Discurso durante a 116ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Criticas ao Governo Federal pela ausência de investimento nas áreas sócio-ecônomicas.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Criticas ao Governo Federal pela ausência de investimento nas áreas sócio-ecônomicas.
Aparteantes
Adelmir Santana, Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2007 - Página 25815
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, COMPARAÇÃO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PERIODO, EXERCICIO, OPOSIÇÃO.
  • COMENTARIO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, REJEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ABERTURA, JOGOS PANAMERICANOS, DEMONSTRAÇÃO, FRUSTRAÇÃO, POPULAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, GRAVIDADE, SAUDE PUBLICA, SANTA CASA DE MISERICORDIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ABANDONO, HOSPITAL.
  • ANALISE, DADOS, PERDA, ECONOMIA, ESTADO DO PIAUI (PI), REDUÇÃO, EXPORTAÇÃO, PROTESTO, EXCESSO, PROMESSA, GOVERNO FEDERAL, PARALISAÇÃO, OBRAS.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Alvaro Dias, Srªs e Srs. Senadores, brasileiros e brasileiras aqui presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, Senadora Ideli Salvatti, V. Exª, de verde, fica bem melhor do que de vermelho. Verde é a esperança que não pode morrer.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Eu gosto mesmo é de vermelho!

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - O Senador Pedro Simon simboliza a grandeza, a história do Senado e da ética, então, saudando-o saúdo a todos.

Senador Pedro Simon, essa coisa de mentir já está demais. Senador Pedro Simon, em um aperreio, até Pedro negou, não é. Disse que nunca tinha visto Cristo. Mas assim já está demais! É muita mentira!

Senador Eduardo Suplicy, o Brasil ganhou no Pan, foi o campeão de medalhas de ouro. Se nós somarmos a que o PT ganhou e levou... Medalha de ouro da corrupção: é do Brasil, o Brasil ganhou; medalha de ouro do desprezo à segurança pública: é do Brasil - vocês viram ontem no Rio de Janeiro; do desprezo à saúde, o sucateamento dos grandes hospitais: é do Brasil! E da mentira: é do Brasil!

Senador Alvaro Dias - Doutor Alvaro Dias; hoje concorrendo com Fernando Henrique Cardoso, diplomado na Califórnia -, Goebbels, como indicador de conto do Hitler, dizia que uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade. E eles mentiram, mentiram, e, de mentira em mentira, ganharam as eleições. Ganharam. Essa é uma verdade.

Pedro Simon, preste atenção aqui. Agora, ele vai dar atenção para mim. Outro dia, eu estava discursando aqui, chegou um jornalista que me disse: “Mão Santa, você está forte”. Eu olhei assim e disse: “Eu?” Se, lá no Piauí, eu quiser ser candidato a Prefeito da capital, não posso, porque eu não tenho o Diretório Municipal nem o Estadual, pois este o PT já levou. Eu disse: “Como, se no meu Piauí, eu não tenho o meu PMDB? Ele já se entregou ao PT”. Aí, Pedro, sabe o que disse o jornalista? “Você tem o apreço de Pedro Simon e de Jarbas Vasconcelos: a vergonha e a ética do PT”. Isso é verdade, eu tenho o apreço, e disso não abro mão.

Aí, tomei coragem para continuar, porque existe a turma que diz: “Cansei!” Cansei, não. Eu vi a luta do meu MDB e não precisava recordar Ulysses em 1974, porque em 1972 eu já “estava no pau”, com Elias Ximenes do Prado, conquistando a Prefeitura da maior cidade do Piauí, a minha cidade!

Aqui, há o exemplo vivo de Pedro Simon. Foi para o céu Ramez Tebet e chegou Jarbas.

E as vaias?

Senador Pedro Simon, agora vou entrar na história do Jarbas. V. Exª sabe da nossa ligação, que vem de Francisco: V. Exª e minha mãe são franciscanos. Ele disse: “Onde houver erro, que eu leve a verdade”. Não foi isso que disse Francisco?

Quando entramos aqui, começamos a conversar - nós, daquele grupo que resiste, que acredita que o bem vence o mal, que acredita na virtude, que acredita em Deus, que acredita que existe pecado, que leu a lei de Deus, a qual diz: “Não roubarás”. Pedro Simon e Jarbas.

O Jarbas é essa figura diferente. Hoje, dei-lhe um aparte e ele disse: “Mão Santa, peguei 11 vaias do PT”. Atentai bem, Senador Pedro Simon, brasileiros e brasileiras: Jarbas Vasconcelos, que enfrentou a ditadura e que, muito jovem, desejou ser Senador. Ele e o pai. Colocaram três para vencê-lo e quase não ganharam, no começo da ditadura. Esse homem, que foi Prefeito extraordinário - fui aprender a ser prefeitinho com ele -, Governador e Senador, pegou 11 vaias! No cumprimento de sua missão, Senador Augusto Botelho, ele recebeu o Presidente Luiz Inácio, e o PT vaiava.

