Discurso durante a 204ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao septuagésimo primeiro aniversário de nascimento e o primeiro aniversário de falecimento do Senador Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, no período 2001-2003.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao septuagésimo primeiro aniversário de nascimento e o primeiro aniversário de falecimento do Senador Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, no período 2001-2003.
Publicação
Publicação no DSF de 08/11/2007 - Página 39293
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ANIVERSARIO DE MORTE, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, EX PRESIDENTE, SENADO, EX PREFEITO, MUNICIPIO, TRES LAGOAS (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), EX-DEPUTADO, SUPERINTENDENTE, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CENTRO OESTE (SUDECO), EX MINISTRO DE ESTADO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, CONTRIBUIÇÃO, DEMOCRACIA.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Papaléo Paes; Sr. Governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli; Srª Senadora Marisa Serrano; Sr. Rodrigo Tebet - em cujo nome cumprimento toda a família do nosso querido Senador Ramez Tebet -; demais autoridades convidadas; Srªs Senadoras e Srs. Senadores, Srªs Deputadas e Srs. Deputados.

Sr. Presidente, antes de tudo, eu gostaria de cumprimentar o Senador Valter Pereira pela louvável iniciativa de propor essa homenagem ao septuagésimo primeiro aniversário de nascimento e ao primeiro aniversário de falecimento de Ramez Tebet.

São sempre oportunas, justas e merecidas, Senador Valter Pereira, todas as reverências que se prestem a esse grande brasileiro que foi Ramez Tebet.

Nesta Casa, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tivemos a honra e a felicidade de conviver com Ramez Tebet. Eu particularmente acabei por descobrir muitas afinidades com o saudoso companheiro, pois éramos correligionários; defendíamos com garra, com convicção as cores do nosso Partido, o PMDB. E estivemos juntos em muitas batalhas, em muitas trincheiras.

Além disso, ainda que sem os mesmos méritos, posso dizer que a minha trajetória política guarda certa semelhança com a do eminente sul-mato-grossense Ramez Tebet. Fomos Prefeitos de Municípios do interior. Ele, em Três Lagoas, no seu Mato Grosso do Sul, eu, em Rolim de Moura, na minha Rondônia. Qualquer um que já tenha passado por essa rica experiência - administrar um Município - sabe o nível de dificuldade enfrentada, a peculiar natureza dos desafios a vencer.

Governamos nossos Estados: Mato Grosso do Sul e Rondônia. Duas Unidades da Federação até certo ponto próximas, com muitos problemas em comum, pertencentes a Regiões que lutam arduamente por um lugar ao sol. E também assumimos a imensa responsabilidade, conferida pelas populações desses dois Estados, de representá-las no Senado Federal, sendo que Ramez Tebet, eleito pela primeira vez em 1994, quando fui eleito Governador em Rondônia. Foi ele reeleito em 2002, com a maior votação já obtida por um político do Mato Grosso do Sul: mais de 734 mil votos.

Ramez Tebet, Srªs e Srs. Senadores, também foi Deputado Estadual e ainda exerceu, entre outros cargos, o de Superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste e Ministro da Integração Nacional.

Eu era Prefeito nesta época e tive o privilégio e a oportunidade de estar por várias vezes com Ramez Tebet. Em ambos os cargos, tanto na Superintendência do Centro-Oeste quanto no Ministério da Integração Nacional, Ramez Tebet ajudou o meu Estado, os Municípios de Rondônia, os Municípios dos Estados do Centro-Oeste e, por que não dizer, no Ministério da Integração Nacional, os Municípios do Brasil.

Deixou o Ministério, por sinal, Sr. Presidente, para presidir esta Casa. Foi num momento político, convém lembrar, Presidente Sarney, que se exigia na Presidência do Senado Federal um homem de forte têmpera, mas, ao mesmo tempo, com reconhecida capacidade de dialogar. Foi isto que Ramez Tebet fez aqui no Senado: conseguiu aglutinar, conseguiu congregar todas as correntes partidárias nesta Casa para exercer um brilhante mandato como Presidente desta Casa.

Exerceu a função com grande dignidade. A mesma dignidade com que enfrentou a insidiosa doença que acabou por afastá-lo de nossa convivência.

Ainda que fragilizado, fazia questão de aqui comparecer.

Cumpria as suas obrigações todos os dias.

Em especial, desempenhava aquele papel que lhe caía tão bem: o de aglutinador; o papel de alguém que busca e encontra soluções que satisfaçam a todos. Como Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos desta Casa, por várias vezes - e tenho certeza de que deve ter feito o mesmo com outros Senadores também -, chamava-me para relatar projetos e pedia empenho. Um dia, chamou-me para relatar a indicação de um diretor do Banco Central. E disse-me: “Olha, Senador Raupp, tem que ser rápido e tem que ter muito cuidado porque isso aqui pode desequilibrar a economia do País.” O que ele quis dizer? Se fizesse um relatório contrário a uma indicação para o Banco Central, poderia causar um problema na economia do País. Então, além de pedir rapidez, ainda orientava sobre a forma como deveria ser votado. E a garra, como falaram o Presidente Sarney e o Senador Valter Pereira, a garra que tinha Ramez Tebet, pois, mesmo acometido da doença, tinha uma disposição, uma determinação de usar a tribuna praticamente todos os dias. Quando não estava nas Comissões, estava aqui, no plenário, fazendo apartes ou na tribuna defendendo os interesses do Mato Grosso do Sul e, acima de tudo, os interesses do Brasil.

Só temos a lamentar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o fato de o destino tê-lo levado tão precocemente - poderia estar aqui no meio de nós, na frente de batalha. Fica, porém, o exemplo de sua caminhada, que inspira a todos que com ele esteve, uma caminhada que traz orgulho a seus familiares, a seus conterrâneos de Mato Grosso do Sul e, em especial, ao nosso grande Partido que ele tanto amava, o PMDB, e ao Brasil.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/11/2007 - Página 39293