Discurso durante a 117ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Críticas ao Governo Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 04/08/2007 - Página 25850
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, VIDA PUBLICA, ORADOR, AUSENCIA, CORRUPÇÃO, DETALHAMENTO, INICIO, CARREIRA, ATIVIDADE POLITICA, PERIODO, DITADURA.
  • ELOGIO, BIOGRAFIA, JUSCELINO KUBITSCHEK, GETULIO VARGAS, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, SUPERIORIDADE, CORRUPÇÃO, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CRIAÇÃO, PROGRAMA, OBJETIVO, DESVIO, FUNDOS PUBLICOS, AUSENCIA, CONCLUSÃO, OBRA PUBLICA, DESAPROVAÇÃO, AUMENTO, MINISTERIOS, PREJUIZO, APREENSÃO, DIVISÃO, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), TENTATIVA, FAVORECIMENTO, INTERESSE PARTICULAR.
  • ADVERTENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, UTILIZAÇÃO, ACOLHIMENTO, SUGESTÃO, SENADO, OBJETIVO, MELHORIA, SITUAÇÃO, PAIS.
  • EXPECTATIVA, PRESIDENTE, SENADO, DERRUBADA, VETO (VET), PROJETO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE).

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Geraldo Mesquita, que preside esta sessão de sexta-feira; Srªs e Srs. Senadores presentes; brasileiros e brasileiras que nos assistem pelo sistema de comunicação.

Senadora Ideli Salvatti, com todo o respeito e admiração, realmente é legítimo o entusiasmo com que V. Exª falou. V. Exª melhorou muito, fisicamente, intelectualmente. V. Exª está uma mulher bela, elegante, e isso é importante para a mulher. V. Exª realmente fala com o entusiasmo de melhora, estou sentindo, é verdade. Em todos os aspectos, inclusive no menos importante, o econômico, V. Exª melhorou. Então, V. Exª está dizendo a verdade. Olha-se no espelho diariamente. Melhorou. Está encantadora, é uma verdade. Mas lembro-me, e quis Deus que Geraldo Mesquita estivesse presidindo esta sessão. Rui Barbosa, jurista como V. Exª, escreveu um credo. V. Exª sabe. A mocidade estudiosa sabe. Estudamos as crenças dele. Não abracei o estudo das leis, como V. Exª, que se aproxima de Rui Barbosa. Sou um médico cirurgião, mas, às vezes, dá certo, não fico complexado diante do reconhecimento da sabedoria que V. Exª representa. Como disse Montaigne, o pão de que mais a humanidade precisa é a justiça.

Olhando daqui, relembro Juscelino Kubitschek, médico cirurgião como eu, andou até no Exército também, foi médico de Santa Casa, foi prefeitinho, foi governador, foi até cassado, humilhado, tirado daqui. Ele deixou uma mensagem, que trago agora - e vou afirmar as minhas crenças, Ideli. Ele disse que é melhor ser otimista; o otimista pode errar, mas o pessimista já nasce errado e continua errado. Eu sou otimista. As minhas crenças não são as do Rui Barbosa, mas eu as tenho e as confesso aqui. Posso confessar minhas crenças.

Primeiro, este Senado melhorou. É um dos melhores Senados dos 183 anos. Ó Geraldo Mesquita, você, que está como Presidente, faço um requerimento, pois quero uma CPI que investigue minha vida toda, desde o dia em que nasci até hoje. Aí eles ficam com chantagem e não sei o quê. Olha, enfrentei a ditadura nos anos 70, calado, porque era um da fábrica do meu avô, candidato, mas votei já no PMDB em 1972. Eu pegava Elias Ximenes do Prado, e, juntos, ganhamos, em 1972, da ditadura na maior cidade do Piauí. Fui secretário de saúde, depois outra vez secretário de saúde do município, prefeito, deputado, governador por duas vezes. Aí até tem um processo... Ó Geraldo Mesquita, desde 70 na vida pública. Eles pensam que chantageiam. Eu quero é uma CPI para investigar minha vida toda. Eu estou é pedindo. Ouviu, Geraldo Mesquita? Chantagem... 1970... E eu deixo aqui escrito: vasculhem a minha vida.

A telefônica... Eu e minha família fomos gravados a vida toda. Você acha que um homem que está fazendo oposição, que Rui soube fazer e Joaquim Nabuco também - até ficou solitário, como eu estou aqui hoje, para defender os escravos - tem medo dessas chantagens? V. Exª também deve ter sido chantageado. Eu vou deixar por escrito um pedido de CPI para investigar minha vida toda, desde o primeiro cheque que emiti, do Banco da Lavoura, quando eu cheguei à cidade de Parnaíba.

