Discurso durante a 178ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem às crianças pelo transcurso do Dia das Crianças, amanhã, dia 12 de outubro.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Homenagem às crianças pelo transcurso do Dia das Crianças, amanhã, dia 12 de outubro.
Publicação
Publicação no DSF de 12/10/2007 - Página 34983
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, COMPETENCIA, SENADO, ELABORAÇÃO, LEGISLAÇÃO, PRESERVAÇÃO, DEMOCRACIA, REGISTRO, HISTORIA, PERIODO, DITADURA.
  • LEITURA, MENSAGEM (MSG), INTERNET, AUTORIA, PROFESSOR, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), CRITICA, SITUAÇÃO, EDUCAÇÃO, PAIS, ESCLARECIMENTOS, NECESSIDADE, APERFEIÇOAMENTO, PROGRAMA, BOLSA FAMILIA, INCENTIVO, TRABALHO.
  • HOMENAGEM, DIA, CRIANÇA, LEITURA, TRECHO, AUTORIA, MÃE, ORADOR, REGISTRO, RECEBIMENTO, MENSAGEM (MSG), INTERNET, AUTOR, FILHA, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, AGRADECIMENTO, PRONUNCIAMENTO, REFERENCIA, INFANCIA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Magno Malta, que preside esta sessão de 11 de outubro, Parlamentares presentes na Casa, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado: Televisão do Senado, Rádio AM e FM e que lêem o Jornal do Senado, há uma expectativa muito grande no País. Há uma credibilidade nesta Casa.

Atentai bem, Magno Malta: crises, tivemos muitas. Este Senado tem 183 anos. Sete vezes foi fechado, e o País viu que ele é fundamental para sustentar a democracia, que começa pelo grito do povo nas ruas: liberdade, igualdade e fraternidade.

Sem esta Casa, eu cantaria como Ricardo Chaves, Magno Malta, V. Exª que tem o dom do canto, que é mais importante do que o das palavras. V. Exª falou ali em Davi. Davi ficava maior quando dedilhava a sua harpa e cantava os Salmos.

Ricardo Chaves, baiano, quando terminava o show, dizia: “Acabou. Acabou. Acabou”. Da mesma forma, sem esta Casa, acabou a democracia.

Magno Malta, estamos aqui porque somos - e temos de ser - os pais da Pátria. Isto foi criado quando o maior líder, ungido por Deus, Moisés, recebeu a missão de libertar o seu povo. E houve momentos em que ele fraquejou e se desesperou, porque o povo não queria seguir as leis. Ele quebrou as tábuas das leis. O povo estava a adorar o bezerro de ouro. E ele ouviu a voz de Deus: “Busque os mais velhos, os mais sábios, os mais experientes. Eles saberão ajudá-lo a carregar o fardo do povo”.

Foi assim, e na Grécia buscaram, na Itália, na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos e aqui, simbolizado por Rui Barbosa, que veio garantir esta República, simbolizada por esta bandeira que tem por lema “Ordem e Progresso”.

Magno Malta, estamos aqui porque cada um tem de contar a sua história. Eu estava ao lado num momento difícil deste País: a ditadura.

E Deus não abandona os seus! Assim, Magno, quando surgiu um gigante, um monstro, o Golias, Deus buscou um menino, Davi. Quando seu povo estava escravo, Ele buscou outro Líder, Moisés, com seu irmão Aarão. No momento da ditadura, Ele foi buscar um homem lá do Piauí, Petrônio Portella.

E esta Casa não fechou na ditadura. Agora, falam, pedem, fazem campanha, porque fechando isso aqui acabou a democracia!

E quis, Deus, Magno Malta... Deus prepara os homens; prepara! Eu estava ao lado de Petrônio Portella quando os canhões aqui estavam, e passou nesta Casa uma reforma do Judiciário.

