Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cobranças ao governo federal para conclusão de obras de infra-estrutura no Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Cobranças ao governo federal para conclusão de obras de infra-estrutura no Estado do Piauí.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Rosalba Ciarlini, Wellington Salgado.
Publicação
Publicação no DSF de 14/02/2008 - Página 1730
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REGISTRO, PERDA, DIRETRIZ.
  • COBRANÇA, GOVERNO FEDERAL, OBRA PUBLICA, ESTADO DO PIAUI (PI), REGISTRO, HISTORIA, PROMESSA, CONSTRUÇÃO, PORTO DE LUIS CORREA.
  • PROTESTO, DESVIO, FUNDOS PUBLICOS, CORRUPÇÃO, POSSIBILIDADE, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, DESENVOLVIMENTO, ESTADO DO PIAUI (PI), ESPECIFICAÇÃO, ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO (ZPE), FERROVIA, PORTO, AEROPORTO, METRO, UNIVERSIDADE, HOSPITAL ESCOLA, INDUSTRIA, LEITE EM PO, USINA HIDROELETRICA, ECLUSA, INCENTIVO, PRODUÇÃO, ESCOAMENTO, SOJA.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Senador que preside a sessão, Paulo Duque, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros que nos assistem e que estão sintonizados com o Sistema de Comunicação do Senado da República, Senador Wellington Salgado, acabamos de ouvir a saudação, com muito mérito, ao Partido dos Trabalhadores, que comemora 28 anos de existência.

            Suplicy, o Senador João Pedro falou, mas Ortega y Gasset, em seu livro A Rebelião das Massas, explicou o nascimento desses partidos. Foi Ortega y Gasset que, em brilhante discussão, disse que “o homem é o homem e sua circunstância”. Ele previu e descreveu como nasceram os partidos das massas na Europa. “Proletários, uni-vos!” - quem não se lembra dessa mensagem?

            No entanto, muitos deles perderam o rumo do progresso, da prosperidade, da felicidade e voltaram. Acreditaram que acima - está certo, nascem do povo - estão aqueles que se dedicam ao saber.

            A sabedoria é filha do estudo, da experiência, e a Europa ressurgiu com essas lideranças. Então, é essa a preocupação.

            Os partidos das massas, Ortega y Gasset previu e descreveu. Hoje, a Europa ressuscita porque a massa reconhece o saber.

            Ô Suplicy, Sócrates já dizia que só há um grande bem, que é o saber, e só há um grande mal, que é a ignorância.

            Estamos, aqui, para abrir o Livro de Deus, Senador Wellington Salgado.

            V. Exª vai me dar a sua participação. Lembro-me de quando V. Exª liderou o PMDB, durante um afastamento do nosso Líder Suassuna, com muita satisfação para todos nós. Então, eu queria passar para V. Exª. Olha, leve ao Presidente Luiz Inácio uma mensagem, não minha - quem sou eu? - mas da Bíblia, de Tiago: “Fé sem obra já nasce morta”. Nasceu o seu Governo.

            Quero falar em nome do Piauí.

            Duque, sábio pela experiência e pela luta, falou em Epitácio Pessoa entregando a Prudente de Morais. Duque, foi Epitácio Pessoa que iniciou a construção do Porto de Luís Correia, no Piauí. Desde lá, Epitácio Pessoa.

            Eu ouvi, ô Wellington Salgado, não sei se você tinha nascido, em agosto de 1950 - o meu tio era Prefeito, João Orlando, do PTB -, Getúlio Vargas dizer que, se eleito, construiria o Porto de Amarração, que era o nome antigo de Luís Correia, o porto do Piauí.

            Eu o vi no coreto, e ele almoçou na casa do meu tio, Prefeito João Orlando, acompanhado dos Gregórios, todo de branco. Depois, ficou deitado numa rede com o seu charuto. Getúlio era aquela simpatia. Em agosto de 1950: “Construirei.”.

            Vi, Wellington Salgado, o melhor Ministro do Planejamento deste País, o parnaibano João Paulo dos Reis Velloso, ter até um gesto de comemoração e de inaugurar.

            Antes disso, o Deputado Federal José Alves de Abreu deixou escrito, num dos discursos, ele que criou, Wellington Salgado, o Dia do Piauí, em 19 de outubro: “Diz o poeta que a morte é como naufrágio e eu aceito essa morte, eu a quero, mas que o meu naufrágio seja nos mares bravios, nos verdes mares do Piauí. Aí, num esforço, voltarei à tona e quero ver as luzes do Porto de Luís Correia.”

