no Conselho de Ética, não. No Conselho de Ética, fechar posição em relação a um processo... Sinceramente, isso não é apreciação de um processo. Eu conheço os tribunais!

            Senador Cristovam, aqui está o Senador Mão Santa, que foi cassado por um tribunal politicamente. Ele foi cassado na política, e não na ética. Capiberibe esteve aqui e foi cassado na política, e não na ética. Não foi a ética que cassou Capiberibe, um homem honrado, justo, lutador, do povo brasileiro. Não foi a ética que o cassou.

            Então, não queriam e não querem. Se não querem examinar, acho que o Conselho tem a obrigação e o dever - e este é o desejo de todos nós - de apurar tudo.

            Nós também não receamos ameaças de ir ao Conselho. Se V. Exª quiser, vá ao Conselho. Não temos o menor receio de responder nada ao Conselho, nem ao Plenário; não temos receio nenhum. Se uma palavra foi considerada generalização, então que se retire. Mas não temos receio de nada porque sabemos da nossa posição, da nossa opinião, do que é a matéria política no Brasil. Temos muita consciência disso. Isso está entranhado entre nós; isso vaza entre nós.

            O Presidente da Casa tem todo o direito, se assim o desejar, de permanecer na Presidência. E é efetivamente de foro íntimo a decisão se deve sair ou não da Presidência. Talvez, não sei, Senador Arthur Virgílio, ele esteja considerando que essa é sua última linha de defesa, nas circunstâncias da batalha que está sendo travada no Senado da República.

            É evidente que as opiniões se dividem. Por que elas se dividem? Elas se dividem apenas no exame da ética? Apenas no exame da moral? Apenas na opinião publicada? Não. Elas se dividem na política. É na política que elas se dividem; é nisso que se divide a opinião dos Senadores. Muitos vão se posicionando nesses termos. É assim que a questão é examinada.

            Por isso, dei minha opinião e considero que a matéria está entranhada também de sentimento político. E se esse sentimento está decidindo as posições dos Senadores, se temos que responder a uma pressão, que pode vir das ruas, pode vir da mídia... Mas não é a ela que temos de responder. Se há um processo no Conselho de Ética do Senado Federal, nós temos que nos ater pura e simplesmente ao que está no processo, exclusivamente ao que foi requerido, ao que foi pedido. Se aqui agirmos assim, haverá uma tranqüilidade e uma serenidade no plenário - se nos ativermos ao que foi pedido no Conselho de Ética.

            Acompanhei muito bem o pedido de V. Exª...

            O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - Mais um minuto para V. Exª concluir.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Sei o que V. Exª pediu no Conselho de Ética, como V. Exª peticionou. Inclusive, em conjunto com o Democratas e com o Senador Nery. Era a mesma petição. Nós conversamos ali várias e várias vezes a respeito de que, naqueles termos, estava bem ajustada a colocação de V. Exª, do Senador Demóstenes, do Senador Nery, da solicitação feita. Mas isso foi examinado; quando retorna, toma uma outra conotação. É como se eu dissesse: Não basta esta informação do Senador Arthur Virgílio; eu quero uma outra. V. Exª traz uma outra, e eu digo: Não basta esta; quero uma outra. Porque aí a questão já ganhou um outro terreno. Já não basta V. Exª apresentar prova de nada; eu quero o lugar de V. Exª. Esse é o problema. Se essa questão se coloca nesses termos - foi assim que eu falei -, a batalha muda de terreno.

            O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - AC) - Conclua, Senador Inácio.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Vou concluir.

            Se os Partidos consideram que a batalha é do Plenário e que é uma batalha política, e não de decoro, então o enfrentamento é de outra natureza. É esta a questão que levantei aqui no plenário do Senado Federal. Não tem nada a ver com problema de generalização. Nada a ver com generalização!

            Agora, assim como respeitamos todos os Senadores, também exigimos respeito quando fomos acusados aqui pelo Senador Sérgio Guerra. Foi isso o que eu fiz, nada mais. Estamos tranqüilos. Se V. Exª ou o Senador quiser ir ao Conselho de Ética pedir a abertura do processo, estamos à disposição para responder sobre a nossa opinião política que travamos aqui no Senado Federal, no Congresso Nacional e na vida política em nosso País.

            Conhecemos essa matéria com profundidade, assim como V. Exª, em sua trajetória, conhece muito bem o assunto da luta política em nosso País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2007 - Página 23885