“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Petrônio Portella presidia o Congresso, quando tramitava uma reforma judiciária. Ela foi aprovada, mas não agradava em cheio ao regime militar, à ditadura. Os canhões vieram aqui e fecharam. Eu estava ao lado de Petrônio - como naquele retrato, novinho - e a imprensa toda estava atrás de Petrônio, e os canhões estavam aí fora. E Petrônio Portella, lá do Piauí, com essa coragem com que estou agora, eu estava do lado dele... A imprensa pedia: “Diga alguma coisa!” E ele só disse uma frase, que eu ouvi: “Este é o dia mais triste de minha vida”. Só essa frase. A autoridade de um Presidente do Senado é moral. Ele, lá do Piauí - aprendam, homens da imprensa, busquem a verdade que nós sabemos: que a autoridade é moral -, Petrônio só disse isto: “Este é o dia mais triste de minha vida”, e os militares - Geisel e todos eles - foram refletir. Os militares são brasileiros, filhos do povo. É, foram as circunstâncias, mas eles não eram gente má, não; eram gente boa. São gente da gente, são brasileiros - eu convivi com eles -, e eles refletiram. A autoridade não pode ser suspeita. O Presidente lá, do Piauí, só disse isto - os canhões aí estavam -, com essa autoridade com que estamos aqui e representamos o povo: “Este é o dia mais triste de minha vida”. Os canhões pararam, os militares recuaram - a autoridade é moral daqui - e mandaram abrir o Congresso. E Petrônio fez a anistia, fez voltar os injustiçados. Os militares queriam que ele fosse o primeiro presidente civil.

Tancredo Neves aceitara ser seu vice; havia a Arena majoritária, Tancredo era o PP e ganharia o MDB no Colégio Eleitoral. Mas Deus não quis assim e levou Petrônio para o céu.

Ele reabriu este Congresso, e este Congresso fez a eleição de Tancredo, que se imolou pela democracia. Assumiu o Sarney, que fez a transição, e aí é história contemporânea.

E isso é tão importante que ontem vim a esta tribuna só para isso, Magno Malta, e fiz um pronunciamento sobre educação. O País está atento, sempre esteve.

Magno Malta, no dia 22 de agosto de 1954, Getúlio Vargas, um homem bom - ditadura não é bom, mas ele era um homem bom... Ele enfrentou três guerras: para entrar, depois os paulistas quiseram tirá-lo e houve a Segunda Guerra Mundial. Mas ele, Luiz Inácio, fez todas essas estruturas que temos neste País. Ô homem trabalhador!

Luiz Inácio, sei que V. Exª disse que não gosta de ler nenhuma página de livro. Mas, Magno Malta, leve para ele dois volumes de O Diário, de Getúlio. Ele não precisa ler. São dois volumes grossos, Magno Malta. V. Exª já viu? Já leu? Gosto de ler.

Carnaval, Natal, dia de Ano, e Getúlio trabalhando. Todas essas instituições que existem foram de Getúlio. Ele preparou o País para a democracia. Mas ele voltou na democracia, nos braços do povo. E havia um mar de lama e de corrupção, e a mesma mídia dizia que não havia, e daqui, Magno Malta, deste Parlamento, um homem disse: “Será mentira a viúva? Será mentira o órfão? Será mentira o sangue e o mar de lama da corrupção?”. E Getúlio, um homem bom, puro, correto, viu que era mesmo verdade. Foi daqui: Afonso Arinos. Dois dias depois desse pronunciamento, ocorreu o suicídio de Getúlio.

Então, é isto: nós podemos dizer - eu estou dizendo, aqui, Magno Malta - o que o povo brasileiro tem vontade e não pode. Eu estou dizendo aqui o que o Boris Casoy dizia na televisão: “Isto é uma vergonha”. E nós não o vimos mais, porque tiraram o Boris Casoy. Tirar o Mão Santa daqui dá confusão. Acabou, aí, a democracia. Nós somos o povo. Ulysses Guimarães, anticandidato, aqui. E Juscelino Kubitscheck já foi, bem dali, daquela cadeira, cassado e humilhado, mas isso ficou.

E hoje, Magno Malta, V. Exª preside uma das sessões mais importantes. É pelo documento, uma carta que recebi por um pronunciamento de ontem. E essa é a grandeza desta Casa. V. Exª recebe muitos e-mails. Este é de Maria Estela Kubitschek Lopes.