E vencemos a ditadura em 1972. Geraldo Mesquita, os homens da ditadura eram muito mais honestos do que os que estão aí. Eu não estou dizendo que não houve truculência, perseguições e tiranias de alguns, mas eu convivi com Castello Branco, que era um homem honrado e honesto. Convivi com Geisel. Com João Baptista de Figueiredo eu tomei dois porres com ele, lá na casa do Governador Lucídio Portela. Eu era do PMDB, novinho. Lucidio, irmão do Petrônio, não bebia e o homem foi lá inaugurar uma obra, ia jantar, ele sabia e botou na mesa uns... Eu mais novo, e ainda gosto de tomar umas quando posso. Não tomo escondido; tomei lá no seu Acre. Aliás, eu sou médico e sei mais psicologia do que todos aqui; V. Exª sabe mais direito do que eu, mas eu sou médico e estudei. E vi: João Baptista Figueiredo era um homem probo, honrado, honesto e puro. In vino virtus, in vino veritas. Eu vi. Ele, bebendo, disse coisas que não posso repetir, porque eu estaria traindo a amizade. Mas eu vi a pureza das ações dele. Era aquilo, ele era um militar “Vamos reabrir a democracia”. E ele reabriu, o Geisel mandou. É como se dissessem: vai para o Iraque. E ele ia. Ele era militar; não era político mesmo. Mas eu convivi com ele e essa é a minha impressão.

Agora, roubalheira tem agora. Eu nunca vi tanta roubalheira neste País. Geraldo Mesquita, este Senado está melhor porque hoje é sexta-feira e sexta-feira nunca funcionou, segunda-feira nunca funcionou, e nós estamos aqui para falar para você que trabalha, para você brasileira e brasileiro, estudante que não foi corrompido pela direção da UNE. Nunca na história deste País se corrompeu a UNE. Olha essa é a verdade. Nós estamos aqui... Eu aprendi de Brossard, Brossard num período mais difícil do que esse - eu li o livrão dele, Geraldo Mesquita, e estou lendo o seu. Ontem eu me preocupei que eu andei aqui e fui à casa de Alberto Silva, que está convalescente, prestar-lhe uma homenagem... E cadê o livro? Aí eu me lembrei que estava no meu gabinete, senão eu pediria outro. Mas eu li o de Brossard, jurista também. Ele disse que chegou aqui... Atentai bem! Por isso estou aqui. Brossard. No livrão grosso de 80 anos dele, está escrito que Brossard disse que foi eleito e o que podia fazer? Esta é a mensagem dele: falar, discursar, contestar. Ele fazia discurso de três horas e trinta minutos aqui. E foram fundamentais. A força da palavra vale mais do que balas de canhão.

Aí o Petrônio, inteligente, fez esse regramento e cerceou a palavra para uma hora, como quiseram fazer agora. Foi até o nosso Tião Viana, lá do Acre, que foi diminuindo o tempo. Antigamente a gente podia falar 40 minutos. Mas o Petrônio deu o freio. E sabe o que o Brossard fez? Ele, que fazia um discurso por semana, passou a fazer três.

Esse é o nosso dever. Eu posso dizer isso. Venham me tirar daqui. É difícil. Isso aqui é a história do mundo.

Essa campanha contra o Senado... A campanha contra Geraldo Mesquita, eu vi. Eu fui à terra dele. O pai dele foi governador. Olhem o patrimônio de outros e olhem o dele. Jurista. Anda numa simplicidade... Pensam que atemorizam a nós. É isso. Se tem erro? Tem.

O Cristo que nós seguimos tinha um Senado bem pequenino. Só tinha doze membros, mas não teve complicação lá? Teve. Com ele, o Filho de Deus, não teve? Não teve bandidagem no meio deles. Errare humanum est. Mas não vamos permanecer em erro. Esse é porque estamos aqui. Sexta-feira. Nunca. Porque nós aqui somos a voz do povo. Isso é muito sério. É uma tentativa... E já vi discurso aqui de que o Presidente da República devia ter o direito de fazer plebiscito. Fazer plebiscito para ter o terceiro mandato, para ser rei, para ficar no lugar do Santo Galvão. Solta mais bolsa família, a mídia e tal. Mas tem que passar pelo Senado.

Chamei Cristo e ele nasceu com Cristo. Isto aqui é obra de Deus, entenda isso.

Queria é estar eternamente lá na minha praia do Coqueiro abraçado com minha mulher. Estou aqui por essa missão. Não cansei. Não estou nessa não, não cansei não. Vi lá. “Minha terra tem palmeira onde canta o sabiá”. Mas o mais bonito é isso, ele disse: “Não chores, meu filho, Não chores, que a vida é luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que aos fracos abate; Que os fortes e os bravos só pode exaltar”.