Senador Pedro Simon, o Jarbas me disse: “Mão Santa, não vou receber o meu diploma, porque será a décima segunda vaia”. Jarbas, que viu seu pai tombar na luta, na redemocratização, no começo!

Minha mãe, santa mãe, Senador Pedro Simon - eu sempre digo que não sou “mão santa”, mas sou filho de mãe santa -, dizia que quem planta vento colhe tempestades. Quem plantou vaia foi o PT, que saía vaiando tudo.

Jarbas é o maior líder do Nordeste - ele é, eu não sou. Onze! Não foi receber o diploma de Senador porque dizia que seria a décima segunda. Viajou para chegar depois.

“Quem semeia vento colhe tempestade”, dizia minha santa mãe. Está aí o Lula.

Eu estava no Rio na mesma época. Esse negócio de se dizer que político está desgastado, não está, não! Dei muito autógrafo. Agora mesmo, estava ali um senhor, casado com uma piauiense. Eu lhe disse que casou bem, com uma mulher cristã do Piauí. Ele é mineiro e Vice-Prefeito de Cláudio, parente da mulher do Tancredo. Pediram-me para tirar retrato. Eu estava no Rio, na mesma época. Pedro, quando entrei no teatro, bateram palmas. Não está assim! Quando V. Exª entra, também...

O jornalista disse: “Você está forte”. Estou forte como? Estou lascado, porque não tenho nem diretório do PMDB no Piauí. Mas ele disse: “Você tem o apreço de Jarbas e de Pedro Simon”.

Eu fui ao Rio por causa de minha filha, que está realizada, vai-se formar em Medicina e está querendo, Pedro Simon, fazer estágio com o Professor Azulay, do Amazonas, que é o maior dermatologista. No meu tempo, era o Bekeler. Eu dizia: “Minha filha, é o Bekeler.”. E ela: “Não, é o Azulay.”.

Eu vi seu livro. Que bonito! Vocês, do Amazonas, devem prestar uma homenagem a Azulay, com todo respeito ao Bekeler, autor do livro da minha época. Mais uma obra.

Fui, com minha filha, à Santa Casa, onde ela quer estagiar com Azulay, e estava lá, na mesma época.

Olha, conheci a Santa Casa há 40 anos. Meu professor, Mariano de Andrade, tinha lá uma enfermaria.

Augusto Botelho, você estagiou lá.

Pitanguy, esse orgulho da Medicina da Pátria, da cirurgia plástica, nunca deixou de operar um pobre na Santa Casa.

O meu Professor, Mariano de Andrade, do Hospital dos Servidores do Estado, tinha uma enfermaria lá. O Hospital dos Servidores do Estado era padrão. Quando João Baptista Figueiredo, Presidente da República, teve um enfarte, Pedro Simon, ele foi para lá. Eu conheço.

O Fundão não conheci. Passo por ele, por fora, quando vou para o Galeão.

Pedro Simon, não tem janela a Santa Casa.

Suplicy, a vaia foi por isso.

Eu aprendi, ô Luiz Inácio, que não gosta de ler, pois declarou que é melhor fazer uma hora de esteira que ler uma página de um livro. Concentre-se nos provérbios. Há provérbios na Bíblia.

A verdade ninguém pode esconder. É mais fácil tapar o sol com a peneira que esconder a verdade. E a verdade daquela vaia foi a segurança do Rio, que aí está.

Brasileiros e brasileiras, dêem nota para a saúde.

Humilharam o Prefeito César Maia, levando para lá umas barracas do Exército.

A capital histórica da Ciência médica é aquela, onde fiz pós-graduação, mas o Hospital dos Servidores do Estado, de tanta glória, está sucateado; a Santa Casa de Misericórdia é mantida, milagrosamente, por heróis como os Azulays; e no Hospital do Fundão, as janelas estão caindo.

Ô Suplicy, quero até o seu auxílio: como é o nome do Prefeito de Nova Iorque à época em que os edifícios caíram, do Partido Republicano? Ele escreveu um livro em que fala da “síndrome da janela caída”.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Giuliani.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Giuliani! Extraordinário candidato à presidência da república, que iria disputar com Hillary Clinton. Não o fez porque teve um câncer de próstata.

Li o livro do grande líder Giuliani, em que fala da “síndrome da janela caída”. Quando há janela caída num prédio público, tudo está caído. Então, imagino como está o Hospital do Fundão, que é do Governo Federal, que é a escola dos médicos.

