Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apresentação de dois requerimentos, um voto de aplauso ao cineasta, José Padilha, pelo recebimento do Urso de Ouro no Festival de Berlim, pelo filme Tropa de Elite, e um voto de pesar, pelo falecimento do jornalista Rui Souto De Alencar.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Apresentação de dois requerimentos, um voto de aplauso ao cineasta, José Padilha, pelo recebimento do Urso de Ouro no Festival de Berlim, pelo filme Tropa de Elite, e um voto de pesar, pelo falecimento do jornalista Rui Souto De Alencar.
Publicação
Publicação no DSF de 20/02/2008 - Página 2896
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, VOTO, ELOGIO, DIRETOR, CINEMA, BRASIL, RECEBIMENTO, PREMIO, AMBITO INTERNACIONAL, FILME, DENUNCIA, VIOLENCIA, ATUAÇÃO, POLICIA MILITAR, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • ANUNCIO, INICIATIVA, DIRETOR, CINEMA, REALIZAÇÃO, ESTUDO, VIABILIDADE, FILME, POLITICA, BRASIL.
  • APRESENTAÇÃO, VOTO DE PESAR, HOMENAGEM POSTUMA, JORNALISTA, PROFESSOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, SETOR, RADIODIFUSÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM).

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apresento dois requerimentos à Mesa.

            Um, requerendo voto de aplauso ao meu prezado amigo, cineasta, José Padilha, por ter sido o seu filme Tropa de Elite vencedor, no dia 16 deste mês de fevereiro de 2008, do Urso de Ouro, o fantástico laurel do cinema internacional, no Festival de Berlim, que, por sinal, é um dos festivais mais conceituados do mundo. Requeiro, ainda, que esse voto, após a audiência ao Plenário, seja endereçado ao cineasta José Padilha.

            E faço aqui um arrazoado sobre sua carreira, sobre sua vida. Ele é sobrinho de um querido amigo meu, que é o jornalista e proprietário, em Petrópolis, de O Diário de Petrópolis, Paulo Antonio Carneiro Dias. É uma figura de amizade familiar, portanto, mas que se sobressai pelo talento. Ele é talento puro, por seu Tropa de Elite.

            Anuncio que ele está fazendo estudos que levarão à confecção de um filme sobre a política brasileira. E posso assegurar que não será nada caricato. Não será nada caricato. Não será nada do tipo o bem contra o mal. Ele ouvirá homens públicos, ouvirá Senadoras, Deputadas, ouvirá a opinião das pessoas das ruas. Ele mostrará as chagas do sistema político brasileiro tal como ele hoje experimenta o seu momento histórico, mas eu tenho certeza de que sairá algo tão contundente, tão forte quanto Tropa de Elite, nada maniqueísta - ele não quis fazer do Capitão Nascimento nenhum herói; ele quis fazer a denúncia desse quadro absurdo e insustentável de violência que grassa no País.

            E, aí com muita tristeza, Sr. Presidente, apresento voto de pesar à Casa - já está na mesa, e soube que o Senador João Pedro faz manifestação idêntica - pelo falecimento, em Manaus, anteontem, do jornalista e professor Rui Souto de Alencar, diretor de jornalismo do sistema A Crítica de Rádio e Televisão. Eu digo que Rui Alencar talvez fosse o grande articulador e um dos grandes líderes do sistema de radiodifusão do meu Estado. Figura sisuda, veio do Município de Coari. De origem muito humilde, deixou uma família muito bonita, que estava simplesmente desesperada com a sua súbita agonia e seu súbito desaparecimento. Uma figura de cuja lealdade me beneficiei várias vezes, amigo pessoal querido que era dele.

            Foi Mestre em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP); era professor aposentado pela Universidade Federal do Amazonas; educou gerações e mais gerações; era figura extraordinariamente importante no Sindicato das Empresas de Radiodifusão do Amazonas (Sinderpam); foi membro do Conselho da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert); há 23 anos era o principal executivo da TV A Crítica - hoje, com a bandeira da TV Record - do rádio A Crítica e da rádio Tarumã.

            Rui Alencar deixa um vácuo nas Organizações Calderaro de Comunicações, talvez tão grande - e eu disse isto a Cristina Calderaro, que hoje é quem toca os negócios jornalísticos deixados por seu pai - quanto o aberto pelo meu inesquecível amigo Umberto Calderaro Filho, já há tanto tempo.

            Mas quero ressaltar, aqui, o meu apreço por quem se foi, dizer a sua família da minha solidariedade eterna e transmitir ao Senado Federal e ao País a dor do Estado do Amazonas. O Amazonas, que conhecia Rui Alencar, está em prantos, porque perdemos um grande profissional, um grande homem, um grande brasileiro, um grande amazônida e, particularmente, sinto-me bem mais pobre porque perdi um grande amigo, Rui Souto de Alencar.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/02/2008 - Página 2896