            João Paulo dos Reis Velloso, assoreamento, US$100 milhões encravados. Faltam US$15 milhões para concluí-lo. Isso nós viemos pedir, Wellington Salgado, ao Luiz Inácio:

a conclusão disso. Isso, sim! Que ele se inspire, Suplicy! Disse o Apóstolo Tiago: “Fé sem obra não nasce”. E o povo do Piauí tanto acreditou.

            Em 1994, eu votei e pedi voto para o povo; ele ganhou estrondosamente no Piauí. Mas, e o porto? Está lá; que vergonha! São US$15 milhões. E eu sei que o Ortega y Gasset que previu na rebelião das massas o nascer do PT, Luiz Inácio: “O homem é o homem e sua circunstância”. Fernando Henrique Cardoso é um estadista. O drama dele, o problema dele era a inflação. Era um monstro. Ele a resolveu. Luiz Inácio, agora o seu monstro é a corrupção. Não vá se afogar nessa corrupção que está aí. Enfrente-a. E é esse dinheiro da corrupção, dos cartões corporativos, dos mensalões, da malversação que eu venho exigir, em nome do Piauí, que V. Exª termine o porto de Luís Correia. Esta é a verdade. Uma ZPE, com a qual o Presidente Sarney sonhou. Há 20 anos, Wellington Salgado, S. Exª foi à China, viu. A de lá está ameaçada. Ela vai terminar sua validade agora, e que seja revisto isso. A gratidão é a mãe de virtudes, Luiz Inácio. O povo do Piauí já lhe deu muitas. Então, essa ZPE tem de ser revalidada. Ela precisa do porto, ela precisa da ferrovia. A ferrovia que foi prometida, Luiz Inácio.

            Na última eleição, vi o Prefeito da Parnaíba, vi o Governador do Estado, do PT, vi Alberto Silva, Senador, do meu Partido, e seu Presidente, e V. Exª dizer que iria colocar os trens para funcionar em 60 dias no trecho Parnaíba/Luís Correia. São 14 quilômetros. Três, quatro meses, e nada! Onde estão os seus técnicos? Acho que o estão enganando, os aloprados!

            Então, venho lembrar ao Wellington Salgado isso. É isso que viemos pedir. Um pedido está relacionado ao outro: para o porto, são US$15 milhões, um modelo reduzido, e a ferrovia, que Alberto Silva, deixou o meu Partido, a nossa candidatura porque acreditou. E é fácil, é uma planície. Não tem obra de engenharia, não tem serra, não tem nada. É fácil, com pouco dinheiro. Técnico de lá, de Teresina, para a construção da ferrovia.

            Fui à Europa. Como se acaba com a ferrovia, tão necessária para a ZPE e para o porto? É esta a nossa visão de futuro.

            Wellington Salgado, o Luiz Inácio é generoso, mas ele é enganado. Os aloprados o enganam. Os descarados, os aloprados do Piauí falam em aeroporto internacional.

            Ô Duque! “De verdade em verdade eu vos digo” Wellington Salgado: eu era menino, vinha para o Rio de Janeiro, e saia de avião de lá. Aerovias, Aeronorte, a Panair, a PTA, Paraense Transporte Aéreo, que a apelidava de ”Prepara a Tua Alma”, porque, de vez, caia um avião. Mas a gente saía. O mundo, a propaganda, a mentira, o engodo, os Goebbels de lá falam em aeroporto internacional!. Wellington Salgado, não tem nem mais teco-teco; não tem sequer uma linha. Eu não acredito! Eu acho que os aloprados estão a enganar o Luiz Inácio.

            Quis Deus que V. Exª estivesse aqui, representando o grandioso povo mineiro, a tradicional família mineira, Wellington Salgado, os exemplos da verdade! V. Exª faça as indagações. Estou aqui cumprindo o meu dever. Mas o aeroporto é uma mentira, como o de São Raimundo Nonato. Eles pensam ainda como Goebbels: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.” Não tem nem teco-teco, Wellington Salgado! É mentira!

            Nós fizemos um projeto aqui, a universidade, o Wellington Salgado está sorridente, os mineiros conseguiram oito universidades federais. O Piauí tem uma, tem um campus. Nós fizemos aqui, passou, tramitou. Foi votada na Comissão de Educação, na Comissão de Economia. O Relator, Senador Senador Alvaro Dias, a aprovou, com louvor. Nós queremos a universidade do Delta.