Foi por isso a vaia do Lula, feita pelo povo, que precisa de segurança e não tem, que precisa de saúde e de educação.

Ô Pedro Simon, atentai bem: criei uma Faculdade de Medicina no Estado do Piauí. De 400 faculdades, mais uma para raciocinar.

V. Exª sabe quanto custa um curso de Medicina, hoje, numa faculdade privada? São R$3.500,00 por mês! Esta é a média, porque tem umas mais caras: R$3.500,00 por mês! Brasileira e brasileiro, qual é a Bolsa-Escola, a “bolsa-esmola” que paga para o seu filho ser médico hoje? No meu tempo, estudava-se nas federais, onde eu estudei. Hoje, elas estão sucateadas. As faculdades privadas custam R$3.500,00 por mês! Senador Suplicy, isso dá certo nos Estados Unidos, porque lá eles trabalham e ganham. Quem é que ganha isso no Brasil, se não temos nem emprego? O salário mínimo dá para pagar uma faculdade de R$3.500,00? Foi essa a razão da vaia: a verdade. Cristo dizia: “Em verdade, em verdade, vos digo”. Ó, Suplicy, esta é a verdade! Eu sou correto para com o Presidente Luiz Inácio. É melhor um adversário que diga a verdade do que um aloprado, um puxa-saco, um mentiroso, que o está enganando. Eu sou a verdade. Não sou como Cristo: “O caminho, a verdade”; mas, sou a verdade.

Aqui está o jornal O Dia, o mais antigo, Pedro Simon, do Piauí - atentai bem! -: “Cera de carnaúba salva exportações piauienses”. A jornalista Elizângela Carvalho é uma boa jornalista. Mas não é não, Elizângela, é porque você é nova. Isso influenciou você. Cera de carnaúba não salva exportação do Piauí.

Olhem para cá, brasileiras e brasileiros! Olhe para cá, Suplicy!

Sei que V. Exª é dos Matarazzo; meu avô também era industrial. Isto aqui não está nada salvo, não! O Piauí caiu na desgraceira do PT! Vou mostrar-lhes. Senador Pedro Simon, cera de carnaúba, mentira! Meu avô tinha dois navios para transportar cera de carnaúba do Piauí para o sul e para o mundo, e hoje não tem nem uma canoa para transportá-la! A carnaúba é secular! Ela se mantém porque é da natureza e a palmeira demora muito, mas ela é decadente! Havia os ingleses, os franceses, minha família. A verdade está aqui, vou mostrá-la ao povo, a quem agradeço.

Senador Eduardo Suplicy, V. Exª é sério e merece o nosso respeito. 

Então, Presidente Lula... Ó Suplicy, onde está o PT? Estão por aí; nós estamos aqui. Atentai bem, meu amigo Presidente Senador Augusto Botelho, vamos ouvir, porque não há mais ninguém do PT, só V. Exª e o Suplicy, e o meu amigo Simon, que está ali e vale por 180 anos deste Senado!

Mas vejam o que diz - anotem -: “Registraram decréscimo [no Piauí] de vendas a castanha de caju (-27%)”.

Meu querido Luiz Inácio, Vossa Excelência estudou no Senai. O Senai, naquele tempo, tinha estrutura, tinha governo; o Senai era uma boa escola! O Senai foi criado pelo meu tio e padrinho, no Piauí. Eu conheço a sua estrutura! Menos é menos! É negativo! É para baixo! O Governo de Vossa Excelência está crescendo para baixo, como rabo-de-cavalo. Ó Suplicy, está aqui, no jornal O Dia: castanha de caju: menos 27%! Menos, Luiz Inácio, é negativo, é para baixo. O mel, mel de abelha - ó Suplicy menos 71%. Ô povo educado o do meu Estado, porque ele foi escondido, ligeiro, mais não o vaiou. Ó piauiense educado! Menos 71% o mel do Piauí, que vocês já tomaram. Sucos e frutas: menos 42%; menos, diminuiu. Tudo é mentira; tudo é enganação; tudo é roubalheira; tudo é sem-vergonhice. É Suplicy! Espera ainda, Suplicy: camarões e lagosta: menos 56%...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Ligue o som, Presidente. Sei que V. Exª é do PT, mas do PT de vergonha, do PT de pessoas boas. Lá no Piauí tem um Deputado, o Nazareno Araújo, honrado; tivemos também aquela que morreu, a Trindade, era uma pessoa honrada, foi para o céu.

