Discurso durante a 213ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Réplica ao pronunciamento do Senador Eduardo Suplicy.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Réplica ao pronunciamento do Senador Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 22/11/2007 - Página 41559
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • RESPOSTA, PRONUNCIAMENTO, EDUARDO SUPLICY, SENADOR, ESCLARECIMENTOS, PRESIDENTE DA REPUBLICA, UTILIZAÇÃO, TERMO, DENOMINAÇÃO, RESPONSAVEL, CORRUPÇÃO.
  • QUESTIONAMENTO, CONDUTA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, brasileiros e brasileiras, Senador Eduardo Suplicy, eu analisei e disse que a virtude, a austeridade o trouxe para cá e que essa austeridade o diferenciava do Partido a que ele pertence, Senador Gerson Camata. 

Sempre tratei Sua Excelência o Presidente da República com muito respeito. A verdade não é um desrespeito, verdades - veritas quae sera tamen - não é um desrespeito. A palavra forte, Suplicy - porque o essencial é invisível aos olhos, quem vê bem vê com o coração - foi aloprados. Mas aloprados, hoje, significa uma palavra salvadora. Foi graças a ela que Luiz Inácio, homem generoso, bom, caridoso, em quem votei em 1994, disse, deste Congresso, estarrecido com o Brasil, que nunca dantes teve tanta corrupção, tanta ladroeira, mensalão, um mar de corrupção, P-SOL. Pensou-se em impeachment. Aí, Luiz Inácio bradou: “Aloprados. Foram os aloprados”. Essa palavra, hoje, se feriu alguém, foi pronunciada pelo Presidente e foi salvadora.

Nós estávamos pensando em fazer o impeachment do Luiz Inácio, mas esta Casa, ô Tião Viana, se não tem estrela, tem de ter os pais da Pátria. Este é o melhor Senado em 181 anos! Aqui estão para garantir isso homens de vergonha e responsabilidade que não faltarão com o compromisso, com a democracia.

Do PT eu disse que há alguns, eu até acho que mereço ser condenado porque eu esqueci o nome do Paim! Que nome, que grandeza! Citei outros: Suplicy, Tião Viana e Augusto Botelho.

No meu Piauí, temos do PT o Vereador Jacinto Teles; o Deputado Federal Nazareno, homem honrado que disputou o governo comigo - eu ganhei, mas ele talvez ganhe até a prefeitura de Teresina -; uma Deputada Federal que está no céu, Trindade, que morreu envergonhada pelos aloprados.

Então o Lula bradou: “Foram os aloprados! Foram os aloprados”! E nós acreditamos. O Senado, pai da Pátria, se sensibilizou; o Senado acreditou, o Senado não fez o impeachment. Se compararmos, na história, ô Cafeteira, o pecado venial do Senador Collor com o que houve aqui, aquele negócio do Fiat Elba, da Casa da Dinda, com a corrupção, com o mar de malandragem...

E que o STF, que é a coroa da Justiça, brilhe mais do que a coroa dos reis, esteja mais alta do que a coroa dos santos. A coroa da Justiça se manifestou, se sensibilizou e carimbou lá “aloprados”, quarenta aloprados saquearam a Nação. 

Então, essa palavra que eu disse foi um clamor, é hoje uma palavra salvadora. Foi essa palavra que nos sensibilizou, e nós fomos clementes, não pedimos o impeachment de Lula. E essa palavra passou à Nação de tal maneira que a Nação absolveu todos. Absolveu Luiz Inácio, o consagrador, numa eleição majoritária que eu não vou contestar, é um fato. Mas também não vamos contestar que o povo condenou o Partido que pariu tantos aloprados. Mas é mãe também de tanta gente boa.

Está aí o Paulo Paim, que ontem mostrou a grandeza do Brasil, que está no livro A Verdadeira Formação do Povo Brasileiro, do Senador Darcy Ribeiro: os negros que nos engrandecem e nos enriquecem, os brancos europeus e os índios, nossos aborígenes, nativos, construíram esta bela Nação. E o Luiz Inácio, ouviu os aloprados mais uma vez e vetou a lei boa e justa que Paim fez, em três anos nesta Casa, dando direitos aos carteiros, direitos que eles merecem. E justamente eu pedi ao Lula que, com a sua encantadora esposa, Marisa, que representa bem a mulher brasileira, assistisse ao filme O Poeta e o Carteiro.

Ô Paim, que o Presidente volte atrás! Vamos plantar aquela lei boa e justa que o Paim fez em benefício dos carteiros do Brasil!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/11/2007 - Página 41559