Somos fortes e bravos, Geraldo. Estamos aqui para exaltar o forte e bravo sofredor o povo brasileiro. Ninguém está cansado, não. Estamos aqui. E foi com Cristo que Moisés quis cansar. Quebrou as leis de Deus. E, atentai bem, a primeira Constituição desta Casa é a Lei de Deus. Eu não vou citar os dez, mas não vamos permitir essa que o PT desrespeita: “Não roubarás”. Nunca se roubou tanto neste País. Eu não conheço. Não existe. Eu estudo história. Nunca se roubou tanto.

Aí está. Aí Moisés quebrou tudo e ouviu a voz de Deus: Não desista, busque os mais velhos, os mais sábios para lhe ajudar. Eles o ajudarão a carregar o fardo do povo. Aí é que nasceu a idéia de Senado - Grécia, Itália, Cícero, Roma, Rui Barbosa, aqui nós. É por isso que estão dizendo: vamos fechar. Já ouvi discurso aqui - houve um aqui - que o Presidente deveria fazer um plebiscito direto. Ora, com essa máquina, com tudo. O Hitler fez várias eleições de plebiscito com a máquina, com o dinheiro. Ganhou todas. Hitler nunca perdeu uma eleição.

Goebbels, pai de Duda Mendonça. Uma mentira repetida se torna verdade. O PT ganhou a medalha de ouro da mentira nessas olimpíadas. Vamos acabar passando os Estados Unidos, se contarmos as medalhas que o PT ganha de mentira, de corrupção. Hoje vimos aqui para o povo ver o testemunho de dificuldades. Sexta-feira. Nunca houve reuniões aqui na sexta-feira. Estamos em crise, mas estamos vigilantes.

Como Rui Barbosa, como Joaquim Nabuco defendendo os escravos. Foi aqui. Ele esbravejando, solitário. Todo mundo queria que ficassem os escravos, principalmente os ricos. Ele era jornalista, não teve direito de escrever mais em nenhum jornal, teve de ir para Londres. É essa a luta, e esse é o Senado. Esse é o Senado onde Afonso Arinos, com Getúlio envolvido, no final de sua vida, com Gregório, pelo crime, bradou daqui, dizendo que tudo era mentira. Será mentira a viúva? Será mentira o órfão? Será mentira o mar de lama?

           Mas eu digo agora: será mentira essa corrupção? Será mentira o mensalão? Ontem a Justiça disse que a transferência de partido era um sacrilégio da democracia. Aquele, o Presidente novo do STF. Então, Marco Aurélio traduziu ontem. Será mentira isso tudo? E os hospitais sucateados? Será mentira a falência da educação? Será mentira essa insegurança que nós temos? Será mentira o apagão aéreo? O apagão moral? O apagão das histórias? Então estamos aqui. E eu não acredito.

Ouvi dois discursos, o do Tião Viana, que tem que estar na dele, tão bom, e o da graciosa, da encantadora Ideli Salvatti - está bonita -, creio que enaltecendo... Eu pergunto: Será mentira que levaram quatro anos falando em PPP? Você se lembra Geraldo Mesquita? Quatro anos falando em PPP - Parceria Público Privada. Vocês se lembram? Falaram em PPP quatro anos. Vamos fazer, são milhões e tal... Se houve dinheiro, roubaram tudo. Eu não vi nenhuma obra. E agora mudou. Falam em PAC. É aquele negócio...

Edison Lobão, como este Senado é importante.

Presidente Sarney, eu gosto muito de V. Exª, que é um homem de bem, é um estadista, mas permita-me ter um diálogo sobre esse negócio de liderança. Eu me lembro que Getúlio Vargas era um homem extraordinário. Senador Geraldo Mesquita, eu estou lendo o diário dele. Ô homem trabalhador! O Luiz Inácio disse que não gosta de ler, que ler uma página de um livro é uma canseira, é uma besteira, é melhor fazer uma hora de esteira, é mais agradável. Mas alguém deveria ler o Getúlio. Ô homem trabalhador! Geraldo Mesquita, leia o diário... Então o nosso Luiz Inácio... Como fez o Brasil? Olha esse Getúlio era trabalhador e era um homem de vergonha e de virtude.

Aí diz-se que ele fez a ditadura, mas eu digo que era um momento histórico para ele entrar; na eleição tinha havido corrupção, foi uma guerra. Os paulistas quiseram tirá-lo, em 1932; foi uma outra guerra. E depois veio a Segunda Guerra Mundial. Então, ele governou nessas circunstâncias. Mas, ô homem trabalhador!

