O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senadoras e Senadores, brasileiras e brasileiros que nos assistem pelo Sistema de Comunicação, hoje faria 70 anos um jornalista ilustre do Piauí, mas que pertenceu e engrandeceu o Brasil e Brasília. Trata-se de João Emílio Falcão.

Quando aqui ele chegou e trabalhou neste Senado eram 23 Estados. Então, havia 69 Senadores, Senador Mozarildo Cavalcanti, mas todos diziam que, na realidade, eram 70 Senadores.

Aquele jovem piauiense que saiu do nosso Estado com 15 anos de idade, de ilustre família, foi ao Rio de Janeiro dedicar-se ao jornalismo. Mas quando Brasília nasceu, ele aqui se plantou e aqui se firmou. Então, neste instante, queremos prestar esta homenagem àquele que engrandeceu o Piauí e a imprensa do Brasil.

Ele foi um dos melhores discípulos de Carlos Castelo Branco, o Castelinho, aquele grande jornalista piauiense que, nos tempos difíceis da ditadura, tinha coragem de levar o clamor do povo, o desejo da redemocratização. 

Para ser breve, repetirei algumas palavras do Senador do meu Partido, Senador Pedro Simon - e farei delas também as minhas palavras -, que reverenciou a memória de João Emílio Falcão. Pedro Simon dizia que Carlos Castelo Branco tinha sido, sem dúvida nenhuma, o ícone do nosso João Emílio Falcão.

Tão logo se inaugurou Brasília, Pompeu de Souza trouxe João Emílio Falcão para a nova capital. [Diz Pedro Simon:] Ele jantou, jogou cartas e estava dançando quando morreu. É a morte que gostaríamos de ter, mas é aquela que os amigos não gostam, porque não têm condições de prestar uma homenagem. Conheço muitas pessoas íntegras, sérias, dignas. Conheço muitos jornalistas, mas digo, com toda a sinceridade, que é muito difícil encontrar alguém como Falcão. Se dependesse do ex-Presidente da República Itamar Franco, o Falcão seria praticamente o que quisesse no seu Governo. Ele o convidou para ser seu Chefe de Gabinete, convidou-o para ser seu representante na imprensa, seu porta-voz. Enfim, convidou-o para uma série de funções importantes no Governo, e Falcão não aceitou. Isso, contudo, não o impedia de receber, três ou quatro vezes por dia, telefonemas do Presidente Itamar Franco, ou de telefonar para ele como amigo e colaborador do ex-Presidente, no sentido de tentar ajudar.

Falcão era uma dessas pessoas que nascem com o desejo de lutar para fazer o bem. Homem do Piauí, ele amava sua terra. Lá ele tinha a sua fazenda - não sei se era metade no Piauí e a outra metade no Maranhão. Ele dizia que os políticos do Piauí são políticos sérios, são políticos responsáveis. Elogiava Lucídio Portela e Petrônio Portella. O carinho que ele tinha pelas coisas do Piauí,

pela gente de sua terra, levava-o a dizer sempre que um dia a situação haveria de mudar. Ele era um homem que buscava mudanças. O Falcão, para nós, era uma referência. Falcão atendia a todos.

E termina Pedro Simon fazendo um reconhecimento àquele extraordinário jornalista piauiense, que brilhou em Brasília e em nosso País.

Falcão é o padrão que eu gostaria de ter como média da sociedade do meu País, na competência, na dignidade, no amor, no caráter, na solidariedade, na alegria de viver - ele era um homem alegre e feliz -, na satisfação de fazer das coisas mais simples as coisas mais responsáveis.

O meu abraço e o meu afeto ao nosso querido Falcão.

Esta é a homenagem do Piauí ao seu filho ilustre.

Muito obrigado.