Olhem aqui: camarões e lagosta... Pedro Simon, eu sei porque governei o Piauí. O maior produtor de camarão das Américas era o Equador, que hoje está nas mãos desses governantes de esquerda totalitária. Então, Marco Maciel, eu fui a Guayaquil -não fui nem à capital, não fui a passeio - e Manta é a cidade de praia onde havia a maior carcinicultura. Augusto Botelho, “Deus escreve certo por linhas tortas”, então, houve uma epidemia com o camarão do maior produtor do mundo, a cidade de Manta, no Equador. O camarão ficou pálido, anêmico - deu uma vaca louca lá nele. Então, como o mesmo se seu aqui, fui até lá buscar os técnicos para o Nordeste. Marco Maciel, eu os trouxe, porque o camarão estava em queda, e implantamos a técnica. Quando eu deixei o governo, foram U$20 milhões, empatou com a carnaúba. Lá, eles dominaram a patologia; é possível dominá-la. Não é como aqui em que a dengue está aí e este Governo não sabe acabar com ela. É o mesmo mosquitinho que Osvaldo Cruz venceu. É o mesmo mosquitinho! Naquele tempo, era a febre amarela, Marco Maciel. Agora é a dengue, que está mais grave, que é hemorrágica, que está matando 14%; eram 4,5%. Ou o vírus está mais violento ou o povo mais fraco! Mas este Governo, que é derrotado por esse mosquitinho que Osvaldo Cruz venceu... Atentai bem: a lagosta, menos 56%! Ó Marco Maciel, menos! Ó Luiz Inácio, o Senai lhe ensinou! Larga esses aloprados e reviva a Aritmética do Trajano, que era a mais elementar quando eu estudava. A Aritmética do Trajano nos ensinava a somar, diminuir, dividir e multiplicar. Ó Luiz Inácio, pegue a Aritmética do Trajano: são menos 56% na carcinicultura. Pedras. Vejamos: Piracuruca, cidade produtora de pedras para piso, que exportava, hoje, são menos 4%. Todos são bens que estavam em franca expansão nos últimos anos.

Ó mulher verdadeira, Elizângela Carvalho! É uma jornalista, uma mulher. Mulher é verdadeira. Vocês sabem que o Governo gosta de jornal. Olhem a mídia: “Cera de carnaúba...” Não salva nada, a cera é decadente. Meu avô tinha dois navios para transportá-la, hoje não há sequer uma canoa que a transporte no Piauí.

Pedro Simon, tem mais: a agricultura. Olhem o que diz a matéria: “O Boletim também trabalha com dados do IBGE e, por isso, está estimando que a produção de grãos do Piauí, em 2007, será 12,1% menor do que o ano de 2006, [...]”.

Suplicy, você não está com a mentira, e sim com a verdade. Isso aqui é a verdade. Fere! Para o Goebbles - aqui temos o Duda “Goebbles” Mendonça -: a mentira se torna verdade. A sabedoria popular diz “que é mais fácil tapar o sol com a peneira do que esconder a verdade”.

Vejam: “[...] quando se colheu apenas 1.064,4 mil toneladas. Até o final deste ano, a previsão é de colheita de 935,6 mil toneladas”. Luiz Inácio, 935 mil é bem menor do que um milhão. Essa é a realidade. “Além da perda de produtividade, as culturas das oleaginosas [...], que representam mais de 50% da produção total dos grãos do Estado, tiveram sua área plantada reduzida em 2,4% em relação à safra passada”.

Empregos: os empregos diminuíram 0,19%.

Eu queria aproveitar os Senadores Eduardo Suplicy e Augusto Botelho, que estão aqui, e Pedro Simon, que é meu padrinho, meu guia, minha força. Pedro Simon, “pedi e dar-se-vos-á”, não é assim? Ô, Luiz Inácio, então, eu vim aqui pedir. Vossa Excelência tem aura.

O Piauí foi muito bondoso. Nós acreditamos. Entrou lá o PT, e nós acreditamos. Fomos enganados. Quem é que está livre de ser enganado? Quem é, Suplicy, que está livre de ser enganado? Fomos enganados no Piauí. Fomos. Estão aqui os números.

E Sua Excelência vem com esse negócio de ir lá, PPP, PAC... É só mídia. Mas eu ia falar só de dez, para não cansar o Presidente, de dez obras inacabadas que estão lá. Porto de Luiz Correia, no Piauí, é uma delas. Aliás, ele tomou banho de mar lá. Mas não pagaram nem o hotel, e o homem faliu.

É o hotel de um português, que fechou. Fizeram despesa. O PT é assim.

Aliás, Pedro Simon, há um Procurador da República que aplaudiu, discursou e elogiou. Ele disse que é uma organização criminosa. Foi ele quem disse. Não é o Procurador-Geral? Está aí o Pedro Simon. É verdadeiro, não negou.

O porto de Luís Correia foi começado por Epitácio Pessoa, e faltam ainda US$20 milhões. Gasta-se dinheiro, e ainda está lá.

