Discurso durante a 194ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à Manaus, pela passagem dos seus 159 anos. Solicita a transcrição de pronunciamento em referência à aprovação de projeto garantindo a licença maternidade de seis meses. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Manaus, pela passagem dos seus 159 anos. Solicita a transcrição de pronunciamento em referência à aprovação de projeto garantindo a licença maternidade de seis meses. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/10/2007 - Página 37419
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), COMENTARIO, IMPORTANCIA, REGIÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, BRASIL, ANALISE, INFLUENCIA, POLO INDUSTRIAL, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.
  • CUMPRIMENTO, GOVERNADOR, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PREFEITO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), VICE-PREFEITO, PRESIDENTE, CAMARA MUNICIPAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do Orador.) - Sr. Presidente, hoje, 24 de outubro, reservo merecido espaço neste Plenário para saudar a antiga Barra do Rio Negro, a minha Manaus de hoje, um dos cenários de maior encanto do mundo, debruçado diante do Encontro das Águas do Rio Negro com as Águas do Solimões.

A cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, que hoje cumprimento, faz, pelo cálculo de alguns, 159 anos, pelo cálculo de outros, a partir do primeiro momento de povoação, 338 anos de construção, de civilização. Mas 159 anos a partir do dia em que sua existência começou a ser contada, em 1848, por uma Lei, de nº 145, com a qual a Assembléia Provincial do Pará elevou a antiga Vila de Manaos - na época era com “o” e hoje é com “u”, Senador João Pedro - à categoria de cidade, mudando seu nome.

A Vila de então agora é Manaus, com a grafia que lhe deu o Acordo Ortográfico vigente, e com a sua transformação no exuberante pólo de desenvolvimento brasileiro.

Também pólo de forte atração turística, graças a sua insuperável beleza natural, a beleza selvagem da Terra das Águas, a Amazônia não é apenas dos amazonenses; é dos brasileiros de todos os pontos, defensores natos da região que nos encanta, a nós e ao mundo.

Sou apenas um deles. E por ser da terra, nela nascido, abro as vias largas dos grandes rios, rodeados pela Grande Floresta, para convidar os brasileiros de todos os Estados para que, mais do que nunca, amem a Amazônia.

Ela é a Região estratégica por excelência, que, vencendo resistências, haverá de se conservar como hoje ela é: assim mesmo, do jeito que a natureza a compôs com a beleza que extasia e que, nesta data festiva para a capital amazonense, faz esse aceno à brasilidade, a palavra hoje sinônimo do melhor aconchego de todos nós, os que somos de lá ou os que nascemos em outros lugares, mesmo os mais distantes. Para gostar da Amazônia não há distância que nos separe.

Aquele era um mero povoado, em redor de um fortim, que começara a se formar diante das águas dos dois rios 159 anos antes, portanto em 1669. Cresceu, tornando-se relevante também na economia brasileira, com o Pólo Industrial de Manaus.

O Pólo, como a Região, é de todos os brasileiros, e sua importância vem sendo posta em destaque com a divulgação, pelo IBGE, dos índices de crescimento industrial do País.

Como expressão econômica, o Pólo Industrial de Manaus, um dos mais importantes da América do Sul, é a base de sustentação do modelo Zona Franca de Manaus, uma experiência brasileira que deu certo, a começar pelo que representa para a interiorização da produção industrial do País, no caso de alta tecnologia.

De fato, o desenvolvimento que chegou a Manaus, desde a implantação do Projeto Zona Franca, estende-se aos demais Estados da Amazônia Ocidental e à Macapá-Santana, áreas de abrangência da Suframa.

Sr. Presidente, condutora do Pólo Industrial de Manaus, a Superintendência da Zona Franca trilha o caminho da viabilidade e do uso sustentável de suas potencialidades econômicas, o que garante a geração de novos empregos e melhores condições de distribuição renda. E, o mais importante: contribui, efetivamente, para a preservação do meio ambiente, de seus recursos e, sintetizando, da Grande Floresta e seus rios.

As ações da Zona Franca de Manaus, como a Agência Regional de Desenvolvimento, baseiam-se em dados de estudos que, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, realizou para localizar as potencialidades regionais com o que as atividades do Pim, o Pólo Industrial de Manaus, seguem modelos economicamente viáveis, valendo-se da infra-estrutura disponível na área.

