Discurso durante a 199ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pela escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo em 2.014.

Autor
Leomar Quintanilha (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Comemoração pela escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo em 2.014.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2007 - Página 38675
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • QUALIDADE, PRESIDENTE, FUTEBOL, ESTADO DO TOCANTINS (TO), ELOGIO, DESENVOLVIMENTO, ESPORTE, LOCAL, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, ATLETAS, MOTIVO, SUPERIORIDADE, BRASIL, AMBITO INTERNACIONAL.
  • SAUDAÇÃO, ESCOLHA, BRASIL, SEDE, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, PREVISÃO, REFORÇO, ESPORTE, PAIS, INCENTIVO, ECONOMIA NACIONAL, TURISMO.
  • SAUDAÇÃO, DECISÃO, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF), INCLUSÃO, CALENDARIO, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, FUTEBOL, MULHER, ELOGIO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), PIONEIRO, REALIZAÇÃO, CAMPEONATO REGIONAL.
  • CONCLAMAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATENÇÃO, ESPORTE, INCLUSÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL.

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PMDB - TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, aproveito o estímulo que V. Exª nos deu para falar rapidamente sobre esse tema tão significativo e tão importante na vida de todos nós, sobretudo nós brasileiros, que é o esporte.

Presido, Sr. Presidente, a Federação Tocantinense de Futebol. Há quem não valorize o futebol praticado no meu Estado, Tocantins, o mais novo Estado da Federação, onde o futebol também é incipiente. Mas o nosso futebol tem muito valor! O que é praticado hoje no Brasil é um futebol com duas vertentes: uma apresenta um futebol de resultado, onde estão as principais estrelas da constelação do futebol deste País, onde estão aqueles efetivamente talentosos, abençoados por Deus, que lhes conferiu um talento que os diferencia das demais pessoas e que se consagram como ídolos, sobretudo dos nossos adolescentes, das nossas crianças, que, desde tenra idade, aprendem a falar nomes consagrados como Pelé, Romário, Zico e, mais atualmente, Kaká, Robinho, que exatamente por esse talento, esse dom especial que Deus lhes conferiu, trazem uma graça especial, uma alegria especial, uma motivação especial, uma emoção especial na atividade que praticam, e fazem isso no mundo inteiro hoje. O Brasil é referência para o mundo inteiro desse futebol extraordinário que é aqui praticado. E nós, no Brasil, precisamos valorizá-lo, inclusive seus organizadores, porque, nos últimos 15 anos, o Brasil lidera o ranking do futebol mundial.

O Brasil, nos últimos 15 anos, conquistou no futebol o tetracampeonato e o pentacampeonato. O Brasil conquistou, além do vice-campeonato, que costumamos não valorizar, mas - quando a França na penúltima Copa foi campeã nós fomos vice - que é um título glorioso. Para essa quantidade de nações que disputam o campeonato mundial, ser vice é um título glorioso. Nós, no Brasil, é que não valorizamos muito. Para nós, só serve se for campeão. V. Exª falava, com muita propriedade, da força do esporte e, ao mencionar esse vetor, que é o esporte do resultado, ele interage com outro modo de esporte, que é aquele praticado nos Estados como o de V. Exª, o meu Estado que tenho a honra de aqui representar, que é o Estado de Tocantins. É o Estado onde o futebol de participação é praticado, é aquele onde damos oportunidade para quem tem e não tem talento de participar dessa modalidade esportiva tão agradável, tão gostosa, insubstituível, líder em primeiro lugar, indiscutivelmente, na preferência popular.

Então, temos razões de sobra para estar valorizando o esporte e comemorando, agora, o fato do Brasil vir, em 2014, a sediar a Copa do Mundo. A última, Senador Mão Santa, que sediamos aqui, meu caro Wellington, foi em 1950, onde tivemos uma frustração muito grande. Construímos o maior estádio do Brasil e do mundo exatamente para aquela Copa e, lamentavelmente, não ganhamos o certame que disputamos.

Veja: de 1950 para 2014, quantos anos ficamos na expectativa do Brasil poder realmente presentear os brasileiros com uma Copa do Mundo? E vamos fazê-lo.