E a ferrovia? Ô Suplicy, Alberto Silva é um velhinho bom. Olha, Pedro, Alberto Silva tem 88 anos, e meteram na cabeça dele que iriam botar os trens para funcionar. E o que fez Luiz Inácio no Piauí? Ouvi o apito do trem: piuí, piuí! O Alberto Silva é homem de bem. Sou médico cirurgião, e ele é engenheiro ferroviário. Ele me abandonou, levou o PMDB para o PT. Estou lá isolado. Eu dei só o apoio, não saí daqui, deste PMDB, por causa do Pedro Simon.

Acho que o Luiz Inácio não é temente a Deus, não! Mentir é pecado, não é, Pedro? “Olhem que, em 60 dias, estarão lá os trens.” Em Parnaíba, em Luís Correia, na minha cidade, seriam 60 dias. Eu ouvia: “Rapaz, o homem é danado mesmo, estamos lascados”. E estamos mesmo. Perdemos. Seriam 60 dias. Olha, faz um ano que isso foi dito.

Pedro, você sabe o que é dormente? É aquele pau que fica segurando os trilhos. Não trocaram nenhum. Esse é o PT da sem-vergonhice e da mentira. Nenhum foi trocado. Essa é a verdade.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte, Senador Mão Santa?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Vou já conceder-lhe o aparte.

E os aeroportos internacionais? Pedro Simon, não há mais nem vôo nacional. Já houve vôos nacionais em Picos, em Floriano, em Guadalupe e na minha cidade. Agora, isso só existe na propaganda e na mídia.

E a ponte sesquicentenária? Primeiro, quero saber se V. Exª sabe o que é sesquicentenário. São 150 anos da Capital. Anunciaram a construção da ponte. Vai fazer 156 anos, e só existe o esqueleto da ponte.

Pedro Simon, olha para cá. Eu, o povo do Piauí, os operários, o engenheiro Lourival Parente, com a construtora, com o dinheiro do Piauí, fizemos uma ponte no mesmo rio, em 1987, e convidei o Presidente para bailar sobre a ponte, do meu lado, para ver a grandeza do povo do Piauí. Heráclito Fortes, que fez aniversário ontem, muito festejado, um homem extraordinário, nosso líder, fez uma ponte no mesmo rio em 100 dias.

Este Governo da mentira está, há seis anos, falando isso. É tudo roubo. Ele diz que levou R$3 bilhões para lá. Então, é réu confesso. Eu, como Governador, fiz a ponte em 87 dias.

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Por favor, liguem o som.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Então, não terei o aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Quanto ao metrô de superfície, enganaram o Alberto. O metrô está lá paradão, só o esqueleto. E o hospital universitário? Abri um ambulatório numa briga, e até nossa Deputada Federal pelo PT nos ajudou, a que faleceu e que foi para o céu.

O Pronto-Socorro de Teresina foi começado por Heráclito Fortes quando eu era Prefeito de Parnaíba e quando ele era Prefeito de Teresina. Isso se deu em 1989, em 1990. Fiz um pronto-socorro - que funciona em Teresina, ao lado do Hospital Getúlio Vargas - em um ano e pouco. E está lá o PT. E ele disse que levou todos os votos, ganhou tudo. Mas a mentira tem pernas curtas. Veio a verdade. E a verdade veio no Maracanã: a vaia da verdade.

E o transcerrado? O cerrado é o último. Ao cerrado levei energia por meio do Governo de Fernando Henrique Cardoso, o que possibilitou que a Bunge, a maior multinacional, ali se fixasse. Essa empresa está pensando em ir para a Argentina, porque aqui não há estradas. Só há propaganda.

E as hidrelétricas? Anunciou cinco, e uma está pelo meio, a de Guadalupe. Faltam as comportas. Como diz que vai fazer cinco, se não termina a que existe? É a mentira!