Geraldo Mesquita, V. Exª deve ser, isso está escrito nos céus, Governador do seu Estado. Eu vi o respeito que o povo todo lá sente, gritando. O PMDB lá tem história, e fiquei satisfeito. Mas eu queria aconselhar o amigo. De repente, eu fui eleito prefeito da minha cidade e fiquei com medo. Eu ouvi o Juscelino dizer que tinha medo de ter medo, mas eu tive, confesso. Aí eu disse: eu vou me lascar. Eu era cirurgião numa sala de santa casa e seria prefeito? Quando eu vi chegando o dia da posse, fiquei com medo. Então eu aprendi a estudar. Nós sabemos estudar. Eu acredito no estudo. As crenças minhas são: creio em Deus, creio no amor, creio na família, creio no estudo, creio no trabalho. Rui Barbosa fez o dele, mas as minhas são assim. Aí eu comecei, ô Figueiredo, a estudar. A minha Adalgisinha dormindo, e eu estudando no meu quarto, eu olhava, queria abraçar, mas não, eu estou lascado. Rapaz, como eu fui entrar nessa fria: prefeito. Cirurgião bem conceituado, bom nome, extraordinário, bem formado, minha família podia e eu fiz todos os cursos. E agora vou me lascar, porque de cirurgião para prefeito... Aí eu comecei a estudar.

E ia se aproximando o dia 1º, e eu disse: Tô lascado, que besteira eu fiz. Podia ter ficado aqui, né? Operando bem e famoso. Aí, lá pela madrugada, eu acho que lá pelo dia 28 ou 29, a posse era no dia 1º, eu com medo, Geraldo, de madrugada, a Adalgisa dormindo, eu não sabia se estudava ou se a abraçava, ou se era o medo, mas de repente, Figueiredo, eu li o livro: Taylor, o mago da administração. Ele disse que administrar é fácil, é como ser cirurgião - aí eu tomei coragem -: tem que ter coragem, tem que ter decisão, saber começar, saber terminar, tem que trabalhar em equipe, ter noção do tempo - a anestesia raque é 45 minutos. Então, tem que fazer, controlar, ser o chefe, agir. Não é se queixar, se lamentar. É ter ação; de nada vale um simples treinamento.

Henri Fayol, que é o pai da administração, disse: unidade de comando. O cirurgião é o comandante no centro cirúrgico, tem sua equipe, o anestesista. Então, unidade de comando e unidade de direção. E disse mais Henri Fayol: planejar, organizar, orientar, coordenar e fazer o controle. Isso é a síntese do pai da ciência da administração. Mesquita, aí ele disse: o pré-operatório é o planejar; a operação é o trânsito, a obra; e o pós-operatório é o controle. Então, já está na formação do cirurgião. É Juscelino Kubitschek.

Por isso, quando vi, o homem era ligeiro, porque quando a gente pensava, e eu fui, e pela obra que fizemos como Governador do Estado do Piauí, em condições adversas, e nunca comprei, nunca fiz um título eleitoral, nunca comprei um voto, e estamos aqui. Mas eu fiz uma pesquisa hoje: a pessoa que teve mais votos na história do Piauí sou eu. Se somarem todos, pode ser que apareça, mas se somarem todos os milhões de votos...

Então, eu acreditei nisto e não acredito nisto. Por quê? Porque eu vim aqui aprender no Senado. Primeiro orador, Edison Lobão. Ô Presidente Sarney, é o que eu queria dizer: O Getúlio Vargas, grande homem, que fez o Dasp (Departamento Administrativo do Serviço Público), que mandou Wagner Estelita escrever um livro sobre chefia e liderança, do Dasp. Critério de promoção é a coisa mais séria que eu aprendi, estudando. Quando morreu, ele tinha filho, tinha sobrinho, tinha genro, Amaral Peixoto. O sucessor dele foi João Goulart. Eu acho que nesse time do Sarney o mais forte é Edison Lobão. Por isso, ele veio hoje e deu uma aula. Estava o Senador Tião Viana, e eu digo: aprenda. Ele enfrentou uma turbulência pior do que essa. Antonio Carlos Magalhães está pelo céu, pelas suas obras. Tiago disse: A fé sem obras já nasce morta. A sua fé era com obra; ele fez muita obra. E o do Pará, o Jader Barbalho, do nosso Partido. O Edison Lobão, firme, atravessou o mar vermelho e entregou este Senado às mãos santas de Ramez Tebet, que está no céu.

Então, este Senado é isto. Mas Edison Lobão disse, atentai bem, que essa palhaçada de PPP, de PAC, e as obras inacabadas... Ele disse que fez uma comissão e citou. Então, só no Piauí, ontem, eu citei dez obras inacabadas. É tudo mentira! Agora, vão fazer propaganda, e a mídia enganando. Era o PPP, parceria público-privada. Agora, é o PAC.

Sobre as obras inacabadas, tem no Piauí um porto que começou com Epitácio Pessoa; iam construir a estrada de ferro, mas enganaram Alberto Silva. Não respeitaram nem a idade dele. O Luiz Inácio não é temente a Deus. Pegou o bom Alberto Silva ali, que é engenheiro, amante do direito; e eu, da medicina e cirurgia. Ele é engenheiro ferroviário. Então, foram lá e disseram que, em sessenta dias, os trens estariam funcionando. Rapaz, eu ouvi a zoada: “Pi, pi, Presidente!” Era Governador, Prefeito, enfim, o trem. Geraldo Mesquita, eu vi a estrada de ferro de vocês. Não, foi em outro Estado que eu vi isso, em Rondônia. Não há aquela? Está do mesmo jeitinho, não mudaram nada. Pelo menos, há um museu lá. Naquela não há nem museu, não colocaram nem um dormente. Então, o PT é essa mentira.

