Discurso durante a 15ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem ao Dia Nacional do Aposentado.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Homenagem ao Dia Nacional do Aposentado.
Publicação
Publicação no DSF de 27/02/2008 - Página 3603
Assunto
Outros > HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, CONCESSÃO HONORIFICA, INSTITUTO NACIONAL, SERVIDOR, APOSENTADO, PENSIONISTA, RECONHECIMENTO, EMPENHO, ORADOR, DEFESA, DIREITOS, FUNCIONARIO PUBLICO.
  • LEITURA, TRECHO, MENSAGEM (MSG), INTERNET, CRITICA, PAULO PAIM, SENADOR, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, MELHORIA, BENEFICIO, APOSENTADO, COMENTARIO, POSSIBILIDADE, DERRUBADA, VETO PARCIAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REDUÇÃO, REAJUSTE, APOSENTADORIA.
  • CRITICA, CONDUTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA PREVIDENCIA SOCIAL (MPS), SAIDA, SESSÃO ESPECIAL, APOSENTADO, OMISSÃO, INTERFERENCIA, REAJUSTE, BENEFICIO, DEFESA, RECONHECIMENTO, TRABALHO, IDOSO, ANTERIORIDADE, APOSENTADORIA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão que comemora o Dia do Aposentado, peço sua permissão de não citar nomes de autoridades ou lideranças, porque são muitas e eu poderia esquecer alguma. Mesmo involuntariamente, seria imperdoável.

Mas eu não poderia deixar de aproveitar esta oportunidade para saudar uma mulher do Piauí - Maria Cristina Lima de Sousa, Diretora de Aposentados e Pensionistas da Federação Nacional do Fisco Estadual - e também dois conterrâneos do nosso Estado: Luís Lima, de Teresina, e José de Sousa Neto, lá de Barras.

Meus senhores, encantadoras senhoras brasileiras e Parlamentares, é com grande satisfação e honra que uso da palavra neste auspicioso instante no Senado da República. Tenho 65 anos de idade e sou já aposentado como médico-cirurgião.

Somos irmãos. Durante 65 anos, Paim, foi longa e sinuosa a chegada até aqui. Ganhamos verdadeiras honrarias, verdadeiros títulos e homenagens. Mas há uma que me comove muito, muito mesmo - evidentemente, iguala-se ao título de médico, e acho a ciência médica a mais humana das ciências, e o médico, um benfeitor -, a de administrador, que consegui na Fundação Getúlio Vargas, em gestão pública. Sou oficial da reserva do Exército Brasileiro; fui secretário de Saúde, prefeito da minha cidade, deputado, governador. E aqui estou. Mas um desses títulos me dá muito orgulho. Eu tenho o título do homem mais importante deste País, para mim, Juscelino Kubitschek. Existe, a psicologia e a neurolingüística dizem, modelagem. Quando você quer ser um cantor, pensa no Roberto Carlos; um jogador, pensa no Pelé; um líder sindical, pensa no Paulo Paim. E aí vai. (Palmas.)

E eu, médico, cirurgião, político, fui buscar esse modelo em Juscelino. Então, muito me comoveu quando, no primeiro ano de Senador, ganhei, quando Juscelino fazia 100 anos, do Memorial, a medalha Juscelino Kubitschek. E não vai haver mais; ninguém vai mais ganhar.

Vocês poderão chegar até a Presidência da República, e o País estará muito bem na mão desses Senadores, mas esse, como já se passaram cem anos, não vai ter mais. Eu sabia que eram duas medalhas que iam dar ao Congresso. Havia o Paulo Octavio aqui, da família, e eu não podia ser ingênuo. Aí eles avisaram que meu nome estava sendo cogitado, mas eu não acreditei, Paim. Quase ninguém foi, Leomar Quintanilha. Eu não acreditei porque Antonio Carlos Magalhães queria, desejava e merecia. Tinha convivido com ele mais tempo. Então, eu não iria ousar pensar em vencer. Mas na hora H eles me chamaram para receber. Aí eu indaguei por que, e eles disseram que eu e o Papaléo tínhamos sido os Senadores que mais haviam citado Juscelino Kubitscheck aqui. Isso valeu.

É com muito orgulho que tenho esse documento e mais outro também, no primeiro ano no Senado. É gratificante, é emocionante. Esse negócio de dizer que o povo não reconhece... Eu acho que o povo entende que este é o melhor Senado da história da República do Brasil. Que nós tivemos problemas, tivemos. Cristo, quando andou aqui, fez um Senadinho bem pequeno, convidou só 12. Ele não teve problemas lá entre eles? Como é que nós não haveríamos de ter? Nós temos esse ideal.

No dia 10 de dezembro de 2003, recebi um título muito honroso e que guardo:

“Instituto Mosad

Movimento Nacional dos Servidores Aposentados e Pensionistas

O Instituto Mosad confere ao Excelentíssimo Senhor Senador Mão Santa o título de Persona Grata, em reconhecimento a sua luta na defesa dos servidores públicos ativos, aposentados e pensionistas, com o digno voto na reforma da Previdência, honrando o juramento em cumprimento do Estado Democrático de Direito e os princípios fundamentais da Constituição Federal.

Brasília, 10 de dezembro de 2003.”

Assinado pelo Presidente da Diretoria, pelo Presidente do Conselho e pelo Secretário. (Palmas.)

Não tem aquele da televisão, aquele momento de glória, o instante de glória? Então, estamos aqui.

