Discurso durante a 153ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração dos quarenta e dois anos do reconhecimento legal da profissão de Administrador no Brasil.

Autor
Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EXERCICIO PROFISSIONAL.:
  • Comemoração dos quarenta e dois anos do reconhecimento legal da profissão de Administrador no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 12/09/2007 - Página 30899
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EXERCICIO PROFISSIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, REGULAMENTAÇÃO, EXERCICIO PROFISSIONAL, ADMINISTRADOR, OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, FUNÇÃO, CATEGORIA PROFISSIONAL, PROGRESSO, EMPRESA, AUMENTO, LUCRO, MELHORIA, QUALIDADE, GESTÃO, SERVIÇO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO, PAIS.
  • QUESTIONAMENTO, CONDUTA, SETOR PUBLICO, SETOR PRIVADO, DIFICULDADE, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ADMINISTRADOR.
  • COMENTARIO, GESTÃO, ORADOR, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), APROVAÇÃO, LEI ESTADUAL, INCLUSÃO, ADMINISTRADOR, JUNTA COMERCIAL, CRIAÇÃO, DIA, HOMENAGEM, CONCLUSÃO, PROJETO, INSERÇÃO, CATEGORIA PROFISSIONAL, CONSELHO ADMINISTRATIVO.
  • SAUDAÇÃO, CONSELHO FEDERAL, CONSELHO REGIONAL, ADMINISTRAÇÃO.

            O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Exmº Sr. Presidente em exercício desta Casa, ilustre Senador Tião Viana; Ilmº Sr. Roberto Carvalho Cardoso, Presidente do Conselho Federal de Administração; Ilmº Dr. Devanir Ferreira Sobrinho, Presidente do Conselho Regional de Administração do Estado de Goiás; Ilmª Srª Maria do Rosário de Moraes, Presidente do Conselho Regional de Administração do Distrito Federal; Ilmº Sr. Samuel Albernaz, Diretor do Conselho Federal de Administração; Ilmº Sr. Professor Nelson de Carvalho Filho, representando, neste ato, as instituições de ensino superior, na área de Administração; Ilmºs Srs. Diretores de Conselhos aqui presentes; convidados ilustres; alunos do curso de Administração; senhoras e senhores, sentimo-nos extremamente honrados em ser o autor do requerimento desta sessão solene, em que nos reunimos para celebrar os 42 anos de regulamentação da profissão de administrador, que ocorreu por meio da Lei nº 4.769, aprovada em 9 de setembro de 1965. O 9 de setembro foi assim escolhido como data comemorativa dessa categoria, esteio de todas as empresas, caminho para o sucesso, sobretudo neste tempo de mundo globalizado.

            Poucos momentos da civilização foram marcados por tamanhas transformações como as vistas no contexto globalizado de hoje, em que praticamente todos os conceitos, valores e crenças da humanidade, no campo tanto social e político quanto econômico, têm sido revistos e reformulados.

            Vivemos em um mundo de transformações rápidas e ligeiras, em que as empresas desejosas de manterem a liderança de mercado necessitam investir, de forma permanente, em objetivos e metas, produtos e estratégia.

            O principal gestor desses processos, marcados por extremo cuidado com o acervo de informações, é certamente o administrador.

            Isso porque a nova ordem mundial que brotou após a desarticulação do Leste Europeu trouxe a vantagem da comunicação em tempo real com qualquer parte do mundo; porquanto vivemos num planeta de comunicação rápida, sobretudo após o advento da Internet.

            A nova ordem mundial fez brotar também ampla permeabilidade entre culturas, crenças e povos, que, apesar de conflitos desastrosos e de atentados terroristas, permite ao indivíduo compreender, se assim o desejar, a vida, os hábitos e os costumes de cada semelhante, nos mais extremos pontos do globo.

            Todavia, se o mundo globalizado abriu-se para intenso intercâmbio entre os povos, abriu-se, igualmente, para o comércio e a circulação de capitais, bens e produtos. Não se pode mais dizer que um determinado tênis ou automóvel seja brasileiro, americano, chinês ou francês.

            Os produtos contemporâneos, no mundo de PCs e fibras óticas, têm ciclo de vida mais curto e passaram de locais para globais, com preços determinados por um mercado de clientes exigentes e dispostos a medir cada centavo da relação custo e benefício, ou seja, um mundo cada vez mais competitivo.

            Por isso é que, nesse contexto globalizado, do administrador se requer tanta percepção, sagacidade e senso de oportunidade. Como nos ensina Jan Carlzon, em seu clássico A Hora da Verdade, no mundo de hoje, o ponto de partida deve ser o consumidor, e não o produto ou a tecnologia. E isso significa que as empresas devem se organizar de forma diferente para sobreviver.

            Quem é chave para tudo isso, Senhoras e Senhores? Sem dúvida, os administradores, que precisam estar em permanente sintonia com as mudanças e alterações de mercado, porque são o esteio das empresas, os timoneiros do barco para o sucesso e o lucro.