Levaram o Alberto Silva, do PMDB, que me largou. Mas eu não o culpo, ele foi enganado. Quem é que está livre de ser enganado? Enganou, levou os votos. Nem um dormente! E em sessenta dias estava funcionando o trem. Em Teresina, há o esqueleto de uma ponte que o Luiz Inácio e o Governador disseram que era para os 150 anos de Teresina - e ela já está com 156. No mesmo rio eu fiz uma ponte em 87 dias - engenheiro do Piauí, construtora do Piauí, dinheiro - e chamei Fernando Henrique para bailar. Botei o nome de um prefeito, líder maior, Wall Ferraz. O Heráclito fez uma ponte em 100 dias. E está há seis anos um metrô de superfície lá, um trem parado. O Hospital Universitário, ele denunciou que estava nas obras. O Edison Lobão, a Ponte da Amizade. São dez mil obras inacabadas. Então, vamos acabar, Luiz Inácio!

Sabe por que estou aqui, Geraldo Mesquita? Estou aconselhando no que eu posso. Quando eu não sei, eu não sei. Já cheguei muitas vezes para V. Exª e pedi que redigisse para mim, como é juridicamente. Eu sei as minhas limitações. Mas eu quero ensinar Luiz Inácio agora. Esta Casa só tem esse sentido. Nós temos que ser os pais da Pátria. No dia em que eu achar que não posso, vou para minha praia, para o delta, ficar abraçado com a minha Adalgisa, tomando água-de-coco. Eu fui prefeitinho, fui Governador de Estado e quero lhe ensinar, agora, Luiz Inácio. Não há ninguém do PT aqui. Estão aí nas mordomias. A gente tem que acabar. Sabe por que estou aqui? Esse Alberto Silva é um homem trabalhador, tocador de obra. Então, ele foi governador num momento infeliz, fecharam o banco; o Collor, não sei, deixou o funcionalismo atrasado sete meses. Aí, veio outro, gente muito boa, o Senador Freitas Neto, sabido, só pagou a folha de pagamento, fez as obras dele e deixou as do Alberto inacabadas. Então, eu peguei e fui acabar as do Alberto Silva. Ele pensa em tudo, mas engenheiro... O cirurgião é objetivo, ele tem noção do tempo. Por isso que o mago da administração (Best and Taylor) disse... Se um cirurgião começar, der uma raquianestesia e não der para tirar o menino, ele está morto, complica. Ele tem noção disso. E eu acabei as obras.

O Luiz Inácio tem que acabar as obras inacabadas - no Piauí, a ferrovia, o Hospital Universitário, a Transcerrado. Anunciou cinco hidroelétricas, Geraldo Mesquita, sendo que há uma que está pela metade, a de Guadalupe, em que faltam as comportas para o rio ser navegável. Anuncia cinco e não termina a que existe? Concluída por Castello Branco, mas faltam as comportas. Vamos terminar a que há lá, vamos terminar o Porto de Luís Correia, vamos terminar as obras! Eu não sei - é para V. Exª pensar - quantas obras inacabadas há no seu Estado. Mas pense aí. Ontem eu citei dez aqui.

Depois, nós ouvimos o pronunciamento de Geraldo Mesquita, essa figura de probidade. Quis Deus ele estar aqui presente e dar esse atestado. Brasileiras e brasileiros, sexta-feira, agosto... Nunca este Senado, em 183 anos, esteve aberto a atender o povo e os reclamos do povo. Geraldo Mesquita, na sua probidade, veio aqui. Tem o estilo dele, foi muito cônscio, teceu respeito aos Ministros - eu achei bonito -, ao Ministro da Educação e ao Ministro da Saúde, que conheço pessoalmente. São jovens. Tenho mais experiência que eles, porque tenho 64 anos. Já fui prefeitinho, eles não foram; já fui Governador, eles não foram; fui Deputado, eles não foram; sou Senador, eles não foram. Às vezes, faço críticas, porque acho que cada um dos Senadores é como eu, tem uma história a contar, uma experiência, com aquele anseio que Deus disse a Moisés: “Busque os mais velhos e os mais sábios”. No início, na Grécia, era necessário ter 65 anos para ingressar no Senado.

