Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à memória do Senador Jonas Pinheiro. (como Líder)

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do Senador Jonas Pinheiro. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 22/02/2008 - Página 3316
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JONAS PINHEIRO, SENADOR, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, MAIORIA, BANCADA, PARTIDO POLITICO, DEMOCRATAS (DEM), FUNERAL, MUNICIPIO, SANTO ANTONIO DO LEVERGER (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), COMENTARIO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, PRIORIDADE, ATENDIMENTO, TRABALHADOR RURAL, PRODUTOR RURAL, BENEFICIO, AGRICULTURA, BRASIL.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. Sr. Presidente Mão Santa, deliberadamente, quero me antecipar às homenagens que seguramente serão prestadas, na devida oportunidade, ao nosso querido Senador Jonas Pinheiro.

V. Exª como eu, como muitos, o Senador Wellington Salgado, o Senador Arthur Virgílio, e tantos dos que estão aqui presentes, Senador Heráclito Fortes, estivemos ontem em Cuiabá, em Santo Antônio do Leverger, uma cidade pequenina, Senador Suplicy, distante 30 quilômetros de Cuiabá, para participar, com muita tristeza, dos funerais do Senador Jonas Pinheiro, que era amigo de todos nesta Casa. Não tinha ninguém com quem ele fosse indisposto.

Eu queria não falar da vida de Jonas, mas dizer à Casa o que vi. Chovia em Santo Antônio. Fomos no avião que a FAB destacou para transportar perto de 30 Parlamentares, Deputados e Senadores. Chegamos à casa de Jonas, onde estava armada uma barraca de lona para abrigar as centenas, milhares de pessoas que velavam seu corpo. Havia uma multidão de pessoas que era o próprio retrato da vida de Jonas, a começar pelos seus familiares.

Senador Mão Santa, V. Exª deve ter reparado, como reparei, na fisionomia dos irmãos dele, dos filhos dele, bem como da esposa Celcita, que foi Deputada Federal e que estava ao lado do caixão o tempo todo. Fiquei um bom tempo ao lado do caixão de Jonas e pude reparar nas fisionomias. Claro que estavam lá o Governador, o Prefeito de Cuiabá, Parlamentares do Brasil inteiro. Reparei bem a fisionomia dos irmãos de Jonas. Era a fisionomia de homens do campo, quase lavradores - V. Exª haverá de concordar comigo -, quase lavradores. Pessoas de fisionomia sofrida - claro que viviam um momento sofrido -, mas sofridos pela vida que enfrentam, de pecuaristas ou de lavradores que moram na terra, no interior, que cultivam a terra, que tiram da pecuária o seu sustento, pessoas com fisionomia igual às que vejo no interior do meu Estado; V. Exª, no seu Piauí. Aquela era a história de vida de Jonas Pinheiro.

Senador Suplicy, Jonas foi um homem do campo que chegou ao Senado da República. Na verdade, ele era um homem do campo, um pequeno proprietário, homem do interior do Mato Grosso, que conseguiu fazer o curso de Técnica Agrícola e pela ajuda de alguns formou-se em Medicina Veterinária.

Pela sua capacidade de se relacionar, dentro de sua modéstia, mas com argúcia, inteligência e habilidade pessoal, foi convidado para ser Presidente da Emater do Mato Grosso e daí fez carreira política, pela sinceridade no trato da questão do agronegócio, da pecuária e no trato com as pessoas, fossem importantes ou não.

Estavam no enterro de Jonas pessoas importantes e pessoas que aparentemente não têm tanta importância, pessoas do povo, pessoas humildes, modestas, simples e que estavam ali para homenagear, com muito sofrimento, o líder que partia, aos 67 anos de idade, vítima de parada respiratória e falência múltipla de órgãos. 

Senador Heráclito Fortes, V. Exª estava lá. V. Exª se senta atrás, na diagonal da bancada em que Jonas se sentava, e onde vai se sentar o suplente Gilberto Goellner. Deve se lembrar das lutas de Jonas. Quando se tratava de tecnologia agrícola, quando entrava em pauta a transgenia, quando entrava em pauta a necessidade de repactuação de dívida do crédito rural, ele era a figura em que o partido se espelhava para emitir opinião. Não que o partido não tivesse outras figuras, que as tem, mas é pelo respeito que tinha à seriedade permanente das opiniões de Jonas.

O grande mérito de Jonas Pinheiro era a sua seriedade no trato com o assunto do agronegócio. Ele nunca puxava o assunto - que é assunto voltado para o campo econômico - nunca o tratava com egoísmo ou pensando em si. Ele pensava em seu Estado, o Mato Grosso; ele pensava na sua região, o Centro-Oeste; ele pensava na agricultura do Brasil. Por essa razão é que nós democratas, ao levarmos a efeito as idéias que praticávamos relativas ao agronegócio, sempre buscávamos, na opinião de Jonas, a nossa referência.

Jonas se foi. Fica o exemplo de sua vida. O partido foi lá quase todo, a bancada de Senadores do seu partido foi lá quase toda. Foram também muitos Deputados Federais de muitos Estados. Fomos lá para dar a ele o adeus e para demonstrar com a nossa presença o nosso apreço e o nosso sentimento de pesar ao Estado e à família; à Celcita e aos seus irmãos. Aos seus modestos irmãos, que sentiram e demonstraram, com muita clareza, a dor pela ida do irmão referência.

E fomos lá para dizer: Jonas Pinheiro, você foi um exemplo para o partido. Você, que ajudou tanto o Mato Grosso, foi um exemplo para o nosso País. E o nosso partido, como os partidos que aqui vêm reverenciam a memória de um homem sério que se chamava Jonas Pinheiro.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/02/2008 - Página 3316