Fiz um pronunciamento sobre educação ontem e recebi este e-mail - recebemos milhares de e-mails, hoje o mundo mudou. Interessante que o mundo está muito dinâmico: ontem, dia 10 de outubro, quando cheguei ao gabinete, já havia ali muitos e-mails, só à noite fui para casa. Peguei somente dois e-mails, Magno Malta. O primeiro é de Maria Estela Kubitschek Lopes. É muita história; muita grandeza tem este Senado.

Prezado Senador, ao ouvi-lo hoje [foi ontem que ela enviou] falando da tribuna do Senado sobre meu pai, Juscelino Kubitschek, fiquei emocionada e relembrei toda a história de sua vida e de seu esforço para vencer na vida.

            Luiz Inácio, ouça. Vossa Excelência não gosta de ler, mas ouvir, acredito que possa:

Fiquei emocionada e relembrei toda a história de sua vida e de seu esforço para vencer na vida [Juscelino Kubitschek, o pai]. Como o senhor bem definiu, a cultura e educação são os bens maiores que alguém possa almejar e na verdade só depende realmente do esforço de cada um de nós e do exemplo que recebemos.

            Ontem, eu buscava Sócrates, o pai da civilização, que era buscado por todos os que queriam entender as coisas através dele. E ele morreu dizendo: “Só sei que nada sei”, ensinando-nos humildade. Então, Sócrates disse, Magno Malta, que só tem um grande bem, o saber; só tem um grande mal, a ignorância.

            E ela vai: “Papai sempre nos repetia a frase que ouvia de sua mãe”. A mãe de Juscelino Kubitschek de Oliveira era professora, viúva.

            Ele, órfão, Magno Malta. V. Exª perdeu o pai com quantos anos?

O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco/PR - ES) - Eu tinha 40 anos.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Quarenta? É um privilégio. Juscelino perdeu o pai dele com quatro. Ele o viu passar num caixão de defunto, porque o pai estava tuberculoso e não podia morar na mesma casa. Ele e a irmã vendo o sepultamento, o enterro. Filho de professora viúva, Luiz Inácio. Ele foi pobre. Abraham Lincoln também foi pobre.

Papai sempre nos repetia a frase que ouvia de sua mãe: “Meu filho, nunca tenha vergonha de ser pobre, mas sim de ser ignorante”.

A poesia que leu, escrita por sua mãe para o filho querido, me fez lembrar também de minha mãe biológica, professora pobre do interior de Minas Gerais e possuidora de uma grande cultura também.

            V. Exª falou em adotar, Magno Malta. Que conselho bonito!

Assim como a sua, a minha mãe escreveu várias poesias dedicadas aos filhos, mesmo para aqueles que, como eu, foram adotados. Infelizmente, amanhã completará um mês que a perdi, e talvez por isso suas palavras tanto me emocionaram.

Mas a grandeza de meus quatro pais foi exatamente esse exemplo que sempre tive a oportunidade de conviver com meus irmãos biológicos e a minha querida Márcia.

            Porque Juscelino a adotou, Magno Malta. Ô Magno Malta, o exemplo de V. Exª de adotar uma filha, Juscelino o fez.

Senador, obrigada por suas palavras sobre meu pai. Continue lutando pelo nosso país. Embora nem todos se lembrem, mas foi como Senador que JK terminou sua carreira política.

Receba meu abraço,

Maria Estela Kubitschek Lopes.

Há outro e-mail, o do Professor João Carlos Oliveira, do Município do Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco:

Gostaria de dizer-lhe - talvez o senhor não saiba, porque não convive - do tamanho da deseducação que está existindo hoje neste País. Nós, professores, não podemos mais reprovar um aluno, pois a pressão é tremenda em cima dos professores, porque cada aluno reprovado representa uma perda de verba para a Secretaria de Educação e para o Município. Somos obrigados a lidar com alunos que sabem muito bem dos seus “direitos”, mas que desconhecem completamente seus deveres. Mas os números estão aí, todos os anos; o percentual de aprovação é cada dia maior, porque não podemos reprovar.