Senador Geraldo Mesquita, ao tratar da questão da saúde, V. Exª foi, vamos dizer assim, muito elegante. Permita-me acrescentar à sua elegância, porque a sabedoria está no meio, as palavras de Ciro Gomes. Eu já votei em Ciro Gomes, na primeira vez. Vizinho ali. Ele foi Governador. Sobral, a cidade dele, é perto da minha. Eu nem conhecia a Patrícia. Votei nele na primeira vez. Eu trouxe o jornal em que Ciro Gomes diz: “Estão me vetando, porque eu não concordo com tudo. Por exemplo, esses hospitais das grandes cidades estão todos sucateados. Isso é uma esculhambação”. Eu trouxe o jornal. Não vá querer me levar para a Ética, não. Eu nunca tinha dito a palavra esculhambação, mas eu trouxe o jornal com essa declaração de Ciro Gomes, que não é da equipe, queixando-se de que o estavam vetando pelo que ele fazia.

Cito outro texto, Geraldo Mesquita, que eu pediria ao povo que lesse.

Há um livro do Kotscho, um jornalista íntegro, correto. Ele foi Secretário de Imprensa. Ele escreveu um livro de cujo nome não estou lembrado, mas que eu li. É bom. Como é o nome dele, Geraldo, você que sabe mais que eu? É Kotscho. É bom. Ele é estrangeiro, nasceu na Europa, veio da guerra, foi secretário do Lula. Ele diz a verdade.

E, agora, o Frei Beto. Aí foram reclamar do Frei Beto. Ele disse: Não, vou criticar. Eu critico até a Igreja. Tem erro, tem que mostrar. Frei Beto.

Agora, o Lula vive cercado de aloprados, puxa-sacos, que querem os lugares. Ouça o Kotscho, Lula. Leia o livro. Mande alguém ler o livro do Kotscho, que é seu companheiro, um homem de vergonha. Eu li, estou fazendo até o marketing dele. Ô livro bom! Aprendemos. Ele foi Secretário de Imprensa. Quarenta anos. E o Frei Beto também. Então, essa é a verdade.

Mas Geraldo Mesquita entrou com elegância: o clamor dos doentes de alta complexidade de câncer. E falou sobre a cultura, os livros, a deficiência da educação. Que belo pronunciamento. E quero convidá-lo, repito, a ir ao Piauí. Eu estou lendo o seu livro, Política ao Alcance de Todos. Vou falar com Alberto Silva - a quem visitei ontem - para que arrume uns compêndios daqueles. E depois levo V. Exª e sua encantadora esposa para relaxar lá no nosso delta.

Depois vimos como esta Casa é importante. Tião Viana e Ideli, com essa loa, e as PPPs. Eu não acreditei, não saiu nada. Eu não vi. Estão aí as parcerias. Cadê os aeroportos, cadê os aviões, cadê as estradas? E agora estamos aqui.

Mas por que eu não creio? Rui Barbosa fez um livro. Bonito o negócio dele. Ele escreve assim como Geraldo Mesquita. As minhas crenças: eu creio em Deus, eu creio no amor, eu creio na família, eu creio no estudo, eu creio no trabalho, eu creio que o bem vence o mal, eu creio que existe honestidade. Então, por que eu não acredito? Não acredito!

Outro dia, Geraldo Mesquita, brasileiras e brasileiros, foi feita uma pesquisa para saber quem devia ser o presidente do mundo. Mandela ganhou! Vida de mártir, foi preso 27 anos, a cor, o negócio de racismo... O Mandela, o maior líder, devia ser o presidente do mundo. Em segundo lugar, de acordo com a pesquisa, quem devia ser presidente do mundo: Bill Clinton. Quer dizer, isso foi uma pesquisa. Eu acho o Bill Clinton mais... Por quê? Bill Clinton foi quatro vezes Governador do Estado de Arkansas. Bill Clinton chegou à Presidência da República e teve humildade. Advogado, promotor, como V. Exª, do Direito, da Justiça, casado com a Hillary, que é advogada brilhante. E Bill Clinton viu que era complicado ser presidente, Luiz Inácio. Bill Clinton, advogado, promotor, quatro vezes governador. Bill Clinton. Aí, ele se retraiu e mandou buscar os melhores técnicos. Apontaram o Ted Gaebler e David Osborne, que fizeram o livro Reinventando o Governo. V. Exª tem de ler, Senador Geraldo Mesquita. Sei que V. Exª sabe muito.

Aí ele disse que a democracia é complicada, é difícil. Resumindo, diz o seguinte: o governo não pode ser grande demais, não dá certo. E dá o exemplo do Titanic, um navio majestoso tecnicamente, era grande demais e afundou. Então, a estrutura do governo tem de ser menor. Não acredito por isso.

