O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Renan Calheiros, Srªs e Srs. Senadores, nesse fim de semana, fui surpreendido por uma nota na seção “Holofote”, da revista Veja, relacionando meu nome entre alguns parlamentares que supostamente tencionam trocar os Democratas por agremiações da base aliada do Governo. Diz a matéria, inclusive, que eu teria recebido convite de dirigentes do Partido da República (PR). Venho aqui para afirmar que essa notícia, de minha parte, não guarda qualquer fundamento. Em que pese a inabalável credibilidade desse conceituado órgão da imprensa nacional, devo refutar tais informações.

            Jamais cogitei abandonar minha legenda, tampouco mantive qualquer tipo de conversa com representantes do PR que sugerisse tal iniciativa. Conservo um relacionamento cordial e respeitoso com integrantes de todas as correntes com assento neste Congresso Nacional, porque a boa convivência o exige, o jogo democrático assim o recomenda. Manter a chama do diálogo sempre acesa é essencial para o fortalecimento institucional do Parlamento, mas dialogar não significa aderir ou cooptar; dialogar significa, isto sim, aprimorar os mecanismos de gestão política. Devemos ampliar os canais de comunicação entre Partidos e entre essas siglas e o Governo, mas de forma madura e sensata, sempre almejando o bem da comunidade.

            Reafirmo aqui, perante os senhores, minha devoção aos princípios programáticos de minha legenda. E, hoje, na condição de Secretário-Geral da Executiva Nacional dos Democratas, sinto-me perfeitamente alinhado com as ações públicas e com os propósitos do meu Partido.

            Respeito a decisão que qualquer um dos Srs. Senadores possa tomar no sentido de alterar sua trajetória; a conjuntura e as necessidades pessoais, às vezes, obrigam mudanças de rumo. Os que o fizerem de forma honrada e de coração limpo terão meu apoio e minha solidariedade.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há duas décadas, milito nesse grupo. Construí minha história e meu patrimônio político sob essa bandeira. Jamais me deixei seduzir pelo som inebriante do canto das sereias governistas. Para mim, a atividade eleitoral é feita mais de renúncias do que de comemorações. Não abro mão da coerência e faço dela uma trincheira de minha atuação no Senado Federal. Também não barganho fundamentos éticos pela comodidade das promessas fáceis. Os compromissos feitos por mim nas ruas e nas praças de Mato Grosso não são como estacas mal fincadas, mas como estacas fincadas em rochas: inabaláveis e perenes.

            Fiei minha vitória com as linhas do PFL nas últimas eleições. Essa legenda me conduziu até aqui, e nela permanecerei, para honrar cada voto que recebi como candidato dessa agremiação. Portanto, desautorizo qualquer interlocutor que ponha em dúvida minha lealdade aos Democratas. Não troco de telefone, não troco de Partido, não troco meus amigos, enfim, faço da política um verdadeiro sacerdócio.

            Era o que eu tinha a dizer nesta tarde, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.