Discurso durante a 166ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração ao Dia Mundial do Turismo.

Autor
Renato Casagrande (PSB - Partido Socialista Brasileiro/ES)
Nome completo: José Renato Casagrande
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. TURISMO.:
  • Comemoração ao Dia Mundial do Turismo.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2007 - Página 33251
Assunto
Outros > HOMENAGEM. TURISMO.
Indexação
  • REGISTRO, HISTORIA, INCLUSÃO, TURISMO, ATIVIDADE, FAVORECIMENTO, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, CRIAÇÃO, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE TURISMO (OMT), EVOLUÇÃO, MEIOS DE TRANSPORTE.
  • REGISTRO, DADOS, MOVIMENTAÇÃO, TURISMO, MUNDO, BRASIL.
  • COMENTARIO, AUDIENCIA, COMISSÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, TURISMO, SENADO, APRESENTAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO TURISMO, PLANO NACIONAL, PREVISÃO, CRESCIMENTO, SETOR, GARANTIA, INVESTIMENTO, MERCADO INTERNO, COMPROMISSO, GOVERNO FEDERAL, ATIVIDADE ECONOMICA, PROMOÇÃO, INCLUSÃO, REGISTRO, PROGRAMA, INCENTIVO, VIAGEM, IDOSO.
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, TURISMO, IMPORTANCIA, AMPLIAÇÃO, APROVEITAMENTO, PATRIMONIO TURISTICO, BRASIL.

O SR. RENATO CASAGRANDE(Bloco/PSB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o fim do século XIX e o início do século XX marcam a afirmação da atividade do turismo como indispensável à qualidade de vida dos povos. Estava institucionalizado o ócio, descanso, cultura, saúde, negócios ou relações familiares, como direito dos cidadãos. Depois da Segunda Guerra Mundial, cria-se a União Internacional de Organizações Oficiais de Viagens (IUOTO).

Em 1974, seguindo uma resolução das Nações Unidas, a instituição é transformada em um órgão intergovernamental. Em 2003, torna-se uma agência especializada das Nações Unidas, a Organização Mundial do Turismo.

A atividade turística remonta à Grécia antiga, quando os deslocamentos tinham a finalidade cultural, de diversão, de religião e de esporte. Desde então, o homem viajou sem parar e os motivos são cada vez mais diversos. Peregrinações e expedições à Terra Santa, pelo Caminho de Santiago e Meca. Não foi diferente na Idade Moderna, das grandes expedições marítimas de espanhóis, britânicas e portuguesas.

Na contemporaneidade, a Revolução Industrial cria a máquina a vapor para promover uma revolução nos transportes, possibilitando viagens de grandes distâncias. Nesse período surgem nomes ligados diretamente à atividade, como Thomaz Kook, que em 1841 teria promovida a primeira viagem organizada da história, e César Ritz, considerado o pai da hotelaria moderna.

A massificação dos meios de transportes, como aviões, navios, trens, ônibus e carros incrementou a indústria do turismo, à exceção do período da Segunda Guerra Mundial, que paralisou completamente as atividades do setor.

Após esse período eleva-se o nível de vida dos povos europeus e do Japão. Surge a sociedade do bem-estar que, tendo atendido suas necessidades básicas, cria novas necessidades. A potencialização da atividade vem com a nova legislação trabalhista inglesa que adota a semana de cinco dias de trabalho, a redução da jornada para 40 horas semanais e amplia as coberturas sociais.

O êxodo rural que se acentua na segunda metade do século passado provocou nas pessoas a necessidade de viajar mais em busca de descanso, para fugir do estresse diário das metrópoles. Surgem os pacotes turísticos, como os vôos charter, que barateiam os produtos e oferecem mais oportunidades às pessoas de renda média. Em 1973, pelo menos 19 milhões de pessoas haviam utilizado essa modalidade de viagem.

