Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Comemoração ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.
Publicação
Publicação no DSF de 17/10/2007 - Página 35267
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, FISIOTERAPEUTA, TERAPEUTA OCUPACIONAL, DETALHAMENTO, INICIO, ATIVIDADE, BRASIL, COMENTARIO, PERIODO, ATUAÇÃO, QUALIDADE, GOVERNADOR, ESTADO DO PIAUI (PI), IMPLANTAÇÃO, CURSO SUPERIOR, FISIOTERAPIA, UNIVERSIDADE, CAPITAL DE ESTADO, CRIAÇÃO, CENTRO DE SAUDE, MUNICIPIOS, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO CARENTE, FAVORECIMENTO, MERCADO DE TRABALHO, REGISTRO, IMPORTANCIA, CLASSE PROFISSIONAL, DEFESA, AMPLIAÇÃO, ACESSO, POPULAÇÃO, TRATAMENTO, REABILITAÇÃO, APTIDÃO FISICA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Geraldo Mesquita, que preside esta sessão do Senado destinada a homenagear o Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional, peço permissão, pois são tantas as autoridades, as lideranças da classe, para saudar a todos na pessoa de Ana Cristhina de Oliveira Brasil.

Senhores Terapeutas Ocupacionais e Fisioterapeutas, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo Sistema de Comunicação do Senado, Sr. Presidente Geraldo Mesquita, a inteligência de V. Exª nos inspirou a realizar esta sessão. Somos profissionais da saúde, sou médico. Geraldo Mesquita é intelectual, então vou buscar outro intelectual como ele, Shakespeare, “o futuro é de quem sabe mais de menos”. É saber mais de menos, é o especialista. Ele já antevia, o futuro é de quem sabe mais de menos.

Então, a sabedoria humana entendeu que a saúde é o bem maior. Antes de gritarem na rua por igualdade, Deus já nos deu essa igualdade. O grande presente de Deus foi nosso corpo. E para que tenha essa plenitude de satisfação, que é o desejo de toda a área de saúde, porque ficou complexo, precisamos de uma equipe. Então, somos profissionais de saúde.

Geraldo Mesquita, para os profissionais de saúde não se prestam homenagens, festas, desfiles; só são lembrados, Papaléo, na hora da dor, do sofrimento, da desgraça. Nessa

Vocês existem há muito tempo, como nós cirurgiões. Os que nos antecederam, que fizeram as primeiras cirurgias, eram os barbeiros. A eles, nos primórdios, foram dadas as primeiras intervenções cirúrgicas. Hipócrates disse “onde há pus, vai sair o pus”. Eles eram os barbeiros que iam treinar, amputar, tirar o sangue, fazer a sangria. Também assim foram vários nomes. Então, nós éramos barbeiros.

Vocês existiram com muitos nomes na humanidade. E é velho. Vocês são velhos. Conta a história que já existiam na China, na Grécia. Mas, no nosso Brasil, que o entendimento e o estudo chegaram atrasados, tudo começou em 1929, em São Paulo, com o médico Rolim de Moraes. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1951, fazia seu primeiro curso. Mas meu mundo é o Piauí.

Senador Papaléo, V. Exª só cometeu um erro, mandou um beijo para a filha Juliana, mas faltou o da Josélia. 

O Sr. Papaléo Paes (PSDB - AP) - Ela é médica.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Mas é mãe da fisioterapeuta.

Mas esses exemplos de família que ele citou é que pegam muito. Senador Geraldo Mesquita Júnior, Deus prepara as coisas. Eu governava o Piauí e tive uma bursite quando estava no interior. Tomei aquela injeção - Diprospan - e o meu Secretário de Saúde, um homem muito habilidoso - ele é traumatologista e ortopedista -, disse para mim, quando cheguei na capital: “Vamos ao Dr. Marcelino Martins. Eu fui. Formei-me em 1966, e aqui diz que em 1951 surgiu a primeira faculdade de Fisioterapia em São Paulo. Mas como já havia no Piauí a Universidade Federal, eu entendia que deveria plantar no Piauí a semente do saber.