Estou aqui, Suplicy, porque acredito que o bem vence o mal. E a verdade vence. E V. Exª tem o aparte. Quero ouvi-lo. V. Exª simboliza essa verdade no PT. Todo lado tem exceção. V. Exª é a exceção, que é essa verdade, como também nosso Augusto Botelho, que não sei como foi parar lá.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Mão Santa, agradeço-lhe a oportunidade do aparte. Em primeiro lugar, transmito a V. Exª que o nome do Prefeito que V. Exª pediu que eu o ajudasse a lembrar é Rudolf Giuliani, candidato do Partido Republicano.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - No livro dele, ele usou o símbolo da janela quebrada. Quando uma repartição tem uma janela quebrada, está tudo lascado. Foi o que ele disse no livro. Isso é o Hospital do Fundão, o Hospital Universitário do Presidente da República, no Rio de Janeiro.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Em segundo lugar, agradeço-lhe a informação, pois não sabia que ontem foi aniversário do Senador Heráclito Fortes, a quem transmito meus cumprimentos. Ontem, eu estava em Caracas, onde houve um episódio importante do ponto de vista da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Mantive um diálogo com o Presidente Hugo Chávez, que fez uma palestra no Centro Cívico Militar, em Caracas, sobre o programa habitacional e sobre praticamente todos os assuntos políticos do cotidiano. Esse é o estilo dele. A certa altura, estando eu na platéia, na primeira fila, quis ele saber minha opinião a respeito dos diversos temas. Eu, que estava ao lado do Embaixador João Carlos Souza Gomes, transmiti ao Presidente Hugo Chávez que, em especial, sou favorável ao ingresso da Venezuela no Mercosul. É muito importante estarmos conscientes de que o art. 4º da Constituição brasileira e o art. 153 da Constituição da Venezuela dizem que constitui objetivo de nossos povos, que são irmãos, alcançarmos a integração da América Latina. Portanto, esse é um objetivo que vai para além dos governos. Disse-lhe que, por exemplo, em setembro de 2002, quando o Presidente George Walker Bush considerava usar de meios bélicos para derrubar Saddam Hussein, conclamei - em diversas ocasiões, muitos Senadores também o fizeram - o governo dos Estados Unidos, da tribuna do Senado, a sempre utilizar outros meios que não os bélicos para agir, seguindo os conselhos de Martin Luther King Jr., que sempre recomendou a utilização da força da alma contra a forma física. Tendo em conta que o Presidente Hugo Chávez havia mencionado a importância do projeto do aqueduto que vem da Venezuela até o sul do continente, disse-lhe que me propunha a estudar seriamente o assunto. Ele, então, afirmou que gostaria de saber como nós, Senadores, realmente, vamos considerar o pleito. Transmiti o conteúdo desse diálogo ao nosso Presidente Heráclito Fortes, da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Se eu tivesse consciência do seu aniversário ontem, também o teria cumprimentado, mas aqui fica o registro. Como V. Exª falava do Governo do Presidente Lula, do Governador Wellington Dias e de muitos companheiros do Partido dos Trabalhadores nem sempre com palavras que poderíamos considerar as mais construtivas e respeitosas, como V. Exª avalia que é importante sempre registrar a verdade e como V. Exª vinha expondo a evolução da produção dos mais diversos bens no Estado do Piauí, resolvi consultar o IBGE, para analisar um exemplo, já que V. Exª citou diversos.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu, não! Foi a jornalista que o fez. Está aqui o nome do jornal: O Dia. A jornalista é Elizângela Carvalho. O jornal é tradicional, e uma mulher nunca mente. A jornalista deu todos os dados no melhor jornal. Está aqui o jornal. Focalize-o! É o jornal O Dia.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Mas como V. Exª conhece tão bem o Estado do Piauí e também respeita os dados do IBGE, gostaria de citar a evolução de um produto importante, ao longo dos últimos anos, no Estado do Piauí, segundo o IBGE, tanto em termos da área plantada quanto da produção. E V. Exª, então, fará a análise que considerar mais adequada. Por exemplo, nos anos de 1994 a 1997, a produção, em toneladas, aumentou de 10.409 para 40.520; no período de 1998 a 2002, a produção foi de 49.864 toneladas e, no ano de 2000, chegou a 128.255 toneladas. Mas, em 2002 - V. Exª, sendo de lá, saberia explicar o porquê -, houve a diminuição da produção para 90.970 toneladas. Já no ano de 2003, no início do Governo do Presidente Lula e do Governador Wellington Dias, segundo o IBGE, a produção aumentou para 308.225 toneladas; em 2004, foi de 388.193 toneladas; em 2005, de 555.588 toneladas; em 2006, de 689.046 toneladas. Portanto, em um aspecto que V. Exª sabe ser bastante importante, que é a produção de soja...

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - V. Exª terminou? Quero dar-lhe uma aula sobre a soja.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - ...houve uma evolução, de 2002 para 2006, de 90.770 toneladas para 689.046 toneladas. São dados do IBGE.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agora, vou dar os meus dados, que são os da verdade, são os do Senado da República.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Pois não.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Primeiro, quem levou a Bunge para o Piauí fui eu. V. Exª precisa saber que foi trabalhoso. Havia um grupo da Holanda, outro do Ceará. Foi uma dificuldade! Ela não era uma multinacional: era a Ceval, de Gaspar. Daí a amizade que tenho com o Senador Leonel Pavan, de quem fui hóspede. Depois, a Bunge comprou a Ceval. Em Camboriú, conheci a fama do Senador Leonel Pavan, antes de conhecê-lo pessoalmente - ele tinha sido garçom.

