Discurso durante a 165ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcurso, no dia 23 de setembro último, do Dia do Rádio.

Autor
Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Transcurso, no dia 23 de setembro último, do Dia do Rádio.
Publicação
Publicação no DSF de 27/09/2007 - Página 33029
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, DIA NACIONAL, RADIO, COMENTARIO, IMPORTANCIA, EVOLUÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, ANALISE, HISTORIA, CONTRIBUIÇÃO, INTEGRAÇÃO, BRASIL, SAUDAÇÃO, RADIALISTA.

O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao assomar a esta tribuna, não poderia deixar de registrar na Casa de Rui Barbosa, o transcurso do Dia do Rádio, que se deu em 23 de setembro. Apesar das novas tecnologias desenvolvidas nas últimas décadas para integrar o mundo, em particular a Internet, o rádio permanece como um os principais veículos de comunicação, porque chega aos mais distantes rincões.

O rádio, Srªs e Srs. Senadores, deu os primeiros passos no mundo, no final do Século XIX e, para sua criação contribuíram inúmeros cientistas de diversos países. Na Rússia, Aleksander Stepanovitch Popov e, no Reino Unido, Sir Henry Bradwardine Jackson e Sir Oliver Joseph Lodge conseguiram, em 1895 e 1896, transmitir sinais a pequenas distâncias.

Entretanto, é o italiano Guglielmo Marconi que registra em junho de 1896, em Londres, a primeira patente de um sistema de radiocomunicação. Aproveitando a contribuição de diversos inventores, esse italiano consegue, inicialmente, transmitir sinais a uma centena de metros, mas logo amplia as distâncias e consegue chegar a 13 quilômetros, no ano de 1897.

A humanidade dava naquela data um passo revolucionário no campo da comunicação. Até ali, havia dois meios importantes para o envio de mensagens, o telégrafo e o telefone, mas ambos transmitiam por meio de fios, ao contrário do rádio que lançava as mensagens no ar e permitia a captação por meio de antenas em uma determinada freqüência a centenas, milhares de quilômetros.

Mas a radiodifusão da voz humana, que daria nova amplitude aos meios de comunicação, só veio a existir mais tarde com a invenção da válvula radioelétrica. Em 1908, Lee De Forest realizou, do alto da torre Eiffel, uma emissão ouvida nos postos militares da região e até por um técnico em Marselha.

Um ano depois, a voz do tenor Enrico Caruso era transmitida do Metropolitan Opera House. Em 1916, De Forest instalou uma estação emissora experimental em Nova York.

A primeira emissão radiofônica oficial brasileira, Srªs e Srs. Senadores, ocorreu no Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1922, como parte das comemorações do centenário da independência. Uma estação montada no alto do morro do Corcovado irradiou músicas e um discurso do presidente Epitácio Pessoa.

Quem conhece a história brasileira sabe, entretanto, que a primeira radiodifusora em nosso País foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 20 de abril de 1923, por Henrique Charles Morize e Edgar Roquette Pinto. A rádio instalou-se na Academia Brasileira de Ciências, com o prefixo PRA2.

O rádio logo se transformaria no palco de inúmeras e belas vozes da música popular brasileira. Carmem Miranda, Noel Rosa, Ari Barroso, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Vicente Celestino, Lamartine Babo, Francisco Alves, Pixinguinha, Emilinha Borba, Elisete Cardoso e Araci de Almeida são alguns dos nomes que foram consagrados por meio da radiodifusora no Brasil.

A partir da década de 30, as rádios foram se diferenciando pelo estilo de programação. A Rádio Nacional renovou a radiodifusão emprestando-lhe uma estrutura mais rica. Valorizou os eventos esportivos, a paixão nacional pelo futebol, os programas de auditório e o radioteatro.

A partir da década de 1940, foram ao ar, em adaptações brasileiras, as novelas “O direito de nascer” e “Em busca da felicidade”, acompanhadas por milhões de ouvintes. Esse gênero, que o rádio popularizou, anos mais tarde transformou-se em sucesso na televisão brasileira e foi exportado para outros países.

Hoje, acompanhando a tendência de comunicação em tempo real, vivenciada pelo mundo globalizado, a rádio continua a ser um dos principais mecanismos de integração tanto no Brasil quanto no exterior. Inegável é o papel de veículos como a CBN, a Rádio Nacional e a BBC, para nos restringirmos apenas a alguns exemplos.

Parabéns a todas as rádios.

Parabéns a todos os radialistas.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/09/2007 - Página 33029