Segundo dados da Organização Mundial do Turismo, pelo menos 840 milhões de pessoas viajaram pelo mundo em 2006. Tamanha andança movimentou US$735 bilhões no período. Mais de 234 milhões de pessoas em todo o mundo, 8,7% da força de trabalho, atuam com turismo, comprovando a força que a atividade tem para a economia mundial. No Brasil, no entanto, ainda estamos na casa dos 2% a 3% de empregos, formal e informal, no setor. Números muito insignificantes para a nossa potencialidade.

A Europa recebeu 455 milhões de pessoas, concentrando 54,2% do turismo mundial no ano passado. Isso rendeu aos países europeus US$377,6 bilhões. Em seguida, vêm os países asiáticos e da Oceania que contaram com 167 milhões de visitantes, algo em torno de 19,9% do total. Tanta gente deixou naqueles países US$153 bilhões.

América do Norte e Caribe receberam juntos 16,2% dos turistas, ou 136 milhões de pessoas, que proporcionaram rendimentos de US$153 bilhões.

A África contou com 4,9% dos turistas, 40,8 milhões de homens e mulheres, o que rendeu US$24,2 bilhões. Já o Oriente Médio foi visitado por 40,7 milhões de turistas, ou 4,8% do total, resultando num saldo de US$26,7 bilhões.

No Brasil registramos no ano passado queda de 6,3% na entrada de turistas estrangeiros. Foram 5.018.991 contra 5.358.170, do ano anterior. O País fechou, no entanto, com recorde histórico de gastos dos nossos visitantes.

Segundo informações do Banco Central, nossas reservas contabilizaram US$4,316 bilhões originadas do turismo.

Esse valor é 11,77% superior aos US$3,861 bilhões registrados em 2005. Segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV), até então a melhor marca da série histórica.

Durante recente audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo desta Casa, a Ministra Marta Suplicy apresentou números bastante animadores para o período 2007-20010. Falando do Plano Nacional de Turismo, ela garantiu que os investimentos no mercado interno deverão gerar mais de R$1,7 milhão de empregos. De acordo com as previsões da Pasta de Turismo, isso representará aumento de 217 milhões de viagens pelo Brasil, até 2010.

É, sem dúvida, um importante compromisso do Governo Lula com uma indústria que, além de gerar emprego e renda, representa um importante instrumento de inclusão social, já que exige qualificação da mão-de-obra, geração de empregos e mais oportunidades para os brasileiros viajarem.

De acordo com as palavras da Ministra Marta, toda essa movimentação alcançará a entrada, em 2010, de R$7,7 bilhões em divisas para o Brasil.

No plano interno o Governo federal está incrementando o programa Viaja Mais - Melhor Idade, de incentivo ao turismo de aposentados e pensionistas, em condições mais acessíveis.

Nossas belezas naturais e arquitetônicas são infinitas. De Norte a Sul, o estrangeiro que visita o Brasil não se cansa de tanta exuberância, seja nas paisagens ou no comportamento hospitaleiro e pacifista do nosso povo.

Tenho certeza de que o Brasil tem tudo para fomentar ainda mais a atividade turística, gerando novos empregos, renda e divisas. Para isso, temos muito que melhorar do ponto de vista da nossa infra-estrutura, segurança pública, transporte de passageiros e serviços.

Não nos conforta ter esse imenso potencial e ocuparmos apenas a 37ª posição entre os países mais visitados no ano passado.

Já frisei que o turismo é uma atividade capaz de promover a inserção social, cidadania, gerar emprego e renda. Mas, o que pode ser considerado como um dos fatores mais relevantes para o incremento da indústria do turismo no Brasil, é que estamos diante de uma atividade que não polui e que exige a interação do homem com a natureza.

Por tudo isso, fica aqui a minha homenagem ao Dia Mundial do Turismo, que se comemora hoje, e que possamos comemorá-lo nos próximos anos, com resultados cada vez mais positivos. Aproveito ainda para saudar a Senadora Lúcia Vânia, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, pela iniciativa de propor a realização desta sessão.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2007 - Página 33251