Com quase 500 empresas, o Pólo Industrial de Manaus, paralelamente a uma linha firme de preservação ambiental da Amazônia, vem também contribuindo para a inserção tecnológica da área.

Hoje, o Pólo Industrial de Manaus registra faturamento médio anual superior a US$24 bilhões, gerando cerca de 90 mil empregos diretos e 350 mil empregos indiretos, somente em Manaus e mais de 20 mil nos demais Estados e na área da Suframa. Para tanto, vale-se de mão-de-obra qualificada, de padrão internacional, o que permite antever num futuro uma verdadeira revolução na economia brasileira, com a conquista, irreversível e indeclinável, de mercados externos para os nossos produtos. O Pólo já é líder de produtividade na fabricação de televisores, DVDs, celulares, entre outros, incluindo a TV digital, que começará a ser implantada no País daqui há dois ou três meses, se Deus quiser.

Graças a esses esforços, o crescimento médio anual da Região é superior a 20%, um dos mais altos do País.

Não tenho dúvidas de que o futuro brasileiro sorrirá melhor na exata medida do êxito de tão decantado aproveitamento sustentável da Amazônia. A fantástica biodiversidade da Grande Floresta permite-nos antever esse futuro melhor para todo o Brasil.

Não traço nenhuma perspectiva apenas com palavras e propósitos. Antevejo esse futuro com base no que vem sendo feito na área de ciência, tecnologia e pesquisa na Amazônia. Além do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o notável Inpa, as Universidades da região são igualmente centros dedicados também a pesquisas, em especial acerca do aproveitamento da biodiversidade amazônica.

O mundo inteiro reconhece o extraordinário potencial da Amazônia, detentora de centenas de espécies vegetais para aproveitamento na industrialização de alimentos e cosméticos. Só para um exemplo, um de meus assessores contou-me que sua mulher trouxe da elegante Rua 75, de Nova Iorque um desses cosméticos, em cuja embalagem havia a indicação: processado na França com produtos naturais da Amazônia.

Mas não é só. Essa biodiversidade, protegida pela Floresta Amazônica, revela um extraordinário potencial de plantas insuperáveis para a farmacologia e para a indústria biotecnológica. A biodiversidade da Amazônia tem, por isso, atraído a atenção das indústrias brasileiras e internacionais, que utilizam produtos e essências naturais para formulação de medicamentos, vacinas, além dos cosméticos.

As Universidades, federais e estaduais da Região promovem estudos, em conjunto com o Governo, a comunidade científica e o setor privado, na execução do Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia (Probem).

Também as atividades turísticas encontram na Amazônia uma diversidade fora do comum. São mais de cinco milhões de quilômetros quadrados de belezas naturais que tornam a Amazônia um cenário de apelo incomparável para o desenvolvimento do turismo, notadamente o ecoturismo.

Não há brasileiro que não tenha interesse, e até sonha, em conhecer a Amazônia, de percorrer seus rios, hoje em embarcações de porte e confortáveis, para conhecer a Grande Floresta e voltar para casa com o pensamento ainda mais amazônico.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, comecei com uma saudação a Manaus, capital do Amazonas, que, para alguns, hoje faz aniversário de 159 anos, para outros, para a Prefeitura de Manaus, 338 anos de idade. Não há como falar em Manaus sem mencionar a Amazônia. Falar na Amazônia significa olhar para o amanhã do País. 

Por isso, ao saudar Manaus, saúdo também a Amazônia. E estou certo de que falo em nome dos brasileiros do Rio Grande do Sul e do Nordeste, passando pelo Leste e pelo Centro-Oeste; somos todos cidadãos da Pátria que têm a sorte de ter essa fantástica Amazônia como terra brasileira.

Apresento também os meus cumprimentos, claro, ao Governador do Estado, Eduardo Braga, ao Vice-Governador, Omar Aziz, ao Presidente da Assembléia, Belarmino Lins, e, sobretudo, aos que dirigem mais diretamente a cidade, como o Prefeito de Manaus, o economista Serafim Correia, o Vice-Prefeito, ex-Deputado Mário Frota, e o Presidente da Câmara Municipal de Manaus, meu correligionário, meu companheiro de PSDB, Vereador Leonel Feitosa.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/10/2007 - Página 37419