Este Governo. Estudei história, nunca tivemos mais de 16 ministros. Nunca. Agora, o Luiz Inácio: sou o maior. Nunca houve mais. Nos Estados Unidos, não dá 10. Lá, os ministros são chamados de secretários. Aqui são 16, o máximo. De repente, aumenta para quase 40, para dar emprego a companheiros. Então, para aquilo que era essencial - segurança, saúde, educação - o dinheiro é o mesmo, o cobertor é curto. Foi tirado para esses ministérios que estão aí. Geraldo Mesquita, V. Exª que é um homem culto e preparado, não sei o nome de dez desses ministros, eu que estou aqui e é meu dever. Acho que os brasileiros não conhecem cinco ministros desses que estão. E os recursos foram tirados da saúde que V. Exª reclama, da segurança de que o povo sofre e da educação que está acabada. Essa é a verdade. O dinheiro é um só. Fui prefeitinho e sei disso.

Cada ministério começa humilde. Mas logo que chega, é gritando, quer não sei o quê, quer dinheiro, quer não sei mais o quê. Esse que chegou aí agora, esse jurista... Ah, é dinheiro! Todos querem. Então, cada ministeriozinho desses tira... Aí, eles querem os DAS, os carros, o avião, os telefones; e as despesas... E aí caiu. Nós não temos o essencial: segurança, educação e saúde. Essa é a verdade.

Mas por quê? Aqui está o exemplo. Renan Calheiros - não me pronunciei sobre este episódio. Por quê? Eu não sei. Geraldo Mesquita, que simboliza muito, V. Exª aí está simbolizando - olha só a responsabilidade - Rui Barbosa, o Direito. Eu sou cirurgião. A gente vai, Geraldo. Para onde for, você leva a sua formação profissional. Como é? Ó, Figueiredo! Quarenta anos, eu cirurgião, com aquele comportamento, com aquelas decisões. Cheguei aqui, vai mudar o que, rapaz? Você leva, para onde você for. Se você for prefeito, se quiser fazer um bem, como Governador, lá para o seu Rio Branco, você leva a sua formação, os seus princípios. A gente leva a formação do cirurgião de cumprir, de responsabilidade, de ética, não é? Então, essa é a verdade.

E por que eu não acredito? Olha, meu amigo, aí está a Ideli - a bela Ideli, hoje, pode ser até Miss Santa Catarina. Eu não sei se ela é casada ou solteira. Digo com todo o respeito: ela está elegante. É, não, maior e tal. Está tudo bom, e não sei o quê, e tudo...

Não está, não. Acho que o Luiz Inácio não é temente a Deus. Eu queria até encontrar agora o Frei Beto, que o deixou lá, vou dizer por quê: é justo um funcionário que se dedicou - eu, por exemplo -, é justo um funcionário público que se aprimorou, em quem o País investiu, que se dedicou, ter 3% de aumento? Aqueles que têm DAS, os quase 24 mil nomeados diretos, 140% de aumento? Ô, Geraldo Mesquita, não sei, justiça... Rui Barbosa disse que só tem um caminho e uma salvação: a lei e a justiça. Isso é justo? Ô, brasileiro, aposentado... Vou dar um exemplo muito real. Deus é muito bom para mim, o povo do Piauí, maravilhoso, porque sempre ganhei eleições e nunca fiz um título de eleitor, nunca comprei um voto. Mas, se eu não fosse Senador... Ô, Zezinho, quero conversar com você. É justo? Se eu não fosse Senador, não estivesse aí, sei lá... Até o PT, pelas posições políticas, não vimos, em Santo André, o que aconteceu? E se alguém quisesse matar o Mão Santa? Aí, a D. Adalgisa ficava viúva. Tenho 40 anos de serviço como cirurgião. Sou aposentado. Geraldo Mesquita, nem olho o contracheque, 40 anos indormidos, numa santa casa - bala, apendicite, hérnia estrangulada, úlcera perfurada -, e eu, de madrugada, os pobres e os ricos, 40 anos.

Nem olho o contracheque, porque dá gastrite e úlcera. Mas, se eu não fosse Senador, a Adalgisa iria ficar...

E, ao mesmo tempo em que esses pilantras, picaretas, vai gente entrar ganhando - está aqui a tabela, o meu assessor, Figueiredo -, nesse Chico Mendes, R$10.448,00. Ô, Geraldo Mesquita, com todo respeito ao Mercadante, que considero o melhor quadro do PT, mas mais respeito tenho ao pai dele, que o educou e sei que é General do Exército.

Mercadante, antes de defender essa prostituição, essa proliferação de vadiagem, de dar empregos pela porta larga, criando coisa, dividindo coisa, peça ao senhor seu pai - tome a bênção - o contracheque dele. Pergunto aos generais do meu Brasil, aos almirantes - Almirante Barroso, Marechal Castello Branco e Duque de Caxias - e aos brigadeiros - Brigadeiro Eduardo Gomes -: olhem os seus contracheques, pois quero denunciar por isso. Nabuco estava sozinho para libertar os escravos. Não pensem... Eu não cansei, não. Está aí o Geraldo Mesquita. Nabuco estava sozinho, defendendo a liberdade dos escravos, não é verdade? E pergunto: olhem seus contracheques, brigadeiros: R$10.448,00 - foi o Figueiredo que trouxe a informação, e acredito nele; o nome dele é o mesmo do General Figueiredo.