            Nós queremos uma fábrica de leite em pó. A tradição do Piauí, criador de gado, no passado, por isso fizemos a Batalha de Jenipapo. Simplício Dias da Silva tinha tanto gado que exportava para Pernambuco, para o Rio, em cinco navios, para a Europa. Queremos uma fábrica de leite em pó, que eu coloquei nessas emendas, para a indústria de laticínios, no Delta, criada por João Paulo dos Reis Velloso. E nada! E nada! Só mentira!

            Alberto Silva é o símbolo do engenheiro ferroviário. Foi o seu primeiro emprego. Levou a primeira locomotiva a óleo. Ele foi arrastado, porque eles prometeram. Nunca mais apareceu Alberto Silva, eu acho que ele está envergonhado. Ele deixou de nos apoiar no nosso Partido, era o Presidente, porque disseram que iam colocar os trens para funcionar. Nem um dormente!

            Ô Luiz Inácio, Ô Wellington, procurem indagar! V. Exª está atento.

            Eu represento o valoroso povo do Piauí, não aceitamos mentiras.

            Tem lá um pré-metrô. É um metrô de superfície. Alberto Silva se entregou lá, e lá está parada a obra.

            O Hospital Universitário, há mais de 20 anos teve sua obra iniciada. Fizemos funcionar um ambulatório; um ambulatório apenas para o Hospital. Há mais de 20 anos o povo clama, entidade que vai servir aos pobres, aos estudantes, às enfermeiras, aos médicos.

            Trindade, uma grande líder do PT, que está no céu, a maior líder do PT, a maior líder mulher que teve o Piauí, morreu traumatizada, porque - como eu aqui - ela pedia isso. Ela morreu, foi para o céu. Hoje aplaudiu-se Olga Benário, do PCdoB. Dou os meus aplausos à Trindade, pureza, estrela, que foi para o céu, que era do PT. Mas ela, Luiz Inácio, morreu clamando! E nada! E nada! A ponte de Luzilândia - atentai bem!...

            O Juscelino - ô Luiz Inácio - ele é amado, adorado, porque estão aqui as obras. Cristo, que está ali, Wellington Salgado, falava bem. O “Pai Nosso” é um discurso, assim como o Sermão da Montanha. Ele não tinha este som, nem a televisão, nem o rádio. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça!” Ô Suplicy, nós não iríamos seguir Cristo só pelos discursos, o discurso político sem obras. Seguimos o Cristo porque ele fez obras. Fez cego ver, aleijado andar, tirou o demônio dos endemoniados, limpou os leprosos, multiplicou peixe, pães, vinho - para comemorar, o vinho -, mas não há o que comemorar no Piauí com a ação do PT e a mentira a se repetir. As pontes, ponte de sesquicentenário ...

            Suplicy, homem de bem, o PT tem. Não tem um bando, mas tem alguns. V. Exª é um deles. O candidato a Prefeito, em Teresina, do PT, é um homem de bem, o Dr. Nazareno Fontelle.

            Eu quero dizer o seguinte: ô Wellington, leve ao Luiz Inácio... Você foi o melhor Líder que já deu no PT.

            Atentai bem! Sesquicentenário, Suplicy. Era para os 150 anos de Teresina, que vai completar 158 anos. A ponte lá é um esqueleto. Nesse mesmo rio - ó Deus, eu vos agradeço -, eu construí, como Governador daquele Estado, em 87 dias, uma ponte, e botei o nome de Wall Ferraz. Convidei o Presidente Fernando Henrique Cardoso a bailar. Dinheiro do povo do Piauí, operário do povo do Piauí, engenheiro, construtora do povo do Piauí. Essa é a diferença. Lourival Parente, engenheiro. Tudo do Piauí. Convidei o Fernando Henrique Cardoso só para bailar e desfilar e ver a grandeza do povo do Piauí. Em 87 dias! Heráclito fez uma no mesmo rio em cem dias. Eu tinha contratado em 90 dias. Uma concorrência, mas que nos une pelo amor, no mesmo rio. Há oito anos? Ô Wellington Salgado, é isso que estamos pedindo. Boa esperança! Como mentem, Suplicy. Suplicy, está na hora de uma lavagem. Mentira é o grande mal.

            Atentai bem! Fala-se lá que vão fazer cinco hidroelétricas. Eu vi no começo. Eu votei no Governador que está lá, e no Lula. Eu ouvi ele dizendo cinco hidroelétricas, em seu discurso de posse. A primeira hidroelétrica, Juscelino. Castello Branco terminou. Milton Brandão, Deputado Federal.

