Discurso durante a 114ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Interpela o Senador Gim Argello que acaba de prestar o compromisso regimental, para posse do mandato parlamentar, em substituição ao Senador Joaquim Roriz.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Interpela o Senador Gim Argello que acaba de prestar o compromisso regimental, para posse do mandato parlamentar, em substituição ao Senador Joaquim Roriz.
Publicação
Publicação no DSF de 18/07/2007 - Página 25223
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • COMENTARIO, DENUNCIA, GIM ARGELLO, SENADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), EX PRESIDENTE, CAMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL (CLDF), RECEBIMENTO, LOTE, SUBORNO, FACILITAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO, CONDOMINIO, CAPITAL FEDERAL, EXISTENCIA, PROVA, VIDEO, EFEITO, AÇÃO POPULAR, EXPECTATIVA, JULGAMENTO, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL (TJDF), DETALHAMENTO, AÇÃO JUDICIAL, INQUERITO JUDICIAL, COBRANÇA, ESCLARECIMENTOS, PLENARIO, BENEFICIO, REPUTAÇÃO, SENADO.

     O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, conforme anunciado ainda há pouco, peço a atenção do Senador Gim Argello para o pronunciamento breve que proferirei e sem prejulgamentos, até porque essa é a linha da minha coerência.

     S. Exª assume, depois de ter sido acusado, em 2002, de ter recebido 300 lotes para facilitar a regularização do condomínio Alto da Boa Vista.

     A denúncia foi feita numa fita de vídeo pelo então Secretário de Assuntos Fundiários e Deputado Distrital licenciado Odilon Aires, que se queixava do fato de ter ficado com “apenas” 50 lotes.

     A gravação teria sido obra do empresário Márcio Passos, que se encarregou, depois, de divulgar o vídeo. Márcio é irmão do Deputado Distrital Pedro Passos, preso em maio pela Operação Navalha e apontado como grileiro de terras no Distrito Federal. O caso gerou uma ação popular, que, até hoje, aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

     O ex-Presidente da Câmara responde a cinco ações ou a inquéritos judiciais - volto a dizer que não prejulgo, quero explicações. Seus problemas judiciais incluem um processo de execução fiscal por dívidas com a Receita Federal, outro de crime contra o sistema financeiro e a denúncia de ter provocado um prejuízo de R$1,7 milhão à Câmara Legislativa, por meio de contratos firmados na área de Informática. O assunto também se encontra em análise no Tribunal de Contas do Distrito Federal.

     Gim contesta todas as acusações, e é direito dele fazê-lo.

     Seu nome também veio à tona durante a crise do mensalão em 2005. Conforme registros contábeis da SMP&B Comunicação, do empresário Marcos Valério Fernandez de Souza, a agência teria arcado com as despesas do Senador recém-empossado e de seu sucessor na Presidência da Câmara Legislativa, Deputado Benício Tavares, durante viagem que ambos fizeram a Belo Horizonte. Os dois negaram qualquer favorecimento. De 2003 a 2005, essa agência de publicidade foi a agência oficial da Câmara Legislativa, da qual recebeu mais de R$10 milhões. O processo de contratação foi iniciado pelo Senador Gim, que publicou o edital de licitação, e foi finalizado pelo Deputado Benício, que assinou o contrato.

     O novo Senador também carrega no currículo uma condenação. Em 2003, pagou multa de R$20 mil por propaganda eleitoral irregular.

     Na mesma operação imobiliária que condenou Roriz, houve a participação de seu Suplente como corretor. Trata-se da venda de um terreno público de propriedade do Governo do Distrito Federal e do Senador. Acusações, portanto, são feitas tanto ao ex-Senador e ex-Governador Joaquim Roriz quanto ao seu Suplente, hoje empossado Senador da República.

     Foi noticiado ainda que o Senador Gim Argello teria ficado encarregado de levantar recursos necessários para “pagamento de juízes de um Tribunal do Distrito Federal”.

     Quando foram empossados o Senador João Pedro e o Senador Wilson Matos, do Paraná, Suplente do Senador Alvaro Dias, esse foi um momento festivo. Portanto, nada mais justo, Senador Gim Argello, que V. Ex

ª lide comigo de forma frontal. Eu não saberia fazer de outra forma. Para mim, V. Exª deveria se endereçar à tribuna e, imediatamente, responder a essas acusações, para que pudéssemos, de uma vez por todas, reabilitar este Senado, que não pode permanecer com o juízo que dele fazem hoje lá fora.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/07/2007 - Página 25223