Então, vão entrar pela porta larga vários pilantras do PT ganhando R$10.448,00. Dividiu o Ibama, e a palhaçada... Deixa-me contar a V. Exª: o Ibama só tem 18 anos. Agora que se está formando e se estruturando. Aí, vai dividir para criar mais lugar. Vai gente entrar, brasileiras e brasileiros. Meus amigos ali do Bolsa Escola: R$10.448,00 - eu vim aqui por isso. É essa farra. Eu acho que Luiz Inácio não é temente a Deus! Entra pessoa sem concurso, ganhando R$10.448,00. Cada ministério, cada porcaria dessa criada é um bocado de DAS. Eu estou lendo o maior, tem os menores, mas os menores não são tão menores, não. O menor mesmo é R$1.977,00. Brasileiras e brasileiros, quanto é que vocês estão ganhando? Porque o menor que vai nessa farra... Por que não melhoram o salário dos médicos, dos professores, dos policiais? Não melhoram... Ô, Zezinho, ontem você viu que eu dei uma brava aqui! Aí, a Ideli disse: “Ah, mas tem uma corda...” Ah, amanhã, eu pego de volta, porque aqui, comigo, não tem esse negócio, não.

Acaboooou, acabou esse negócio de acordão aqui, nós vamos é pro pau aqui. Isso é imoral. Mercadante, peça o contracheque de seu pai e traga: se seu pai, general, se aproximar e ganhar isso, eu voto pela criação. Isso é uma imoralidade. Luiz Inácio - eu votei a primeira vez em Luiz Inácio e me decepcionei -, quero lhe dar um ensinamento como médico: arrependimento não mata não, porque senão eu já tinha morrido.

Olha, um aprendizado que tive foi quando fui ao México e ouvi as palavras de um general lá que foi presidente: “Eu prefiro o adversário que me diz a verdade ao aliado puxa-saco que me engana”. Luiz Inácio, V. Exª está rodeado de aloprados, puxa-sacos que estão lhe enganando. Talvez V. Exª nem saiba disso, mas V. Exª, ao mandar uma medida provisória,...

Renan discursou bem dali por sua candidatura. Eu fiquei em dúvida: José Agripino, o outro candidato, era muito bom. Você também ficou um pouco em dúvida, mas nós, pela fidelidade que temos - desde a fidelidade às mulheres, ao lar, como Pedro Simon -, votamos em Renan.

Eu ouvi o discurso de Renan. Geraldo Mesquita, Renan disse: “Eu vou combater essas medidas provisórias que estão descaracterizando o Senado”. Para a edição de medidas provisórias, a Constituição exige que haja urgência e relevância, e isso não é urgente, isso pode ser feito via projeto de lei em quarenta dias. O Governo, que tem maioria na Câmara e aqui, pode fazer isso. Não tem razão uma imoralidade dessa, não há urgência.

Sabem por que admiro Napoleão Bonaparte? Geraldo Mesquita, Napoleão Bonaparte, no fim, moribundo, às vésperas de morrer, disse o seguinte: “Eu não fui bom, eu não fui mau, eu não fui tirano, eu não fui corrupto, mas eu fui firme”.

Então, Renan, V. Exª está demonstrando que tem firmeza, mas eu quero ver sua firmeza ao tirar essa medida provisória que o Romero está lhe atentando aí por negócio de governo, por não-sei-quê. Confie nesta Casa com poderes legislativos, entregue a homens como Geraldo Mesquita para fazer uma lei boa e justa. Quero ver a firmeza de V. Exª, Renan, quero ver se derrubará o veto do Presidente Luiz Inácio à Sudene. Nós criamos, trabalhamos quatro anos e, aí, ele vetou o oxigênio, os recursos para a Sudene. Foi só para fazer demagogia que a criou. V. Exª mande, isso é da Constituição, Renan. Seja firme, Renan, tenha direito a repetir as frases de Napoleão. Submeta os vetos à votação.

Fui prefeitinho, fazia leis que vetavam; os vereadores votavam, derrubavam vetos. Também fui governador. Não estou diminuído, isso é do jogo democrático e não do jogo da submissão, da subserviência, da indecência que passa nesta Casa. Traga para ser derrubado, na terça-feira, o veto dado à criação robusta da Sudene.

Essas são as minhas palavras. Agradeço ao Geraldo Mesquita, mas ainda quero dizer que não cansei não: “A vida é um combate que aos fracos abate e aos fortes e bravos só pode exaltar”. Forte, bravo e sofredor é o povo do Brasil!

Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/08/2007 - Página 25850