Quero ajudar o nosso Presidente da República. Todos nós queremos. Mas, Paim, a bem da verdade, eu só tenho trazido e-mail elogiando o Paim. Hoje, vai variar, Paim. Ouça a voz rouca das ruas. Mas não se zangue, não, porque depois vou voltar com um ruim para mim:

“Para Senador Mão Santa.

Digníssimo Senador:

Deviam mudar o disco sobre o salário mínimo dos aposentados. Todo ano a mesma conversa: o Senador Paulo Paim toma a frente e faz comentários sem fim, prometendo a defesa do salário dos aposentados. Depois nunca mais fala e o assunto é esquecido. Agora, outra vez, está em pauta e vai acontecer a mesma coisa, porque, se ele quisesse, como a força do Governo, colocava em pauta a derrubada do veto do Presidente sobre o assunto(...) Francisco Ferreira Neto.”

Mas não vai ser não. Não se contrarie, não, porque outro dia, Lúcia Vânia, eu disse: “Luiz Inácio é generoso”. Peguei pior do que esse: “Não repita não, Mão Santa, ele está acabando com a gente, com os aposentados”. De verdade em verdade, eu vos digo. Então, essa é a realidade.

O Ministro devia estar aqui até o fim, não tinha compromisso mais importante do que com os aposentados. Não existia.

Olha, ele diz: “Faça a mudança e mostre a receita”. Foi feito. Este Senado é bom. Eles não entendem o que é democracia. Este Senado instituiu uma comissão para estudar os problemas que saltam aos olhos dos aposentados. Presidente: Tasso Jereissati - todos conhecem a competência administrativa de Tasso Jereissati. Vice-Presidente: Paulo Paim, o maior de todos os líderes operários. Ele é uma mistura de Martin Luther King e Obama. Foi pressionado a largar. Mas mesmo assim entramos madrugadas adentro.

O Ministro foi-se embora. Ministro, entramos nas caladas da noite, dias, meses, e fomos buscar com responsabilidade, com gratidão, com amor, com respeito ao aposentado. E botamos tudo direitinho no Orçamento. Aposentado merece 16,7%. Chegamos nós, os responsáveis, os pais da Pátria.

Ô Luiz Inácio, Deus, quando viu seu líder preferido, Moisés, perder a paciência, quebrar a lei e ir contra a riqueza representada pelos bezerros de ouro, disse: “Busque - não desista - os mais velhos, os mais experimentados e eles lhe ajudarão a carregar o fardo do povo”.

Mário Couto, aí nasceu a idéia deste Senado. Onde está o Ministro? Foi-se embora. Devia estar aqui, para ver a verdade.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Um minuto dá, porque Jesus fez o pai-nosso em um minuto, que nos leva ao céu.

Mas acho que o próprio Luiz Inácio - não vou colocar “mais generoso” -, em um momento de boa reflexão, disse: “Estou arrodeado de aloprados por todo lado”.

Acho que foram os aloprados que fizeram. Onde estava o Ministro? Ele baixou de 16,7% para 4%. Vetou. Agora, digo: onde estava Luiz Inácio? Castro Alves está no mundo, porque, no navio negreiro... Ó Deus, ó Deus, onde estás que não vejo! Aí baixou. E o jogo democrático foi interrompido.

Que ele tem direito a se influenciar por aloprado tem, mas esse veto tem que voltar aqui para dizer quem está com Paim, quem está com o Senado. (Palmas.)

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - E nunca voltou.

Então, é isso. Há muitas coisas, e eu queria dizer o seguinte: Paim, aprenda com a história. Nosso amigo Fernando Collor, por que ele caiu? Quando ele caiu, Paim, tu estavas aqui, não estavas? Acompanhei a história - votei nele para Presidente, como muitos brasileiros. Sabe quando ele caiu? Eu aqui faço a reflexão na história. No dia em que a Justiça - bem aventurados os que têm fome e sede de justiça -: “os velhinhos aposentados merecem 147%”, ele, num arroubo: “Não, não dou, não!”. Aí é que foi. Vieram os velhinhos, os filhos dos velhinhos, os netos dos velhinhos...

Luiz Inácio, sua situação não é boa; é baseada na mentira. Digo-lhe por que não é boa. Faça uma pesquisa na verdade dos nossos velhinhos, dos nossos aposentados. Agora, o Goebels Duda Mendonça diz que uma mentira repetida se torna verdade: “Não devemos mais a ninguém. Sou um credor. Temos mais do que os gringos”. Vossa Excelência deve, Vossa Excelência deve aos aposentados do Brasil, aos nossos velhinhos, a quem tomamos a bênção e que construíram esta Pátria.

Paim, para terminar mesmo, você é a mistura do Nat King Cole e do Obama, não sei por que o seu Partido não bota seu nome na pesquisa. Você merece. Sim, mas J. Cristo, Jesus, Jesus, ô Papaléo, ele veio aqui, não andou? Andou. Aí ele disse uma frase que a muitos comove, acho que o homem é o homem e a circunstância, a circunstância dele, não sei, para dar o exemplo: “Deixai vir a mim as criancinhas”. E, aqui e agora, neste País cristão, se Cristo voltar a andar nas ruas do meu Piauí, de Brasília e do Brasil, Ele vai dizer assim: “Deixai vir a mim os velhinhos aposentados que estão sendo enganados e sofridos”. Com a ajuda de Deus e as bênçãos, que continuem merecendo a nossa gratidão, o nosso respeito e a nossa luta e que sejam, com a ajuda de Deus reconhecidos e partam fortes, bravos e felizes desta reunião. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/02/2008 - Página 3603