Discurso durante a 170ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso do Dia Internacional do Idoso.

Autor
Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso do Dia Internacional do Idoso.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2007 - Página 33682
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, IDOSO, COMENTARIO, NECESSIDADE, SOCIEDADE, EMPENHO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, CIDADÃO, VELHICE, APRESENTAÇÃO, DADOS, AUMENTO, QUANTIDADE, POPULAÇÃO, FUTURO.

O SR MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaríamos de nos unir ao nobre Senador Arthur Virgílio e aos demais Senadores, para, em sessão solene, homenagearmos os idosos. Essa gente bonita estampa no rosto o sorriso da sabedoria, o ar de quem conhece os percursos da vida e soube transformar cada um dos obstáculos em experiência e ensinamento. Os cabelos brancos são o símbolo da vitória, o cetro diante do qual se devem curvar os mais jovens.

É como nos ensina a Oração do Idoso:

“Querido Pai, os cabelos brancos que hoje ostentamos, as rugas que marcam nossa face, o corpo um tanto curvado para a frente e este sorriso que emoldura os nossos rostos, são diplomas obtidos na grande escola universal da vida... esses galardões, Senhor dos Mundos, colocam-nos na posição privilegiada de depositários de experiências e conhecimentos.”

Todos nós sabemos que, apesar dos princípios constitucionais insculpidos na Carta de 1988, bem como do Estatuto do Idoso, nem o Estado, nem a sociedade garantem os direitos que deveriam ser assegurados a essa parcela da população. Para boa parte dos cidadãos brasileiros acima de 60 anos, a luta pela sobrevivência digna é um desafio permanente, uma batalha diária.

Isso é grave, porque a Nação que não cuida de seus idosos, tampouco garante as bases da educação para os jovens, revela um dos principais traços de subdesenvolvimento. Isso é grave, porque, sem proteger as crianças e os idosos, colocam-se em questão os valores humanistas sobre os quais deveriam se edificar as sociedades contemporâneas.

A proteção do idoso - e com certeza da criança - está devidamente amparada por dispositivos legais nas três esferas de poder, federal, estadual e municipal. Mas somente com a mudança de mentalidade, será possível  garantir ao idoso os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.

Somente com a mudança da forma como a sociedade vê e trata a terceira idade, será possível assegurar aos idosos todas as oportunidades e facilidades, para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

A própria inserção do idoso na família constitui um dos maiores problemas, porque não é raro encontrar idosos literalmente abandonados nas ruas e nos asilos ou em casa, no canto da sala. É exatamente por esse tipo de comportamento que os movimentos representativos da terceira idade têm insistentemente lutado por independência e liberdade, por respeito e dignidade.

Os sessentões e setentões; as sessentonas e setentonas do mundo da Internet e da comunicação não querem o canto da sala! Estão em grande contingente com o pé na rua para viver, produzir e se divertir! Sabe por que, Senhor Presidente?

Porque a velhice é, em grande parte, um mito, preconceito desmedido que alija de atividades produtivas pessoas que ainda têm muito para dar e contribuir.

O mito da velhice cunhou idéias destorcidas sobre esse período de nossas vidas que precisam ser revistas. O idoso não viveu tudo que tinha para viver.

A velhice não precisa ser triste. Ao contrário, pode e deve ser plena de vigor, em todos os sentidos. Engana-se quem acha que, para os idosos, sexo e sensualidade sejam apenas lembranças; engana-se quem entende que a principal tarefa dos idosos é cuidar dos netos e bisnetos.

É necessário mudar a mentalidade em relação à velhice, até porque hoje não se consegue definir, com precisão, o momento de início da terceira idade. Os avanços da medicina e da tecnologia na virada de milênio demonstram que a longevidade do ser humano tem aumentado consideravelmente.

Isso ocorre não só nos países desenvolvidos, mas entre nações em desenvolvimento, como o Brasil. Hoje são mais de 13 milhões de pessoas com idade superior a sessenta anos e, no ano de 2025, serão 32 milhões

Ao que tudo indica, em breve, o ser humano deverá viver até os cento e vinte anos.

Assim, colocar o marco do início da terceira idade aos sessenta deve ser visto apenas como referencial, porque, em nossos parques e ruas, não raro, cruzamos com cabeças grisalhas, mas de pensamento rápido, andar firme e mãos ágeis.

Quando nossos idosos são tratados com respeito e dignidade pelo Estado, pela família e pela sociedade, esbanjam energia e vitalidade e, se olharmos bem, há muitos jovens que não conseguem acompanhar esta garotada de cabeça branca.

Meus queridos idosos, nós queremos declarar aqui nosso apoio permanente à luta pelo respeito à terceira idade; nosso apoio diuturno à batalha para se romper com idéias ultrapassadas que insistem em tentar colocar o idoso à margem da sociedade.

Contem com nosso apoio! Contem com nosso gabinete!

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2007 - Página 33682