Senador Papaléo Paes, eu pensava que na Universidade Federal já havia esse curso de Fisioterapia, mas, no meio da consulta, ele misturava a acupuntura, que também não estudei. No meu tempo não havia. As coisas são assim, as especialidades vão aparecendo. Sou do tempo em que era raro o anestesista. Nós, cirurgiões, dávamos muitas anestesias. Então, ele fazia isso. O fato é que Mão Santa é o Marcelino Martins. Saí, estou aqui e não tive mais essa dor. E acho que foi a consulta que ele ganhou mais. Eu, daquele meu jeito... Eu estava desenvolvendo a Universidade Estadual do Piauí. Papaléo, olha para cá! O maior desenvolvimento universitário do mundo - não foi só do Brasil, não -, à época em que governei o Piauí. Eu estava expandindo a Universidade Estadual do Piauí.

Marcelino terminou com minha dor, e perguntei a ele: “E a Faculdade de Fisioterapia da Federal”? Porque eu buscava cursos que não existiam na Federal e as espalhava no interior do Piauí. Foram 36 campi universitários.

Esse negócio do PT é pior do que ... Fecharam bastante. Só tem 20. Eram 38 ou 36. É uma praga!

Então, ele disse: “Não, não tem, não”. E eu: “O quê, não tem? Então, vai ter agora. Paulo, crie a Faculdade de Fisioterapia. O diretor é esse”. E ele realmente é uma pessoa maravilhosa.

No dia em que eu criava a segunda Faculdade de Medicina do Piauí, com aula inaugural de Pedro Sampaio, um neurocirurgião famoso, do Rio de Janeiro, eu criava, concomitantemente, a Faculdade de Fisioterapia no Piauí. O Diretor, obviamente, era o Marcelino Martins. Mas, Papaléo, ô cabra bom, cabra danado, cabra competente.

Fiquei entusiasmado. E mais ainda: as estudantes! Todas eram como as que estão aqui hoje, todas bonitas.

O fato é que existe, e eu vi.

Deus escreve certo por linhas tortas. Somos guiados por Deus.

Está ali o Paim - com “P”, tudo é bom.

Está ali o Paulo Paim - “P” duas vezes. O meu Secretário de Saúde era Paulo também. Ô Ideli! A Ideli está ali, séria e macérrima, bonita e elegante - agora, sorriu. Mas ela vai aprender como é o destino.

Não tenho “mão santa”. São mãos de cirurgião, guiadas por Deus, que salvaram vidas. Mas filho de mãe santa. Ela, com 84 anos, teve uma fratura de colo de fêmur. Um grande ortopedista da minha cidade, Vice-Prefeito, médico, encarregou-se do caso, mas ela teve um Acidente Vascular Cerebral.

Papaléo, minha mãe, realmente, era a mãe do Governador. Sou o mais fraco da minha família: há um Presidente da Confederação das Indústrias, há uma professora universitária, outra é assistente social e outro, professor de Direito, fundador da Sudene, com Celso Furtado.

Eu havia criado a faculdade, mas ia a Parnaíba ver minha santa mãe, que, depois de uma cirurgia ortopédica, precisou de recuperação. Evidentemente, o mais pobre dos filhos era eu - e eu era Governador do Piauí! Aí, ouvi falar naquele negócio de fisioterapeuta. Eu, Governador, ia lá visitar mamãe. E fazíamos rodízio: cada um pagava um mês. Fiquei ali. Veja como mãe ensina, Paim! Aqui está fácil: cara agradável, a outra já é moça, são figuras agradáveis. A mamãe recuperando, e nós, satisfeitos. Mas tinha de pagar. Para nós, isso não era tão grande problema, porque podíamos pagar. Fazíamos um rodízio, e o mais fraco era eu.