            As empresas privadas que reconhecem o papel do administrador saem na frente e têm amplas possibilidades de manter a vanguarda de mercado, porque ganham em lucratividade e melhoram os resultados. O órgão público que reconhece o papel do administrador aprimora a qualidade da gestão e dos serviços, otimizando os recursos pelo Estado.

            Quando essa valorização ocorre, todos ganham: o Estado, o cidadão e, principalmente, a sociedade, que demanda, cada vez mais, serviços de qualidade. Porque empresas saudáveis e bem administradas são sinônimo de progresso, prosperidade, emprego, gestão eficaz e geração de renda. Não tenho dúvida, os administradores desempenham um papel de destaque no atalho para o desenvolvimento do País, na busca por um tempo novo de inclusão social.

            O administrador revela-se como mola-mestra do progresso, porque identifica e soluciona problemas em todas as fases de decisão, com planejamento, organização, direção, controle e, sobretudo, busca por resultados. Com essa característica, é cada vez maior a demanda por administradores mais sintonizados com o cenário atual do mercado financeiro, com a situação política do País e a macroconjuntura socioeconômica.

            Mas talvez o maior desafio para o administrador de hoje seja compatibilizar custos de produção cada vez mais baixos, que, muitas vezes, levam a cortes e demissões, com uma gerência capaz de identificar e respeitar as individualidades e potencialidades humanas. Isso porque, como observa Leo Hoffman, um dos mais renomados administradores de todos os tempos e um dos personagens centrais do livro O Monge e o Executivo, de James Hunter, “é importante tratar outros seres humanos exatamente como você gostaria que eles o tratassem”.

            A administração de empresas hoje, Sr. Presidente, já não pode ser vista como um conjunto de gráficos, números e fluxogramas, como um sistema mecânico, porque as ações do administrador devem considerar todos os fatores materiais e humanos que interferem na organização empresarial e na penetração do mercado.

            A administração de empresas hoje é uma janela para a percepção de talentos, uma porta aberta para o conhecimento profundo das inter-relações sociais, políticas e econômicas, sobretudo quando o desejo da corporação é manter a vanguarda de mercado.

            Apesar dessa extrema importância, que se revela pelos 2.300 cursos superiores em Administração existentes no País e do 1,5 milhão de bacharéis, o administrador ainda enfrenta dificuldades para o reconhecimento de seu papel no setor tanto público quanto privado.

            Nas empresas, enfrentam a competição de profissionais de diferentes áreas e sofrem a pressão constante para fazer o verdadeiro milagre de compatibilizar o custo baixo com o lucro alto.

            No setor público, vêem constantemente cargos que deveriam ser exclusivos dos administradores terem vagas em concursos também para profissionais com formação diversa, além dos chamados de famigerados comissionados. Ademais, o número de postos para administradores em órgãos e empresas públicas deveria ser bem maior, sobretudo quando se considera a necessidade de melhorar a gestão pública neste Brasil de tantos desafios, de tantos gargalos, mas de tantas potencialidades e de tantas possibilidades.

            Em Goiás, o meu Estado, durante nossa gestão no Governo, procuramos dar aos administradores o devido reconhecimento, aprovando lei estadual que coloca o administrador como parte da sua Junta Comercial.

            Criamos, também no mês de setembro, a data comemorativa do administrador e deixamos pronto projeto que inclui essa categoria no Conselho Administrativo e Tributário (CAT).

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de encerrar, não poderíamos deixar de homenagear aqui o Conselho Federal de Administração, bem como os Conselhos Regionais, que têm feito um trabalho vigoroso no sentido de manter a categoria permanentemente informada e sintonizada com as rápidas mudanças deste novo tempo de globalização.

            Em Goiás, em Brasília e no Brasil, os administradores têm desfrutado da possibilidade de contar com o apoio de seus Conselhos Regionais de Administração, que oferecem inúmeros cursos de aperfeiçoamento a cada ano, além do apoio permanente a todos que são afiliados a esses Conselhos ou a essas categorias.

            Parabéns a todos os administradores aqui presentes, a todos os administradores espalhados pelo Brasil afora. Vocês merecem o justo reconhecimento de todos nós, pelo trabalho que realizam nas empresas e nos órgãos públicos em prol do progresso, do desenvolvimento, do crescimento, da prosperidade, da renda, da justiça social, enfim, em prol do País, para que, efetivamente, ele possa chegar ao ponto que todos desejamos: transformar-se numa nação de Primeiro Mundo, com a colaboração inequívoca do administrador de empresas, que, em minha opinião, deve ser levado em consideração, em primeiro plano, na montagem das equipes nas empresas e nos governos.

            Sr. Presidente, muito obrigado pela atenção dispensada. Agradeço à Casa por ter marcado esta sessão solene, que, na verdade, revela-se emblemática, porque nós estamos aqui homenageando profissionais liberais que, efetivamente, merecem o reconhecimento do Estado brasileiro, bem como o apoio e o aplauso desta Casa de Rui Barbosa, o Senado da República.

            Muito obrigado a todos.

            Parabéns! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/09/2007 - Página 30899