Esse famigerado conceito, que veio substituir a classificação por nota, foi o princípio do fim da nossa educação. Homens como o senhor, o Senador Cristovam e alguns poucos são a única esperança que temos para que possamos, num futuro ainda que longínquo, ter uma melhoria verdadeira em nossa educação.

Com um Presidente [atentai bem, Luiz Inácio, para o que diz o Professor João Oliveira!] que afirma publicamente que não lê, não podemos esperar grande coisa; aliás, não podemos esperar grandes coisas dele faz tempo.

Um forte abraço.

João Carlos Oliveira

Ele é um professor de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco.

Aproveitamos este instante para prestar homenagem às nossas crianças, como Magno Malta. Faço minhas as palavras de Deus, a ação de Deus, que, depois de várias tentativas de melhorar o mundo, resolveu ter um Filho predileto e mandá-Lo ao mundo. Senador Magno, Ele não O deixou desgarrado, mas, sim, colocou-O em uma família, para entendermos esse valor. A criança predileta foi colocada em uma família sagrada: Maria, Jesus e José. O lar é o templo da criança, de todas as crianças.

Magno Malta, o estadista Napoleão Bonaparte foi a uma solenidade escolar. Estava ao lado de sua professora, e ela, que o conhecia e que o viu tristonho, preocupado, perguntou-lhe: “O que está havendo, Napoleão?”. Ele respondeu: “Minha professora, não sei o que faço. Tenho investido muito em Educação na França, mas, a cada dia que passa, a França está mais mal-educada”. É como nós, hoje, no Brasil. Somos mal-educados. É uma barbárie, é uma barbárie o que vivemos: uns matando os outros, assaltando os outros, desrespeitando-os. A professora olhou para Napoleão e disse-lhe: “Faça uma escola de mães”.

Amanhã é o Dia da Criança. No dia 15, comemora-se o Dia do Professor. Sei do desencanto, dos desestímulos, do salário baixo, mas, com tudo isso, Magno Malta, não são os Senadores, não é o Presidente, não são os banqueiros, não são os empresários que chamamos de “mestres”: a única classe cujos membros chamamos de “mestres” é a dos professores; é igual a Cristo.

Senador Magno, quis Deus que V. Exª estivesse aí!

Um dos dias mais importantes para mim neste Senado foi quando houve um debate sobre violência. Cícero, no Senado romano, disse: “Pares cum paribus facillime congregantur”, ou seja, “violência atrai violência”. E cada um dava sua sugestão no nosso Senado: aumenta a polícia, bota canhão, forca, cadeira elétrica, Exército.

Aprendi com um jornalista. Ele me disse: “Freqüento as favelas, a Rocinha”. Achei isso válido. Magno, ele me disse: “Onde há Igreja, há paz”. Este País está precisando de Deus, da Igreja. Não nos esqueçamos do tripé: lar, escola e Igreja.

Comemoraremos o Dia da Criança amanhã. Lembro-me de um poeta da minha infância, Senador Magno. V. Exª é cantor, é compositor. Lembro-me do Nordeste - sei que Luiz Inácio é do Nordeste. Lembro que Luiz Gonzaga deixou uma mensagem. Um cântico é mais importante que os discursos e as palavras. Aí estão os salmos nas Igrejas. Luiz Gonzaga, ó Luiz Inácio, disse um cântico que Vossa Excelência deve aprender: “A esmola que se dá a um homem são mata-o de vergonha ou vicia o cidadão”. É muita filosofia! E não somos contra isso, não, ô Magno Malta! Nesse caso, Luiz Inácio acertou; fez uma caridade. O Apóstolo Paulo disse: “Fé, esperança e caridade”. É o amor. Mas o mesmo Apóstolo Paulo disse: “Quem não trabalha não merece ganhar para comer”.

Estou aqui para ensinar. O Senado só tem razão de ser, se formos pais da Pátria.