Temos, neste ano, duas comemorações enormes: uma é essa, da definição do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Isso trará um fortalecimento para essa modalidade esportiva; isso trará um fortalecimento para a economia; isso divulgará mais o Brasil lá fora, do ponto de vista das suas potencialidades; isso fará com que modernizemos e reformulemos os equipamentos hoje existentes; isso estimulará muitos Estados a pretenderem sediar um dos jogos da Copa. E lamento que meu Estado, que gostaria muito que sediasse, ainda não reúna essas condições. Mas vai poder participar desse movimento que tomará conta do Brasil inteiro para realização dessa Copa da mais importante modalidade esportiva conhecida no mundo.

Outra razão importante que temos para comemorar foi a decisão da CBF, Senador Mão Santa, de incluir, no seu calendário oficial, o Campeonato Nacional de Futebol Feminino. Vejo V. Exª falar, muitas vezes, que foi “prefeitinho”, fazendo referência ao seu querido Estado e ao seu tão querido e forte Município de Parnaíba, com essa forma carinhosa de se referir ao seu Município. Eu fico pensando no esforço que fazemos pelo nosso futebol. A Federação Tocantinense de Futebol, pequena em relação às federações mais projetadas em nosso País, já de há muito realiza o Campeonato Estadual de Futebol Feminino. E o futebol nacional foi conquistado pela garra, pelo talento, pela força das nossas jogadoras brasileiras nesse Campeonato Mundial. Elas conquistaram essa necessidade de o Brasil realizar um certame nacional do campeonato feminino. Foi maravilhoso! O que nós vimos: o talento, a graça, a força, a determinação, o patriotismo daquelas moças disputando, defendendo as cores do Brasil, chamando a atenção do mundo pela qualidade da disputa que realizaram, fizeram com que a CBF, finalmente, decidisse incluir o Campeonato Feminino em seu calendário oficial. Que coisa boa! Isso vai democratizar ainda mais o futebol no Brasil.

João Havelange, um homem a quem o Brasil deve muito, um homem que projetou o futebol do Brasil, que deu uma dimensão extraordinária ao futebol, tem uma frase lapidar: “A força do futebol está no imponderável do seu resultado”. E isso a gente vê muito ocorrer. Às vezes, duas equipes, uma com mais volume de jogo, joga mais na zaga do adversário. A bola bate na trave, o goleiro defende, o sujeito chuta fora. Aí o time mais fraco vai lá num contra-ataque, faz o gol e ganha. Quantas vezes temos visto o resultado ser alterado na enésima hora da prorrogação do segundo tempo. Então, o imponderável do futebol realmente traz essa força a ele.

Eu acrescentaria que entendo haver uma força adicional no futebol: um manancial inesgotável de inovação. As demais modalidades esportivas são importantes sim. Cada um escolhe aquela de que mais gosta, aquela que mais se adapta ao seu condicionamento físico. Mas se vê no tênis de mesa, nas demais modalidades esportivas, uma prática horizontalizada, sem alteração.

Veja o vôlei, que me parece ser o segundo lugar na preferência popular. Duas inovações surgiram aí nas duas décadas e nada mais: o tal saque “Viagem ao Fundo do Mar”, que é aquele em que se levanta a bola no ar e dá um saque como se fosse um corte, e depois aquele saque “Jornada nas Estrelas”, do Bernard. Depois qual é a outra criatividade? Tem-se visto mais impulsão, força no jogo do vôlei. No futebol não. Desde o tempo do Didi: a folha seca, o gol de placa, o gol olímpico, o drible da vaca, o gol de voleio, a bicicleta. Cada dia surge uma coisa nova. Olha o Robinho, recentemente, nos ensinando, criando a tal da pedalada.

Então, isso aí é que dá uma força extraordinária ao futebol e que estimula exatamente a consagração dos ídolos. Isso faz com que o nosso menino da periferia, que não tem campo, jogue lá numa praça ou num campinho de terra, sinta o desejo também de participar dessa modalidade esportiva extraordinária.

V. Exª tem razão. Temos que incitar o nosso Presidente Lula, que tem feito um esforço muito grande pelo social. O esporte aí faz parte do social. O esporte é inclusão social. O esporte nivela e iguala as pessoas. Que coisa bonita: o esporte nivela e iguala as pessoas. Ali não se diferencia preto, branco, baixo, alto, rico ou pobre. Lá na cancha todos são iguais.

Então, é importante que o Brasil continue nesse esforço de dar cada vez mais importância à prática das modalidades esportivas que aqui são tão amplamente difundidas.

Parabéns a V. Exª pela inspiração que trouxe com seu pronunciamento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2007 - Página 38675