Fui várias vezes lá, fiz uma reflexão e vi como é bom, como é necessário. Pensei: “Mas isso está errado, Paim!” Quer dizer, por ser a mãe do Governador, ela tem todos os fisioterapeutas. Isso está errado! Aí voltei com esse Marcelino Martins e com meu Secretário de Saúde, que é ortopedista, Paulo Lages. Colocamos, em 12 cidades do Piauí, centros de fisioterapia, porque vi que aquilo era bom. Nós podíamos pagar, minha mãe podia, mas, e os outros? Aí comecei a meditar, porque fui cirurgião - só pensava em cirurgia - e refleti que essas coisas acontecem com o jovem, os AVCs, nas cidades. Quantas pessoas novas não são acometidas da doença? Há milhares de enfermidades que atingem não só o velho, como, no caso, ela. Aí está Geraldo Mesquita, e ele viu meu entusiasmo.

Quero dizer que, na reunião, havia outro médico, Secretário de Saúde, filho do Prefeito. Chegou a haver centro de fisioterapia no Piauí/Povoado. Evidentemente que o primeiro que inaugurei foi na minha cidade, Parnaíba - está escrito no Livro de Deus: “Mateus, primeiro os teus”.

Tive a felicidade de ouvir que todos ganharam. Uns doze, os maiores. O Secretário de Saúde, o Marcelino Martins, estava de acordo.

O Piauí é comprido demais. Imaginem - a Bahia, ô Jarbas, faz fronteira com Pernambuco - uma pessoa jovem ou velha ter de se deslocar até a capital para fazer fisioterapia? Já pensou o sofrimento?

Então, espalhamos centros de fisioterapia. O Piauí é comprido. Geramos mercado de trabalho, e isso deu satisfação. Aí entram os provérbios: “Quem planta colhe”, “É dando que se recebe”. Acho que foi por esse feito que o povo do Piauí me mandou para cá.

A evolução é extraordinária.

Tenho um irmão que é Presidente da Federação - Papaléo o conheceu, Deputado Federal. Ele não disputou a eleição, porque esteve em coma por mais de 40 dias. Pensei que ele nunca mais fosse andar, mas ele está andando e dirigindo, com muita competência, a Federação do Estado do Piauí. Eu mesmo pensei que ele não fosse andar e tive preocupação.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Ele não se candidatou, porque a doença coincidiu com a eleição.

Por esses fatos, estou aqui para agradecer ao Geraldo Mesquita, para acordar o Luiz Inácio, o Secretário de Saúde dele, o Ministro, o Governo sobre a existência e a necessidade desses profissionais.

Podemos fazer isso aqui, ô Jarbas.

Conheci pessoalmente, em Cuba, o criador desse médico de família. E, hoje, há uma equipe em que estão incluídos os fisioterapeutas.

Então, nós, Jarbas - esta é a razão -, que pensamos, nós que temos de ter essa visão de futuro, nós que temos de fazer uma lei boa e justa. De nada vale palavra sem ação. Não sou eu não, Jarbas, quem o diz. Foi Spencer quem disse isso.

As idéias têm de sair daqui, Papaléo, V. Exª que é o responsável agora. É muito bonito ser saudado como Presidente da Comissão de Saúde, pela sua grandeza. Mas vamos passar das palavras para os fatos. Vamos fazer. Geraldo Mesquita é o melhor jurista, fazedor de leis mesmo, entende.

Temos de nos debruçar sobre a matéria e pedir ao Geraldo, ao Papaléo para fazermos isto: incluirmos o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional na, vamos dizer, equipe de família...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...que, sem dúvida nenhuma, foi um avanço. É isso o que desejamos. Geraldo Mesquita, entendo que a Saúde deve ser como o sol: igual para todos, para que esses raios cheguem a todos com grandeza, pois precisamos desses funcionários. Sejam bravos, fortes, ricos e felizes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/10/2007 - Página 35267