Mas não há no mundo uma beneficiadora de soja produtora de margarina que se instale onde a produção seja menor que 400 mil toneladas. Quando eu governava o Piauí, em 1997, já havia 400 mil toneladas. Isso aí é uma mentira, como a da Secretaria de Segurança do Piauí.

No Piauí, a criminalidade está tão grande, que, outro dia, um Vereador do próprio PT, um líder sindicalista honrado, como V. Exª admitiu, provou - e colocou até o nome - que fazem estatística com um quarto da realidade. Esses números são fantasiosos. Aqui, estão os números verdadeiros, descritos pelas estatísticas, pelo jornal mais conceituado e por Elizângela Carvalho. Esta é a verdade: já havia 400 mil toneladas. Esses são os números. V. Exª tem mesmo de tentar defender o indefensável.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Permita-me, Senador Mão Santa, dizer que V. Exª está informando que os dados do IBGE sobre a produção de soja no Piauí não são verdadeiros.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Afirmo isso com toda certeza. E provei isso a V. Exª. Informe-se sobre qual é a fábrica que vai instalar-se para produzir o beneficiamento da soja com menos de 400 mil toneladas para beneficiar os órgãos.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Vou pedir ao IBGE informação mais precisa.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Como vai instalar-se sem matéria-prima? Vai comprar no Mato Grosso do Sul, onde não há estrada?

Essa é a verdade. O raciocínio foi claro. Este é um debate qualificado. Uma das exigências...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - É possível que a tabela do IBGE, reproduzida na página do Governo do Estado do Piauí, possa...

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - É tudo mentira! O PT é o pai e a mãe da mentira! De mentira em mentira, vocês ganharam as eleições. Essa é a confusão!

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Permita-me, Senador Mão Santa?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Pois não.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Quero fazer-lhe uma recomendação. Quando a palavra de políticos, por vezes, é ofensiva, se não é respaldada pela razão - e V. Exª o sabe pela experiência que tem -, acaba tendo um efeito que não é positivo para quem assim procede.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Esse efeito está caindo contra V. Exª. Estamos citando aqui o jornal, o trabalho. Se fosse um escrito meu... Estou trazendo aqui o jornal de maior tradição. A jornalista é quem dá os números.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Quero fazer uma sugestão a V. Exª, de boa-fé: que solicitemos ao IBGE - e comprometo-me a fazê-lo; se V. Exª quiser, poderá fazê-lo comigo -, ao Presidente do IBGE, a informação precisa e completa sobre a área plantada e a produção de soja na década de 90 e na primeira década do séc. XXI. Na próxima semana, darei essas informações.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - A área plantada foi reduzida de 2% a 4%.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Vou transmitir essa informação a V. Exª, para que V. Exª, então, possa indagar se o IBGE está correto ou não.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Não, não tem IBGE, não! Se meteu o Governo... Jacinto Teles - outro dia, eu o trouxe aqui - é Vereador do PT, como V. Exª, que foi o melhor Vereador da história de São Paulo e que, por isso, está aqui. Com austeridade, foi Presidente daquela Casa. Jacinto Teles, um Vereador de vergonha lá do PT, é de Sindicato de Delegado de Polícia. Li aqui. Posso convidá-lo. O Vereador é de seu Partido. Ele disse que a criminalidade é tão intensa, que os números divulgados pelo Governo do Estado representam um quarto da realidade. Ele citou até o nome das crianças vítimas de homicídio. Pude ler isso aqui. Isso é o que Goebbels e Hitler faziam. Uma mentira repetida cem vezes se torna verdade. É isso que V. Exª... V. Exª, não! V. Exª é virtuoso - reconheço. Se não o fosse, eu diria também.

Vamos terminar, porque o Presidente, Senador Augusto Botelho, sinaliza nesse sentido. Antes, porém, agradeço-lhe a tolerância do tempo e peço que seja incorporado ao discurso todo este debate qualificado com o virtuoso Senador do PT. Eu queria que V. Exª, tão diligente, tão ativo...

Quis Deus que adentrasse agora este recinto o Senador Adelmir Santana, que vai receber o título de cidadão honorário piauiense em Uruçuí e que tem a felicidade de ser filho de uma mulher piauiense. O Prefeito de Uruçuí, Francisco Filho, é o maior Líder da região, juntamente com seu irmão, Zé Nordeste, que é Prefeito de outra cidade. Lá está sediada a Bunge. Ele vai receber o título lá, e estarei presente à solenidade.

Essa é a realidade do Piauí. Posso trazer o Prefeito que foi comigo a Gaspar. Saltamos no Aeroporto Navegantes, fomos a Gaspar. Conquistei a Bunge com Francisco Filho. Ela era disputada pelo Tocantins e pelo Maranhão, mas a ganhamos e a levamos para lá. Não era nem Bunge, era Ceval. Depois é que ela se tornou uma multinacional. Daí a amizade com Leonel Pavan.

