Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Debate a criação da CPI dos cartões corporativos, exigindo respeito ao peso numérico e político da coalisão DEM/PSDB no Senado, configurando o direito da presidência ou relatoria da comissão mista.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Debate a criação da CPI dos cartões corporativos, exigindo respeito ao peso numérico e político da coalisão DEM/PSDB no Senado, configurando o direito da presidência ou relatoria da comissão mista.
Publicação
Publicação no DSF de 20/02/2008 - Página 2910
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • APOIO, QUESTÃO DE ORDEM, JOSE AGRIPINO, SENADOR, DEFESA, DIVISÃO, DIREÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, CARTÃO DE CREDITO, BANCADA, MAIORIA, CAMARA DOS DEPUTADOS, SENADO, COBRANÇA, RESPEITO, OPOSIÇÃO, GRUPO, GOVERNO, COMENTARIO, ANTERIORIDADE, ATUAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ANALISE, INEFICACIA, RESULTADO, INVESTIGAÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), BINGO.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ENTREVISTA, SECRETARIO GERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), RECONHECIMENTO, OCORRENCIA, CORRUPÇÃO, MESADA, CONGRESSISTA, NECESSIDADE, RECONSTRUÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, REGISTRO, ORADOR, HOMENAGEM, IDONEIDADE, MERITO, ADVERSARIO, POLITICA PARTIDARIA.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, falou com muita percuciência o Líder do DEM, Senador José Agripino Maia. Afinal de contas, se quem não deve não teme, o normal é seguirmos a praxe de dividir as posições da CPI em duas: não precisamente uma para uma banda política e a outra para a outra banda política; uma para a maior bancada da Câmara e a outra para a maior bancada do Senado, se a CPI é CPMI, ou seja, se a CPI é mista.

            Não se trata, portanto, de se invocar que, no tempo do Governo do Marechal Dutra ou do Governo do Fernando Henrique, o PT não teve ocasião de dirigir CPIs. O PT tinha apenas oito Senadores; absurdo seria se tivesse dirigido CPIs com aquela pequena representativa, embora fosse uma bancada valorosa, liderada por essa mulher valorosa que é a Senadora Heloísa Helena, que deu muito trabalho a um governo que tinha uma maioria numérica fantástica, mas que enfrentou, pelo heroísmo daquela cidadã, uma luta muito dura, muito renhida aqui no Senado.

            Muito bem, Senador Garibaldi Alves, os argumentos que usam são os nossos. Não têm como, portanto, negar validade aos nossos argumentos, porque os argumentos que eles usam são os nossos argumentos.

            Queremos respeito, volto a dizer - é quase uma tautologia, estou repetindo -, ao peso numérico e ao peso político que aqui representamos. Somos a maior bancada do Senado nós da coalizão DEM/PSDB. Não há dificuldade nenhuma em se fazer uma CPI do Senado. Nenhuma, a mais mínima. Temos dificuldades, talvez, de cumprir tarefas que se afigurem simples aos olhos dos cidadãos, mas essa é “simplérrima”, é a mais simples de todas.

            Portanto, temos de perceber que, em algum momento, essa CPMI será testada. Primeiro, concedem ou não concedem o direito que não devemos pedir como concessão, porque é direito nosso, é de conquista, é nosso direito. Segundo, Sr. Presidente, adianta não nos darem uma das posições? Afinal de contas, derrotaram o Senador César Borges na CPMI dos Correios, colocaram duas pessoas de confiança, o Senador Delcídio Amaral e o Deputado Osmar Serraglio, e os dois, em vez de se curvarem ao Governo e aos interesses do Governo, se curvaram aos interesses da sociedade e, portanto, aos interesses da verdade, que tinha de aparecer. E os resultados dessa CPMI foram tão brilhantes que estão hoje expostos pelo Procurador-Geral da República e pela denúncia acatada pelo Supremo Tribunal Federal envolvendo 40 cidadãos ditos do mensalão.

            A CPI dos Bingos foi equilibrada. Uma força indicou o Senador Efraim Morais, a outra indicou V. Exª. E ambos se portaram com equilíbrio: evitaram manifestações circenses, investigaram o que tinha de ser investigado, absolveram quem merecia ser absolvido e apontaram a punição a quem merecia, aos olhos da CPI, ser apontada a punição.

            Portanto, a minha linha de atuação é a mesma do Senador José Agripino. Agora, é nesse intuito, Sr. Presidente, de buscarmos a verdade e mostrando a mais absoluta isenção que peço, neste momento - e endereço à Mesa a íntegra da entrevista à qual me vou referir -, a inserção nos Anais da Casa da brilhante, íntegra e correta entrevista do Secretário-Geral Nacional do PT, Deputado José Eduardo Cardozo, às páginas amarelas de Veja.

            O Deputado José Eduardo Cardozo, perguntado sobre se houve mensalão, não tergiversou, falou assim: “Houve, não adianta negar. Temos que reconstruir o partido que está ferido”. Não negou, não tergiversou. Fugiu do discurso oficial que envelhece um partido brilhante como sempre foi o PT.

            Eu, a par da amizade pessoal que me merece o Deputado José Eduardo Cardozo, aqui rendo homenagens à sua inteireza moral, rendo homenagens à sua capacidade intelectual, rendo homenagens ao seu apego à verdade. E até chego a dizer que, dirigido por pessoas como ele, o PT terá jeito e terá retorno. Dirigido por pessoas diferentes dele, tenho dúvidas, sinceras dúvidas.

            A entrevista vai para os Anais pela iniciativa de um líder de Oposição que sabe reconhecer o valor e o mérito de adversários leais, corretos, que querem o bem do País tanto quanto nós queremos o bem do País.

            Então, é uma honra muito grande para nós pedir que os Anais do Senado recebam e acolham na íntegra a manifestação dada à revista Veja, brilhante entrevista publicada nas páginas amarelas, seu espaço mais nobre - o jornalista Otávio Cabral está de parabéns! - pelo Deputado José Eduardo Cardozo, que não é mais o avulso de antes, que não é mais o outsider de antigamente, que não é mais aquele que era preterido toda vez que achavam que era bom para algum posto, para algum cargo. Hoje, ele conquistou, com a sua candidatura a Presidente do PT, o direito de ser o Secretário-Geral nacional daquela sigla. Hoje, ele é alguém, portanto, importante, o número dois na hierarquia diretiva do PT.

            Meus parabéns redobrados e a minha esperança de que esse Partido possa renascer, feito fênix, e pode renascer, sim, se ele se imbuir do espírito de um José Eduardo Cardozo, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

            Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/02/2008 - Página 2910