            Não está concluída. Faltam as eclusas para ter navegabilidade. E mentem que vão fazer cinco, Wellington Salgado. Mentira não leva a nada.

            A estrada do cerrado... Temos 11 milhões de hectares de cerrado para alimentar o sul do Piauí, que hoje recebe gaúchos, pessoas de Santa Catarina. É uma raça nova. Tinham pouca terra e foram para o Piauí. O Piauí é esse pólo depois de Barreiras, de Balsas do Maranhão. Lá, estão plantando soja, mas as estradas estão piores do que quando as deixei. Virou um inferno. Os tabuleiros, sonho do Sarney, começou no litoral, entra pelo Maranhão...

            Usaria aqui apenas, Senador Wellington Salgado, o livro de Deus. Ô, Luiz Inácio, faço um apelo. Estou inspirado em Deus. Está escrito: "Pedi e dar-se- vos-á". Venho pedir a conclusão dessas obras.

            Com a palavra esse extraordinário Líder do PT, Eduardo Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Mão Santa, agradeço as palavras com que brindou o Partido dos Trabalhadores pelo seu aniversário. V. Exª tem sido, muitas vezes, uma pessoa que aponta possíveis erros de pessoas no Partido dos Trabalhadores. V. Exª está atento àquilo que ocorre no Brasil e, em especial, em seu Estado. Espero, em breve, fazer uma visita ao Piauí para acompanhar mais de perto toda a problemática e contribuir, na medida do possível, com proposições e idéias, seja ao Governador Wellington Dias, ao Deputado Nazareno Fontelle, que V. Exª aqui indica estar se colocando como um possível candidato à Prefeitura de Teresina. V. Exª reconhece, como eu também, muitos méritos no Deputado Nazareno, como em tantos outros membros do Partido dos Trabalhadores. A hora avança, Senador Mão Santa, e preciso, agora, me deslocar. V. Exª há de compreender, porque não vai ficar bem que eu chegue depois do Presidente Lula nessa confraternização que já se iniciou com respeito aos 28 anos do Partido dos Trabalhadores. Portanto, peço licença a V. Exª, convidando-o e a todos os Senadores para, amanhã, acompanhar o debate, a partir das 9h, sobre as águas do rio São Francisco e seu destino.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Eduardo Suplicy, eu agradeço. E leve ao Presidente Luiz Inácio o nosso semblante de ser um homem do Piauí agradecido.

            Hoje mesmo, quis Deus, sendo entrevistado por um jornalista, Freitas, da revista Época, eu dizia da gratidão que tinha por V. Exª, porque eu governava e era do PMDB, e V. Exª foi o mais importante congressista a defender a verba do Prodetur para o meu Estado. Diga a Sua Excelência o Luiz Inácio que eu saberei ser agradecido, quando ele concluir essa obra.

            Com a palavra o Líder Wellington Salgado e, depois, a nossa encantadora Drª Rosalba Ciarlini.

            Wellington Salgado, V. Exª também tem o meu reconhecimento. V. Exª liderou o PMDB em crise - houve um impedimento com o Suassuna - e se saiu muito bem. E eu me mostro muito agradecido por aquele período.

            O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Muito obrigado, Senador Mão Santa. Mas, naquele momento, o que eu fazia simplesmente era conversar com os mais velhos e mais experientes. Assim, encontra-se solução. É fácil.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Mas eu não estou entre os mais velhos, não. Nós estamos na mesma idade.