Ô Pedro Simon, essa hoje multinacional me hospedou em Camboriú. Lá fui a um restaurante. Atentai bem! Fiquei impressionado. Foi o melhor salmão com maracujá que já comi - sou da praia. Na oportunidade, os garçons me perguntaram: “Governador, o senhor conhece Leonel Pavan?”. Disse: “Não”. Ele disse: “O senhor conhece Leonel Pavan, que foi por três vezes o melhor Vice-Prefeito? Era um garçom, como nós!”.

Então, Luiz Inácio, sei que Vossa Excelência foi operário. Mas está aí um que era garçom! Leonel Pavan foi um brilhante Senador desta Casa. Hoje, é Vice-Governador e, com certeza, será Governador daquele Estado e poderá chegar até à Presidência da República. Eu o conheci.

Quis Deus que adentrasse este recinto o Senador Adelmir Santana, cuja mãe é de lá, onde está a soja, o que é um orgulho para nós! Uma coisa, digo: V. Exª é filho de uma grande mulher, a mulher piauiense, cristã honrada!

O Sr. Adelmir Santana (DEM - DF) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Ouço o Senador Adelmir Santana, cidadão piauiense de Uruçuí, cujo Prefeito é o grande líder Francisco Filho.

O Sr. Adelmir Santana (DEM - DF) - Só quero fazer referência ao discurso de V. Exª, dizendo que aquela realmente é uma região próspera. Embora eu tenha nascido no Estado vizinho, o Maranhão, minha família por parte de mãe, efetivamente, é de Uruçuí. O Estado do Piauí concede-me, naturalmente, dupla homenagem, pois a Prefeitura daquele Município concede-me o título de cidadão de Uruçuí, e, ao mesmo instante, também a Assembléia Legislativa dota-me com a titularidade de piauiense. Isso me deixa, sem dúvida alguma, feliz, porque, na verdade, tenho íntimas ligações com aquele Estado. E, naturalmente, tenho o registro de nascimento no Estado do Maranhão. A gente não escolhe o lugar que nasce, mas ser escolhido por outros com esse título de cidadania, efetivamente, honra-nos muito. Quero, portanto, agradecer a V. Exª a referência que faz a essa concessão e dizer que me congratulo com aquele Município, com os Vereadores daquela cidade, com os Deputados estaduais do Piauí, com o Prefeito de Uruçuí. Brevemente, retornaremos, além deste fim de semana que iremos àquele Município, à Capital para receber o título de cidadão piauiense, o que me deixará muito feliz nessas duas oportunidades.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Pedro Simon, medalha de ouro para o Piauí! Somos três Senadores, como ocorre em todo Estado. E há o Sibá, que é piauiense e que emprestamos para o Acre. Agora, há o quinto aqui.

Senador Suplicy, ele foi com Chávez. Eu queria encontrar com esse Chávez, Senador Augusto Botelho. Está aí o Senador Augusto Botelho! Brasileiras e brasileiros, atentem para esse quadro! Ele é de Roraima, vizinho lá da Venezuela.

Brasileiras e brasileiras, um tanque de gasolina desses carros de porte médio, lá na Venezuela do Chávez, custa R$5,00. Aqui, o botijão de gás custa R$40,00; lá, custa R$10,00. Eu queria perguntar ao Suplicy por que ele não viu esse mecanismo para ensinar ao Luiz Inácio para baixar a gasolina.

Não se diz que a Petrobrás é auto-suficiente? Ela o é na propaganda, na roubalheira, na corrupção!

Lá, o venezuelano paga R$5,00. Está aí o Senador, que é de um Estado vizinho daquele país. Hoje, o maior movimento do Estado do Augusto Botelho é o de sair de Roraima para buscar gasolina na Venezuela. O Prefeito da cidade que faz fronteira com aquele país botou uma lei que diz que só se podem comprar 30 litros. Aí os meninos sabem como é o câmbio negro e enchem o tanque. O homem e a mulher que trabalham em Roraima vão lá buscar gasolina.

Isso é o que o Suplicy deveria buscar. Não se diz na propaganda que a Petrobras é auto-suficiente, é grandeza? Mas o dinheiro é da roubalheira. Por isso, vocês pagam a gasolina e o gás mais caros do mundo.

O que eu queria pedir ao Presidente Luiz Inácio, em homenagem ao Piauí, onde ele venceu as eleições - o Governador é do PT -, em homenagem à educação do piauiense, que não o vaiou, que dê essas obras ao Piauí e não leve para lá somente mentiras.

Fico muito agradecido ao Senador Augusto Botelho pelo tempo concedido.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2007 - Página 25815