            Ó Magno Malta, fui prefeitinho; Luiz Inácio não o foi. Fui Governador do Estado; ele não o foi. Vou fazer 41 anos de Medicina e de cirurgia. Então, eu queria ensinar a Luiz Inácio que esse programa de caridade é bem-vindo, mas que está na hora de haver um debate qualificado, e ele deve entregar isso aos prefeitos, aos prefeitinhos. Cada Prefeito - eu o fui - conta com seu serviço social, com sua estrutura. É preciso encaminhar essas bolsas, adequá-las a cada um, profissionalizar cada um, para que trabalhe.

Rui Barbosa está ali em cima, porque disse que a primazia tem de ser dada ao trabalho e ao trabalhador, que é quem vem antes, quem faz a riqueza. Então, cada Prefeito, Magno Malta, pegaria essas bolsas e orientaria os que receberam a caridade, a santa caridade, do nosso Presidente Luiz Inácio, para realizar o trabalho. Aquele que tem vocação para jardinagem vai ser jardineiro das praças; se tem estrutura física, vai ser vigia de escola; se a mulher entende de culinária, ela vai ser merendeira; outro vai ser guarda. Enfim, vão ser encaminhados para o trabalho. Que o Prefeito ou o Governador dê 10% e aumente a Bolsa!

O Padre Antônio Vieira, Luiz Inácio, ensinou que o exemplo arrasta. Que exemplo o pai está dando aos filhos e aos netos sem trabalhar? O trabalho encaminha. É isso.

Estamos aqui. É meu dever e minha obrigação ensinar o Luiz Inácio. A razão de ser do Senado é essa. Se não fizermos isso, vamos fechar essa estrutura.

Vivemos uma crise? Vivemos. No senadinho de Cristo, só havia 13, ô Magno Malta. Sem Ele, eram 12. E houve crise pior do que esta: rolou dinheiro, rolou traição, rolou forca, e aí houve correção. Vamos atravessar esse Mar Vermelho, e esta Casa vai continuar a ser o sustentáculo da democracia.

Existiu um líder que combateu a ditadura Vargas, chamado Brigadeiro Eduardo Gomes. Ele disse que o preço da liberdade democrática é a eterna vigilância. Estamos, aqui, vigilantes. Esse negócio de fazer campanha contra o Senado é querer enterrar a democracia. Esse é o modelo de Fidel, que está bem aí; de Chávez, na Venezuela; do Equador e da Nicarágua, que não aceitamos. Libertas quae sera tamem, esse foi o grito!

Em homenagem a todas as crianças e mães, vou ler o que minha mãe escreveu. Não tenho mãos santas, mas mãos de cirurgião que, guiadas por Deus, salvavam vidas. No entanto, sou filho de mãe santa, que era poeta e terceira franciscana. Ela, quando eu era criança, como todas as mães, dedicou-me amor. Minha mãe era poeta, e vou ler o que ela escreveu, numa homenagem às crianças, para que todas as mães homenageiem seus filhos, como a santa Dadá homenageou V. Exª. Cada mãe tem seus dotes. Sua mãe tinha uma inspiração prática extraordinária. Não era poetisa, mas é santa, hoje, juntamente com a minha, no céu.

Minha mãe escreveu:

Meu Pequeno Querubim

“...ao meu querido filho Francisco...”

Filho! Tu és o enlevo e o amor de minha vida

Dos sonhos que sonhei, tu és a realidade!

És a visão formosa e abençoada, descida

do céu para aumentar minha felicidade!

Estreitando-te ao colo, em preces entretida,

peço a Deus que te faça um anjo de piedade,

pois a vida só vale a pena ser vivida

por quem sabe visar da alma a imortalidade!

Como linda avezinha a esvoaçar contente,

qual borboleta azul trêfega e buliçosa,

vives tu, filho, a rir e a saltar sorridente...

Às vezes, a ralhar, repreendo-te queixosa:

‘‘Tu és feliz demais!” E, depois, mais paciente:

“Tu és um querubim nadando em mar de rosa!”

            Vamos repetir, como Cristo: “Vinde a mim as criancinhas!”. Sejam felizes, crianças do meu Brasil!

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/10/2007 - Página 34983