            O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Mais velho em experiência. Veja bem, Senador Mão Santa, tenho um carinho muito especial pelo Piauí, principalmente pela cidade de Floriano. Meu irmão tem relações muito fortes com aquela cidade. E fico numa situação difícil. Estou diante de um grande líder do Piauí, alguém que não precisa mais fazer história. Já fez história no Piauí. Não é porque estou na frente de V. Exª, não. Mão Santa, hoje, é conhecido pela TV Senado em todo o Brasil, mas, antes disso, foi conhecido no Piauí. Foi Governador. Cada momento é um momento em política. Vi V. Exª no início do Governo Lula, ao lado do Presidente. Depois vi V. Exª desgostoso com algumas atitudes do partido do Presidente, não do Presidente, como bem disse V. Exª. E hoje V. Exª é uma posição clara dentro da vida pública do Piauí. Mas, por eu ter um respeito muito grande pelo Presidente, pela história de V. Exª junto ao Piauí, e também uma história política já como um grande líder nacional, não só do Piauí, peço que mande para mim tudo o que disse agora, em seu discurso. Só fui duas vezes ao Planalto: uma para resolver um problema e outra para tomar um chá com Gilberto Carvalho, sem pedir nada. Fui ouvir a história de Gilberto Carvalho na época e, naquele momento, conheci um homem cuja história talvez seja um pouco diferente da de V. Exª, alguém que larga tudo, vai para os movimentos de educação nas favelas, é convidado para o movimento sindical com o Presidente Lula, e termina, hoje - todos sabem -, um grande amigo do Presidente, secretário particular, alguém que é um símbolo do PT. Eu não sou PT, sou PMDB, sou do nosso Partido. Tenho mais ligações com o PMDB. Eu me sinto cada vez mais ligado ao PMDB: posições de V. Exª, posições do Pedro Simon, posições do próprio Renan como Presidente, posições do Presidente Sarney, posições do Presidente em exercício neste momento, Paulo Duque - foi uma grata satisfação conhecê-lo aqui. Coloque tudo, Senador Mão Santa, que eu vou, pela terceira vez, ao Planalto, levar as reivindicações que V. Exª poderia levar. Eu vou levar, mas V. Exª poderia levar. Tenho certeza de que, se V. Exª ligar e marcar uma audiência com o Presidente Lula, ele vai recebê-lo. Ele vai recebê-lo, mesmo depois do posicionamento político de V. Exª aqui. Se alguém ligar... Se for eu, para pedir para marcar, eu peço para marcar. V. Exª vai ser recebido, para colocar as reivindicações, simplesmente como um Senador do Estado do Piauí. Pois, hoje, quem quiser ganhar dinheiro vai para o Piauí, quem quiser crescer na vida vai para o Piauí. O Piauí tem esperança ainda. Eu acredito muito naquela terra. Eu vi, em terras ali, o hectare valorizar de R$10 para R$1.000, Senador Mão Santa, em oito anos. Um hectare, de R$10, passou a valer R$1.000. É um Estado de futuro, de sonho, de esperança. V. Exª é um grande representante desse Estado. Portanto, preparando e enviando para mim, terei a maior honra de levar as reivindicações do Estado do Piauí, com um carinho especial à cidade do Floriano, onde já fui, comi naquele restaurantezinho na balsa, dentro do Parnaíba, aquele peixinho, lá pescado, peixinho simples, porém delicioso. Toda vez que eu vou lá, tenho de comer aquele peixinho. Envie para mim, que terei o maior prazer em levar, Senador Mão Santa.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Eu agradeço. Realmente, o Piauí, no sul, com o cerrado, com a produção de soja... Quando eu comecei a governá-lo, eu consegui que, num dia só, trezentas famílias do Rio Grande do Sul, a conto e rosa, se instalasse no Piauí.

            Hoje, o sulista não encontra mais terra agricultável lá; então, os seus netos estão indo buscar o Piauí, para enriquecer aquele Estado, sobretudo com a própria grandeza e com a experiência de trabalho que têm.

            Com a palavra, essa mulher extraordinária, médica que faz a ciência médica mais humana e que, como médica, foi uma grande benfeitora de Mossoró.

            A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Senador Mão Santa, na realidade, como sou a próxima oradora e sei que V. Exª sempre tem tido a grandeza, a cortesia de me ouvir, vou deixar para falar, quando fizer meu pronunciamento, já que serei a próxima.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradecemos.

            Deus me permitiu dizer essas palavras quando presidia esta Casa um dos homens mais honrados da política deste País, o nosso Duque, que é abençoado. A esposa dele empata com Adalgisa: é muito bonita. Foi secretária particular de Getúlio Vargas. V. Exª tem razões de sobra para gozar dessa felicidade.

            E está no Livro de Deus, na Bíblia, ó Rosalba, que Ele dá longevidade a seus filhos abençoados, ungidos, para que, até os últimos dias, exerçam sua profissão.

            Aí está Duque - não que ele esteja no dia, mas, até o fim de sua vida - na plenitude do exercício da sua profissão, que foi a boa política, que serve de exemplo a todos nós.

            Passarei as nossas palavras, Wellington Salgado, lembrando a Luiz Inácio: “pedi e dar-se-vos-á”. Esse é o pedido para as obras inacabadas no nosso Piauí.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/02/2008 - Página 1730